História Dois mundos e uma paixão - 2 Temporada - O pedido

POV Frisk

  Meu coração estava a mil, não podia acreditar no que estava acontecendo. Ver Sans ajoelhado à minha frente enquanto segurava a caixinha com o anel... Aquilo me enchia de DETERMINAÇÃO. Sans me olhava como um cachorrinho pedindo por alimento e derreteu meu coração, me fazendo sorrir. Lutei contra as lágrimas que se formavam em meus olhos, respirei fundo e finalmente dei-lhe minha resposta.

– Sim! Eu me caso com você!

  Seu rosto ficou completamente azul, ele estava uma gracinha com vergonha. Sans se levantou, retirou o anel da caixinha e o pôs em meu anelar. Ele ergueu os braços para que entrasse em seu abraço, assim eu fiz. Ficamos quietos por alguns instantes até terminarmos de processar a informação do que havia acabado de acontecer. Assim que voltamos à realidade, Sans deu um beijo em minha testa e segurou minha mão.

– Frisk, quer contar aos outros?

– Claro! – Lancei-lhe um largo sorriso.

– Heh... Por Asgore, te amo demais Frisk – Sans passou a mão pela minha nuca e rapidamente me puxou para um beijo. Foi apaixonado, intenso, profundo... Aqueceu meu corpo.

  Saímos de seu quarto e descemos a escada de mãos dadas. Papyrus estava fazendo Spaguetti na cozinha, então seguimos juntos até lá. Assim que chegamos, Paps percebeu nossa presença e se virou em nossa direção.

– HUMANA! SANS! MATARAM A SAUDADE UM DO OUT... – Papyrus olhou para a minha mão e viu o anel em meu anelar, automaticamente abriu um largo sorriso e levou as mãos às bochechas, que haviam ficado coradas. Suas órbitas brilhavam e ele parecia estar prestes a explodir de tanta alegria – SANS! VOCÊ PEDIU! ISSO É ÓTIMO! – Ele correu até nós e passou os braços ao nosso redor, nos levantando no ar em um abraço apertado – PRECISANOS COMEMORAR! – Ele nos colocou no chão e sorriu para mim – HUMANA, O QUE PRETENDE FAZER?

 – Bem, precisamos contar a novidade aos outros. Podemos marcar de todos nos encontrarmos em um local, assim podemos contar a todos e comemorar juntos.

– EXCELENTE IDEIA, HUMANA! NYEHEHEH!

  Papyrus voltou sua atenção para a panela que usava para fazer Spaguetti, havia esquecido que estava cozinhando. O deixamos em paz para terminar de cozinhar e fomos até o sofá. Sentei-me e Sans se deitou, descansando a cabeça em minhas pernas.

– Então, o que fazemos agora?

– Bem, precisamos decidir um bom local para reunir todos.

– Talvez Mettaton ajude, a casa dele é um ótimo lugar para encontros familiares.

– Você tem razão, mas quando reuniríamos o povo?

– O mais rápido possível, senão Papyrus entra em desespero e acaba contando a novidade por conta própria – Demos risada.

  Peguei meu celular, disquei o número do Mettaton e levei o telefone ao ouvido enquanto aguardava resposta. Assim que me atendeu, Mettaton deixou claro que estava extremamente feliz por ter recebido uma ligação minha.

– Frisk, querida! Quanto tempo! Como você está? Como foi a viagem? Você gostou? Te aceitaram? Tantas perguntas!

– Hehe, acalme-se. A viagem foi maravilhosa!

– Ótimos saber! Mal posso esperar para fofocarmos!

– Vamos fofocar sim, mas não nesse momento. Preciso que me faça um favor.

– Claro, do que precisa?

– Tenho uma grande novidade para contar e temos que reunir todos para isso.

– Deixe-me adivinhar, precisam da minha casa?

– É o melhor lugar para isso!

– Não posso negar! – Pude ouvi-lo dando uma leve risada – Sinta-se à vontade, basta me dizer o dia.

– Precisa ser o mais rápido possível. Quando você está disponível?

– Hoje à noite! Pode ser um jantar! – Mal pude respondê-lo, pois ele havia se empolgado com a idéia e não parava de falar – Convide a todos e diga para que venham à minha casa essa noite! Estarei esperando por vocês! Preciso desligar, tenho que começar a decorar minha casa! Até de noite, querida!

Mettaton desligou a chamada e me deixou um tanto confusa. Contei ao Sans o que ele havia me dito e disse que MTT esperava que fôssemos até lá esta noite. Sans me disse que eu precisava começar a convidar os monstros imediatamente, assim eles poderiam se organizar.

  Enviei mensagens a todos e eles rapidamente iam respondendo dizendo que estariam lá, fiquei extremamente contente. Troquei mensagens com Mettaton para combinarmos o horário certinho, acabamos optando por 20h. Informei os detalhes aos outros monstros via mensagens e eles confirmavam presença.

– Ok, tudo certo – Olhei para o relógio de parede, ele marcava 17h.

– Como acha que eles vão reagir?

– Não tenho certeza, mas creio que vão aprovar.

  Olhei na direção da cozinha e vi Papyrus nos observando. Assim que percebeu que eu o olhava, Paps abaixou o olhar, suspirou e voltou ao que estava fazendo. Ele havia ficado triste de repente, aquilo foi estranho. Inclinei-me e sussurrei para que ele não ouvisse.

– Sans, Papyrus parece chateado.

– Ah, droga – Sans levou a mão à testa – Não devia ter sugerido o Mettaton...

– Como assim?

– Ele e Paps estão em uma situação delicada. Mettaton queria poder dar uma família ao meu irmão, mas você sabe que ele é incapaz. Disse ao Paps para adotarem uma criança, mas Mettaton não tem confiança em crianças humanas e não há monstrinhos para adoção. Mettaton disse que ele deveria seguir em frente e buscar alguém que pudesse dar-lhe uma faímia.

– Compreendo – Olhei novamente na direção da cozinha.

  Às 20h nós já estávamos em frente à casa de Mettaton, várias luzes iluminavam o interior da casa, creio que ele se empolgou com a decoração. Estacionamos o carro e seguimos até a entrada da casa, Mettaton já esperava por nós com a porta aberta. O cumprimentamos e ele fez o mesmo, mas, quando estava prestes a cumprimentar Papyrus, os dois congelaram enquanto se entreolhavam. Dei um leve empurrão nas costas de MTT e isso fez com que voltasse à realidade, dando um aperto de mão no esqueleto com um sorriso fraco.

  Fomos os primeiros a chegar, então seria uma boa oportunidade para conversar com o casal. Nós 4 nos sentamos em uma das mesas que Mettaton havia espalhado pelo salão e ficamos quietos por um instante. Estava prestes a dizer algo quando ouvimos batidas à porta, Mettaton se levantou para atendê-la.

  Vários monstros haviam acabado de chegar, parecia até que vieram juntos. Em pouco tempo o salão estava lotado e aquilo havia se tornado uma grande festa. Napstablook se dirigiu até os aparelhos de som e começou a tocar músicas animadas, logos vários monstros seguiram até a pista de dança do salão e começaram a dançar.

  Esperava bem menos para um jantar, mas Mettaton havia arrasado! Tudo estava incrível! Após alguns minutos ele chamou a atenção de todos e nos guiou até uma mesa comprida que estava sendo coberta por um tecido branco. Mettaton retirou o grande tecido, nos mostrando diversos pratos diferentes.

– O Buffet está aberto!

  Formamos uma fila organizada e montamos nossos pratos. Sans e eu nos sentamos junto à Toriel e Asgore, que também haviam feito seus pratos. Comemos, conversamos, rimos, dançamos... Foi tudo maravilhoso!

  Às 21:30, Mettaton pegou o microfone, foi até o centro do salão e fez um sinal para que Napstablook abaixasse o volume da música, ele obedeceu. MTT deu dois tapinhas no microfone e todos se viraram para vê-lo.

– Queridos e queridas! Hoje não é um jantar qualquer, pois certo casal tem algo para anunciar! – Tinha um largo sorriso nos lábios – Sans e Frisk, se importam de vir até aqui?

  Nos levantamos e seguimos até o centro do salão, estávamos morrendo de vergonha. Mettaton ofereceu o microfone ao Sans e ele aceitou, mesmo estando constrangido. MTT recuou para junto dos outros monstros e o salão inteiro se pôs em silêncio para ouvir o “grande” anúncio. Pude ver que Sans suava frio, então segurei sua mão para dar-lhe forças, mas também estava com vergonha.

– Bem, essa situação é um tanto estranha... Vai ser OSSO falar, heh.

– SANS! – Papyrus gritou.

– Heheh, tudo bem – Ele fechou os olhos e suas bochechas adotaram um tom azulado – Vocês têm consciência de que estou com Frisk ao meu lado a um bom tempo. Minha vida se resume a ela – Ele olhou para mim – Nunca imaginei que fosse capaz de amar alguém como amo minha humana – Voltou sua atenção aos monstros – Por isso venho anunciar que vamos nos casar.

  O salão gritou em coro e vários monstros começaram a correr por todos os lados, eles estavam bizarramente felizes com a notícia. Eles vieram nos parabenizar e nos desejar felicidade, diziam que não podiam pensar em um casal melhor do que nós dois. Àquela altura o salão havia se tornado uma bagunça, todos estavam empolgados e nos cercavam enquanto faziam diversas perguntas. Mettaton atravessou a multidão, se pôs ao nosso lado e tomou o microfone.

– Não sufoquem nosso casal, eles precisam estar vivos para o casamento! – Todos gritaram em alegria – Vamos todos para a pista de dança, hoje é dia de comemorar!

  Mettaton fez um sinal para Napstablook, que entendeu na mesma hora. As caixas de som começaram a tocar “I Gotta Feeling”, deixando os monstros frenéticos. Fomos levantados e carregados até a pista de dança como um rei e uma rainha, foi um pouco constrangedor, mas muito divertido. Nos colocaram no chão ao chegar na grande pista colorida e brilhante, abrindo um círculo à nossa volta. Sans estendeu o braço e me lançou uma piscadinha.

– Me concede essa dança?

– Sem dúvida alguma, meu cabeça de balão.

  Começamos a dançar em sincronia e levamos os monstros à loucura, gritavam e batiam palmas no ritmo da música. Logo eles se juntaram a nós e aquela festa se tornou uma das mais animadas que eu já havia visto. Dançamos como loucos por horas e ninguém quis ir embora, mesmo que estivesse tarde. Estava realmente contente, mas o que me deixava mais feliz era que Papyrus e Mettaton dançavam juntos como se nunca tivessem discutido, aquilo era ótimo.

  Às 2h da manhã estávamos acabados. Haviam alguns monstros dormindo nas cadeiras, alguns ainda dançavam e outros haviam ido embora. Napstablook abaixou o volume da música lentamente até que pôde pará-la e desligar as caixas de som. Mettaton seguiu até o centro do salão e chamou a atenção dos monstros que ainda estavam lá.

– Queridos e queridas! Está tarde e todos estão cansados. Eu os convido a passar a noite aqui, pois temos vários quartos e assim não precisar dirigir a essa hora. Venham falar comigo para confirmarem.

  Acabou que todos os monstros que estavam lá decidiram passar a noite na grande casa do Mettaton, o que o deixou contente. Ele pacientemente mostrou os quartos onde cada um passaria a noite e disse que não precisaríamos nos preocupar em arrumar as camas de manhã, pois cuidaria desse serviço.

  Vários monstros ficaram em duplas ou trios nos quartos, o que era divertido. Eu, obviamente, dividi meu quarto com Sans. Tive um momento de nostalgia, pois aquilo me lembrava da noite do meu aniversário de 18 anos, minha primeira noite com Sans. Sentei-me na cama e ele fez o mesmo.

– Esperava bem menos para essa noite.

– Eu também, mas foi extremamente divertido.

– Exatamente – Ele piscou para mim – Nos divertimos até os OSSOS e sacudimos o ESQUELETO na pista de dança – Dei risada.

– Hehe, tolinho! – Segurei sua mão e ele entrelaçou os dedos nos meus em resposta – Paps e Mettaton estavam muito bem, pareciam nunca ter discutido.

– Sim, eles aproveitaram a comemoração para se entenderem.

– Isso é bom, terão uma noite tranquila. Bem, eles não podem “fazer” uma criança, mas podem fazer...

– Não ouse terminar essa frase, Frisk!

  As órbitas de Sans estavam totalmente negras e suas bochechas haviam adotado um tom azul, dei risada da situação. Sans segurou meus ombros, me deitou no colchão macio e se pôs sobre mim, me lançava um sorriso malicioso.

– Bem, creio que está na hora de um momento particular do casal, certo “querida”?

– Não tenha dúvidas, “querido” – Devolvi o sorriso.

  Sans se inclinou e tocou meus lábios enquanto acariciava meu corpo, as “aventuras” daquela noite ainda não haviam acabado.