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História Dokusai - Dois em Um


Escrita por: Horke

Notas do Autor


Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente

Capítulo 2 - Dois em Um


Piso numa arvore atrás da outra, deixando rastros de meus pés pelos troncos e galhos.
O chakra em meus pés circulava intenso, aumentando minha velocidade absurdamente, deveria ter marcado a sala do Hokage.
Agora estou a caminho de Amegakure. Não, eu não vou destruir tudo agora, até porque, eu posso estar puto e tudo mais, mas os civis não tem nada a ver com isso, só o Amekage, que ordenou tudo isso.

Posso realmente estar nervoso... Okay, estou explodindo de raiva por causa de tudo que aconteceu, mas é obvio que uma missão de infiltração e eliminação é muito mais fácil que enfrentar um puta exército.

E é por isso que agora estou acalmando meu chakra, diminuindo o intenso fluxo e voltando a acumula-lo em meu corpo.

Já posso sentir os pingos da característica chuva de Ame chegando em meu rosto, de mão dadas com o vento gelado do inverno que parecia rasgar meu rosto como facas minusculas.

Vejo a entrada de Amegakure ao longe, diferente da outra vez que vim agora haviam muitos guardas, andando para lá e para cá.

Suspiro cansado e sento num galho de árvore, sentindo a energia natural entrar no meu corpo em doses controladas por mim mesmo.

Agora no modo sennin minha capacidade de percepção está muito maior, posso sentir até o Amekage em sua sala, sinto os guardas andando em grandes quantidades pela vila e guardando as entradas das encarnações. Realmente eu tinha assustado ele da outra vez, rio com o pensamento e pulo do tronco, neste modo posso suprimir meu chakra ao quase nada e usar só a energia natural, me fazendo ficar totalmente imperceptível.

Como da outra vez, pulo o muro. Mas agora eles já me esperavam, alguns guardas me avistam de uma guarita alta, tocam um sino agudo.

Merda.

Um guarda se aproxima com uma lança apontada pra mim. O que que esse animal quer fazer com uma lança no meio de uma guerra ninja? Me diz?

Ele tenta acertar minha barriga com um movimento rápido, mas no modo sennin tudo parece estar na velocidade tartaruga, então facilmente desvio e dou um chute no rosto só homem, o mandando longe.

Mais e mais guardas se juntavam a minha volta, não queria que fosse assim ... Ou queria? Um pequeno sorriso se forma em meu rosto, mesmo não gostando de ter que batalhar, a sensação de poder usar meu poder livremente me excita.

Um circulo se faz a minha volta, pelo modo sennin posso sentir que todos os guardas da cidade estavam aqui, mas o Amekage se encontrava na sala, não, calma ... Tem dois dele?

Um grito de guerra corta meus pensamentos acompanhado de uma multidão vindo em minha direção. Um sorriso brota em meu rosto. Idiotas.

No modo sennin eu podia ver tudo e todos os golpes que estavam direcionados a mim, eles atacavam sem ordem alguma e buscavam acertar qualquer parte do meu corpo.

O primeiro ataque chega em pouco tempo, mas desvio facilmente, acertando um soco no rosto do outro, sinto um punho mirando minha nuca e abaixo, desviando com agilidade do forte ataque, contra ataco dando com o calcanhar no queixo dele num pequeno mortal.

Dou um pulo e acerto dois homens abrindo as pernas, podia ouvir os gemidos de dor de alguns dos nocauteados.

Nocauteio mais três com um combo de socos e chutes alternados. Mesmo derrotando todos esses homens a roda  ainda estava grande, mas agora eles olhavam pra mim hesitantes.

Porém, por um instante, pude ver um brilho de determinação em um dos homens, esse que se preparava para dar mais um urro pré-ataque.

Mas não foi dessa vez.

- Basta - Yoshiaki disse aparecendo no meio da multidão - acho que vocês já perceberam que não tem chance contra ele na força - falou calmo.

Sorrio prepotente, poderia acabar com essa vila inteira se quisesse.

- Sim você poderia - disse Yoshiaki olhando pra mim com os olhos brilhando em excitação e de modo que só eu ouvisse, ele ergue a voz- mas já que não podemos vence-lo em combate, nem eu nem essa vila inteira junta! Vamos domina-lo pela inteligência - ele disse com a voz alta, olhando para todos.

Agora o olhar dele se volta a mim, mais maligno do que antes.

- Coisa que ele tem pouco aliás. - reviro os olhos sem me importar muito - tragam eles! - eu gelo na mesma hora, não precisava ser muito inteligente para saber de quem ele estava falando.

Ao longe , vindo em minha direção, posso ver Kiba e Shino sendo arrastados totalmente ensanguentados e Hinata mancando enquanto era puxada por um homem com força, ela parecia muito melhor que os companheiros.

Yoshiaki me olhava interessado enquanto um sorriso dançava pelo seu rosto. Ele já havia ganho de mim desde quando eu apareci.

Os homens simplesmente jogam Kiba e Shino no chão e colocam Hinata de joelhos em minha frente, sorrindo com meu pequeno sofrimento, o guarda aperta Hinata com força e ela solta um pequeno gemido de dor, eu rosno de raiva por um instante, todos da roda parecem dar dois passos pra trás com a minha raiva, sem querer estava liberando um pouco de chakra de kurama.

Yoshiaki ri debochado.

- Ele sabe que não pode fazer nada, não é Naruto? - pergunta ele.

- Eu poderia simplesmente destruir tudo e pedir para alguns clones levarem eles - falei com a voz carregada de ódio. Ódio pelo que fizeram com meus amigos, com Hinata.

Yoshiaki ri gostoso do que falei, aquela risada maldosa, como se dissesse "como é burro!", me irrita ainda mais, libero um pouco do meu chakra, empurrando os guardas pra trás, desequilibrando e cortando a risada de Yoshiaki.

- Não vi a graça - falo entredentes.

- Por favor, Naruto, vamos ficar a sós. - ele faz alguns selos de mão e logo uma cúpula esta a nossa volta, tampando eu e o time 8 com Yoshiaki.

Encaro intensamente Yoshiaki, que parece se divertir muito com a situação.

- Naruto, Naruto, Naruto - começou ele esfregando as mãos - seu plano daria certo, ainda mais pra alguém como você ... Mas tem uma coisa. Só uma coisinha que eu sei que você percebeu mas que ainda não me perguntou.

Olho envolta, Kiba e Shino estavam amontoados um em cima do outro, desmaiados e ensanguentados, Hinata estava na frente deles, os protegendo, enquanto observava sem fazer som algum o desenrolar da conversa, ela estava bem, bem demais.

- Porque não fizeram nada com a Hinata? - perguntei na defensiva.

Yoshiaki se deixa sorrir com minha conclusão.

- Até que você não é tão burro como dizem - falou o homem de mãos grossas e cabelo escuro para mim -  sabe ... Eu tenho um jutsu bem legal ... Ele chama sobrescrição astral. - o sorriso dele parece se alargar. Recuo um pouco instintivamente - basicamente eu coloquei a minha alma por cima da dela.

Junto coragem e pergunto.

- E o que tem demais nisso ? - acho que sou burro.

- Sim você é um pouco ... Bem o jutsu faz com que qualquer coisa que eu sofra a Hinata sinta, ou qualquer coisa que a Hinata sinta eu sofra.

Então quer dizer que ...

- Sim, se ela morrer eu morro. Se ela for ferida eu sinto a dor dela. - falou ele completando meus pensamentos.

- E o que você ganha com isso? - perguntei ingênuo.

A risada que veio em seguida é tudo, mas principalmente diabólica.

- É simples .... Você vai levar a Hinata e os amigos de volta a sua vila . - arregalo um pouco os olhos em surpresa - você vai proteger Hinata, como eu sei que sempre faz, e vai dar um jeito dar para Amegakure pelo menos metade das terras agricultáveis no pais do fogo. - ele disse imperativo.

- Mas por que você esta se arriscando tanto ? - perguntou Hinata interessada mas hesitante  atrás de mim.

- Bem, esse jutsu só pode ser feito com o próprio usuário em outra pessoa, senão tudo ficaria muito simples - falou Yoshiaki.

- Naruto, não aceite, eu posso ... - começou Hinata. Esse discurso de não ligue pra mim simplesmente me da nos nervos.

- Hinata ... - corto ela - acho que você já sabe que eu nunca abandono meus amigos - como estava de costas para ela, mas o silêncio reinou. Sim eu a chamei de amiga, não é hora nem lugar pra me declarar, vamos simplesmente virar chacota de Yoshiaki se isso acontecesse.

Yoshiaki me olha maldoso, como se soubesse e atestasse o que pensava.

- Depois disso, a guerra acaba? - perguntei de modo hostil.

- Sim.

- Então temos um acordo.

--//--

- Mas Kakashi! Se dermos metade de nossa terras agricultaveis a guerra acaba! - gritei para meu antigo professor. Essa cena, de eu gritando com o Hokage, estava cada vez mais comum, já era a terceira vez que eu vinha nessa semana, Kakashi me olhava monótono do outro lado da mesa, simplesmente esperando eu ir embora.

Bufo raivoso e saio a passos duros da sala do Hokage, estava tentando acabar com essa guerra e acabar, principalmente com o jutsu que ele colocou em Hinata.

Só uma observação, Kakashi não sabe da parte de Hinata, senão ele ia realmente me ignorar, afinal, um ninja não tem sentimentos.

Andava em direção a meu apartamento, a situação havia piorado ainda mais. Agora podia ver alguns grupos de homens e mulheres com farrapos, aproveitando quaisquer brecha para um assalto aos civis ou a um furto em uma quitanda qualquer.

Chuto uma latinha de refrigerante com força, ela voa como uma bala e finca na parede mais próxima, tirando um pedação de madeira da casa e quase acertando a cabeça de uma senhora que carregava uma sacola ,que parecia pesada, e tinha longos cabelos brancos presos em um coque bem feito, por conta da experiência, se é que você me entende.

A idosa grita sem jeito e deixa a sacola cair no chão, assim que ela encosta no solo alguns papéis voam. Corro até ela preocupado.

- A senhora esta bem?! - pergunto exaltado.

A velha coloca uma mão na cabeça e suspira de leve.

- Parece que sim - ela fala com a voz tremula característica de pessoas mais velhas.  - Mas pra que aquilo, meu filho?

- Eu estou estressado .. - falo sem jeito, coçando sem perceber a minha nuca.

A senhora se abaixa e pega um dos papeis e , sorridente, me entrega.

- Deveria ir uma vez. Faz bem nesses tempos de guerra - curioso, olho o papel e me espanto.

O panfleto dizia:

Abaixo ao Hokage!
Travamos nossas batalhas, não a dele!
Passando fome enquanto ele vive no luxo!
Se junte a nos e lute contra ele!
Quarta, na Igreja de Konoha.

Aquela igreja de novo! Parece que eles conseguiram mais gente,  agora entregavam panfletos, de certa forma secretamente, aos aldeões. Eles estão se movendo, parece que Kakashi não levou a sério o que eu disse a ele naquele dia.

Se ele não levou a sério, eu levei, vou averiguar isto eu mesmo e tomar as providências necessárias.

--//--

Quarta feira a noite, a lua cheia brilhava forte no céu, me preparo para ir a igreja, faço um henge no jutsu, me disfarçando de uma garota morena com pernas finas e olhos escuros, quase pretos.

Saio do meu apartamento e vou andando até a igreja, podia ver alguns homens assobiando para mim pelo caminho, tentando investidas que certamente estavam longe de serem respeitodas, eu respondia todos eles com um breve dedo do meio.

Finalmente chego a igreja, como da outra vez ela esta bem iluminada e com os muitos bancos, cheguei mais cedo desta vez, então consigo um lugar bem na frente, compartilhando o banco em que estava com algumas velhas.

Conforme o tempo passa a igreja lota, dado um certo momento haviam até mesmo pessoas em pé para assistir ao culto.
Reparo nas pessoas que entravam, haviam muitos, realmente muitos ninjas feridos e muitos civis, de todas as idades, cores e sexo.

Ninjas não são um bom sinal neste lugar.

Finalmente entra o homem que não pude ver da outra vez, ele era alto e esguio, tinha o cabelo escuro penteado para trás com um quilo de gel para fixar no lugar, usava um terno preto e transmitia superioridade com os olhos escuros escondidos por detrás de óculos retangulares e com armação fina.

- Boa noite! Minhas ovelhas ! - esclamou com os braços abertos, todos responderam obedientes.

- Hoje posso ver gente nova! Vejo que estão realmente espalhando a palavra do senhor! - gritou ele sendo acompanhado com uma salva de palmas.

- Calma, calma - ele levantou as mãos acalmando a multidão - hoje é quarta feira ... Deus está aqui conosco! E domingo, vamos tomar essa vila! - ele gritou de novo, o povo foi ao delírio com essa frase e um frio tomou o meu estomago. - Kakashi está fraco! Com a guerra empatada longe daqui não há proteção! Perfeito pra gente cumprir a palavra de Deus! - se o povo já estava delirando agora eles foram a loucura, muitos estavam de pé e gritavam "Glória a Deus!" ou "Amém!". 

- Vai ser bem simples! Marcharemos com a palavra de Deus até a sala do Hokage! Lá daremos o posto de Kage para o senhor! - toda plateia, menos eu, levantou e gritou em concordância.

Meus músculos enrijeceram e o medo e a raiva preencheram o meu corpo.

Kakashi esta em perigo, ele deve saber disso agora.
Uso o jutsu de meu pai e apareço no meio da sala de Kakashi, ele parecia cochilar apoiado na mesa. Com a frieza de um perfeito ninja eu me a próximo e o cutuco.
Ele resmunga um pouco e levanta a cabeça o suficiente para ver o maldito que o cutucava no meio da noite, mas a visão estava embaçada.
Assim que a visão normaliza ele vê Naruto com o rosto grave e sério.

- Kakashi, querem te matar. - falou, direto, o ninja.

Meu sensei se endireita na cadeira, estralando as costas.

- Como? - ele fala coçando os olhos.

- Lembra da igreja que tinha te falado? - falei ainda com o tom sério, Kakashi meneou um sim com a cabeça - estão planejando uma revolução sobre seu posto - conclui breve.

- Naruto .... - ele esfregou a testa e soltou um leve suspiro - quantas vezes não te falei que eles não tem a capacidade e a força para me tirar daqui ? - questionou cansado.

- Muitas, mas ... - fui interrompido com a voz, agora mais alta, de Kakashi.

- Quer saber? Você vai sair em missão imediatamente! Vai proteger uma área de plantação na divisa com Amegakure, vai voltar só domingo, quando a equipe de proteção chegar. - exclamou ele irritado e me dando a ordem - é uma missão Rank A, com importancia estratégica para guerra, agora saia.

- Domingo?! - gritei sem querer - mas sensei eles vão- fui cortado de novo.

- Fora! - dois caçadores anbu apareceram do meu lado e praticamente me carregaram pra fora.

- Você tem uma missão pra cumprir, ninja, saia logo - falou um dos dois mascarados.

Na atual situação eu acabaria com a raça dos dois e botaria juízo naquela cabeça de merda do Kakashi. Mas agora, talvez estes dois sejam a diferença para proteção do Kakashi.

- Domingo, vão atacar o prédio, protejam Kakashi - falei quase como uma suplica para os anbu.

- É o nosso trabalho. - um dos dois respondeu e logo em seguida os dois sumiram.


Notas Finais


É contentamento descontente
É dor que desatina sem doer


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