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História Doll - Único


Escrita por: bia_douwata_13

Notas do Autor


Parabéns, Maduzinha linda do meu kokoro. Essa fic é pra você, amiga! Agradecimentos as minhas betas SEN-SA-CIO-NAIS Lulu e Gabi 💕💕💕💕

Capítulo 1 - Único


    Você poderia questionar tudo sobre Kim Taehyung se você quisesse e ele não iria se importar muito. Questione seu estilo de roupas? Tudo bem. Ele costumava prezar pelo confortável e tinha muita afinidade por customização de roupas. Sim, aquele rasgo no ombro de sua blusa de mangas longas era proposital. Questione sua escolha de trabalho? Ok. Ele fez faculdade de administração, foi o orgulho da família, até decidir se juntar com o primo e abrir uma floricultura ao invés de se tornar um CEO rico ou algo do tipo. Mas não questione seus credos, por favor.

    Tae sempre foi uma pessoa com um sistema de crenças bem diverso. Quando era criança, ele acreditava que fadas guardavam seus sonhos e as agradecia colocando açúcar em seu quarto. Ele acreditava que gnomos cuidavam de seu jardim, então ele os agradecia deixando os biscoitos que a mãe lhe dava sobre a grama. Ele acabou criando bastante espaço para formigas, mas ele continuava acreditando, mesmo tendo as orelhas beliscadas pela mãe.

Então, você não deveria se surpreender com o fato de que ele acreditava em bruxas. Acreditar era pouco, na verdade, ele era fascinado com elas. Tae provavelmente viu quase todo filme possível sobre bruxas, desde os infantis aos de terror. Ele ouvia vários tipos de playlists que haviam na internet relacionadas à bruxas, além de ler guias sobre magia, se perguntando se era algo que podia ser aprendido e desistindo.

Se havia magia nesse mundo, em algum lugar, ele poderia encontrá-la. Por isso, Taehyung fez o que qualquer pessoa com o seu senso de lógica (leia-se: ninguém) faria para encontrar um lugar com potencial mágico na Coréia do Sul: criar um tumblr e seguir quase todos os blogs possíveis na tag "witch". Não foi um método que deu certo de primeira, já que a maioria das pessoas que postava vivia do outro lado do globo. Mas isso deu-lhe bastante conhecimento do que as pessoas adeptas desse universo sabiam e gostavam de fazer.

Todo o conceito das pedras, energia, cartas, mãos, plantas. Era como se ele estivesse vendo o mundo pela primeira vez e, entre o dia-a-dia ocupado na expansão de sua floricultura, ele aprendia cada vez mais sobre o que as bruxas modernas pareciam fazer. Seu primo Jin só conseguia revirar os olhos toda vez que via Taehyung olhando o celular com olhos arregalados, lendo alguma coisa boba na internet, mas não se importava, desde que o outro fizesse seu trabalho direito.

"Tae?" Jin chamou um dia, quando o seu primo limpava a loja depois de trancá-la após o expediente.

“Que foi, hyung?” Taehyung respondeu, deixando a vassoura de lado por um pouco e se apoiando no balcão para falar com o primo.

“É sobre a nossa expansão para Busan, Tae. Eu gostaria de saber se você poderia cuidar disso, sabe, checar a localização, cuidar da contratação dos novos funcionários…” O mais velho disse, coçando a parte de trás da cabeça. Com seu casamento chegando, Seokjin não parecia querer muito sair de Daegu e Tae não podia culpá-lo. E não é como se Daegu fosse cheio de compromissos para ele além de ficar com a família.

“Posso sim. Você já marcou uma data?” O mais novo abriu a agenda do celular, preparando-se para colocar um alarme para não esquecer.

“Ainda não, mas seria bom que fosse o mais cedo possível. Não gostaria que assinássemos o contrato sem saber se o local é bom mesmo.” Jin disse, mas já havia perdido a atenção de Taehyung, que clicara na notificação de novo post de em um dos blogs que ele seguia.

Era um blog para pessoas iniciantes em magia, pelo titulo “Witchcraft 101”. Eles postavam coisas básicas sobre astrologia e leitura de tarô, mas eventualmente davam lições sobre o resto das coisas também. Mas o que lhe chamou atenção não era apenas mais uma postagem sobre a posição perfeita dos astros para fazer uma poção, mas sim uma coisa interessante demais e talvez a concretização do sonho da vida de Kim Taehyung. Era um anúncio bonito, feito no Photoshop, com fotos de uma pilha de cartas de tarô roxas e duas mãos pequenas cheias de anéis, anunciando o preço de leituras de tarô e de mãos. Um anúncio de um leitor/bruxo que vivia na Coréia do Sul, mais especificamente, em Busan.

“Hyung, acho que semana que vem eu vou ir pra Busan resolver isso da expansão. Como você disse, quanto mais cedo, melhor.” Tae disse, colocando o celular no bolso. Jin apenas levantou uma sobrancelha, questionador, mas deu de ombros. O que quer que o seu primo estivesse aprontando, ele iria fazer o trabalho antes.

“Me avise quando comprar as passagens. O trabalho será longo, melhor você alugar uma casinha por lá.” O mais velho sugeriu, pensando um pouco. “Afinal, você terá que decorar o espaço, coordenar a logística e cuidar da contratação. Mas não se preocupe, você pode me ligar que eu irei correndo resolver.”

“Relaxa, eu acho que tenho tudo sobre controle.” O mais novo respondeu com um sorriso talvez brilhante até demais. “Agora vamos pra casa ou a sua noiva vai te matar e eu não quero ser responsável por isso.”

***

Busan era uma cidade bonita e talvez um pouco confusa. Taehyung só lembrava de ter ido lá duas vezes desde que era criança, para ir em uma das grandes praias. Navegar pelo centro da cidade para encontrar o prédio onde ele estabeleceria a floricultura? Mamão com açúcar. Eles não foram enrolados: era uma ótima localização, fazendo o preço valer a pena. O local já havia sido pintado e, por ter sido outra loja antes, já tinha um balcão e um armazém nos fundos para guardarem as encomendas recebidas. Depois de falar com o dono do local, Taehyung seguiu para sua real missão: encontrar o café Alice Table.

As recomendações no Facebook não eram muito sobre o vidente que trabalhava lá ocasionalmente, mas sobre o menu maravilhoso e atmosfera adorável. Ele adoraria aquele ursinho de sorvete depois que conhecesse a pessoa que iria revelar seu futuro. Tae mal podia esperar, isto é, se ele conseguisse chegar no lugar. Endereços específicos em cidades desconhecidas eram uma dor de cabeça e ele nem queria saber como ia fazer para chegar na casa que iria alugar mais tarde.

Depois de sofrer um pouco, ele encontrou o lugar: Alice Table. Segundo o anúncio, o leitor ficava lá toda a semana, durante a tarde. Aparentemente, ele era dono do lugar e auxiliava no atendimento aos clientes se ficasse muito cheio. Então, ele podia não estar disponível quando a pessoa chegasse. Taehyung teria marcado hora, mas estava nervoso demais e o fato de ter que resolver coisas de trabalho acabou bagunçando seus planos adicionais.

O sino da porta fez um barulho suave quando ele entrou, suspirando de alívio pelo movimento não estar muito grande. Um rapaz e uma moça atendiam as mesas e outra moça cuidava do caixa com um sorriso. Taehyung decidiu ir direto até o caixa e perguntar. Esperava que não achassem que ele era maluco, mas considerando que eles trabalhavam para um possível bruxo/mago/feiticeiro, talvez eles não fossem rápidos em julgar.

"Boa tarde, bem-vindo ao café Alice Table!" A moça loira disse, ainda sorrindo. Ela tinha dentes grandes, parecidos com os de um coelho. De certa forma, fazia com que ela parece mais sincera e adorável.

"Boa tarde... Sou Kim Taehyung e eu... Eu vim ver Park Jimin?" Ele coçou a nuca, do jeito que fazia quando está nervoso. "Eu vi o anúncio dele na internet..."

"Boa tarde..." Uma terceira pessoa apareceu atrás da moça, que deu espaço para o pequeno homem a quem a voz pertencia passar. Ele era menor que Taehyung por alguns centímetros e tinha olhos brilhantes, pequenos e a boca rosada,  carnuda.

Normalmente, ele seria mais sutil encarando alguém, porém, o estranho era lindo. Não, essa palavra não era suficiente para descrevê-lo, para descrever a aura que havia ao redor dele. Belo? Gracioso? Delicado? O homem a sua frente não era bem um homem, era praticamente uma flor. Sua pele parecia tão macia, tão brilhante. O menor levantou uma sobrancelha, lembrando a Tae de que ele deveria dizer o que queria. A moça riu, cobrindo o rosto. Provavelmente ele estava agindo esquisito como sempre. Mas não era culpa dele se havia ficado chocado com a perfeição.

"Ah, me desculpe. Sou Taehyung e eu vi seu anúncio no Tumblr. É um prazer conhecê-lo." Tae se apressou para tentar consertar a situação, apertando a mão do outro vigorosamente. As mãos dele eram tão pequenas e macias que o maior teve que contar até dez ao contrário em sua mente para não voltar ao estado inicial.

"Bem, eu sou Park Jimin, como você deve ter notado." O outro riu, uma risada aguda e adorável, como tudo vindo do outro parecia ser. Talvez fosse parte da sua aura mágica ou talvez ele só tivesse nascido maravilhoso desse jeito mesmo, Tae não ligava. "Eu suponho que você queira uma leitura, então? Vamos para um lugar menos barulhento."

"Ok. Vá na frente."

Jimin levou Taehyung até os fundos do café, cujo quintal poderia pertencer a uma casa normal. Lá, havia uma mesa com um para-sol enorme sobre ela, além de duas pilhas de cartas, e duas cadeiras que pareciam confortáveis. Tae notou, assim que  se sentou, que haviam alguns cristais diferentes amarrados nas pontas do para-sol, mas não teve muito tempo para pensar sobre isso. O menor fixou seu olhar nele por alguns segundos, avaliando, e abriu um sorriso que fez com que seus olhos se tornassem duas luas crescentes.

"Bem, você tem alguma pergunta ou quer apenas conselhos gerais?" O menor perguntou, tocando a mão dele. "Se você quer saber, semana que vem, você deveria contratar o rapaz local. Ele é trabalhador e será um ótimo gerente. Diga pro seu primo se casar na primavera e não no verão, já que vai chover muito em Daegu."

"Se os conselhos são esses, por favor, continue." Taehyung arregalou os olhos enquanto o estranho olhava as linhas de sua palma.

"Consigo ver um encontro que vai mudar a sua vida. Vai te fazer criar novas raízes em um lugar diferente e achar uma motivação afim a que você tem hoje, porém mais forte." O leitor disse, passeando a unha pequena pelos planos da mão do maior. "Você valoriza muito família então vai adorar a adição de mais membros."

"Cara, isso é demais." Taehyung sorriu, Jimin parecendo surpreso por alguns segundos depois de relaxar. "Você pode me dizer os números da loteria?"

"Não é assim que funciona, Taehyung." O menor disse, revirando os olhos dramaticamente. "Bem, como é sua primeira consulta, não vou te cobrar muito... Sete mil won."

"Hm, eu esperava que fosse mais caro, mas nunca fui num vidente antes." O maior batucou o dedo sobre o queixo. Ele sabia que devia ir, mas não queria ficar longe de Jimin. Na verdade, ele queria continuar voltando todos os dias, mesmo que fosse só para tomar café, mas sabia que ficaria estranho.

"Que tal isso? Posso fazer um desconto progressivo para você. A cada consulta, podemos diminuir um pouco?" Jimin se levantou, esticando-se um pouco e mostrando uma faixa de pele em sua barriga. Ela era ligeiramente mais pálida do que o resto do corpo, como se ele não tomasse muito sol. "Eu não faço leituras faz muito tempo, seria bom ter um cliente fiel." O menor passou as mãos por entre o cabelo, levantando a franja e expondo sua testa levemente franzida. "Isso se você quiser..."

"Com certeza. Eu não sou de Busan, mas ficarei aqui no próximo mês para resolver algumas coisas de trabalho. Eu sou extremamente fascinado por essas artes... Mais ocultas. Espero que você não se importe comigo aparecendo aqui para conversar durante esse tempo." Tae pensou que talvez isso fosse fazer a viagem dele até Busan valer ainda mais a pena. Jimin não parecia parar de sorrir para ele e isso fez com que o coração de Taehyung se apertasse.

"Não me importo. Adoraria conversar mais." Jimin abriu a porta para dentro do restaurante novamente. "Eu recomendo nosso ursinho de sorvete, da próxima vez que vier aqui. Sou eu que faço." Ele guiou o maior até o caixa. "E, Tae? Vai chover, recomendo você chamar um táxi para casa."

"Ah, tudo bem..." O homem se perguntou como iria chover, já que o clima no quintal parecia perfeito. "Nos vemos por ai, Jiminie." Assim que ele saiu, as gotas de chuva começaram a cair, engrossando em apenas um minuto. O jovem riu de si mesmo, ligando para uma companhia de táxi e pensando que aquilo fosse só o começo de alguma coisa mágica.

***

Ele poderia ser um pouco excêntrico, mas Kim Taehyung sabia ser profissional. Ele era graduado em administração e tinha um negócio que funcionava e que gerou lucro suficiente para uma expansão. Portanto, ele podia parecer ligeiramente ameaçador quando vestia um terno e talvez um pouco ameaçador demais para os entrevistados para o cargo de gerente. Ele passou uma semana lendo currículos e escolhendo os candidatos certos e, até agora, nenhum deles foi bom o suficiente. Tae não era do tipo que desistia fácil, mas droga….

Ele ainda tinha mais uma entrevista que não deveria demorar muito para chegar. Tae pensou no que Jimin havia lhe dito, na semana anterior, em dar uma chance ao local. Os que vieram para entrevista eram locais, mas por alguma razão, não pareceram certos. Será que ele negligenciou o conselho do outro? Será que Taehyung estaria amaldiçoado pelas fadas dos negócios e iria falir? Ele olhou o currículo de Jeon Jungkook mais uma vez, pensando em como alguém tão jovem parecia ter currículo tão bom.
    Quer dizer, ele falava dois idiomas e havia feito intercâmbio nos Estados Unidos, além de ter experiência em lojas. O rapaz parecia ser do tipo trabalhador, ambicioso também. Era um bom perfil para um gerente, mas Tae ainda precisava entrevistá-lo para saber se ele era certo para o emprego. Se fosse, começaria no mês seguinte, depois que o dono mobiliasse o lugar e conseguisse montar o estoque para o primeiro mês. Para tirá-lo dos devaneios, um rapaz alto e de cabelos negros entrou pela porta, um pouco rápido demais. O rapaz respirava com dificuldade e Taehyung moveu-se para pegar um copo de água e uma cadeira para ele.
"Você está melhor?" Ele perguntou assim que o outro recuperou o fôlego e bebeu alguns goles de água.
"Estou sim. Achei que iria me atrasar, sr. Kim." O outro respondeu, meio encabulado, olhando para o chão. Ele pareceu então recuperar a coragem e levantou o olhar para Tae. "Meu nome é Jeon Jungkook e eu estou me candidatando à vaga de gerente."
"Ah sim, Jungkook." Taehyung ajeitou sua prancheta sobre o colo, aonde estava o currículo do outro. "Estou realmente impressionado com as suas qualificações. Eu gostaria de perguntar, qual o seu interesse em trabalhar aqui?"
"Bem, eu pesquisei um pouco sobre a sua floricultura em Daegu e parece um negócio muito bem gerenciado." O jovem disse, sorrindo um pouco para si mesmo. O nervosismo de antes parecia ter evaporado e ele parecia até mais maduro do que o esperado. "Mas, além disso, eu não quero deixar minhas raízes para trás."
"Raízes?" O mais velho dos dois perguntou, levantando uma sobrancelha.
"Fui nascido e criado em Busan. Conheço esse lugar melhor do que a palma da minha mão. Tirando o ano que eu fora aos EUA, sempre estive aqui." O jovem contou, as duas mãos sobre o colo, com as palmas para cima.
"Então, você é um morador local? Interessante." Tae marcou uma seta ao lado do nome do outro, para não se esquecer. "E o seu conhecimento sobre flores, você tem algum?"
"Exatamente, senhor." Jungkook não hesitou a responder. "Eu pesquisei bastante sobre o cuidado básico das flores. A descrição do cargo diz que eu terei um assistente com maior conhecimento botânico, mas já pensei em poder auxiliar para alavancar a produtividade." Taehyung anotou duas coisas ao lado do nome de Jungkook "conhecimento básico" e "uso da expressão 'alavancar a produtividade'", o que contava grandes pontos.
"Bem, Jungkook, eu acho que você é perfeito para esse cargo." Tae foi honesto, oferecendo uma mão para apertar a do rapaz. "Que tal começar mês que vem?"
"Seria uma honra, senhor Kim!" O outro apertou sua mão entusiasticamente e Taehyung sorriu, sentindo que fez uma boa decisão. Ele esperava que essa sorte continuasse grudada nele.

Depois de conversar com Jungkook e ajeitar os detalhes da contratação do jovem, Tae decidiu que era bom ir ver Jimin. Quer dizer, ir no Alice Table comer o tal ursinho de sorvete e talvez tomar um chá de bolhas e, sutilmente, espiar o dono do lugar sendo adorável, se ele tivesse sorte. Taehyung então levou seu notebook para enviar e-mails de agradecimento para os entrevistados e avisar a Seokjin dos progressos do dia. Ele precisava trabalhar um pouquinho, não é?
    O movimento de noite parecia maior e Tae demorou até achar um espaço. Era uma mesinha pequena, bem no centro do cômodo. Havia bastante barulho de conversas paralelas, mas ele gostava. Se havia algo que o moreno odiava era o silêncio - o vazio deste era tão opressor. Ele precisava de música, de barulho ambiente, dessa energia que vinha do som. Ele ligou o notebook, abrindo sua caixa de e-mail e enviou agradecimentos e uma mensagem sobre o seu progresso para Jin, fazendo uma careta quando viu um e-mail intitulado "Projeção de gastos" vindo de seu primo. Finanças eram uma droga e Tae suspirou audivelmente. Que bom que o contador oficial era Seokjin e não ele, que só precisava revisar aquilo tudo.
"Com licença..." Jimin apareceu do nada, usando um avental e portando um bloquinho. A caneta atrás de sua orelha completava a vibe garçom e por alguns segundos, Tae perdeu o ar. "Boa noite, Taehyung! Qual vai ser o seu pedido?"
"Uh." Foi a primeira coisa que saiu da boca do maior, fazendo Jimin dar uma risadinha. "Chá preto de bolhas com leite. Bolhas extras, por favor." O menor rabiscou rapidamente e deu um sorriso cordial.
"Já volto com o seu pedido." Jimin colocou o bloco no bolso do avental. "E é bom vê-lo novamente."
"Bem, eu disse que viria, não?" Tae tentou dar um sorriso, Jimin retribuindo.
"Você disse." E assim, ele se foi para a cozinha.
    Tae colocou toda atenção dele na projeção de gastos e nas opiniões que mandaria ao seu primo, tudo para parar de pensar em Park Jimin, seu sorriso e todo o resto a ele relacionado. E sua magia, que obviamente estava ali. Estava naquela chuva, estava naqueles conselhos e estava no jeito que Tae não conseguia tirá-lo da cabeça. Ok, talvez o último fosse mérito apenas de Jimin. Mas isso não mudava a realidade de que o outro era a magia que ele estava procurando desde criança.
    Jimin trouxe sua bebida e Tae continuou a trabalhar, mandando várias mensagens instantâneas para o primo que estava online, contando mais sobre o novo gerente. Ele mal notou o lugar esvaziar, assim como seu copo. Taehyung continuou a tentar catar bolhas no copo vazio e notou que o lugar estava bem mais silencioso. A paz do fim de expediente estava chegando e Tae não se atreveria a atrapalhar, vendo que já estava bem tarde mesmo.

Ele fechou o notebook e prometeu ligar logo para o seu primo. Daqui a dois dias, Taehyung iria supervisionar as reformas básicas no local e conhecer a florista responsável por Busan. Não demorou muito para Jimin aparecer para enxotá-lo gentilmente.
"Trabalho?" O menor perguntou ao vê-lo guardar o notebook e ele assentiu. "O que é?"
"Eu sou dono de uma floricultura. Estou abrindo uma filial aqui em Busan."  Taehyung deu um sorriso de lado, se levantando e seguindo até a porta. "Bem, você pode ir visitar quando tudo estiver pronto."
"Eu vou sim. Você poderia preparar um buquê bonito pra mim." Jimin sorriu, seguindo o maior até o lado de fora. "Nos vemos em breve, espero?"
"Você está livre amanhã de tarde? Quer dizer, para uma leitura..." Tae coçou a nuca e olhou para o chão. Jimin chegou mais perto e olhou em seus olhos.
"Estou livre para uma leitura sim... Mas se quiser fazer algo depois, aqui está o meu número." O menor entregou-lhe uma folha de papel. "Até amanhã."
"Até." O maior ficou um tempo observando Jimin ir, refletindo sobre o que aconteceu e então chamou um táxi, decidindo aproveitar as chances que o destino lhe dava.

***

Taehyung era um homem que sabia aproveitar todos os prazeres da vida. Dormir até tarde num dia de semana, panquecas com frutas vermelhas no café da manhã em casa, passar o dia todo de pijama, sair com o crush. A semana havia sido incrível e desse jeito. Eram como férias, mais ou menos, já que ele trabalhava madrugada à dentro. Com a boca cheia de panquecas, ele ligou para o primo que sugeriu, soando bem enojado, que ele engolisse antes de falar.

"Bom dia." Ele praticou na frente do espelho. Tae estava cansado de sempre perder as palavras quando Jimin olhava para ele, então, se ele praticasse o bastante, viraria um hábito e mesmo se o outro pulasse de surpresa, ele responderia com um "bom dia". Esse era o plano. Foi tão mais fácil trocar mensagens com o outro, com perguntas como “qual sua cor favorita?”, até enviar fotos do mapa astral completo um do outro. O menor lhe disse que ele não devia exibir seu mapa astral, já que aquilo era poderoso, mas Tae confiava em Jimin.

Depois de algum tempo, ele escovou os dentes e penteou o cabelo, colocando-o para trás. Ele inspecionou o estado da testa, bufou e colocou o cabelo novamente para frente. Colocou as suas roupas casuais mais comuns (leia-se: sem buracos) e decidiu almoçar em algum lugar antes de ir. Ele não tinha feito compras direito - no começo da segunda semana dele em Busan, ele foi no mercadinho do bairro e comprou coisas para panquecas, mas tirando isso, sua geladeira parecia triste e vazia. Por isso, ele decidiu que merecia um pouco de churrasco no almoço.

O engraçado era que o pouco de Taehyung era subjetivo. Era o mesmo pouco de Kim Seokjin, seu primo, vencedor do concurso de quem comia mais cachorro-quentes em menos tempo em Daegu, esse nível de pouco. Ele estava praticamente carregando um bebê, só que feito de comida. Suas costas até doíam para provar. Depois de descansar um pouco a refeição e checar no relógio as horas, ele decidiu ir até o Alice Table, comer o ursinho de sorvete como sobremesa e ter seu futuro lido para ele. E, se Jimin estivesse afim, assistir um filme sobre animais de estimação falantes. Era um plano infalível.

"Bom dia! Eu gostaria de um ursinho de sorvete." Ele disse para a garçonete, uma morena alta. Ela tinha uma plaquinha de nome no peito escrita "Yongsun", o cabelo preso em coque alto.

Não demorou muito tempo para chegar e o maior aproveitou, apreciando uma sobremesa gelada em um dia estranhamente ensolarado. O sorvete, como esperado, era uma maravilha e o café sempre tinha uma ótima atmosfera. Não demorou muito para terminar e pedir licença para Byulyi, a caixa, para poder ir para o jardim escondido lá atrás e ter seu futuro lido. Jimin já estava lá, tomando suco em um copinho com guarda-chuva e usando óculos de sol. Não havia pessoa mais adorável e charmosa na face da terra naquele momento.

"Oi, Tae!" Jimin disse, levantando os óculos e os colocando no topo da cabeça. "Você quer que eu leia as cartas pra você hoje, certo?"

"Não vou nem te perguntar como você sabia disso." Tae suspirou, sentando-se na frente do outro. Hoje, ele parou para admirar as pedras nos quatro cantos do guarda-sol. Uma esmeralda, uma ametista, um rubi e uma peróla. Como ele havia conseguido colocá-las lá era um mistério, mas elas pareciam representar algo.

"Que pena. Eu poderia ter lhe respondido algo." Jimin sorriu misteriosamente, embaralhando os dois montes de cartas entre si e espalhando-os na mesa. "Vou fazer uma leitura básica de três cartas, ok? Escolha as que você sente que tem mais afinidade e as puxe para você. Depois, as vire de cabeça para cima."

"Ok..." Tae escaneou a mesa com os olhos, puxando três cartas ao acaso e as trazendo para perto de si, depois as virou uma de cada vez.

"A roda da fortuna. Os amantes. Dez de copas." Jimin disse, observando as cartas com cuidado. "Suas cartas estão combinando com as linhas da sua mão. Só que o significado dessa é ainda mais romântico do que o esperado."

"R-romântico?" Taehyung gaguejou, olhando para as cartas e depois para Jimin, que parecia estar se concentrando.

"Só lhe digo uma coisa: haverá uma grande mudança. Mas não se preocupe, a sorte vai estar do seu lado." Jimin recolheu o baralho, segurando-o gentilmente e fechando os olhos. Tae observou-o respirar fundo e murmurar, antes de dividi-lo em dois montes novos e virar-se de volta para ele.

"Você quer assistir o filme dos animais que falam no cinema?" Tae sentiu que falou rápido demais, mas Jimin pareceu não se importar, pulando de sua cadeira animadamente.

"Eu estava louco para ir ver esse filme! Vamos?" Ele acenou para o maior, enfatizando o ponto. "Vamos de ônibus, vou te levar no meu cinema favorito."

Taehyung deixou-se ser guiado pelo menor. Ele estava acostumado a andar de ônibus em Daegu, então não foi uma experiência tão diferente assim. Bem, talvez um pouco, considerando que ele apenas andava a pé ou de táxi nos dias em que ele estivera em Busan. Ele teve preguiça de aprender uma montanha de novos itinerários de ônibus e, honestamente, era uma viagem de negócios. Não era como se ele fosse ficar lá muito tempo, certo? Ele não podia deixar de fraquejar ao ver Jimin do seu lado, apontando as coisas no caminho.

"Vamos soltar aqui." Jimin apertou o botão para parar o ônibus, sendo seguido de perto pelo maior dos dois. O cinema não era muito grande, mas o filme que eles queriam estava em cartaz. Depois de muita discussão, Tae iria pagar os ingressos e Jimin pagaria a pipoca e os refrigerantes. O maior, para tentar ser esperto, comprou doces, mas o outro também comprou doces e eles acabaram rindo até entrarem na sala.

Taehyung decidiu que, embora o filme fosse adorável, mais adoráveis eram as reações do menor ao assistí-lo. Ele ria com o corpo todo, se emocionava facilmente, escondia o rosto no ombro do maior nas partes mais tensas. Jimin parecia viver intensamente as coisas e Tae invejou-o por um instante. No outro instante, porém, ele tinha passado seu braço ao redor dos ombros do outro fingindo bocejar e já estava se sentindo bem melhor. No final do filme, o menor parecia feliz, mastigando um pedaço de chocolate a contento.

"Foi uma noite ótima. Eu vou pegar o ônibus para casa, já que moro em cima do café..." Jimin parecia pronto para se despedir. O maior dos dois ainda não estava pronto para isso, entretanto não havia nada que pudesse fazer. Então, ele se abaixou e depositou um beijo na testa do menor, que ficou vermelho. "E-Ei..."

"V-Você não queria?" Tae ficou nervoso, mas sem razão. Jimin segurou o seu rosto e o beijou com vontade, arrancando um suspiro dele.

"Você tá maluco? É claro que eu queria." Ele ainda estava vermelho, mas conseguiu respirar fundo e atravessar a rua para o ponto de ônibus. "Boa noite, Tae."

"Boa noite, Jiminie..." E no táxi para casa, a única coisa que ele conseguia pensar era no outro.

***

Só lhe restavam mais duas semanas (contando com o restante desta) oficialmente em Busan. Ele só tinha alugado a casa por um mês. Depois de passar a tarde toda observando a construção das prateleiras e a confecção da fachada da loja, Taehyung sentia que seu tempo estava acabando, por alguma razão. Ele ainda poderia ver Jimin mesmo morando em Daegu, fim de semanas e tal, mas ele estava gostando da rotina estabelecida. Seokjin cuidava bem das coisas lá e ele cuidava bem das coisas ali.

Ele mandou um fotos dos resultados para Jin, que gostou tanto quanto ele. Lalisa, a nova florista, era um doce de menina e Taehyung mal podia esperar para ver como a floricultura iria funcionar. Durante essa semana, ele receberia o primeiro carregamento: flores, sementes e ferramentas. Lalisa e ele cuidariam das plantas e pensariam em arranjos para decorar a frente da loja e o balcão. Depois, na última semana, a florista ensinaria o básico do cuidado e do preparo de buquês e arranjos para Jungkook e Tae voltaria para Daegu depois da inauguração do local. Ele mandou o calendário para seu primo, ideias e temas de arranjos para Lalisa e o lembrete sobre o treinamento para Jungkook.

Ele foi para casa depois que tudo estava pronto, mas não sem observar a frente da Lírio e Jardim, filial de Busan. Dava até um orgulho ver o quão bonito tinha ficado. Ele não se demorou muito, jantando, vendo alguns vídeos na internet e indo dormir cedo. Tae precisava estar cedo lá para receber as primeiras entregas e organizar o espaço para que Lalisa pudesse trabalhar direito.

Embora ele fosse eficiente, sua mente ficou presa em Jimin, no beijo dos dois e ele pensou em todas as mensagens trocadas e as pausas para o café da manhã que ele fazia lá. Taehyung provavelmente já tinha experimentado o menu todo e ele sempre via Jimin e sorria para ele antes de voltar ao trabalho. Vê-lo era sempre como recarregar as baterias. O menor convidou-o para ir em sua casa em uma das suas tardes de folga, para os dois verem alguma coisa na TV e jantarem juntos e Tae não podia deixar de pensar que eles estavam praticamente namorando agora.

Ele continuou a ser eficiente, terminando a semana e só tendo a tarde de sexta realmente livre. Ele sentia-se praticamente morto para o mundo durante a manhã inteira, entrando e saindo da consciência, acordando uma hora da tarde, com olheiras enormes. Tae esperava que Jimin não julgasse-o muito, mas ele teve uma semana estressante. Fazer inventário era uma droga, especialmente no começo. Mas só de pensar em ver Jimin, era como se todo aquele estresse nunca tivesse acontecido. Isto é, tirando a impressão de que ele tinha sido atropelado por um caminhão.

Ele chegou no Alice Table com uma aparência um pouco melhor, usando óculos escuros para disfarçar as olheiras e levando um buquê enorme de rosas brancas. Jimin chegou pouco tempo depois, pegando Tae pela mão e o levando para a saída ao lado do restaurante. Ele segurou as flores com a outra mão, sorrindo. O maior se perguntava porque nunca notara a escada do lado do lugar, e apenas deixou passar, seguindo o menor escada a cima e se chocando com o lugar. Parecia tão caseiro, aconchegante, e o mais chocante era o quanto tudo era cheio... De quatros. A decoração sempre envolvia quatro coisas, quatro puffs de cores diferentes, quatro tipos de relógios na parede, quatro quadros, quatro pratos virados para baixo na mesa.

"Não sei o que pensar pela sua reação... É muito estranho?" Jimin perguntou, colocando as flores em um vaso.

"É lindo, só que... Porque tantos quartetos?"

"É parte do porque eu queria que você viesse aqui..." Jimin disse, sentando-se no sofá mais perto. Obviamente, era um sofá de quatro lugares e Tae realmente queria saber a lógica daquilo. Mas era legal, porque tudo parecia balanceado. Ou algo assim. Ele deu palmadinhas no local ao seu lado para chamar o maior para sentar ao seu lado. "Então, Taehyung, eu sei que você parece ser muito interessado..."

"Em você? Definitivamente." Tae falou, fazendo com que Jimin desabasse de rir em seus ombros. Pelo que o maior conseguia ver, até as orelhas do outro estavam vermelhas. Adorável.

"Não, mas obrigado por esclarecer." Ele levantou os olhos e continuou falando. "Você também é fã de magia. Quer dizer, seu blog é todo sobre isso. E foi assim que você me encontrou."

"Sim..." O maior não tinha ideia de onde o outro estava indo. Será que eles iriam trocar ideias sobre o interesse deles por magia e ocultismo e outras coisas?

"Taetae, posso confiar em você?" Ele parecia sério, segurando as mãos de Tae nas dele e o maior não pode evitar de acenar com a cabeça. "Ok, então... Olha pra baixo."

Taehyung pensou em várias coisas... Será que ele foi drogado mais cedo? Será que ele foi atropelado no caminho para o Alice Table na primeira vez e estava em coma desde então? Será que era um efeito de luz? Ele olhou do chão para Jimin e para o chão novamente, se perguntando como... Como é que os dois estavam levitando acima do sofá, acima do chão e opa... a cabeça dele atingiu o teto.

"Desculpe, desculpe!" Jimin disse, fazendo-os descer devagar até fazerem um poof suave sobre o sofá. Ele ainda estava segurando as mãos de Taehyung, cujos olhos brilhavam intensamente.

"Você... Você é um bruxo, Jimin." O maior disse, apenas para começar a rir. "Eu realmente encarnei meu Hagrid interior nisso, ai ai..."

"Está tudo bem eu ser um bruxo?" E, obviamente, ele foi respondido por um beijo, porque Taehyung estava extremamente feliz e não tinha a menor ideia de como explicar sem ser com contato. Jimin correspondeu, movendo-se para o colo do outro, gentilmente controlando o beijo até eles se cansarem, encostando as testas. "Eu acho que sim, então..."

"Você não sabe quanto tempo eu esperei por isso... E, de certa forma, descobrir que você é um bruxo não passa a sensação que eu tive assim que te vi na minha frente." Eles estavam dividindo o mesmo ar agora, Tae mordendo o lábio inferior de Jimin e beijando-o novamente. "Mas como é que é? Como você se sente?"

"Eu nasci assim, então... Eu sempre senti a magia como, sei lá, uma sensação de calor no meu âmago. Quando eu uso, eu consigo sentir..." Ele pegou a mão de Tae, passeando os dedos sobre o pulso, pelo cotovelo, seguindo até o ombro. "Ela viaja pelo meu corpo todo, arrepiando-me..." Jimin coloca a mão sobre o peito dele. "Faz meu coração bater devagar por alguns instantes e depois o acelera."

"Jiminie..." Taehyung colocou a mão nas costas dele, a outra colocando o cabelo castanho atrás das orelhas do menor. "Eu me sinto exatamente assim quando eu te vejo."

“Oh.” Foi a única resposta que Jimin teve para dar, agarrando Taehyung de novo, as coxas apertando o corpo do outro, que estava tentado a deixar as mãos descerem. “Você pode me tocar. Na verdade, aqui.” Ele pegou as mãos de Tae e as colocou sobre seus quadris. “Pode começar daí.” E ele o beijou novamente. Com essa permissão explícita, o maior não perdeu tempo, apertando as coxas e o traseiro do outro, se deliciando em quão macios eram.

Tae continuou beijando o outro, cada beijo mais profundo que o anterior, o seu objetivo sendo roubar o ar dos pulmões do outro, fazê-lo sentir Taehyung do mesmo jeito que ele sentia a magia. Jimin aceitava, correspondendo famintamente, rebolando sobre o colo do outro, sua ereção roçando-se sobre a coxa do maior. Logo, o sofá foi se tornando um espaço insuficiente para os dois que estavam precisando levar aquela atracação para outro nível. Não muito tempo depois, Jimin se levantou, arrastando o outro para o quarto, tentando não quebrar o beijo.

O cômodo era iluminado por velas, uma de cada cor diferente, e como sempre, quatro. Ele perguntaria o porquê depois, já que tinha preocupações maiores, como despir o amor de sua vida e transar com ele até a cama quebrar. A cada dois passos, uma roupa era retirada e até chegarem na cama só as roupas de baixo lhes restavam no corpo. Jimin foi o primeiro a atingir a cama, puxando o outro sobre ele, os quadris ainda inquietos enquanto ele tentava continuar a roçar seus membros por baixo da roupa. Tae, impaciente, porém prático, deu espaço entre os corpos, retirando o último pedaço de roupa dos dois, indo direto para o membro do outro, o polegar brincando com a cabeça.

“Taehyung…” Jimin gemeu, sua voz tornando-se ainda mais aguda. Ele mordia os lábios, afastando ainda mais as pernas e Tae não pode resistir ao chamado, o menor empurrando uma garrafinha de lubrificante nas mãos dele.

Ele nem se deu tempo para ponderar sobre nada, espalhando o líquido por seus dedos e forçando um contra a entrada apertada do menor, que respirava fundo e tentava relaxar.

Jimin parecia uma flor, abrindo-se gentilmente ao toque, aceitando os dedos longos de Taehyung com gemidos sôfregos, olhos ligeiramente marejados, uma expressão de prazer óbvia. Não demorou muito para que ele estivesse pronto, tentando abrir ainda mais as pernas, chamando Tae com um olhar lascivo. O maior não resistiu, uma mão indo até o seu membro e espalhando mais lubrificante sobre esse, para que não houvesse nenhum desconforto para o seu amado. Com a mão seca, ele tirou o cabelo dos olhos do melhor, beijando-o por alguns segundos enquanto se posicionava, os lábios descendo para o pescoço de Jimin, dando leves mordiscadas onde o pescoço encontrava o ombro, distraindo o outro quando ele o penetrava de uma vez só.

“Tae!” O menor gritou, enfiando suas unhas nas costas do maior, que respirou profundamente. Ele contou até dez, tentando não gozar imediatamente, considerando o quão quente e apertado o outro era e o quanto aquele gemido havia mexido com ele.

“Você fica tão lindo assim…” Tae murmurou contra os lábios dele, sem conseguir ficar sem beijá-lo por muito tempo. Os lábios de Jimin pareciam feitos de mel, tão macios e carnudos e ele não podia evitar. Os quadris agora se moviam fluidamente, guiados pelos sons de aprovação do anjo debaixo dele. Ele desceu as mãos para apertar o traseiro do outro, um sorriso em seus lábios.

“Pervertido.” Jimin disse com dificuldade, abrindo seus olhos por alguns segundos e rindo um pouco, antes de perder o ar.

“Você gosta. E, hm, eu venho querendo apertar esse traseiro faz um bom tempo…” Taehyung continuou apertando a carne macia, acariciando-a antes de voltar a apertá-la.

“Q-quanto tempo?” O outro apertava seu ombro, puxando-o para perto, encostando as testas, respirando o mesmo ar.

“Qual foi a primeira vez que você ficou de costas para mim mesmo?” Tae também respirava com dificuldade, mas conseguiu dizer, beijando o menor, que lhe deu um tapa forte no peito, ainda que sem intenção de realmente empurrá-lo para longe.

Eles continuavam forçando os corpos um contra o outro, querendo se tornar cada vez mais próximos. Taehyung já sentia-se próximo de seu fim, então quis que Jimin também se sentisse bem, preferencialmente junto com ele, então pôs-se a segurar com uma das mãos o membro do menor, movendo-se com rapidez, apertando ligeiramente. O menor jogou a cabeça para trás, expondo seu pescoço delicioso, já coberto de marcas, gritando o nome do outro. Não demorou muito a gozar, sendo seguido, não muito depois, pelo maior, que desabou sobre ele, ofegando bastante. Por mais que Tae fosse pesado e eles estivessem bem suados e sujos de gozo, era confortável. Jimin envolveu os braços ao redor do maior, movendo um dedo para apagar todas as velas do quarto e ligando o ventilador de teto para dispersar um pouco do calor.

“Como você se sente?” Taehyung perguntou, se ajeitando sobre o peito do menor, a bochecha descansando sobre a pele quente. A mão traçou a perna do outro, lhe fazendo carinho.

“Ótimo. Um pouco cansado. Fica até amanhã?” Jimin agora passeava as mãos pelo cabelo úmido do outro. “Podemos tomar um banho e ficar abraçadinhos.”

“Eu vou ficar enquanto você me quiser por perto.” Tae respondeu sinceramente e Jimin se moveu sob ele, para poder beijar a testa do maior.

“Então, fique aqui para sempre.”

***

"Lalisa, pode me passar a fita azul, por favor?" Taehyung pediu, embrulhando o buquê especial que ele havia feito. Lalisa não conseguiu alcançar o rolo de fita, então Jungkook pegou para ela, ficando vermelho ao entregá-lo a garota. Tae quase riu da situação, mas estava ocupado demais pensando se o outro conseguiria entender a mensagem que ele queria passar. Faziam alguns dias desde que ele dormira com Jimin e seu contrato estava praticamente expirado. O florista não sabia como ia aguentar ver a loja sem ele para equilibrar seus dois empregados bobos.
"Aqui está, chefe." A moça de cabelos loiros disse, indo até o balcão para atender novos clientes. Ele cortou um pedaço e fez um lindo laço, observando seu trabalho. Com uma garrafinha de spray, ele colocou um pouco de água com glitter sobre as plantas, um toque que ele sabia que ia ser apreciado.
Não demorou muito para que a jovem terminasse de atender os clientes, deixando Jungkook no caixa. Ela tentava olhar por cima dos ombros dele, curiosa sobre as flores. Como alguém versada na linguagem destas, talvez Lalisa fosse ideal para julgar a mensagem por trás do buquê. Ele então deixou a jovem observar e não pode deixar de rir com o sorriso da moça.
"Não sabia que você estava sério assim..." Lisa disse, cobrindo as risadinhas com a mão. Confuso, Jungkook olhou para os dois e para o buquê. "Acho que você devia estudar o significado das flores, Kook."
"É?" Ele levantou uma sobrancelha, voltando ao trabalho e deixando Taehyung com seus pensamentos. Ele pegou um táxi para o Alice Table, buquê em mãos, coração na boca. Ele não tinha muita ideia do que dizer quando chegasse lá.
Yongsun trouxe o seu pedido de sempre e Tae ficou no balcão, esperando o chefe aparecer. Não demorou muito para que Jimin, com seu cabelo loiro recém-tingido aparecesse, indo em direção ao maior com um sorriso. Ao mesmo tempo, os dois tiraram coisas que estavam escondendo e entregaram para o outro. O maior começou a rir enquanto pegou o molho de chaves com uma pedra ônix de chaveiro. Jimin também riu, pegando o buquê em seus braços como se fosse uma criança.
"Então... Essas são..." Tae ia começar a explicar as flores e significados, mas Jimin o interrompeu, puxando-o para o quintal atrás da loja.
"Rosas lavanda, margaridas vermelhas, lilases roxas." Jimin disse, acariciando as pétalas. "Eu consigo sentir a energia vinda delas, você sabe."
"E você sabe o que elas significam?" Jimin assentiu, um sorriso sapeca em seus lábios rosados. Tae não pode evitar e se inclinou para roubar um, dois, cinco beijos do menor. "Então, essas são as chaves do seu apartamento, do Alice Table e do seu quintal?"
"Exato... Não quero que você vá. Fique aqui comigo, o quanto você quiser." Jimin tinha um brilho determinado nos olhos e Tae sorriu.
"Então ficarei aqui para sempre..."

Fin


Notas Finais


N/A: Rosa lavanda significa “estou enfeitiçado por você” , margarida vermelha significa “você não sabe o quão lindo/a você é para mim” e lilases roxas significam “acho que estou me apaixonando por você”.


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