História Doll Factory - (SYNACKYFRERARD) - Introdução

PRAIA DE SEMINYAK – BALI, INDONÉSIA.

Um Zachary Baker extremamente bêbado observava os carros entrando o luxuoso hotel em que ele e seu melhor amigo, Matthew Sanders, estavam hospedados com a testa apoiada sobre o corpo de um dos coqueiros tortos que avistava todos os dias de manhã enquanto tomavam café e meditavam os grandes nadas que fariam o dia todo.

Desde que chegaram em Bali há uma semana atrás, Zack e Matt acordavam próximo das 11 da manhã, tomavam café e seguiam em busca de alguma praia com um visual tão apelativo quanto as descrições paradisíacas da Indonésia que lhes foram dadas, jamais falhando na missão.

Agora, neste momento, quatro e meia da manhã, tudo que Zack mais queria era angariar forças para se locomover desde a palmeira até a porta de seu hotel, e consequentemente até a porta de seu luxuoso quarto, presente de seus pais por mais uma conquista na empresa da família.

Enquanto observava sua urina molhar a superfície de madeira da palmeira, sua visão ficou cada vez mais turva, forçando as pálpebras para que a imagem diante de si voltasse a ser uma só, ao invés de dois enormes hotéis, dois enormes carros, basicamente dois de tudo.

Zack riu sozinho quando lembrou da conversa que havia trocado com um dos turistas mais charmosos que encontrou no bar da festa que estava, isto antes de Matt lhe abandonar com duas irmãs gêmeas loiras debaixo dos braços em rumo ao hotel.

O turista, que Zack veio a conhecer depois por Syn – como ele mesmo se apresentou-, conversou com Zack minutos a fio, surpreendendo-o com a ideia de encontrar outro homem interessado em homens em uma praia que aparentemente só existiam casais de Barbies e Kens.

Zack continuou rindo das poucas recordações que teve da noite, principalmente os comentários engraçados do outro homem, se sentindo levemente desapontado quando este - após horas de uma conversa absolutamente agradável e sensual - simplesmente ter se ausentado em direção ao lavabo e jamais retornado.

Um mal súbito o atingiu abruptamente assim que terminou de fechar o botão de sua bermuda, as pernas cedendo abaixo de si enquanto seu corpo se projetou involuntariamente para trás.

Em questão de segundos Zack estava deitado no chão, a visão escura e o batimento cardíaco no máximo, o coração quase pulando do peito.

Se desesperou involuntariamente quando percebeu - depois de um breve intervalo - que jamais havia presenciado tal mal súbito, independente do quanto já havia bebido na vida. Isso era algo diferente.

Isso era algo perigoso.

Questionou-se se poderia ter sido alguma comida, alguma alergia ou alguma mistura de remédios que poderia ter feito, mas todas suas conclusões vieram vazias.

Após um longo tempo se questionando sobre o que poderia ter lhe tornado tão impotente, Zack se levantou lentamente, se apoiando sobre a palma das mãos e depois sobre a planta dos chinelos, até que estava novamente de pé.

Enquanto ponderava se deveria alcançar seu celular e ligar para Matt, ou tentar caminhar novamente em direção ao hotel do outro lado da rua, Zack terminou não podendo escolher nenhuma das opções, uma vez que sua visão ficou novamente preta, porém dessa vez algo a cobria.

Sentiu seu corpo ser lançado sobre o couro de um assento, os movimentos de uma segunda pessoa atrás de si tão rápidos e calculados que em poucos segundos suas mãos e braços estavam atados e sua consciência foi perdida mais rápido do que poderia, ou deveria se permitir.