-Mas e a boneca que recebemos antes de parar aqui? -Eu falei para Layla Thompson enquanto uma mecha verde de meu cabelo caía nos olhos.
-Aquela de pano? -Ela respondeu baixinho.
Cochichávamos sentadas em nossas camas uma ao lado da outra.
-É. -Falei como se fosse óbvio. -Nós sempre discutimos como fugir daqui, mas não sabemos como chegamos nem que lugar é esse. Quero dizer, é tudo um grande mistério.
-Você tem razão. -Layla fez uma pausa. -Tudo tem um motivo. Não sabemos o propósito dessa maluca ao nos prender aqui.
-Não é só isso, eu tenho uma teoria.
-Fala, Leila.
-Que não fomos escolhidos ao acaso, é certo. Acho que todos nós temos algo em comum.
-Mas o que será?
Dipper veio caminhando calmamente em nossa direção:
-Desculpem, mas eu não pude deixar de escutar a conversa... Eu concordo com vocês e acho que deveríamos todos nos empenhar para tentar descobrir.
-Bom dia, meus queridos! -A voz ecoou pelos altos falantes.
Algumas pessoas ainda não tinham acordado, pois ainda era muito cedo. Mona se espreguiçou e Marcos apertou o travesseiro contra a cabeça. Achei suas atitudes ligeiramente engraçadas. Essa suposta boneca já não metia mais medo quanto costumava. As pessoas ainda morrem, mas é impressionante a capacidade humana de se adaptar com uma nova rotina. As mortes já não causam tanto impacto como faziam.
-Tenho uma nova teoria. -Sussurrei no ouvido de Layla antes da boneca prosseguir.
-Hoje, vai ser um desafio bem interessante. Pelo menos, ao meu ver.
Felipe Matos revirou os olhos mais a frente.
-A parede ao lado de vocês deve revelar um grande labirinto. Quando o penúltimo de vocês passar pela porta do final, ela se fechará. O último ficará preso e, logo, não irá sobreviver muito tempo. -Ela riu. -Boa sorte!
Uma das quatro paredes que nos confinavam neste cômodo com camas e comida se moveu lentamente para o lado. Aos poucos, pude observar um grande labirinto de ferro que só chegaríamos se descermos uma rampa longa e inclinada. Daqui, podíamos ver todo o labirinto, seus caminhos e, como consequência, a porta final. Suas altas paredes de ferro não pareciam tão altas de nossa perspectiva.
Descemos a rampa todos juntos, embora eu soubesse que iríamos nos separar em algum momento. Ao chegar no início do labirinto, vimos algumas palavras marcadas no chão.
-Inveniet Semita. -Airika Winter tentou pronunciar.
-Parece latim... -Emma Harper falou, mas logo foi corrigida por Layla:
-Não só parece, como é. Eu sei o que significa. Gosto muito de línguas e sei um pouco de latim.
-O que significa? -Skay perguntou ligeiramente nervosa.
-Encontre seu caminho, uma maneira... Algo assim!
-Encorajador! -Felipe riu.
-Vamos logo. -Skay bufou e entrou na primeira das três entradas a nossa frente. Felipe e Michelle foram com ela, enquanto o resto ponderava qual caminho escolher.
-Não adianta ficarmos só olhando, temos que tomar uma atitude. -Felicity Pines falou enquanto se dirigia à segunda entrada. Parou e se virou -Quem vem comigo?
Mily Termys andou até parar ao seu lado e, em seguida, Marcos Levi, Emma Harper, Airika Winter e Dipper fizeram o mesmo. Eles seguiram em frente até virar para a esquerda mais adiante.
Eu, Layla e Mona ficamos sozinhas em silêncio. Nos entreolhamos:
-Acho melhor andarmos logo, não podemos ser as últimas. Caso contrário, uma de nós ficará presa. -Mona falou.
-Só nos resta a terceira... -Layla demonstrou seu nervosismo.
-É o meu número da sorte. Tenho bons pressentimentos quanto a ele. -Eu sorri e entramos.
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