História Dominated (Revisão) - Algumas pessoas simplesmente não gostam de Londres

“Como você pode ser tão fria como o vento de inverno
Apenas lembre que você falou pra mim
Você precisava ver a maneira que você falou comigo
Quero dizer, depois de todas aquelas coisas por que passamos
Quero dizer, depois de todas as coisas que nós tínhamos
E eu sei algumas coisas suas que você não me contou"

– Heartless

Jared P.O.V

– Já está pronta? – Pergunto ao finalmente descer do carro enquanto fazemos o nosso caminho até o pequeno avião privado.

Pra variar, ela me responde com um murmúrio.

Desde que ela descobriu que estávamos indo para Londres, seu humor não tem sido dos melhores, pra ser mais exato, tem uma semana que ela anda distante e muito séria, como se por um passe de mágica nós tivéssemos trocado de papéis. Eu tentei de todas as formas usar meu conhecimentos sobre mulheres para entender o que estava acontecendo, mas Alexandra Hall, não faz uma coisa quando ela não quer. Pelo menos ficou claro que qualquer que seja o problema com ela, não tem relação nenhuma comigo.

Na minha mente o plano era perfeito. Tínhamos que fechar um enorme contrato que, com sorte teríamos uma porcentagem de ações com a Baxter Enterprises, e vice versa. A negociação duraria alguns dias, porque é de domínio público que Robert Baxter e seus três filhos adoram um jogo sujo e cansativo, mas para isso eu estava preparado o suficiente para não precisar de ninguém mais fora Shannon e Alex. Na verdade a boa parte começa aí, nos preparos para a viajem e com trezentas mil contra propostas para qualquer movimente traiçoeiro de Robert, Shannon só chegaria nos últimos dias ali, fazendo com que a ideia de fazer um momento de descanso no exterior com ela seja muito clara.

Parece que o problema estava aí.

Ela não se mostrou nem um pouco interessada em estender a nossa estadia em Londres, e quando eu finalmente a questionei se ela já tivera estado lá, ela me respondeu "Uma vez" a cara que ela fez depois dessa curta resposta me fez questionar o que tinha na cidade para que ela cultivasse essa repulsa da capital britânica. 

Não que ela fosse muito aberta sobre sua vida pessoal. Isso ainda não tinha mudado, e me irritava profundamente porque a sensação é que eu estou exposto e ela não tem confiança em mim para a mesma coisa. Quer dizer, isso fode a minha cabeça, eu posso algemá-la, açoitá-la, prendê-la, fodê-la e mais coisas do que posso pensar, e pra ela isso tá ok, mas na hora de termos uma intimidade diferente, adivinha só? Ela é uma muralha.

Quando eu comecei essa coisa toda ente nós, eu achei que ia ser diferente. Na verdade, eu tinha certeza. Teríamos problemas com a parte física, a dor, o entendimento da submissão.

Não é mais novidade que eu não tenho nem ideia do que diabos vai acontecer daqui pra frente. Mas, pra ser justo, não é como se fôssemos estranhos fora da cama, com o presente dela eu estou bem familiarizado, eu faço parte dele em quase tudo, isso porque ela é simplesmente uma ótima companhia. E fica difícil não compará-la com Emma. Obviamente, é o lado errado de se ir com os meus pensamentos, mas agora, vendo-a tão distante mesmo sentada do meu lado na poltrona do jatinho, eu tenho certeza quer há mais para nós do que eu planejava, e isso, por mais frustrante que seja admitir me amedronta, parece que agora, mesmo que ela não perceba tem todo o controle sobre mim, e isso me faz trabalhar mais rápido em aumentar minhas defesas e diminuir as dela, pelo menos para estarmos no mesmo nível.

Eu sei que há sentimentos de ambas as partes fica claro que nenhum de nós quer falar em voz alta. Somos adultos e sabemos as consequências. Mas essas palavras não ditas, misturadas com outras, me fazem tão... Meu vasto dicionário mental não acha palavras para descrever a sensação.

Tento uma aproximação discreta pegando uma de suas mãos, que para minha surpresa estão frias como o inverno. Ela se vira para me encarar, seus olhos me dizem apenas uma coisa: ela está apavorada.

Mas não medo de avião, é puro terror, pavor em sua forma mais crua, o suficiente para me assustar a ponto de meu coração acelerar e doer por não poder dizer nada para ela, porque eu não sei de nada.

Alex fecha os olhos por dois segundos e um sorriso calmo e superficial brota em seus lábios, e aquele olhar não está mais lá, voltou a ser distante.

Me pergunto se eu inventei aquilo ou se realmente vi aquele olhar.

– Tá tudo bem? – A pergunta soa tão idiota, porque é claro que não está, então entrelaço nossos dedos.

– Claro, porque não estaria? – Alexandra sorri outra vez, e é meio contraditório, porque eu acabei de entrelaçar nossos dedos em publico e ela nem sequer olhou para os lados nervosamente.

– Achei que você ia ficar animada, ficar de folga um pouco... Comigo.

Suas mãos acariciam minha coxa delicadamente enquanto ela sussurra no meu ouvido.

– Eu estou, de verdade mesmo, algumas pessoas simplesmente não gostam de Londres. Podíamos ir para outro lugar, por algum tempo, eu posso ficar de esperando lá até o fim da negociação. – Sua voz soa quase hipnótica e os seus dedos são apenas mais um ingrediente para anuviar meus pensamentos e aquele impulso de sempre dar tudo o que ela quer vem à mente. Mas aquela pequena parte do antigo eu, que ainda não foi completamente tocada por ela, me puxa de volta a razão. 

– Tentador, mas você é ainda minha funcionária eu preciso do seu charme contra Robert.

Ela puxa a mão da minha como se eu estivesse em chamas, e vejo que é puro reflexo, pela surpresa e algo mais em seus olhos.

– Claro. 

E lá está o silêncio de novo, consumindo o resto que tem da minha paciência.

– Alex... 

–Não, Jared, presta atenção. – Ela segurou meu rosto com as duas mãos, olhando-me nos olhos com uma força excruciante. – Daddy, presta atenção, você tá ficando paranoico, eu só estou com humor horrível, eu sei, queria poder dizer, mas nem eu mesma sei o motivo. – Ela pareceu pensar um pouco. –Talvez seja TPM? Na verdade, eu realmente aprecio o fato de você estender nosso tempo em um lugar que não tenha olhos prontos para nos flagrar, acho que ainda estou me adaptando á isso.

Queria poder acreditar em tudo o que ela me fala, queria mesmo. Mas, infelizmente a conheço melhor do que isso, mas sei que a perderia se forçasse.

– Eu também estou nervoso, é uma negociação importante demais, e esse Baxter é uma víbora.

– Foi o que eu soube. – Alex afaga meu rosto. – Porém, você é Jared Leto, a víbora mais peçonhenta que existe, o lobo dos lobos, nem toda Wallstreet pode deter você, cadê toda aquela confiança?

Sorrio.

– Só precisava que você massageasse meu ego.

– Eu tinha planos de massagear várias coisas, mas você decidiu nos colocar em quartos separados. – Ela faz um biquinho sedutor.

– As contas estão no nome da empresa, mas isso não significa que eu não vá fazer uma visita no meio da madrugada.

– Tentador, talvez eu pudesse te esperar vestindo apenas minhas novas aquisições de moda íntima.

– Para mim, já soa como um ótimo plano. – Sorrio para ela.

Nossa conversa parte para o lado profissional, mesmo que minha mente esteja grunhindo e berrando por não saber o que diabos está acontecendo, porém, me mantenho focado em fazer o que for necessário paraq que essa viajem não seja um desastre.

Isso eu não admitiria.