História Dominated (Revisão) - Uma noite antes do fim

“E quando você começa a sentir a adrenalina
Uma dor de cabeça vermelha,
E você se entrega ao toque,
você sabe que eu posso fazer um show
Não vê o que está encontrando?
Isso é um paraíso escondido"

– Heaven In Hiding

Por algum motivo, quanto mais eu olhava para o relógio digital que está no criado mudo ao lado da cama, mais ele demorava a mudar os números. Meus pensamentos pareciam torturar-me infinitamente, mesmo depois de um longo banho em uma enorme banheira, mesmo depois de adiantar todo o trabalho e mesmo depois de pedir uma garrafa de vinho pelo serviço de quarto.

Claro, que depois de meia garrafa de vinho, minha mente correu desenfreada com pensamentos que eu escondia até do meu subconsciente.

Amanhã poderia ser uma catástrofe ou um alívio. Mas, eu sou mais esperta do que acreditar que isso não mudaria tudo. Na minha mente racional não há espaço para variáveis positivas, porque eu tenho completa certeza que a verdade não seria bonita e dessa vez, ela também não viria para o bem.

É engraçado, com todas as empresas de todos os lugares do mundo, Jared aceita justo essa oferta. Eu nem posso culpar o destino, porque eu sei que em seus esforços, Robert Baxter vira o próprio Deus. Pensar no seu nome congela todo o meu interior. Meu coração grita que eu estou olhando para a desgraça iminente, porque eu sei que ia acabar. Eu e Jared não seríamos mais um “nós”, e de repente, meu peito doeu.

Jared Leto mudou minha vida em formas que eu não poderia começar a listar agora, e então a ideia de não tê-lo parece mais do que eu posso suportar, e isso sim me deixa surpresa. Desde o começo dessa aventura, eu sabia que ia acabar, me enganei achando que estava preparada.

Eu não estava.

Meia taça de vinho depois, abro o notebook tentando engolir a náusea que se apossa do meu estômago. Como feitiçaria o nome de Jared aparece no canto inferior da tela, mostrando que ele estava online.

Se essa seria a última noite que eu o teria, então eu agarraria a oportunidade. Deixo toda a tortura de lado, trancando em seu lugar usual dentro do meu cérebro.

Com um sorriso renovado, clico no ícone de vídeo chat.

A excitação percorre meu corpo, mesmo sabendo que ele está no máximo á três quartos de distância. Assim parecia mais excitante. Demora alguns segundos até que seu lindo rosto apareça na tela com um sorriso confuso e os olhos semicerrados. Ficamos em silêncio por alguns instantes antes que a ansiedade me tomasse.

– Tá ocupado? – Faço a minha voz mais doce enquanto o observo. Seus cabelos estão molhados e penteado para trás. Percebo que ele está sem camisa e parece um pouco úmido, então ele definitivamente saiu do banho agora.

– Não, só adiantando o trabalho, achei que estava dormindo. – Ele nem consegue evitar a pontada de recriminação na voz. Sinto-me como uma garota desobediente.

– A cama é muito grande. – Seu olhar muda quando as palavras saem da minha boca. E é assim que acontece com Jared, nos entendemos pela metade, ele vê através de mim.

– Nunca ouvi alguém reclamar disso antes. – Ele mal consegue conter seu sorriso.

– Sempre há a primeira vez.

– Então está atrás de companhia? – Jared ri, se movendo até a cama.

– A sua. – Mordo o lábio inferior. – Tem algumas coisas que eu preciso que você veja. – Nada discretamente olho para dentro do roupão preto. 

– Não seria algo que você possa me mostrar agora? – Ele coloca um braço atrás da cabeça, como encosto.

– Bom, mostrar não é o problema. – Desfaço o laço do roupão, abrindo-o um pouco, deixando meus ombros á mostra. – Mas, há um probleminha aqui, e acho que não há ninguém mais qualificado para resolvê-lo do que você. Você é mesmo excepcional tomando as rédeas.

Jared me analisa por um momento, e é como se ele estivesse bem aqui na minha frente, e o meu coração está frenético agora.

– Você bebeu?

– Talvez sim, talvez não. – Pendo a cabeça para o lado, com um sorriso afetado. – Pode me inspecionar se quiser.

Dessa vez arranco o roupão, ficando apenas de calcinha e sutiã. Tenho a satisfação de vê-lo umedecer os lábios.

– Ah, Alex. – Soa como um gemido, e isso é apenas mais combustível para esse fogo. – O que vou fazer com você?

– Eu tenho uma ideia ou duas. – Afasto as alças do sutiã, fazendo pose para ele. – Mas você precisa me pegar primeiro, daddy. – Mostro a língua para ele. – A porta está aberta. – Sussurro antes de desligar.

Fecho o notebook com força demais e coloco em cima da escrivaninha. Com um pouco mais de pressa, me coloco semi ajoelhada no chão e com a barriga e o peito encostados na cama, aquela posição.

As batidas do meu coração soam como musica para os meus ouvidos e eu sinto a ansiedade crescer em mim como um fogo forte se alastrando mais rápido que o planejado. Fecho os olhos com força, formando um caleidoscópio por trás de minhas pálpebras, eu não ia desistir da minha última oportunidade, uma noite antes do fim do mundo, bem, do meu pelo menos.

A porta se abre suavemente e eu quase não ouço, perdida em pensamentos. O vento muda e atinge com delicadeza a minha pele nua, causando-me um arrepio que vinha da minha espinha.

Ele está aqui.

Seus passos continuam a escoar e eu pressiono ainda mais meus olhos, lutando contra a curiosidade e vontade de vê-lo. Sinto como a primeira vez que concordei com toda essa maluquice, ele me avaliando nessa posição, como uma obra interessantíssima em exposição ali, só para ele.

Talvez eu fosse.

Sinto sua presença quente quase me tocando enquanto sua mão pesada acaricia minhas nádegas com calma. Jared Leto é quase sempre tão controlado como é controlador.

Sinto meu corpo relaxar ainda mais enquanto ele me toca, sei que ele está em sua zona de conforto, o que automaticamente me deixa relaxada porque confio nele, e acho que a esse ponto, isso não é nenhuma novidade.

Me sinto como uma gata quando seus dedos se infiltram nos meus cabelos, alcançando meu pescoço e fazendo um carinho ali.

Isso eu estranhei.

Já tivemos momentos íntimos e românticos antes, mas isso? É como se ele soubesse que nada está bem e é dele que eu preciso agora.

– Deite, baby.

Sua voz é firme e suave, e eu não demoro em obedecê-lo. Logo que minha cabeça vai de encontro ao travesseiro macio, Jared está em cima de mim, sendo sustentado por seus braços, um de cada lado do meu torso.

Ele me olha nos olhos, como se procurasse por todas as respostas de suas dúvidas. Me pergunto o que ele encontrou.

– Não vamos fazer isso. – Decreta com frustração, pulando rapidamente de cima da cama.

– O quê? – Murmuro confusa e meio rejeitada.

– Eu não sou idiota, sabe? – Jared passa a mão pelo cabelo úmido. – Ou você me diz o que está te deixando tão... Eu nem sei o que você tem e eu estou cansado disso, Alexandra, sinto que isso – Ele aponta para mim – É a ponta de um enorme iceberg, enquanto eu não tenho sido nada mais do que completamente aberto e sincero com você.

É claro que eu nem teria a noite em paz.

Mas meu corpo ainda grita o nome dele como uma oração e eu ainda sinto aquele fogo, eu ainda preciso dele.

Levanto devagar da cama, sem querer mostrar todas as minhas intenções, não agora.

– Que tal um acordo? – Proponho chegando tão perto dele que sua respiração pesada chicoteia meu rosto.

– Alexandra, eu estou falando sério.

– E eu também, me dê essa noite. – Minha voz acaba vacilando. – Só essa noite, Jared.  E então, se depois da nossa reunião você ainda quiser saber, eu te conto tudo.

Não me lembro do momento exato que minhas mãos acariciavam sua nuca. Aproveitei seu silêncio para descer a outra mão por seu abdômen, chegando até meu destino: o cós da sua calça de moletom.

– E então, temos um acordo? – Sussurro no seu ouvido enquanto minha mão finalmente encontra seu membro que parece pulsar, me chamando. Mesmo com a calça deixando pouco espaço, movimento minha mão e Jared solta um suspiro reprimido.

– Ah, você é a pior, Alex. – Tenho o prazer de vê-lo morder os lábios.

– Isso é um sim? – Murmuro descendo a calça até seus pés e me deliciando com o fato que ele não estava usando cueca.

– Não é um não.

E é tudo o que eu preciso ouvir para espalmar minha mão livre no seu torso até que ele se sente na cama.

Meu corpo vibra de excitação com o fato de ter o controle dessa vez. Jared nem parece perceber isso, quando me ajoelho na sua frente, mantendo nossos olhares presos enquanto minha boca o envolve com vontade.

Sua expressão atordoada de tesão só me serve de combustível para tê-lo ainda mais fundo. Fico surpresa com a minha habilidade dado o seu tamanho, lembro-me de pensar que teria que desistir na primeira vez.

– Oh, droga. – Ele joga a cabeça para trás quando o sugo com força e vontade. Sua mão agarra meu cabelo com força.

– Me mostre como você gosta, daddy.

Minha voz sai soprada enquanto sua mão impulsiona minha cabeça em uma velocidade maior, fazendo com que eu me concentre em não produzir nenhum som.

Abruptamente, ele me puxa para cima, encarando-o com aquele fogo por trás do olhar, que se bem me lembro costumava ser gelo puro.

Os olhos mais lindos do mundo.

– Venha aqui. – Com um puxão estou em cima de sua ereção, apenas minha calcinha nos separando.

Ele afasta meus cabelos do rosto com carinho. Beijando meu maxilar com a mesma calma, descendo os beijos para o meu pescoço, pela minha clavícula, meu ombro, até chegar no meu sutiã. Jared afasta as alças com os dentes, seus lábios roçando levemente na minha pele em chamas. Seus dedos são habilidosos ao abrir a peça, liberando meus seios como alvos de sua língua maestra.

É impossível não rebolar em seu colo, à procura de mais atrito, mais pele com pele, porque eu juro que poderia me fundir com ele a qualquer momento e seria o paraíso para mim.

– Você precisa saber, Jared. – Suspiro ao meio de um gemido quando ele me deita na cama novamente, tirando a minha calcinha com força e determinação.

– O quê?

– Você me tem. – A frase parece simples, porém, como sempre, ele entende o que quis dizer.

Seus olhos procuram por qualquer sinal de blefe.

– Alex, você me tem também. – Ele me beija com paixão, é um beijo quente e cheio de sentimentos.

– Por favor, não se esqueça disso. – Me contorço quando finalmente sinto-o me preenchendo.

Então, como sempre minha mente se anuvia em uma explosão de sensações extraordinárias.

Dançamos no nosso próprio ritmo naquela noite, porém foi um ritmo diferente, cheio de segredos, verdades ditas e sentimentos que eu não estava preparada para pensar sobre.

Naquela noite eu aproveitei meus últimos momentos antes da descida para o inferno. Eu aproveitei sem me esquecer de que provavelmente seria a última vez.

E de novo, Jared Leto pareceu ler minha mente, porque depois da noite escandalosa que tivemos, ele ainda dormiu abraçado comigo, como se ele não fosse meu chefe, como se não houvesse perigo em sermos pegos, dormimos como um casal.

Como se estivéssemos em um universo paralelo, onde nada mais importava no mundo.

E naquela noite, nada importava mesmo.