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História Domínio do Medo - (Em Hiatus). - Apenas paz...


Escrita por: Ka-S

Notas do Autor


"Eu sou a desintegração."

Capítulo 1 - Apenas paz...


Eu só queria me arrastar pra dentro de um buraco, fechar os olhos e nunca mais abrir.
Em cada momento da minha vida meus olhos são apunhalados pelas gotas silenciosas que insiste em molhar meu rosto, me fazendo lembrar que cada momento de felicidade que eu já vivi não tem forças para seca-las, são como um lembrete de que eu nunca mais poderei ser quem eu era antes e que minha vida se tornou tão frágil como um vidro quando se depara com uma pedra na mão de um garoto raivoso.
Sim eu me lembro exatamente de cada detalhe daquele dia eu a vejo em todos os lugares, sempre com aqueles olhos culpando cada partícula do meu corpo, ainda vejo seu sangue em minhas mãos se espalhando e se tornando cada vez mais parte do meu corpo.

— Lauren você não pode ficar se atormentando por algo do qual você não teve culpa — Disse a psicologa se sentando ao meu lado na poltrana na qual eu estava deitada. — Eu não posso te liberar para o trabalho, não estando dessa forma. Você sabe que nesse meio é necessário estar com a cabeça tranquila.
—  Não se preocupe Lucy eu realmente estou precisando ficar mais um tempo longe. — Falou Lauren respirando fundo. — Bom acho que já deu minha hora.
Tentando conter as lágrimas que insistiam em aparecer ao cutucar as feriadas ainda expostas, Lauren se levantou e saiu da sala sem dizer mais nenhuma palavra, apenas queria sair daquela delegacia, não suportava demonstrar suas fraquezas pra ninguém, mas com Lucy Vives era diferente ela sabia que tudo que era dito dentro daquela sala morria naquela sala, ela confiava que segredo entre pacientes e psicologos são tão sagrados quanto um segredo de confissão. Lucy entregava o relatório e comunicava se Lauren estaria apta ou não ao voltar ao trabalho, até mesmo porque não era dá conta de ninguém o que os pacientes falavam.
— Ei Lauren... — Diz Dinah segurando meu ombro, me fazendo parar. — Já vai poder voltar?
Minha melhor amiga me olhava com tanto carinho e preocupação, esperando por uma resposta positiva.
— Não Dinah... Lucy ainda acha melhor eu continuar suspensa. — Suspiro ao lembrar da nossa conversa.
— Aquela mulherzinha tá pensando o que? — Dinah diz visivelmente irritada. — Como podem fazer isso com você? Logo com você que prendeu um dos terroristas mais procurados. — Não se preocupe Lauren eu mesma vou lá falar com ela e vou resolver esse problema pra você. — Segurei em seu braço com força, era minha melhor amiga mas eu não estava com muita paciência pra esse tipo de coisa.
— Por favor não se meta nesse assunto. — Falei entre os dentes, tentando abafar um pouco da minha irritação. — Até mesmo porque eu concordei com Lucy que eu realmente preciso ficar longe por mais um tempo.
Dinah me olhou incrédula, tentando encontrar uma explicação pelo fato de ter concordado com minha suspensão.
— Você só pode estar de brincadeira né? Como você pode concordar com um absurdo desse? Tá legal  agora você está me assustando. Quem é você e cada a minha amiga?
— Dinah por favor não estou com cabeça pra isso. — Falei me virando de costas pra ela indo em direção a saída.
— Qual é o seu problema? — Diz segurando em minha mão direta, me fazendo parar e olhar pra ela. — Lauren para de fugir e me diz o que está acontecendo?
— EU SÓ ESTOU CANSADA DE TUDO ISSO E DE TODO MUNDO ME OLHANDO COMO SE EU FOSSE ALGUMA LOUCA — Gritei com os olhos marejados. — PORQUE VOCÊ NÃO PARA DE ME ENCHER E SEGUE O SEU CAMINHO. —Continuo gritando e dessa vez começo a empurrar Dinah para que se afaste de mim, ela não tenta me conter apenas fica me olhando. — ME DEIXA EM PAZ DINAH — Minha voz vai diminuindo gradativamente ao sentir Dinah tentando passar por cima dos meus empurrões para me abraçar, tento lutar mas acabo cedendo e me perco em seu abraço apertado afudando meu rosto em seu pescoço— É só isso que eu quero paz... É só isso.
Ficamos torturosos minutos abraçadas e o silêncio reinava, conseguia apenas ouvir meu choro acompanhado de soluços, eu percebia o tamanho da força que Dinah estava fazendo para não chorar, apenas para não fazer eu me sentir pior.
— Eu nunca vou te deixar em paz, — susurra quebrando o nosso silêncio. — Você não faz idéia do quanto me dói te ver assim, o quanto dói ver minha melhor amiga se entregando a esse sentimento de culpa que está acabando com sua vida. — Suspira dando uma breve pausa. — Lauren não tinha mais o que ser feito por favor... Eu preciso da minha parceira e melhor amiga de volta. — Levanta meu queixo com o indicador para que pudesse olhar em seus olhos. — Eu te amo e vou te ajudar a sair dessa.  
— Me desculpa. — Digo enquanto Dinah seca minhas lágrimas.
— Só se você me pagar uma cerveja. Que tal irmos no bar de sempre?
— Prefiro ir pra casa Dinah, além disso todos estarão lá e eu não estou nenhum um pouco afim de ter todos aqueles olhares em cima de  mim. — Falo indo em direção a saída, Dinah me acompanha e me abraça de lado.
— Eles só estão preocupados com você e talvez um pouco assustados, e isso já era de se esperar, ainda mais depois daquele show de exorcismo que você deu na frente de todos naquele bar. — Suspiro pesado ao me lembrar desse dia.

FLASHBACK ON
Todos os agentes do FBI estavam no bar de sempre comemorando o fato de eu ter sido a responsável pela prisão de Josh Akim um dos terroristas mais procurados dos Estados Unidos. Não sei bem como essa prisão ocorreu já que eu só me lembro de ter lutado com ele, porém a luta não durou muito ele praticamente se entregou ao parar de lutar e ficar de joelhos na minha frente e isso é algo que me intriga muito, pois foi fácil de mais prender um terrorista tão esperto e perigoso  como ele, eu diria até que ele veio até mim com a intenção de que eu o prendesse, na verdade eu sinto que temos algum tipo de ligação e isso me assusta, mas não quero pensar mais nisso minha cabeça já anda perturbada demais. Só estou aqui porque Dinah insistiu muito, e claro que meu chefe não ia deixar de se gabar do fato de que um dos seus agentes realizou tal feito, assim ele conseguiu limpar sua barra com o governador.
— Eu sabia que você iria vir — Diz Dinah toda sorridente vindo ao meu encontro pra me abraçar.
— Eu estaria melhor na minha cama. — Falo dando um gole na garrafa de cerveja. — E na verdade em nem sei porque você apoiou essa história de comemoração, eu até acredito que alguns aqui estejam realmente felizes pelo meu trabalho, mas também sei que a maioria são apenas um bando de invejosos, principalmente essa tal de Verônica Iglesias.
— Não ligue pra isso, você é a heroína da vez, eles só estão assim porque se o nosso querido e nojento chefe já babava por você, agora ele está jogado aos seus pés. — Dou um sorriso fraco. — Vamos fazer um brinde. — Ela levanta a garrafa de cerveja e eu faço o mesmo. — Um brinde a você minha amiga que eu tanto amo e aos milhões de gostosas que iram brigar pra passar a noite na sua cama. — Batemos nossas garrafas.
— Eu te agradeço mas prefiro minha cama vazia.  Dinah me olha incrédula. — Ok quem é você e o que fez com a maior pegadora de todo o estado da Flórida?  — Solto uma risada pouco animada.
— Eu apenas estou com muitas coisas na cabeça. — Dinah coloca a mão na minha testa medindo minha temperatura.
— Ótimo assim sobra mais pra mim. — Diz Dinah fazendo cara de desdém.
— Como assim sobra mais pra você? Por acaso você não estava com o Drake?
— Não me olha assim, você sabe que eu tenho um fraco por sexo lésbico. — Levanto as mãos em sinal de rendição.
— Lauren querida venha aqui por favor…  Ouço meu chefe me chamar para o meio do bar. Entrego minha garrafa de cerveja para Dinahsem muito ânimo vou em direção a Rayan que tem um sorriso enorme rasgando seu rosto, a cada passo começo a sentir meu corpo cada vez mais pesado, tudo em volta começa a ficar em câmera lenta, minha cabeça parece que vai explodir, meus olhos queimam, de repente tudo em volta desaparece, sinto minhas mãos molhadas, olha pra baixo e as vejo cobertas de sangue ainda quente. Lentamente ergo meus olhos e vejo ali bem na minha frente uma mulher coberta de sangue com as mãos na barriga. Aos poucos seu choro e seus soluços vão ficando cada vez mais alto e intenso. Não consigo segurar as lágrimas e o desespero já se torna visível em meu rosto. A mulher flutua e se aproxima de mim com as mãos estendidas vindo de encontro ao meu pescoço, tento me mover mas meu corpo não obedece aos meus comandos. Sinto suas mãos apertarem meu pescoço com raiva enquanto seu choro se torna cada vez mais desesperado.
Levo as mãos até meu pescoço para tentar tirar as dela, sinto meu rosto pegar  fogo, busco desesperadamente por ar. Tento respirar com mais força que sou capaz de ouvir os ruídos saindo da minha boca, as mãos dela não param de me apertar, tento tira-las de mim, mas é inútil pois apenas sinto meu pescoço é como se as mãos dela não estivessem lá. Caio de joelhos no chão e sinto meu corpo se contorcer pela luta de conseguir um pouco de ar. Ouço vozes chamando o meu nome, sinto mãos tentando me segurar e isso me causa calafrios, sem pensar em minhas ações começo a distribuir socos por todos os lados, ao sentir um peso em minhas costas me levanto do chão e sinto que joguei pra longe o peso que estava nas minhas costas. Aos poucos minha visão começa a normalizar e posso reconhecer o lugar onde estou, escuto Dinah pedir para ninguém encostar em mim. Um medo indescritível toma conta do meu corpo, sem que eu tenha controle meu corpo se move e eu saio correndo do bar.
— LAURENNN. — Ouço os gritos de Dinah, mas antes que eu pudesse olhar pra trás sinto meu corpo se chocar com alguma coisa. Tudo escurece e meus olhos se fecham.

FLASHBACK OFF


Notas Finais


"Sinto-me mal, e ficarei pior, mas vou aprendendo a estar sozinha e isso já é uma vantagem e um pequeno triunfo."


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