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História Done With Love - Five


Escrita por: markie

Notas do Autor


O plano primeiramente não era aparecer agora, mas... sei lá, eu quis aparecer, hahahau. A música da vez é do Simon Curtis, grande boymagia, com 8-Bit Heart. Confesso que não é lá minha música fav dele, mas a letra coube tão bem que eu não tive outra escolha.

Peço desculpa pelos erros, por alguma coisa desconexa, e desejo boa leitura!

Capítulo 5 - Five


Fanfic / Fanfiction Done With Love - Five

 

“What would you say if I said that I want you?

O que você diria se eu dissesse que te quero?

Please don't play with strings that dangle me.

Por favor não brinque com minhas estruturas.”

 

— Nossa Jimin, você só pode ter feito algo muito ruim na sua vida passada. Muito ruim não, péssima.

Jimin e Taehyung conversavam por telefone naquele final de tarde. O ruivo contava sobre sua fantástica trajetória em relacionamentos duradouros e perfeitos, e Taehyung parecia achar graça de todo seu sofrimento. Contudo sabia que aquele era apenas seu jeito de se relacionar consigo.

— Mas você me entendeu, Taehyung? Você entendeu o que aconteceu?

Depois de uma resposta positiva Jimin precisou respirar fundo para continuar até onde queria chegar. Ele não precisava, porém não estava suportando suprimir e lidar com tudo aquilo. Precisava que alguém soubesse dos ocorridos naquele dia para que conseguisse alguma base, algum apoio. Foi escolhendo as palavras devagar como se as ensaiasse antes de falar, não demorando muito para que tivesse contado tudo – sem muitos detalhes, como suas reações submissas – para o amigo recém-encontrado. Pelo que poderia lembrar-se de Taehyung sua reação não poderia ser diferente da que expressou.

— Meu Jimin do céu! E o que você fez?

— O que eu poderia fazer, Tae? Eu não consegui fazer nada.

Deitado sobre sua cama, de bruços, Jimin deixava sua cabeça se afundar no travesseiro por poucos segundos. A vergonha lhe acometia fortemente apenas por lembrar do arrepio que sentiu e do ofego que quase soltou ao sentir os lábios de Hoseok contra sua pele. Caso fechasse os olhos lá estava a sensação quente enchendo todo o seu corpo, ainda podia ter tudo que Hoseok lhe proporcionou em poucos minutos. Tão poucos minutos, porém uns dos mais avassaladores de sua existência.

— E como vai ser na segunda-feira? Meu Deus, Jimin!

— Se eu soubesse eu não estaria preocupado desabafando com você, idiota.

Não poderia se esquecer que um Taehyung empolgado era um Taehyung inútil por, pelo menos, cinco minutos. Ele costumava ficar mais eufórico e querer mais respostas do que a própria vítima da história toda. Entretanto ainda gostava de proferir seus problemas para o de fios castanhos, apenas por isso já retirava boa parte do peso em suas costas e conseguia se sentir melhor.

— Você poderia ficar com ele, Jimin.

— Ele está ficando com o Yoongi Hyung... — lembrou de imediato, com uma voz entediada.

—Você nunca ouviu falar de ménage à trois?

— Taehyung! — repreendeu-o alto, assustado com os pensamentos que rondavam a cabeça alheia e com o nível de sua insensatez. — Até parece que eu aceitaria algo assim. Isso é loucura.”

— Poxa, Jimin. Que pena que pensa assim.

O rosto de Jimin estava vermelho com o assunto, assim não tardou tanto para cortá-lo, ignorando a curiosidade que surgiu dentro de seu peito sobre o amigo. Ele havia mesmo feito isso alguma vez?

Antes que pudesse respondê-lo, Taehyung voltara a falar:

— Ah, Jiminnie, preciso desligar. Mantenha-me informado sobre o seu caso com o garanhão. Até mais.

Desse jeito a chamada foi finalizada, e um longo suspiro esvaiu pelos lábios grossos de Jimin. Ele deixou o aparelho de lado e deitou-se esticado de modo a encarar o teto, fechando seus olhos em seguida. No fim não teve auxílio nenhum. Estava afundo de um problema sem soluções simples e ligeiras. Ter seu corpo tão maleável às ações de Hoseok despertaram coisas que deveriam hibernar por longos anos. Ele não estava pronto para atuar naquele tipo de peça novamente. Sentia medo que seu âmago lhe obrigasse àquilo, medo que as coisas saíssem do controle e ele acabasse novamente naquele ciclo de apaixonar-se e decepcionar-se. E o pior era que, por conhecer a opinião do amigo sobre o assunto, previa que isso era o mais provável a acontecer.

Realmente gostava dele? Não eram apenas reações normais para uma proximidade como tiveram? Para um contato que tiveram? Não era normal sentir aquele nervosismo, aqueles batimentos rápidos, aquele rubor no rosto quando alguém fica muito perto de nós? Deveriam ser comuns. E aquele ciúme, então? Mais comum ainda! Afinal quem não sentia ciúmes de um amigo? Todos sentiam...

A verdade era que enlouqueceria em breve com aqueles pensamentos.

Era tão difícil se ver com aqueles sentimentos; tão súbitos, tão repentinos. Não poderia ser verdade, aquilo não era um gostar com todas letras. E isso não surgiria de um momento para o outro. Gostar, se apaixonar, tinha que haver um tempo para que aquilo acontecesse, não? Poderia até ser uma descoberta de uma simplista “queda” onde você acabava olhando seu amigo com outros olhos, mas gostar... Ele achava que não.

E pôs isso na cabeça de forma definitiva.

Ele não gostava de Hoseok da forma que ele quis dizer. Só poderia ter uma queda, talvez algum nervosismo perto dele, e... Quem sabe ainda um desejo pequeno de beijá-lo. Até porque por pouco não teve esse desejo realizado. Seus pensamentos lhe deram a visão de tê-lo tão perto novamente, de ter visto sua boca tão próxima, e acabou aborrecido consigo com o feito, agarrando o travesseiro para tê-lo pressionado por alguns instantes em seu rosto cujo esquentava-se levemente.

Por que Hoseok fizera aquela bagunça toda?

×

A segunda-feira havia chegado mais rápido do que esperava, e naquela manhã não havia deglutido seu café com a calma que geralmente tinha. Na verdade, esse sentimento sequer passava perto de seu ser já que o que lhe dominava era um nervosismo desigual. Ele teria que encará-lo. Jimin teria que olhar Hoseok depois de todo o ocorrido, e honestamente: não estava preparado para algo daquele nível. Sentia-se inseguro, com os pensamentos voando dentre dúvidas pelas quais não teria respostas caso permanecesse naquela cadeira almofada. Não estava pronto. Porém, respirando bem fundo, concluiu que aquilo aconteceria de uma forma ou de outra. Não haviam escapatórias.

Resolveu que iria de uma vez, para que assim acontecesse o que quer que deveria acontecer.

Andou pelas calçadas, cujas estavam livres de neve naquele horário, e num tempo razoável adentrou a empresa. O ar-condicionado lhe saudou acompanhado do burburinho das pessoas já presentes. Caminhou com certa pressa até a mesa de Minyoung, indagando-lhe se Hoseok ou Yoongi já haviam chegado e recebeu uma resposta negativa para o de pele pálida, dizendo que Hoseok havia chegado mais cedo e saído com Namjoon. E, apesar de ter se sentido aliviado no primeiro instante, não sabia se aquilo era realmente algo bom. A mulher ainda lhe entregara algumas notas que Namjoon lhe pedira para que realizasse e acabou despediu-se dela com um sorriso gentil.

Um sorriso gentil que durou meros segundos, pois embora não fosse encarar Hoseok tão cedo, ainda havia o amigo de fios descoloridos. Não que ele fosse exatamente um problema, porém Yoongi provavelmente saberia que ele sabia de seu caso com o Jung, e tinha medo que um climão se estabelecesse entre ambos por causa daquilo. Isso tinha mais chances de acontecer por sua culpa, porque o Min não era alguém se importava tanto com essas coisas.

Fechando sua porta acabou soltando um longo suspiro, e deixando o papel acima de sua mesa acabou afrouxando a gravata um pouco. Teria que parar de pensar tanto e deixar tudo acontecer naturalmente, pois caso continuasse daquele jeito não conseguiria trabalhar no que já estava lhe ordenado. Deixou seu peso cair na cadeira giratória e ligou o computador, disposto a ocupar sua mente e esquecer pelo menos um pouco de Jung Hoseok.


 


 

Um bater na porta aconteceu conforme travava uma briga árdua contra um programa do computador. Tentando ajeitar as coisas soltou um “entre” disperso, franzindo seu cenho para a tela. Porém quando levantou o olhar para quem ver quem adentrara seu recinto, teve seus músculos completamente travados. Ficou com medo de seu rosto aparentar palidez demais. O corpo era trajado com aquela camisa social e uma gravata escura, seguido das calças específicas e dos sapatos provavelmente bem engraxados. Involuntariamente engoliu saliva, umedecendo os lábios rapidamente.

— Boa tarde, Hyung. – cumprimentou-lhe da maneira mais natural que pôde, tentando não se denunciar pela face, embora soubesse que era complicado fingir emoções que não sentia.

— Boa tarde, Jimin-ah. Namjoon-ssi pediu para que eu viesse ver se o que ele lhe pediu está pronto. – o rapaz mais velho fechava a porta e se aproximava da mesa alheia, causando um certo rebuliço no interior de Jimin. Contudo ele foi mais forte. Precisou ser mais forte.

— Ah, claro... Terminei-os há um tempo. – O ruivo já de pé pegava os papéis da impressora e entregava ao maior, ficando um pouco aliviado com o fato de Hoseok lhe ajudar a – pelo menos tentar – agir naturalmente. Os olhos dele percorreram o conteúdo impresso e lhe sorriu curto, agradecendo em seguida. Porém, antes que fosse realmente embora, girou os calcanhares e voltou para o menor.

— Posso comentar algo como um amigo? – se não fosse como amigo, o que mais seria? Pensou o mais jovem por um instante, por mais que entendesse o que ele queria dizer, logo assentindo. — Depois do almoço quando eu voltei para a sala do Namjoon... Tenho a impressão que ele estava beijando o SeokJin. É que... Isso não estava saindo da minha cabeça. Eles estão namorando?

Park Jimin suspirou, mordiscando seu lábio inferior. Era óbvio que uma hora ou outra aqueles dois voltariam, mas ninguém saberia por quanto tempo.

— É um caso complicado, pelo que ouvi falar. Nos tempos que você não trabalhava aqui já rolou uma discussão muito feia dos dois na sala do Namjoon com direitos a gritos e coisas assim. Ninguém sabe o que se passa exatamente entre os dois. Minyoung um dia me disse que o temperamento dos dois não deveriam se encaixar muito bem.

— Ow... Eu não imaginava que fosse tão complexo assim. – permaneceu por um tempo pensativo, mas logo voltou a si. Provavelmente absorvia suas palavras. — Enfim, vou levar isso para ele. Obrigado.

Jung Hoseok, após falar, partiu da sala de Jimin. Contudo, lançou-lhe um sorriso tão bonito que deixou o ruivo meio atordoado.

Levando lentamente sua destra ao lado esquerdo de seu peito ele sentiu aqueles batimentos ligeiros, e fechando os olhos respirou fundo. Aquilo não significava nada, não significava nada... Constantemente repetia isso em sua mente, voltando a se sentar para continuar o que fazia. A mensagem de erro e certa numeração estava lá para lhe ajudar retirar aqueles pensamentos desvairados de sua cabeça. Ou, pelo menos, ele esperava que isso acontecesse.

×


 

— ‘Tá... E no caso você quer a minha ajuda para isso? – o de fios ruivos, que aparentavam mais escurecidos por estarem molhados, perguntava um pouco acanhado. Havia acabado de sair do banho e ainda saíra às pressas pelo toque da campainha ter ecoado mais de duas vezes. Sentiu-se um pouco tímido por Hoseok lhe ver daquela forma, até porque sua mente parecia lhe dar ilusões que os olhos dele percorriam seu corpo que encontrava-se meio úmido.

— É... Ele vai ter que viajar e são muitos relatórios para conferir e, apesar que ele se desculpou por dar-me trabalho fora do expediente, em dois isso pode ser mais rápido, não? Até porque você deve ser bastante familiarizado com isso, afinal, antes da minha chegada você que fazia isso para ele, hm?

O menor, com uma toalha em mãos, a levou de volta aos cabelos enquanto abria passagem para o mais velho adentrar com a pasta sob o braço. Com os olhos fechados por poucos segundos respirou fundo, tentando não se sentir nervoso com a situação de tê-lo em sua casa mais uma vez. Deveria levar aquilo como algo comum, porém depois de tudo algo em seu peito mudou. Ele sabia que quando os olhos dele fixavam-se em sua figura esperando alguma fala seu corpo reagia inconscientemente, e em sua cabeça apareciam incontáveis cenas errôneas.

Cedeu um espaço no sofá para ele, indagando-lhe se ansiava alguma coisa, aceitando apenas um copo com água. Entregou a bebida, e depois alguns minutos para que se ajeitasse devidamente para começarem rever os documentos. Havia passado já um desgastante tempo na frente de seu computador esforçando-se para cumprir os objetivos do dia, e Hoseok lhe aparecia com mais serviço. Não o culpava de tudo, ele apenas queria ajuda. E Jimin não conseguia negar algo assim, talvez por principalmente vir dele.

Retirou a camisa com alguns lugares molhados e secou-se direito, trajando então uma blusa de frio que lhe fosse confortável acima de uma mais fina. Esfregou os cabelos e enxugou-os o máximo que pôde por ora, voltando para a sala, mas que em vez de encontrar Hoseok na onde deixara, lá estava o mesmo vasculhando seu armário a procura de alguma coisa para, possivelmente, comer.

— Jimin, você precisa abastecer a sua dispensa. O que você come, pelo amor de Deus?

Ouvindo falar daquela vez, concluiu que definitivamente ele agia como se nada tivesse acontecido. Ele tinha aquela facilidade tão fácil em fingir emoções? Porque olhando-o com aquelas roupas sociais, com a gravata afrouxada e os primeiros botões da camisa abertos, davam-lhe sensações que não deveriam perpetuar seu corpo.

— Adoro a forma como nem chega na casa dos outros e sai procurando comida pelos armários. Eu perguntei ainda se você queria alguma coisa! – comentou primeiramente com ironia, aproximando-se dele e, esticando um pouco os pés para alcançar a porta do móvel na parede, pegou um pacote de doces. Assim que virou-se para entregá-lo, levou um susto por tê-lo perto de si, com olhos curiosos e até mesmo risonhos.

— Você estica os pés para alcançar o próprio armário... – ele aparentou segurar uma risada, já que Jimin ao compreendê-lo bateu a embalagem em seu braço, rumando para a sala outra vez. — Desculpa, não pude resistir. Aliás, obrigado por isso.

— Respondendo o que você disse antes: eu peço comida ou cozinho e como na hora, não fico guardando comida. E, hm, de nada. Tá a fim de comer comida japonesa?

— Eu adoraria. – sorriu com as bochechas cheias, respondendo-lhe meio embolado e acompanhando seu rumo para que assim ambos estivessem sentados no estofado, não tardando para que começassem a trabalhar depois dos pedidos feitos.


[…]

As embalagens de macarrão já estavam vazias, e os dois permaneciam em silêncio lendo cada um dos relatórios com atenção. As anotações seriam feitas por ali, já que Hoseok não trouxe o Pendrive com os arquivos, e posteriormente possíveis modificações aconteceriam. O relógio marcava em torno das nove da noite, e já estava meio óbvio que Hoseok passaria a noite por ali. Park Jimin apenas não sabia se estava preparado para aquilo depois de tantos olhares seus flagrados pelo acastanhado. Quer dizer, obviamente não era por querer, mas a aura que o Jung transmitia lhe atraía, chamando a atenção de seus olhos para observá-lo por breves segundos. E, daquela forma, àquela altura, uma inquietude tremenda lhe acometia. Não sabia se era apenas ele, mas a atmosfera mudara há muito tempo.

Respirando fundo após terminar mais uma folha, engoliu saliva e encheu-se de alguma coragem para quebrar aquele silêncio. Indagou-lhe subitamente de seu estado, querendo saber como ele estava por mais que sua entonação não fosse das melhores. O mais velho olhou-o no mesmo instante com um semblante meio desentendido e respondeu com uma frase positiva, mexendo nos fios alheios depois de segundos. Hoseok mandou-lhe largar de estar tão tenso e, surpreendentemente, Jimin acabou acatando-o mesmo com um pouco de relutância. Deveria ser apenas ele mesmo que sentia aquela atmosfera estranha. O mais jovem abaixou a cabeça um pouco e respirou fundo pela milésima vez na noite.

— Como vão você e Yoongi Hyung? Vocês ainda estão... ficando? – um ‘hum’ respondeu sua pergunta conforme o maior anotava algo na folha que tinha em mãos e finalizava tudo por ali. Jimin não sabia porque estava entrando naquele assunto, mas tentando passar indiferença, continuou. — Sem compromissos?

— Sim, Jimin, sem compromissos. – era inevitável não olhar para Hoseok ao seu lado e não lembrar daquele dia no banheiro e nos acontecimentos do dia anterior. A curiosidade incessante de descobrir como seu melhor amigo era parecia gritante. Ao observá-lo imaginava que Yoongi já dedilhou aquele maxilar bonito, e que ele já conhecia a textura de seus lábios. Aquele pensamento mexia consigo, embora não conseguisse definir se aquilo era bom ou ruim. Assustava-se com a proporção de suas reflexões.

— Então... Você não liga de ficar com outra pessoa enquanto isso, certo? – sua boca foi mais rápida do que seu raciocínio. Si próprio ficou surpreso com o que disse, e ver Hoseok deixar as folhas que organizara em ordem na mesa e lhe dirigir o olhar ocasionou o mesmo reboliço que mais cedo. Engoliu em seco e abaixou o olhar.

— E quem seria essa pessoa? – lá estava novamente os batimentos cardíacos alastrando-se por todo seu corpo e um calor característico tomando conta de seu rosto. Por alguma razão levantou o rosto e olhou o rapaz justaposto, sentindo seu ar falhando gradativamente. As íris intensas pareciam sumir com todo seu oxigênio.

— Ah... Não sei. Foi... uma pergunta. Só uma pergunta...

O mais alto conseguia captar todas as emoções dos olhos escuros de Jimin. Era palpável a insegurança e o que ele queria dizer estava tão claro quanto água. Intensificou o modo de olhar para ele, querendo que o próprio continuasse lhe olhando de volta. Contudo, pareceu muito para ele que, em segundos, abaixou o rosto e começou brincar com os dedos em seu colo. Sem proferir nada, o mais jovem continuou a falar, e o que disse trouxe uma expressão completamente tímida ao seu rosto.

— Porque... — hesitava. — Bem, eu estava pensando... Se eu te pedisse um beijo, você me daria?

Hoseok desviou o olhar e permaneceu em silêncio por um tempo. Encontrava-se numa situação delicada demais. Mas foi firme e encarou o mais novo novamente, aguardando que ele lhe retribuísse. E assim que feito, soltou:

— Você quer que eu te beije?

Soltou, explodindo algo forte dentro de Jimin. O mesmo, tomado pelos desejos que sentia, teve seu coração batendo mais depressa e seu peito subindo e descendo pelo nervosismo. Uma bagunça fazia-se em seu interior. Uma bagunça em níveis que não poderia organizar tão facilmente. Acabou umedecendo os lábios e assentindo com a cabeça, fitando por uma fração de segundos a boca do companheiro.

— Desde aquilo eu... não consegui parar de pensar nisso.

Novamente algum tempo de quietude pairou no cômodo. Nenhum dos dois cortaram o contato visual que era feito, como se tentassem se comunicar pelo olhar, mas Hoseok quebrou-o ao fitar os lábios carnudos de Jimin. Ele, em certos momentos, também se lembrava do dia anterior, e apenas por fazê-lo um almejo forte dominava-o. Os lábios de Jimin aparentavam serem ótimos para se beijar. E, mordendo os seus próprios, observou os orbes alheios novamente, sentindo com intensidade o calor que proliferava pelo recinto.

No entanto, acabou virando o rosto.

— Eu não posso fazer isso, Jiminnie...

E o coração que antes batia constantemente forte em puro nervosismo acabou apertando-se no momento que as palavras dele atingiram seus tímpanos e quando viu-o desviar de seus olhos.

— Por quê?

— Por que você nutre sentimentos por mim. Seria errado da minha parte aprofundar essa coisa toda. Você precisa parar com esses desejos, Jimin.

O mais velho disse, mas na cabeça do mais novo aquelas coisas não faziam sentido. Ele não conseguia entender sua justificativa com exatidão.

— É só um beijo... Não estou pedindo você em namoro. – respondeu firme. Talvez sentisse-se meio ofendido com tudo aquilo.

— Você nunca ouviu falar que são de beijos que os sentimentos crescem?

— Então isso acontecer com o Yoongi Hyung é normal? Não importa?

— Nós somos resolvidos, é diferente. – conforme o acastanho dizia, mais o sentimento de irritação crescia dentro do peito de Jimin.

— Como você pode saber se tudo isso não é um teatrinho da parte dele? Ele é ótimo em disfarçar as coisas e...

— Não tem como, eu sei perceber essas coisas. – cortou-o.

— Que seja! – assim ergueu-se, irritado de verdade. Sentia o cenho franzido em seu rosto e sabia que não conseguiria escondê-lo nem se tentasse. Uma adrenalina já percorria seu corpo e rapidamente sentiu-se tolo por achar que aquilo ocasionaria em algo positivo.

— Você está irritado porque eu não vou te beijar?

— Nah. – gesticulou, sem encará-lo. — É um direito seu, no fim das contas. Só não consigo entender essa sua linha de pensamento. É só a merda de um beijo e nada mais.

— Então, sim, você está irritado porque eu não vou te beijar. Desculpe Jimin, eu já te expliquei... Eu não quero te machucar.

— Você nem sabe dos meus sentimentos, Hoseok. Qual é, você vive dentro de mim para saber como me sinto? Você tira suas próprias conclusões e se acha o correto da merda toda. Você está sendo convencido de n...

— Eu te conheço, Jimin. – antes que o mais jovem pudesse fazer alguma coisa, o corpo do castanho enrijeceu também, e agilmente com suas mãos capturou o rosto quente do menor, olhando em seus olhos com profundidade. — Eu vejo no seu olhar... – vagarosamente deslizou a destra pelo maxilar elegante, descendo-a até o pescoço, pousando seus dígitos no local. — Sinto sua pulsação forte. E mais forte, mais rápido ainda quando me aproximo de você desse jeito. – logo, tocava o nariz dele com o seu, tentando focar não apenas na sua boca, como em seus olhos. — Sinto sua respiração... Te sinto tenso. Se isso não é sinais que gostas de mim, eu não sei o que é. – por fim murmurava, afastando-se devagar da figura mais baixa que si.

Foda-se, era o que sentia vontade de falar por culpa de seu impulso frágil, porém conteve-se. Sentia-se irado àquela altura, com um monte de sentimentos misturados dentro de si. Odiou o fato de expor-se tanto a ele. Detestou a maneira como ele falava. E detestou ainda mais saber que tudo que falara era verdade. Ele seria tão transparente assim ou Hoseok que tinha uma percepção muito apurada?

Acabou suspirando forte, tentando ser rápido em pensar palavras para proferir. Depois de tê-lo próximo daquele jeito sua mente pareceu esbranquiçar por completo, deixando-o sem ideias. Deixando-lhe atordoado novamente, porém com uma raiva mesclada ao todo. Com uma das mãos pôs seu cabelo para trás e tardou algum tempo para olhar Hoseok novamente. Teria que alterar aquela aura tensa, caso contrário morreria nela até o dia seguinte.

— Então nós acabamos o que Namjoon-ssi pediu? O que acha de jogar videogame lá no quarto?

— Você ainda o tem? Digo, conseguiu ele de volta? – ele disse surpreso. E Jimin percebeu que ele agia com naturalidade depois que situações daquelas aconteciam, e sentiu-se frustrado por parecer tão fácil para ele. O ruivo balançou a cabeça positivamente e focou-se em esquecer tudo que acontecera.

Sem delongas, os dois dirigiram-se para o cômodo citado. Lá o dono da casa ofereceu algumas de suas roupas para que Hoseok sentisse-se mais confortável e Jimin, após isso, mesmo que tentasse, não conseguia centrar-se veemente no jogo. Jung Hoseok parecia retirar toda sua concentração sem fazer nada de anormal. Ele apenas era... Ele mesmo. Sorrindo, rindo. Ele conseguia arrancar-lhe suspiros e dar-lhe batimentos rápido sem fazer absolutamente… Nada.


Notas Finais


Jung Hoseok é um babaca sim e vamos torcer para que ele tome jeito, afinal Park Jimin está sendo tão sincero que, meu deus. Inclusive, talvez eu demore um pouco mais para o próximo... Apenas talvez. Mas, entrando em outro assunto rapidinho, espero que as festas tenham sido boas para todos vocês!

O enredo está agradando vocês? Eu espero que sim. Também espero que seja compreensível os pensamentos do Jimin para vocês, porque... Sei lá, eu consigo entendê-lo perfeitamente, não sei se foi por passar por coisas semelhantes, mas.............. É ISSO!

beijo em todos vocês ♥


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