História Dongsaeng - Dois monstros e uma fera;

Dizem que quando vocês está ciente do que está acontecendo contigo, o choque é menor. Porém venho agora lhes dizer que isso é a mais pura mentira.

E como eu não sou achista, vou relatar e explicar como isso é algo mentirozíssimo.

Ps: eu sei que essa palavra não existe.

Estava tudo ótimo ou pelo menos eu achava que estava, já que eu finalmente tinha avançado um passo do meu lindo planinho agora nomeado pela Seulgi-unnie como "A seleção de Nun".

Se você notou alguma semelhança com a saga da Kieran Cass, está correto! A unnie realmente gosta dessa saga, nunca vi um ser gostar tanto de clichê como ela. Mas quem sou eu para julgar alguém?

Isso mesmo. Park Nun a errada do rolê.

Mas então já era um sábado e eu me vi de novo relaxada como nunca na minha cama fazendo algo que quase nunca faço, vendo drama. E poderia ter continuado assim se não fosse pela minha prima. Juro que eu amo a minha prima mas que ela merece morrer depois de 5 sessões de tortura pesada com intervalos de descanso para que ela se recupere e assim seja mais torturada, ela merece.

-Vamos Nun-yah... - falou manhosa agarrando meu braço depois de ter me tirado do meu descanso com uma oferta no mínimo ridícula de ir fazer compras.

- Nem fodendo. - Puxei meu braço e assim ela me encarou- Park Nun não vai a lojas fazer compras, as lojas vão a ela.

Me joguei na cama com a cabeça embaixo do travesseiro e pude ouvir altas risadas da Park mais velha, também conhecida como Sooyoung ou a sumbae que me apresentou ao clube. - Como já dizia Budha, "Iludida é pior que doida".- Falou e se jogou em cima de mim.

-Se você acha que ficando em cima de mim vai me motivar a sair contigo, está muito enganada- Dei uma longa pausa virando meu rosto para fora do travesseiro e assim respirando melhor. - Se tem uma coisa que eu sou mais acostumada que o verão daqui, é gente em cima de mim. Parece que nem lembra da irmã que tenho.

Aparentemente isso foi suficiente para a Soo sair de cima de mim, porém não foi o suficiente para me fazer sair com a mesma.

- Park Nun! Você vai mesmo me deixar sair sozinha?

- Vou, você já é grandinha demais. Consegue sair só. -Me sentei na cama ao lado e ela se levantou.

- É só para comprar umas coisinhas bobas, vai ser rápido.

-Só coisas bobas?- Soo afirmou com a cabeça- E vai ser rápido?- Afirmou novamente. - Então você pode ir só, eu só seria um peso morto mesmo.

-AH NÃO, PARK NUN!- Gritou já no seu estágio alto de putisse me fazendo afastar. - Você lembra da vez que a senhorita e a sua amiguinha Yoona pegaram o carro do clube escondido para ir comer em uma pizzaria? E ainda mais em horário de aula dando a desculpa que era algo do clube?- Olhou mortalmente para mim sem me dar deixa de falar, e logo continuou- Eu tive que mentir para o Johnny dizendo que EU que tinha pedido e ainda inventei algo do clube só para livrar as suas carinhas?

-Isso já faz um ano, unnie. - Dei de ombros a levando para a porta- E tenta arrumar outra chantagem que essa já venceu mês passado quando você a usou pela centésima vez.

Empurrei minha linda prima, com sua melhor face de uma mistura de choque e irritação, até o corredor e fechei a porta. Ouvi um grito de ódio e logo ignorei assim que coloquei de volta meus fones e fui me entreter com o lindo Jisoo (aka Homão da porra) em Strong Woman Do Bong Soon pela quinta vez.

Já tinha passado quase um episódio e eu já estava crente que a Soo tinha desistido. Porém anotem, Park Sooyoung nunca desiste de ir às compras.

Não passou nem mais que uma hora q ela tinha saído e já tinha pelo menos umas 2 chamadas perdidas dela e 13, isso mesmo 13 CHAMADAS PERDIDAS DA MINHA MÃE.

Quero dedicar esse capítulo a todas as pessoas que talvez gostem de mim e são minhas amigas. Porque esse é o último registro da minha vida. Amo vocês, gente!

-Mãe??- Depois de três toques fui atendida e só pela respiração da minha mãe já senti o calafrio da morte subir pelo meu corpo.

-PARK NUN, COMO VOCÊ NEGA SAIR COM A SUA PRIMA?- Não morri mas ‘tô surda.

-Mãe, eu tinha coisas para fazer.- Ela gargalhou ironicamente.

-Você está querendo mesmo mentir para mim, Park Nun?

-Eu não estou mentindo, mãe. - Claro que estou.

-Minha filha, o máximo que você pode está ocupada é comendo. - Deu uma pausa e riu nasalmente- Você consegue ser a pessoa mais vagabunda deste mundo. Acha mesmo que eu não conheço a filha que tenho?

Sabe a realidade, queridos? Ela é um metrô lotado, no verão com ar condicionado quebrado, que você tem que pegar já que não tem carro.

-A verdade dói né, filha?- Era possível perceber a felicidade de superioridade dela em Marte.

-Sim, mãe.

-Vai sair com a Soo?

-Vou, mãe.

-Muito bem, essa é a minha menininha!-Falou com um falso ar maternal- Mande lembranças a Yoona!!

-Tá, mãe! - Antes que ela pudesse falar algo a interrompi- Vou me arrumar, até mais.

-Tudo bem, meu bebê. Se divirta.

Sabe o Oscar de antes? Podem dar para a Sooyoung e a minha mãe. Porque elas venceram a colocação de documentário do ano com a produção "Como estragar a vida e a autoestima de alguém em uma hora"

[...]

Depois de hoje eu descobri que na minha vida estão presentes dois monstros. Um monstro viciado em doramas, a Yoona. E um monstro viciado em compras com um foque especial em cosméticos e promoções, a Soo.

Só para atualizar algo que eu disse anteriormente sobre amar a minha prima, é verdade. Eu odeio mesmo é a Sooyounginie, que é o nome do mostro.

Porque esse nome? Isso era o que ela falava sempre que via algo que queria comprar, "A Sooyounginie ficaria tão linda com esse vestido", "A pele da Sooyounginie irá brilhar ainda mais com esse creme", "Meu Deus! Eu odeio a Sooyounginie de tão linda que ela é".

E como eu estava? Linda, plena, serena e bem FALSA, aturando a Sooyounginie.

Aí depois de tudo que eu sofro vem as ajummas falando que não existe essa coisa de escravidão com os mais novos.

Mas acho que não existe mesmo, porque os escravos ainda ganhavam comida de graça, nem isso aquele monstro me deu. E, se não fosse por eu ter visto uma promoção no Burguer King ela tem tinha parado, falei... Vício em promoções.

E para piorar ela não pagou meu lanche, eu tive que desembolsar 25 conto para a minha sobrevivência, naquele momento tão desesperador, com comidas nada saudáveis.

Assim se passaram três horas de longas torturas aturando a Sooyounginie, segurando as sacolas dela e com fome naquele shopping lotado no centro de Seoul. Minha única felicidade era mesmo o ar condicionado que felizmente perdurou no metrô quando eu já estava voltando para o meu lindo lar, a loja de conveniência.

Lar não é onde fica o coração? Então meu coração fica onde vende meus aperitivos diários.

-JungHee... - Levemente alterei meu tom de voz e em seguida fiz uma linda pose direcionada a minha amiga.- Cheguei!

-Quem é vivo sempre aparece mesmo ein, Park Nun- Se direcionou a mim rindo e vindo me abraçar calorosamente- E não faça tanto barulho, pode aparecer algum cliente e reclamar comigo.

-Desculpa, Hee- Falei me soltando do seu abraço e indo até o balcão, me sentando-Mas então como está sua linda vida dupla de estudante e trabalhadora?

-Sabe, como é né. Tá bem foda. - Falou se sentando ao meu lado e logo continuando o assunto enquanto olhava para a rua através do vidro. –Eu só estou me fodendo.

-E nunca no bom sentido.- Falamos em uníssono e começamos a rir, até sermos interrompidas por uma voz um tanto conhecida por nós, perguntando qual seria esse “bom sentido”. Nós nos viramos e me surpreendi por ser o Jaehyun, lá sorrindo para nós.

Ao perceber que era o Jaehyun, a Hee saiu do banco com um sorriso no rosto e foi abraçar o mais velho. –Quando você chegou??- Hee perguntou radiante ainda abraçada a ele.

-Não aperta tanto, Noona... Não ‘tô conseguindo respirar.

Se o mundo é pequeno? Ele é uma uva, porém nunca falaram nada para nós.

Interrompi aquele momento fraternal com uma linda saída direcionada à outra sessão, aquele amor todo me deixou enjoada, preciso de água e comida.

-HEE!- Chamei a atenção da minha amiga gritando, já que esse era o único modo dela sair daquela bolha de carinho que eles fizeram na sessão de salgadinhos.- Desculpa acabar com esse momento de reencontro de irmãos, mas eu quero água.

-Foi mal, Nun- Falou se separando do Jaehyun e indo pegar água para mim.- Mas o Jaehyun é meu primo, não irmão.

Atualização, o mundo é uma laranja. Nossa pareci até aqueles teóricos/filósofos que afirmaram que o mundo é como uma laranja, achatado nos polos. Mas só para esclarecer o mundo é todo bugado, porém está em um formato mais perto do esférico.

#ParkNunTambémÉCultura

-E, porque você não pegou a sua própria água, Nun-yah?- Jaehyun finalmente se pronunciou me questionando.

Como eu estava entretida escolhendo aperitivos, JungHee respondeu.-Ela não gosta de desperdiçar o tempo que pode usar escolhendo o que vai comer. Aí eu sempre pego para ela. – O respondeu colocando minha amada água de 1,5L na mesinha onde o Jaehyun, e anteriormente nós estávamos.

-Nem pergunte o porquê dessa quantidade de água.- E antes que ele pudesse falar mais alguma coisa continuou –De onde você a conhece, Jaehyunie?

-Ele é meu hoobae do clube da universidade- Respondi jogando todas aquelas embalagens de comida na mesa, abrindo a água e oferecendo à eles. Hee como sempre aceitou e já se sentou ao meu lado abrindo uma das embalagens se deliciando com algum sabor extremamente doce que ela tanto adora.- Não vai se sentar, Jaehyun-ssi?

-Eu só vim mostrar para a noona que eu estava vivo, já estou saindo.-Deu um leve sorrindo de despedida para mim, roubou um pouco dos doces da Hee e deu um beijo na sua testa murmurando um “Amanhã vai ter jantar lá em casa, aparece”. E logo se misturou com outros transeuntes na rua até o perdermos de vista.

-Isso quer dizer que teu nome é Jung JungHee?- Cortei mentalmente rindo do azar que ela teve com a escolha do seu nome.

-Teu nome é mais estranho ainda, nem vem.-Me ignorou e voltou aos seus doces.

-Não ‘tá mais aqui quem falou, JungJungie.

Eu até estava me segurando para não rir, mas a cara que ela fez a ouvir isso foi impagável, se eu não estivesse tão cansada do trabalho escravo eu até teria rido mais. Porém ao ver a cara de “full pistola” que ela fez até deu certo medinho, então parei por amor a minha saúde física.

-Desculpa, Unnie...- me levantei e fiz aegyo- Eu te amo até depois de descobrir seu nome completo.

Anotem aí. Park Nun não tem medo do perigo.

Em milésimos de segundos ao perceber a fera destrutiva JungJungie começar a ir encontro a sua vítima, vulgo eu. Minha adrenalina aumentou de modo que se estivesse numa corrida contra o Flash, eu ganhava.

E ainda não satisfeita por ter irritado a fera, deixado ela pagar o que comeu - já que eu só bebi água, e ela é GRATUITA- eu ainda mandei um beijinho pra ela quando estava já na porta do ônibus.

[...]

 -ENFIM EM CASA- Me joguei na cama do jeito que eu estava mesmo e pude finalmente checar meu celular.

E-mail: nada

Instagram: nada

Facebook: nada também

KakaoTalk: 1295 FUCKING MENSAGENS

Acho que meu Kakao saiu do flop, A D O R O. Pelo menos agora alguma coisa da minha vida não é mais flopada.

Nem abri o Kakao e já estava toda felizínea. AMÉM KIM KARDASHIAN.

-‘Tá, vamos ver o que está tão movimentado.- Sim, eu falo sozinha.

Noona’s Group

Acho que pelo nome já deu para imaginar do que se tratava. Simplesmente ignorei o grupo e fui dormir. Desculpa meninos, mas eu já aturei coisa demais por hoje.