História Don't Forget Me - Dinner

No dia seguinte eu liguei para a Isa e expliquei tudo, ela me disse para falar com ele. Eu não queria falar com ele, não sei se conseguiria, mas, mesmo assim mandei uma mensagem perguntando se podíamos nos encontrar em algum lugar.

“Ei, me desculpe por ontem, eu não sei o que aconteceu. Será que podemos nos encontrar hoje para conversar? ”

Enviei.

Alguns minutos depois ele me respondeu e disse que sim, marcamos às quatro da tarde, no café perto da escola, no mesmo café do dia em que fomos para a diretoria.

...

Quando deu 15:20 e eu fui me arrumar, coloquei uma calça clara e uma blusa qualquer, peguei meu casaco e fui caminhando. Quando cheguei lá ele já estava me esperando, eu o cumprimentei e fomos comprar alguma coisa para tomarmos.

- Então... – ele disse – você quer falar sobre aquilo que aconteceu?

- Não... quer dizer, sim! – respondo confusa e com medo.

- Foi apenas um beijo.

- Eu sei, não sei por que eu fiquei assim, acho que ainda não estou preparada. Entende? – perguntei.

Ele balançou a cabeça, concordando.

- Amigos? – digo.

- Amigos! – ele respondeu.

Conversamos mais até que ele disse:

- Bom, eu tenho que ir, hoje tem treino do time e eu não posso perder. Foi bom conversar com você novamente.

- Ah, ok. – respondi com um tom meio triste, mas acho que ele não percebeu – até amanhã?

- Até amanhã! – ele disse levantando e saindo.

- Bom treino! – gritei enquanto ele caminhava até a porta.

Ele sorriu.

Fiquei mais um pouco e depois fui para a casa da Isabella, os pais dela iam dar um jantar para comemorar, o pai dela havia sido promovido em seu trabalho. Ela pediu para que eu fosse, não queria ficar sozinha no meio de um monte de “velhos”, como ela mesma disse.

Me arrumei lá mesmo.

Ela me fez dizer detalhadamente e exatamente como foi minha conversa com o Daniel. Contei tudo enquanto nos arrumávamos, até que o irmão dela Lucas, (que também era meu amigo) foi nos chamar para descer.

Descemos e no meio do jantar o Lucas resolveu beber uma taça de champanhe, não deu muito certo. Um tempo depois ele já tinha bebido mais de seis taças e já estava completamente louco. Eu, Isa e Melissa (a namorada dele) ficamos desesperadas tentando leva-lo para longe dali, mas não adiantou, quando vimos ele já estava brigando com um cara e o acusando de ter olhado para Melissa. Depois só vimos o cara jogado no chão com o olho roxo. O pai deles o levou para seu escritório e pelo visto tiveram uma longa conversa, ou melhor, discussão.

Melissa resolveu ir para casa e eu e a Isabella fomos falar com a mãe dela e tentar acalmá-la.

Logo depois o pai dela voltou para onde estávamos e se desculpou com todos pelo acontecido, os levando até a mesa para o jantar.

Mas, antes de ir até a mesa eu fui no jardim para ligar para minha mãe, quando uma pessoa estranha segurou o meu braço. Meu corpo gelou, eu não sabia o que fazer, não gritei, não fiz nada! Apenas me virei com um olhar apavorado e vi que a pessoa estranha que segurou o meu braço foi o mesmo cara que levou o soco do Lucas.

- O que faz aqui fora mocinha? – perguntou.

- Nada – eu respondo enquanto solto o meu braço de suas mãos.

- Espera, eu ainda não terminei de falar... – diz ele segurando meus pulsos novamente – não era para aquela tal de Melissa que eu estava olhando, foi para você, gracinha!

Fiquei sem reação. Dei um chute em seu tornozelo e corri para dentro procurando os seguranças. Os achei e expliquei o que havia acontecido, eles foram atrás do cara mas quando chegaram lá ele já tinha ido embora.

Encontrei a Isa e ela me perguntou se eu estava bem, minha cara estava pálida. Inventei uma mentira na hora, disse que apenas me assustei com um cachorro que passou correndo por mim. Não sei como, mas ela caiu nisso.

Todos nós jantamos e ficamos por lá mais um pouco, depois resolvemos ir dormir, afinal, no dia seguinte teria aula.

Durante toda a noite eu fiquei pensando sobre o que aconteceu, ele mereceu o soco do Lucas. Me arrependi de ter chutado seu tornozelo ao invés de ter dado outro soco, mas na hora do desespero eu nem consegui raciocinar. Não contei sobre isso para ninguém além dos seguranças.