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História Don't Leave Me - Velha Amiga


Escrita por: Kodda

Notas do Autor


Ayo ladies and gentlemans!
Postando mais cedo porque a internet aqui está instável e não quero deixar vocês na mão.
Boa leitura!

Capítulo 22 - Velha Amiga


Tudo estava escuro. Algo cobria meus olhos e boca, a superfície gelada onde eu despertei chacoalhava violentamente e eu escutava barulhos de motor. Eu estava dentro de algum veículo, um caminhão, talvez. Na carroceria de um veículo grande.

 Fora o barulho do motor e da carroceria chacoalhando, estava tudo silencioso. Minhas mãos também estavam amarradas eu não conseguia manter o equilíbrio, tombando para os lados às vezes. Tentei me lembrar do que acontecera. Eu só me lembrava de estar na celebração do Eid al-Fitr com Zafirah e Safa e depois... Não me lembrava de mais nada.

 Eu tentava manter a calma, mas meu coração se acelerava cada vez mais. Sem qualquer sombra de dúvida, eu sabia que eram os rebeldes. Rajah me dissera que o Palácio estava sendo rigorosamente vigiado, então como conseguiram entrar? Onde estavam me levando? Com qual finalidade? A cada pergunta que eu mesma me fazia, o meu desespero aumentava.

 De repente, o veículo parou e o silêncio se tornou gritante. Escutei o barulho de uma porta abrir e se fechar, logo depois a porta da carroceria foi aberta. Uma luz atravessou o pano que cobria meus olhos enquanto eu me encolhia ao sentir alguém subir onde eu estava.

 Gemi de dor ao sentir alguém agarrar com força o meu braço, me forçando a levantar e andar com uma das mãos empurrando minhas costas. A pessoa me levou até a porta da carroceria até que outro sujeito me segurou para me arrastar para fora do veículo. Fiquei parada por um momento, com mãos fortes segurando os meus braços. Rolei os olhos. Por que se dão o trabalho de me segurar se não vou conseguir ir a lugar algum estando vendada e presa?

 O indivíduo então me empurrou para que eu começasse a andar. Percebi que eu estava descalça, o chão estava quente e cheio de pedregulhos machucando os meus pés. Às vezes eu acabava tropeçando e as mãos – que deduzi serem masculinas por conta do tamanho e força – me puxavam para cima com violência. O homem me fez andar até que o chão passou a ser de concreto liso e frio. O ambiente também era pouco iluminado, já que pouca claridade atravessava o pano no meu rosto.

 Andamos mais um pouco e o homem parou. Ouvi barulhos de chaves e o ranger de um portão se abrindo. Fui empurrada e caí de lado me arrastando no chão, arranhando a extensão do meu braço e perna. O pano em minha boca caiu com o baque. Suprimi um grito devido à ardência em minha pele. O portão rangeu novamente, se fechando.

Com dificuldade, consegui sentar no chão. Eu não tinha a menor ideia do que fazer e estava com medo do que eles pensavam em fazer comigo. Não sabia o que tinham feito com Zafira e Safa. Haviam nos capturado para atingir a Família Real, era óbvio, mas o que iriam fazer conosco era um mistério. Minha mente viajava para as mais tenebrosas possibilidades.

 Escutei barulhos de passos e o ranger do portão novamente. Meu coração acelerou. Alguma coisa caiu ao meu lado e pelos resmungos de dor percebi que era uma pessoa.

 — Quem está aí? — perguntei. Automaticamente dei um tapa mental em minha testa. Quem quer que seja não fala português, Alexia.

 — Alexia? — ouvi a pessoa sussurrar. — É você?

 — Zafirah? — suspirei de alívio. Pelo menos ela eu sabia onde estava.

 — Céus, onde estamos? Não consigo ver nada, nem me mexer.

 — Eu não sei, me vendaram e prenderam também. Safa está com você?

 — Ela estava do meu lado quando viemos. Não sei onde está agora. — ela baixou o tom de voz. — Alexia, o que vão fazer com a gente? Estou com medo.

 — Não faço a mínima ideia... — mesmo com toda a raiva que eu tinha de Safa, estava preocupada. Ela não merecia se machucar. Não queria que nada de ruim acontecesse a nenhuma de nós.

 Eu e Zafirah ficamos em silêncio por um momento. Não sabíamos o que nos aguardava, qualquer coisa que fosse não seria bom.

 — Você acha que Rajah está atrás de nós? — ela perguntou.

 — Eu acho que sim. Espero que ele venha rápido. 

 Zafirah pareceu pensar um instante.

 — O que Safa fez a você?

 Respirei fundo. Expliquei a ela sobre a situação em que eu estava antes. Sobre a chantagem, a exigência e o motivo de eu estar tão triste.

 — Eu não esperava isso dela. — comentou.

 — Eu estava com muita raiva. — falei. — Mas isso parece tão distante agora que nem me importo mais. Só quero voltar pra casa. — choraminguei.

 Congelei quando o portão se abriu de novo e alguém entrou, arrancando a venda dos meus olhos. Pisquei algumas vezes para focar a visão e olhei um homem alto e magro fazer o mesmo com Zafirah.

 Olhei ao redor. Estávamos numa pequena cela iluminada por uma lâmpada velha pendurada no teto e com o chão e paredes de cimento batido. A parede da esquerda era uma grade de ferro, assim como o portão. Do lado da cela havia um corredor. Para onde ele levava, não dava para ver. Estava tudo escuro.

 Alguns segundo depois outro homem chegou arrastando Safa pelas mãos. Ele entrou na cela e a jogou no chão ao nosso lado. Seu rosto estava machucado e em seu lábio escorria sangue.

 Lancei um olhar raivoso para o homem que a empurrou e logo me assustei. Eu o conhecia. Era o guarda que me batera quando cheguei ao Palácio... Samir. Rajah havia dito seu nome. 

 Samir era um rebelde?! Agora tudo fazia sentido! Nenhum rebelde entrou no Palácio, já havia um dentro dele esse tempo todo. Samir era um infiltrado, um espião. Deve ter permitido que outros entrassem durante a festa para nos capturar.

 “Meus guardas pensaram que você fosse uma rebelde!” Recordei-me das palavras de Rajah quando cheguei ao Palácio. Não, na verdade o tal guarda sabia que eu não era uma rebelde e se aproveitou de mim para disfarçar e ganhar confiança.

 Isso explicava também o ataque que eu e Rajah recebemos em Kasbah des Oudaïas. Se Samir estava nos dando cobertura para que saíssemos escondidos, provavelmente ele comunicou a outros rebeldes onde estaríamos.

 Balancei a cabeça, enojada. Samir olhou para nós três e sorriu de lado, deixando a mostra seus dentes manchados. Ele e o outro homem saíram e trancaram a cela, nos deixando sozinhas novamente.

 Zafirah tentava conversar com Safa para saber o que ocorreu. Eu estava em choque e minha respiração estava descompassada. Não conseguia acreditar no que Samir fez e com toda a certeza eu acreditava que havia outros rebeldes dentro do exército. Perguntava-me se ainda estavam no Palácio ou fugiram junto com Samir. 

 — Safa disse que ela tentou fugir, mas a alcançaram e bateram nela. A amarra em suas mãos está muito forte. — Zafirah disse.

 Fechei os olhos respirei fundo. Eu estava lutando muito para não entrar em pânico. As feridas em minha pele ardiam e escorriam sangue, meus pés estavam cheios de cortes. Zafirah estava com alguns arranhões no braço também, mas nada muito grave. Nossos kaftans estavam todos rasgados e sujos.

 Encolhi os joelhos e recostei minha cabeça deles. Meus ombros já doíam de tanto tempo que meus braços ficaram amarrados para trás. Queria que aquilo acabasse logo.

 Mais passos se aproximaram da nossa cela. Não ousei levantar minha cabeça para ver quem era. O portão se abriu e a pessoa entrou.

 — Ora, ora, se não é a minha grande amiga Alexia. — uma voz feminina estranhamente familiar soou no recinto.

 Franzi o cenho. Não, não podia ser ela. Não fazia sentido. Levantei a cabeça, incrédula.

 — Surpresa? — ela sorriu. — Fiz questão de vir cuidar de você. — se aproximou e agachou na minha frente, segurando meu queixo. — E pode apostar que vou cuidar muito bem.

...


Notas Finais


Hmmmm, quem será? Que comecem as apostas!

Estamos na reta final para o fim da fic! São mais três ou quatro capítulos para terminar, ainda não decidi direito. Já viram o trailer de Don't Leave Me? Postei lá no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=fHdy4lksUaw&t=20s (eu fiz muito antes de postar, mas só agora tive coragem de colocar no youtube)

Visitem meu perfil que lá já tem o novo projeto que vou iniciar depois que terminar Don't Leave Me.
Beijinhos e muito obrigada pelo apoio! Amo vocês <3


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