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História Don't Leave Me - Dor


Escrita por: Kodda

Notas do Autor


O título já diz bem o que vem a seguir auidhuiashudiaud Capítulo quentinho, acabou de sair do forno. Eu nem sei como consegui terminar a tempo. Se tiver algum errinho é porque não revisei bem. Sorry, estou morrendo de dor de cabeça :x

E QUAL É, NEM DÁ PRA BRINCAR COM VOCÊS! QUE SEM GRAÇA HEIN *brincs*
Enfim, leiam as notas finais, explico o porquê lá e tem aviso!
Boa leituraaaaa

Capítulo 23 - Dor


Fanfic / Fanfiction Don't Leave Me - Dor

Julia me olhava com um sorriso cínico. A única coisa que se passava em minha mente era: O quê? Como? Por quê...?  

 — Você parece confusa. — ela riu debochada. Olhei para Safa e Zafirah e a última me lançava um olhar curioso. — Bem... Por onde começar? — ela pareceu pensar um pouco. — Antes de Rajah chegar ao Brasil, eu recebi um... Telefonema especial. Receberia uma boa e generosa quantia de dinheiro para me envolver com Rajah e depois... Livrar-me dele de alguma forma. Interprete como quiser. — piscou.

 Olhei para Julia horrorizada. Meus pensamentos estavam um turbilhão. E de fato, fazia sentido o que ela falava. Como ela sabia que Rajah iria para o Brasil, como ela sabia que ele já era casado... O motivo de ela ficar perseguindo e elogiando-o excessivamente. Estava tudo acontecendo bem na minha frente, sem ninguém sequer desconfiar.

  — Eu usaria o dinheiro para me livrar de uma vez por todas daquela maldita escola que meus pais me fizeram engolir durante todo esse tempo. — Julia prosseguiu. — Mas você apareceu, estragando tudo, como sempre. — rolou os olhos. — Tive que mudar os planos, aguardar outra oportunidade. O que foi uma pena... Porque eu estava louquinha para saber como Rajah é na cama. — sorriu.

 — Filha da puta. — o xingamento escapou da minha boca em um sussurro. Para o meu azar, ela ouviu.

 — O que disse? — Julia chegou mais perto, prensando forte com os dedos cada lado de minhas bochechas. — Eu não seria tão mal educada estando na sua situação. — ela levantou a mão para me bater.

 Fechei os olhos, esperando o golpe, mas ele não veio. Só ouvi o barulho de algo caindo no chão. Abri os olhos. Safa estava no chão por cima de Julia.

 Safa evitou que Julia me batesse.

 Olhei assustada para as duas. A última se levantou, irada, e pegou Safa pelos cabelos.

 — Você não tem o mínimo de noção? — ela berrou em frente ao rosto de Safa, que cuspiu no rosto dela.

 Julia limpou o rosto e a jogou no chão, lhe dando um chute na barriga. Depois outro, outro e mais outro. Safa não falava nada, apenas recebia os golpes. A cada gemido de dor que ela dava e o som do pé de Julia batendo contra a sua barriga me deixava mais tonta.

 — Para! — gritei. Percebi que eu chorava.

 — Cale a boca! — Julia gritou de volta. — Samir! — chamou.

 Olhei para Zafirah. Ela estava encolhida com a cabeça apoiada nos joelhos, tremendo e chorando. Minha respiração estava acelerada, eu não sabia o que fazer para ajudar Safa que já tinha sangue saindo pela boca. Eu estava desesperada.

 Samir chegou em instantes. Percebi que Julia se comunicava com ele em inglês. Eu não era muito boa em árabe, mas inglês eu podia entender bem.

 — Não temos autorização para isso. — Samir disse. — Devemos esperar.

 — Eu não ligo. Mate-a. — Julia respondeu. Samir assentiu e pegou uma faca que estava guardada em seu cinto.

 Meu sangue gelou. Matar? Quem? Primeiramente pensei que fosse a mim, mas logo Samir pegou Safa pelos cabelos, deixando-a de joelhos. Lágrimas rolavam de seus olhos.

 — Não, não... — sussurrei. — Não! Por favor, não faça nada com ela! — gritei, tentando me soltar das amarras em meus pulsos.

 Julia se aproximou de mim.

 — Cale a boca ou a próxima será você. — ela ameaçou me dando um tapa. — Espero que isso sirva de lição para que vocês duas se comportem. — apontou para mim e Zafirah.

 — Faça o que quiser comigo, mas não as machuque, por favor, eu imploro!

 — Não tente bancar a heroína. — cuspiu Julia. — Acabe logo com isso, Samir. Minha paciência já está acabando.

 Meus olhos se encheram de lágrimas novamente, Zafirah soluçava em seu canto. Olhei desesperada para Safa, que me encarava com o rosto molhado. Seus longos cabelos castanhos estavam emaranhados. Seus olhos inchados e encharcados de lágrimas. Seu rosto estava cheio de cortes, hematomas e sangue seco. Sua boca entreaberta mostrava seus dentes sujos de sangue e também escorria algumas gotas para o queixo.

 — Desculpe-me. — eu li seus lábios trêmulos antes que a faca de Samir atravessasse a pele de seu pescoço e ela caísse no chão.

 Arfei enquanto observava uma pequena poça de sangue se formar no chão da cela.

— Não... — minha voz embargada saiu falha.

 Safa se foi porque tentou evitar que Julia me batesse. Depois de tudo que se passou, ela ainda tentou me proteger.

 — Não pense que você ficará impune. — Julia sussurrou para mim. — Alguém terá que sofrer as consequências pelo seu ato e pelo dela ali. — apontou para Safa com o queixo. — E aquela dali se comportou muito bem, ao contrário de você. — ela se levantou e se dirigiu ao Samir. — Vamos.

 O guarda traidor se aproximou de mim e me pegou pelos braços, me forçando a levantar e começar a caminhar.

 — Espera, o que vocês vão fazer comigo? — perguntei, tentando me soltar. — Me larga!

 Julia suspirou a nossa frente.

 — Você está começando a me irritar.

 Assim, nós nos aprofundávamos cada vez mais no corredor escuro. Dei uma última olhada em Zafirah, que permanecia encolhida no canto da cela para evitar olhar o corpo de sua amiga. Eles ainda iriam fazer com que ela ficasse lá com Safa morta. Aquilo era doentio.  

 Levaram-me até uma espécie de depósito. Havia muitas caixas empilhadas e armários empoeirados encostados na parede. A única iluminação provinha de uma lâmpada fraca no teto.

 Sentaram-me em uma cadeira ao centro. Eu estava tremendo de medo. Não sabia o que fariam, muito menos se sairia dali viva.

 Samir prendeu minhas mãos e pés na cadeira para que eu não conseguisse me mover. As lágrimas não paravam de rolar em meu rosto.

 — Me dá a faca. — Julia estendeu a mão para Samir, que colocou a faca ainda suja com o sangue de Safa sobre ela.

 Julia segurou o cabo do objeto com força e começou a caminhar lentamente em minha direção. 

 — O que eu poderia fazer com você? — perguntou. — São muitas possibilidades. — ela parou na minha frente e se curvou, colocando seu rosto de frente ao meu. — Alexia, a queridinha de todos. Sempre consegue o que quer, não é mesmo? Sempre em cima de um pedestal. O que você faz para que todos gostem de você? É tão patética e sem graça.

 Ela aproximou a faca de meu rosto e tocou a ponta em meu machucado já cicatrizado na bochecha.

 — Eu vou fazer você se arrepender de ter entrado em meu caminho. Vou fazer você se arrepender por cada segundo que passou ao lado de Rajah, vou fazer com que você o odeie. — ela forçou a faca contra a minha pele e desceu a lâmina reabrindo minha ferida e deixando-a maior, até o maxilar, perto da orelha. Fechei os olhos tentando suportar a ardência. Senti o sangue escorrer pelo meu pescoço. — Comece imaginando que se ele não tivesse entrado na sua vida, nada disso estaria acontecendo com você.

 Julia cortou as amarras em meus pulsos e pés, me forçando a levantar.

 — Termine o serviço. — ela disse a Samir. 

 Antes que eu pudesse raciocinar o que viria a seguir, o primeiro soco bateu contra meu rosto, me fazendo cair no chão. Samir agarrou meus cabelos e me ergueu para que pudesse golpear minha barriga com o joelho. Tossi algumas vezes para recuperar o ar, mas ele continuava chutando e socando o meu rosto por incontáveis vezes. Eu mal conseguia manter o fôlego.

 Julia tinha razão. Se eu não tivesse me envolvido com Rajah nada disso teria acontecido. Se eu tivesse o deixado ir, eu estaria segura em minha casa, vivendo uma vida normal. Porém, por ele eu havia viajado sozinha e enfrentado as mais estranhas situações. Aprofundei-me em outra cultura completamente diferente da minha, enfrentei guardas e ameaças que vinham por todos os lados. Dos oficiais, de Safa. Eu venci minha próprias limitações. E se havia uma coisa que eu tinha certeza, era que eu amava Rajah mais do que qualquer coisa no mundo. Nós passamos por todos os nossos problemas juntos, de cabeça erguida, um apoiando o outro. Eu podia suportar aquilo, por ele, por Zafirah. Tudo iria passar. Eu acreditava fortemente nisso.

Samir me golpeou mais algumas vezes. Quando eu pensei que finalmente iria perder a consciência, ele parou. Eu tossi fazendo algum líquido sair pela minha boca e tentei me encolher no chão. Tudo doía muito.

 Meus olhos mal conseguiam se manter abertos e enxergavam tudo embaçado, mas consegui ver Julia andar em minha direção e se agachar ao meu lado segurando alguma coisa quadrada nas mãos.

 — Diga xis! — ela disse e uma luz branca iluminou meu rosto, acompanhada de um sonoro “click”. — Rajah vai adorar sua fotografia! Puxa, esse ângulo ficou ótimo! Quer escolher algum efeito?

 Fechei os olhos sentindo as lágrimas chegarem.

 — Realmente, você é muito em graça. — riu. — Espero que você tenha aprendido e se tocado que eu não estou aqui de brincadeira. Mais uma e pode dar adeus a sua outra amiga. Ficou claro?

 Assenti com dificuldade.

 — Ótimo. — sorriu. — Pode levar ela de volta.

 O guarda me levantou e me arrastou até a cela, me jogando ao lado de Zafirah. Ele pegou o corpo de Safa e saiu, nos deixando sozinhas.

 — Por Allah, o que fizeram com você? — ela perguntou, se aproximando de mim.

 Engoli em seco, tentando encontrar minha voz.

 — Me espancaram para dar uma espécie de aviso a Rajah, não sei bem. — respondi rouca. Percebi que as mãos delas estavam desamarradas.

 Zafirah arfou e fechou os olhos por um momento. Ela sentou ao meu lado e apoiou minha cabeça em seu colo. Rasgou um pedaço de seu vestido e, lentamente, começou a limpar o sangue de minha pele. Trabalhou nisso por longos minutos e às vezes parava para afagar meu cabelo. Estar com ela me acalmou um pouco.

 — Ela me disse que não queria mais fazer nada com Rajah. — Zafirah disse. Não entendi de primeira o que ela quis dizer, mas logo entendi que ela se referia à Safa.

 — Na celebração, no Palácio, antes de você chegar perto de nós, ela me disse que estava com medo e se sentindo mal. Não deu tempo de me explicar tudo, já que você chegou e aconteceu o que aconteceu. — ela prosseguiu, com a voz embargada. — Eu pude entender quando você me contou a história mais cedo. E quando conversei com ela também, me explicou que já não queria mais fazer aquilo e que estava arrependida.

 Eu não sabia muito bem o que dizer e tentava absorver todas as informações. Lembrei-me de Safa balbuciando um “desculpe-me” para mim antes de morrer.

 — Ela era minha única amiga além de você. — Zafirah sussurrou e começou a chorar.

Peguei em sua mão e afaguei, deixando ela se livrar daqueles sentimentos.  

 — Nós vamos passar por isso juntas, ok? — eu disse e ela assentiu.

 Não sabíamos se sairíamos dali, ou se viveríamos por muito tempo. Mas uma coisa era certa: permaneceríamos juntas até o fim, não importa o que acontecesse. Eu honraria a morte de Safa, não iria deixar que nada de ruim acontecesse a Zafirah e nem a mim.

 Ficamos naquela posição por um longo tempo, nos confortando.

 Zafirah terminou de limpar minhas feridas e a dor já não era tão gritante. Até que por fim a noite chegou e fomos vencidas pelo cansaço.

...


Notas Finais


Eu pensei que vocês não iriam se lembrar da Julia. Fiquei surpresa :v

Aviso já que semana que vem não vai ter capítulo novo. Primeiro: é carnaval e vou viajar. Segundo: preciso planejar direitinho esses últimos capítulos pra tudo terminar perfeitamente bem, então preciso de um tempinho pra pensar bem.

Espero que estejam gostando da história e agradeço de coração todos os favoritos e comentários.

Já foram checar Lua de Sangue? Visitem meu perfil e leiam a sinopse e o prólogo! <3

Ah! Uma novidade: já aluguei meu apartamente e logo, logo vou me mudar! Estou ansiosa pra minha vida de universitária hihihih
Até a próxima, mamãe ama vcs <3


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