Três anos depois
A festa foi muito melhor do que qualquer coisa que eu podia imaginar. Finalmente, depois de tanto tempo, eu estava inaugurando a minha escola de dança. Era a realização de um sonho e, de quebra, era o mesmo dia em que eu e Rajah completávamos dois anos de casados. Comemoração dupla!
Quase todos os convidados já haviam ido embora, restavam apenas Nicolas com o seu tão sonhado “sheik gato”, meus pais e Camila. Eles conversavam enquanto sentavam em uma mesa e tomavam as últimas garrafas de bebida.
Antes de fazer qualquer coisa, fiquei encarando a placa escrito “Zafirah Clube de Dança” feito boba. Ainda era difícil de acreditar que meu sonho estava se tornando realidade, e fiz questão de deixar registrado com o nome de uma das melhores pessoas que haviam passado pela minha vida. Ela agora estava eternizada não só no meu coração, mas no meu maior sonho.
— Mamãe, eu estou cansada, podemos ir embora? — a voz manhosa de Isabella preencheu meus ouvidos enquanto ela abraçava uma de minhas pernas.
— Daqui a pouco, meu amor, só vamos terminar de arrumar as coisas por aqui.
— Sua mãe esqueceu no nosso combinado de amanhã cedo, hein? — Rajah apareceu pegando Isabella no colo e lhe dando alguns beijos na bochecha, arrancando algumas risadas da pequena.
— Não me esqueci do nosso piquenique, só preciso fechar tudo, arrumo depois então. — rolei os olhos, rindo.
— Esperamos você no carro. — ele me beijou e seguiu com Isabella para a saída.
Depois do piquenique nós iriamos para o aeroporto. Nossas férias seriam no Marrocos e Isabella iria conhecer Nádia e todos os outros que ansiavam nossa chegada. Nossa última ida até lá fora para a coroação de Sa’id, mas nós ainda nem éramos casados.
Foi uma loucura voltar para lá depois de tudo o que acontecera. Confesso que tive certo medo, mas depois de saber que Samir, Jamal e todos os culpados pela rebelião estavam apodrecendo da cadeia, respirei melhor. Marrocos estava a salvo, assim como todas as pessoas de lá. O pesadelo havia acabado e o país nunca crescera tanto quanto naquele momento. Sa'id era um rei e tanto. Bondoso, justo e tomava decisões certas. O povo o amava.
Eu mantinha contato com Faizah, nós nos falávamos quase todos os dias. Ela estava grávida pela segunda vez e eu nunca a vira tão feliz. Ela teria agora um casal com a mais nova menininha.
Despedi-me de todos que continuaram no salão mesmo eu tendo ido embora e entreguei as chaves para minha mãe que fecharia tudo quando saíssem.
Antes de sair, dei uma última olhada para meus pais e amigos. Eu tinha muita sorte de tê-los por perto, sempre me apoiando e ajudando em todos os momentos. Nicolas olhou para mim e piscou, dando um sorriso malicioso. Ele havia me infernizado o dia inteiro com "dicas do que fazer num aniversário de casamento". Não é preciso ao menos mencionar o que ele disse. Pisquei para ele também, sorrindo e revirando os olhos, virando-me para a saída.
Dirigi-me até o carro e Rajah o ligou, logo nos levando para nossa casa.
Nós havíamos nos mudado para uma casa no centro do Rio de Janeiro depois que resolvemos adotar Isabella. O espaço era maior e ela poderia bagunçar o quanto quisesse sem que incomodasse vizinhos de andares próximos. Havia um quintal suficiente para que ela conseguisse gastar toda a sua energia.
Demorou cerca de um ano para que o processo de adoção fosse completo, foi tempo suficiente para nos mudarmos e para Isabella poder se acostumar a me chamar de mãe, e não Tia Lexy.
Quando chegamos, Rajah pegou Isabella que já dormia no banco de trás e a levou para sua cama. Fui para o banheiro do nosso quarto e tomei uma ducha rápida. Ao sair, encontrei Rajah sentado na beirada da cama, vestindo apenas sua calça jeans.
— Você não tem uma camisa? — provoquei, arrancando-lhe um sorriso.
Ele ergueu uma mão, me chamando para perto. Rajah me puxou e me fez sentar em seu colo, cheirando meu pescoço e distribuindo beijos por toda a extensão.
— Posso pedir um presente de casamento? — ele sussurrou.
Afirmei com a cabeça. Foi a única coisa que consegui fazer naquele estado de transe.
— Dança para mim. — pediu.
Sorri abertamente, me levantando. Rajah inclinou para trás, colocando seu peso sobre os cotovelos e tendo uma visão melhor de mim.
Comecei a balançar meu quadril de um lado para o outro. Ergui meus braços e os movimentei em sincronia com o quadril, sempre mantendo meus olhos grudados nos dele. Imaginei uma música envolvente e me deixei levar por ela. Fazia questão de manter os movimentos lentos e vez ou outra virava de costas e levantava os braços para balançar o quadril.
Na última vez em que virei para trás, senti as mãos de Rajah percorrerem a minha cintura e sua boca na curva do meu pescoço. Virou-me de frente para ele e me beijou lentamente. Envolvi minhas mãos em seu maxilar, depois jogando meus braços em volta de seu pescoço, tentando eliminar cada mísero espaço entre nós. As mãos dele agarraram minhas costas e me ergueram, de forma que minhas pernas envolviam sua cintura.
Rajah me colocou sobre a cama e distribuiu beijos desde meu pescoço até minha barriga.
— Não queremos acordar Isabella, não é mesmo? — sussurrou contra minha barriga.
Balancei a cabeça, concordando com um sorriso sutil.
Aos poucos, cada peça de roupa nossa ia caindo sobre o chão de madeira. O quarto parecia pegar fogo, assim como nossos corpos. Nós nos encaixávamos como um quebra-cabeça perfeito, nossos movimentos era de total sincronia. O suor escorrendo em nossa pele deixava explícito o nosso desejo pelo outro.
Era quase impossível manter nossos gemidos baixos. Minha vontade era de gritar e acordar todos os vizinhos, para que soubessem o quão bom era estar com Rajah.
Eu estava feliz como nunca antes na minha vida. Nossa família estava feliz e com certeza ficaria maior.
E o nosso amor... Bem, ele crescia cada dia mais. E nunca iria acabar. Isso eu jamais permitiria.
{Fim.}
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