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História Don't Leave Me - Oi, mãe.


Escrita por: Kodda

Notas do Autor


Lá vai um bem grande para vocês, espero que gostem.

Capítulo 8 - Oi, mãe.


— Espere, deixe-me ver se entendi: ele convidou você para passar uma temporada no Marrocos, te apresentar para a família e consequentemente para o povo marroquino, como se você fosse a esposa dele? — perguntou Camila assustada.

 — Agora que você disse em voz alta, parece bem assustador. — ela me encara.

 — Imagina! — riu.

 Nós estávamos na mesma cafeteria que Rajah me levara há um tempo. Na sexta-feira, quando saí do trabalho, liguei para Camila e ela topou em me acompanhar. Precisava conversar para desabafar sobre tudo que havia acontecido.

 — O que você disse pra ele? — perguntou.

 — Que eu precisava pensar e que parece loucura eu deixar tudo aqui para ir com ele.

 — E é. — Camila concorda. — E o que ele disse?

 — Ele concordou. Disse que posso pensar o tempo que eu quiser e pra eu não me sentir pressionada. Seja qual for a minha escolha, ele vai estar do meu lado. Porque quer meu bem acima de tudo. — sorri.

 — Rajah parece gostar mesmo de você. Também achei lindo o que ele fez pelas moças, salvando a vida delas. Vai se tornar um rei e tanto. — ela sorriu e eu também. — O que você vai fazer?

 — Sinceramente... Não faço ideia. De verdade. Sabe, eu gosto muito dele e tudo mais, mas tem um lado meu gritando pra mim: você mal o conhece e vai largar tudo pra seguir uma vida que nem sabe se vai dar certo? Estamos juntos há quase um mês, está tudo muito recente.

 Camila franziu o lábio.

 — Eu acho que vocês deveriam esperar um pouco mais. Pra ver se o relacionamento vai funcionar, sabe. Começando por coisas normais que casais normais fazem, como por exemplo, apresentar para os pais, sair para jantar em restaurantes de quinta, noites loucas de sexo, coisinhas do tipo.

 — A gente já faz boa parte disso, pode apostar. — Camila me olhou com uma cara maliciosa e eu ri. — Eu não tinha pensado em apresentar ele para os meus pais.

 — Se você quer que seja sério, isso será necessário.

 — Tem razão. — suspirei. — Céus! Temo que minha família o assuste.

 — Se você não assustou ninguém mais assusta. — ela riu enquanto eu batia nela, rindo também. — Gostei do colar. — ela olhou para o meu pescoço.

 — Rajah me deu. Lindo, não? — ela assentiu. — Hoje você tem aula, não é? — perguntei mudando de assunto.

 — Como assim eu tenho aula? Você não vai?

 — Nunca mais piso naquele lugar. — revirei os olhos.

 Camila me encarou com a expressão confusa e eu a expliquei sobre o acontecimento da última aula. Quando terminei, ela me olhava com a boca aberta.

 — Uau, deu a louca na mulher. Falsa, ela sempre teve inveja de você, Lexy. Dava para perceber quando ela te olhava. Principalmente naquele dia que a turma te escolheu para o a dança solo. Daria tudo por uma foto da cara que ela fez quando te escolhemos.  

 — Acho que fui a única que não percebeu. Detesto esse sentimento de descobrir que uma pessoa que você gosta é a falsidade encarnada.

 — Cá entre nós, você é bem lenta.

 — Não precisa jogar na cara. — mostrei a língua.

 — Tenho que ir pra aula. Quer uma carona pra casa? — perguntou levantando-se e colocando a alça de sua bolsa no ombro

 — Rajah vem me buscar, obrigada.  — eu disse.

 Camila olhou para mim, sorrindo.

 — Vai seguir meu conselho? — perguntou.

 — Acho que sim.

 — Sendo assim, já vou indo. Boa sorte e não se esqueça de me contar tudo depois. — ela me abraçou e saiu da cafeteria, me deixando sozinha com meus pensamentos.

 Olhei para a xícara de café à minha frente e observava a fumaça saindo do recipiente enquanto girava meu dedo pela borda. A dúvida me queimava por dentro e eu não conseguia me decidir. Ir para o Marrocos e desistir de tudo o que eu já havia conquistado; desistir do meu sonho, dos meus alunos, da Isabella. Ah, Bella! Iria ficar tão triste... Mas não ir significava viver sem Rajah ao meu lado. Só de imaginar minha vida sem ele, sentia um vazio no peito. Talvez nunca mais fosse vê-lo, nunca mais sentisse seus lábios nos meus, nunca mais sentisse seu perfume. Eu estava perdida.

  — Posso cumprimentar a moça mais bela do estabelecimento? — alguém diz ao meu lado me arrancando de meus devaneios.

 Olhei para o dono da voz e me surpreendi ao ver um homem alto, caucasiano e olhos castanhos combinando com os cabelos. Não era muito musculoso. Seu nariz era fino e sua boca cheia. A barba parecia ter sido feita há uns dias, pois os fios cresciam no queixo e em cima da boca, como um cavanhaque. Parecia ter uns 20 e poucos anos. Era de fato bonito, mas me olhava com segundas intenções.

 — Prazer, me chamo Fábio. — ele disse se sentando onde Camila há pouco havia estado. — Te achei muito bonita e como está sozinha, gostaria de conversar um pouco para nos conhecermos melhor.

 — Obrigada, mas não estou interessada. — eu disse pegando a minha bolsa.

 — Ah, não se faça de difícil. Eu sei que você quer. — ele pousou sua mão sobre a minha e eu rapidamente a tirei de lá com uma cara de nojo.

 — Escuta aqui...

 — A moça já disse que não está interessada. — ouço a voz grossa de Rajah ao meu lado, me interrompendo. Ele colocou as duas mãos em cima da mesa e olhou fixamente para Fábio. Olhei para Rajah e vi seu maxilar travado, sua expressão séria, e seu corpo estava tenso. Definitivamente, ele estava nervoso. Levantei-me e fiquei ao seu lado, pousando minha mão em seu braço. Fábio olhou para ele e engoliu em seco.

 — Me desculpa brother, eu não sabia que ela tinha namorado. — ele disse.

 — É para ela que você deve pedir desculpas, brother. — Rajah falou com deboche. Fábio fechou as mãos em punho. — Não interessa se você não sabia que ela tem namorado, aprenda a respeitar uma mulher quando ela disser não.

 — Mas...

 — Já basta. — Rajah o cortou e se virou para mim. — Você está bem?

 Balancei a cabeça, dizendo sim.

 — Vamos, antes que eu perca o controle e bata nesse aí com hara michuerbak. — ele foi até o caixa e pagou a conta. Quando saímos do estabelecimento, Rajah lançou um último olhar para Fábio, que também o encarou.

 — Que Allah me dê paciência. — ele sussurrou e eu ri. Rajah olhou para mim. — Rindo de quê?

 — De você, ciumento.

 Os ombros dele relaxaram e ele sorriu. Começamos a caminhar em direção ao carro. Era fim de tarde e começava a escurecer. Alguns pássaros cantavam enquanto voltavam para seus ninhos e não havia muita movimentação na rua, o que deixava a caminhada agradável com a companhia de uma leve brisa. Quando chegamos onde o carro estava, apoiei minhas costas na porta do carona e puxei Rajah para perto. Só naquela hora parei para olhar o que ele usava. Uma blusa social azul marinho com um colete grafite, além de uma gravata e calça social da mesma cor e mocassins pretos. Provavelmente havia acabado de sair de uma conferência. 

 — Obrigada por me salvar, herói. — dei um beijo em sua bochecha.

 — Ao seu dispor, madame. — ele me puxou pela cintura e selou nossos lábios. — Senti sua falta. — me abraçou. Há quase duas semanas não nos víamos, por conta de suas reuniões de última hora com os sócios das empresas que ele queria fechar acordo. O único momento em que nos falávamos era antes de dormir, quando ele me ligava. E como era sexta-feira, combinamos de passar um tempo juntos.

 — Eu também. — cheirei seu pescoço para sentir o perfume e o senti estremecer. — O que vamos fazer hoje?

 — Hum... A gente pode ir para o meu apartamento e... — ele desceu beijos pelo meu pescoço e voltou rapidamente para me dar um selinho. — Pedir umas pizzas.

 Parei para refletir. Eu nunca tinha ido ao apartamento de Rajah. Na verdade, nunca havia passado pela minha cabeça esta possibilidade. De repente, fiquei ansiosa e abri um sorriso. 

 — Seria ótimo. — passei minhas mãos pelo seu braço.

 — Vamos então.

 Entramos no carro e ele deu a partida, seguindo por um caminho que eu desconhecia. Olhei para fora da janela aberta, sentindo o vento balançar meus cabelos e observando os borrões que passavam devido à velocidade do veículo. Percorreram-se alguns minutos de silêncio, até que o quebrei.

 — Rajah? — chamei.

 — Sim? — ele olhou rápido para mim depois voltou a olhar para a estrada.

 — O que significa hara michuerbak?

 Ele soltou uma gargalhada.

 — Significa “merda no bigode”. — ele mantinha o largo sorriso.

 — Merda no bigode? — mordi o lábio para segurar o riso.

 — Surpreenda-se, pois é o insulto mais grave que temos. É como se o chamasse de lambedor de bumbum. Ofende a masculinidade árabe, sabe.

 Não me aguentei e ri alto, com ele me acompanhando.

 — Fábio realmente tem cara de passar um bom tempo lambendo bumbuns. — eu disse.

 — Sou obrigado a concordar. — ele sorriu para mim e estalou a língua. — Lamber bumbuns é uma arte milenar. Até praticaria, mas prefiro lamber outra coisa. — ele arqueou uma sobrancelha.

 — Prefiro nem saber o que é. — ri.

 — Eu posso te mostrar. — piscou. — Bem, chegamos. — ele disse enquanto desacelerava o carro e entrava em um estacionamento de um prédio de uns vinte andares cor creme de frente para Copacabana. Olhei para cima e vi várias varandas e janelas de vidro, provavelmente para disponibilizar a vista de dentro do apartamento. Várias palmeiras e arbustos decoravam a faixada com a calçada de pedra, onde tinha um caminho que levava a uma rampa para uma porta de vidro, assim dando entrada ao saguão principal.  

 Assim que saímos do carro, Rajah pegou minha mão e caminhamos juntos para dentro do prédio. Cumprimentei o porteiro, que me recebeu com um sorriso. O saguão do prédio era incrível. O chão era de pedra branca polida, com um grande tapete redondo azul no centro e um enorme lustre em espiral a cima. As paredes eram brancas e tinham algumas placas de faixas de madeiras com lâmpadas para iluminar.  À direita se encontrava o balcão de madeira decorado com as mesmas placas da parede e vasos de plantas sobre. À frente, havia uma espécie de sala de estar. A parede de trás era feita de um vidro iluminado por uma lâmpada azul e por trás do vidro simulava uma queda d’água. Havia dois sofás e duas poltronas marrons, uma pequena estante de revistas, uma mesinha de centro de vidro com um vaso de hortênsias vermelhas, e ao lado uma mesa com máquina de café e alguns biscoitos. Do lado esquerdo se encontravam dois elevadores.

  — Uau. — sussurrei enquanto olhava em volta.

 Rajah cumprimentou o recepcionista e logo após entramos no elevador. Ele abraçou minha cintura e apertou o botão com o número vinte gravado. Olhei pra ele.

 — Você alugou a cobertura do prédio?

 — Comprei. — corrigiu. Arregalei os olhos. — Qual o problema?

 — Nenhum. — eu nunca havia parado para pensar no dinheiro que Rajah tinha. Ele era da realeza marroquina, óbvio que teria rios de dinheiro. Mas mesmo assim, isso assustava. E se Julia estivesse certa e ele pensasse que eu estaria com ele por causa de seus bens?

 — Sua ruguinha denuncia que você está mentindo. — ele pousou o indicador entre minhas sobrancelhas. Antes de eu dizer alguma coisa, a porta do elevador abre, revelando o hall de entrada da cobertura. Tratava-se de um pequeno corredor que dava em uma porta de vidro. Era composto de um tapete felpudo vermelho sobre o chão de pedra branca. Uma das paredes laterais era coberta por um grande espelho, e a outra, por um painel de madeira com vários espaços quadrados para colocar vasos de plantas, porta-retratos e varias outras bugigangas.   

 Logo que atravessamos a porta dei outro suspiro de admiração. O apartamento de Rajah deixava qualquer outro apartamento de luxo chorando no cantinho em posição fetal.

 O apartamento era todo aberto. No centro, a sala era composta por um grande sofá vermelho e uma poltrona da mesma cor, uma tevê gigante e uma mesinha de centro sobre um tapete redondo branco. A parede, atrás, era toda de vidro que dava vista para o meio externo, que tinha uma piscina e um jardim. O apartamento ficava num lugar suficientemente alto para que nenhum outro prédio ou casa pudesse espiar o que acontecia ali dentro. Do lado direito, tinha um bar com direito a uma estante cheia das mais variadas bebidas e um balcão cheio de banquinhos. A parede dessa parte do apartamento era um enorme aquário que exalava uma luz azul incrível. Mais ao lado tinha uma escada que eu deduzi levar à suíte. A cozinha tinha como a cor principal preta e ficava no canto esquerdo, com um balcão de mármore com luzes por dentro da pedra e por cima lâmpadas que pendiam do teto. As paredes, as únicas no lote que não era de vidro, eram brancas e a metade inferior tinha ladrilhos pretos. Mais a frente ficava a mesa de jantar de madeira escura, com um imenso lustre em espiral parecido com o da recepção do hotel. O chão era todo de madeira clara.

 Rajah tirou os sapatos e pegou minha mão para me levar até o sofá.

 — Então, vai me falar o que te aflige ou não? — perguntou.

 Baixei o olhar e retirei minhas sapatilhas com os pés.

 — Eu... — suspirei. — Não quero que pense que estou contigo só pelo seu dinheiro.

 Ele segurou meu queixo e fez com que eu olhasse em seus olhos. Tentei desviar o olhar, mas não consegui. Os olhos de Rajah eram como buracos negros para mim, sugando toda e qualquer matéria em sua volta. Eu não conseguia parar de olhar em seus olhos um segundo sequer, como se estivesse hipnotizada. Poderia admirar aquelas íris cor mel o dia todo.

 Ele me encarava sério.

 — Não sei por que pensou nisso. Nunca passou pela minha cabeça. — ele disse.

 Peguei a mão que estava segurando meu queixo e a afaguei.

 — É que... Já me acusaram disso, não queria que pensasse isso de mim se um dia alguém o dizer pra você.

 Ele olhou para mim e piscou algumas vezes.

 — Quem?

 — Bom, foi... Foi a Julia. — suspirei.

 — A sua professora?

 — Ela não é mais minha professora. Eu saí daquela escola. — contei para ele tudo o que Julia havia me falado e me acusado, inclusive sobre ela ter mencionado o casamento dele.

 — A atitude dela não me surpreende nem um pouco. — ele disse. — Perdi as contas das vezes em que ela me chamou pra sair ou deu em cima de mim. Sério, ela me mandava muitas mensagens. Eu tive que bloquear o número dela. Começou a me irritar de verdade quando me ligava no meio das conferências. Mas sabe, uma coisa eu agradeço a ela. — eu olhei para ele franzindo o cenho. Ele afagou a minha bochecha. — Se não fosse por ela, eu não teria te conhecido.

 Sorri enquanto brincava com seus dedos.

 — Olha, não se preocupe com isso, ok? Eu acredito em você. — ele beijou minha testa. — Sabe, às vezes eu acho que você é boa demais para mim.

 — Por que acha isso? — perguntei.

 — Porque todos à minha volta, fora a minha família, me tratam como de eu fosse um deus. Com um interesse inimaginável. Colocam-me num ridículo pedestal. Mas você não. — ele olhou em meus olhos, me fazendo sorrir. — Quando estou com você, me esqueço de quem eu sou, dos meus títulos. Perto de você sou apenas o Rajah. O Rajah que não vai se tornar rei, o Rajah que não tem todo esse dinheiro. Apenas o Rajah que só precisa do seu carinho.

 Não pensei duas vezes e o beijei. Imediatamente ele colocou uma mão na minha nuca e outra na minha cintura, me puxando mais para perto, sentando-me em seu colo. O beijo era calmo e com carinho, me fazendo sentir um frio na barriga. Ele afagava minha cintura enquanto minhas mãos passeavam pelo seu cabelo. Por causa da falta de ar, nos afastamos e ele me abraçou.

 — Está com fome? Posso pedir as pizzas se quiser.

 — Estou. — eu me levantei. — Rajah? Posso tomar um banho?

 — Claro, pode subir. Se quiser pode pegar alguma roupa minha. Vou ligar para a pizzaria enquanto isso.

 Assenti e subi as escadas. O corredor de paredes brancas e chão de madeira escura sob um tapete vermelho levava a uma única porta. Quando a abri, olhei em volta com admiração. O chão era de carpete vermelho e as paredes brancas. Havia uma cama de casal com um edredom vinho e lençóis tão brancos que doía os olhos só de olhar. A cabeceira da mesma era também branca e acolchoada. Do lado esquerdo da cama tinha uma cortina de cor vinho que pendia desde o teto. Quando espiei por trás dela, vi que ela cobria uma parede e uma porta, ambas de vidro, que dava entrada a uma varanda com vista para Copacabana. No quarto havia também um guarda-roupa e outra porta que era entrada para o banheiro.

 Abri o guarda-roupa, peguei uma boxer e uma camisa de Rajah, deixei meu celular na cômoda e segui para o banheiro, que por sinal era o banheiro mais lindo que já tinha visto. As paredes eram de um tom de azul bebê e o chão de mármore branco. Tinha um enorme box de vidro do lado oposto em que se encontrava um balcão com uma pia e um enorme painel de madeira com um espelho e várias prateleiras. No outro canto havia o vaso sanitário ao lado de uma pilha de revistas de caça-palavras.  

 Abri uma gaveta do balcão e encontrei algumas toalhas. Peguei uma emprestada e me despi, entrando no box logo em seguida e liguei o chuveiro.  Sorri quando reconheci o cheiro do sabonete de menta pelo cheiro do Rajah. Tomei um banho bem rápido e depois saí já me enrolando na toalha e vestindo a boxer. Terminei de me secar e vesti a camiseta preta que chegava até metade das minhas coxas. Balancei o corpo para os lados para ver o meu novo vestido rodar e ri, porque me sentia minúscula dentro daquela camiseta. Saí do banheiro e encontrei Rajah sentado na cama apenas vestindo a calça. Concentrei-me em não olhar apenas para seu corpo e sim para seu rosto. Quando ele me viu, estendeu uma mão, me puxando para o meio de suas pernas e abraçando minha cintura.

 — Gostei do visual. — ele disse. — Ficaria ainda melhor sem ele.

 — Quem sabe a gente não resolve isso? — ri. — Vai tomar banho também?

 — Sim. Já liguei para a pizzaria, então se eles vierem entregar, o dinheiro está em cima do balcão. — ele levantou. — Já volto. — me deu um selinho e entrou no banheiro.

 Depois de alguns segundos pude ouvir o som do chuveiro sendo ligado. Respirei fundo e me joguei na cama.  Pensei no que Camila havia me dito mais cedo e levantei para pegar meu celular. Joguei-me na cama novamente e disquei o número de minha mãe.

 — Alô?

 — Oi mãe, como vai?

 — Oi, filha! Estou ótima! Seu pai finalmente consertou a cama quebrada, então agora a gente pode fazer s...

 — Mãe! Eu realmente não quero saber o que vocês fazem! — eu ri. — Liguei para te falar que quero te apresentar uma pessoa. Apresentar para você e papai, na verdade.

 Silêncio se fez do outro lado da linha.

 — Mãe? — chamei.

 — Querido! Alexia desencalhou! — pude ouvir a voz de minha mãe um pouco distante do telefone. — Filha, isso é ótimo! Quando querem vir?

 — Ah, não sei... O que me diz?

 — Podem vir amanhã! Vou fazer um almoço bem especial pro meu genro! — rolei os olhos, sorrindo. — Então, qual o nome dele?

 — Ahn... Rajah. — passei a mão livre na testa. É agora ou nunca, pensei.

 — Uau, bem exótico! — exclamou.

 — Pois é, ele não é daqui.

 — Espere, eu conheço esse nome de algum lugar... Alexia, não me diga que...

 —Bem, é isso mesmo, eu...

 — VOCÊ TRANSOU COM O PRÍNCIPE DO MARROCOS? — exclamou. Tive que afastar o celular do ouvido.

 — Obrigada, mãe, até o senhor surdo da esquina ouviu isso.

 — Minha filha! Mas quando... Como... Céus, ele é um tesão!

 — Mãe... — dei um tapa em minha testa. — Você e papai, não o assustem, por favor...

 — Se ele quiser entrar para a família, tem que nos conhecer de verdade! Já estou tirando os álbuns de fotografia do guarda-roupa! Tchau filha, nos vemos amanhã!

 — Não, mãe! — mas ela já tinha desligado.

 Bufei. Iria ser o dia mais constrangedor da minha vida.

 — Com quem estava falando? — Rajah apareceu na porta do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e esfregava outra nos cabelos molhados.

 — Com a minha mãe. — me sentei. Lutei para não me distrair com o seu corpo molhado. — Meus pais querem te conhecer. Se quisermos ter algo sério, isso se faz necessário. — olhei para ele e seus olhos brilhavam de felicidade.

 — Claro, claro. Estou louco para conhecê-los. — ele sorriu e seguiu até o guarda- roupa para vestir uma cueca e uma calça moletom. — Quer dizer que temos algo sério? — ele sentou do meu lado.

 — Bem, acho que sim. — ri.

 — Então posso te chamar de minha namorada? — assenti e ele me beijou. — Então você é minha namorada. — sussurrou.

 — Sou. — beijei sua bochecha.

 Ouvimos a campainha e Rajah levantou. Segui-o até o andar de baixo do apartamento e sentei-me à mesa de jantar enquanto ele pegava e pagava as pizzas.

 — Estou morrendo de fome. — eu disse quando ele voltou. Comemos e conversamos sobre várias coisas. Ele me contou mais sobre como era quando se pai ainda era vivo, como era sua casa e como sua mãe reagiu quando soube sobre mim.

 — Você contou para a sua mãe? — perguntei e ele assentiu.

 — Ela ficou muito feliz e nas palavras dela, finalmente arrumei alguém decente. Também está louca para te conhecer. — sorriu.

 — Por falar em conhecer, meus pais nos esperam amanhã. Minha mãe vai fazer um super almoço para seu genro.

 Rajah riu.

 — Espero que eles gostem de mim.

 — Eu só espero que eles não te assustem. Sabe, minha mãe sabe ser bem... Maluca.

 — Posso me acostumar com isso. — ele piscou e levantou a mão para pegar outro pedaço de pizza. Mas aquele era o último e eu também o queria. Num movimento rápido, peguei primeiro que ele. Rajah me olhou com os olhos semicerrados.

 — Alexia... — dei uma mordida no pedaço de pizza, olhando para ele.

 — Hum... Está maravilhoso. — eu disse, dando outra mordida. Agora só faltava um pedacinho.

 — Você não ousaria... — antes de ele terminar, comi o último pedaço.

 — Você vai ver só! — ele levantou para me pegar.

 Gritei e corri, dando a volta na cozinha e depois pela sala, rindo e com Rajah correndo atrás de mim.

 — Volte aqui, Alexia!

 Corri para subir as escadas e entrei em seu quarto. Parei do lado esquerdo da cama, enquanto Rajah parou do lado direito, me encarando. Quando ele avançou para dar a volta na cama e me pegar, subi na mesma para poder sair do quarto, mas ele foi mais rápido e segurou meu braço, me derrubando na cama e prendendo meu corpo sob o dele.

 — Socorro! — gritei e gargalhei quando ele começou a me fazer cócegas.

 — Agora você me paga, sua ladra de pizza! — ele ria enquanto eu me debatia para sair de baixo dele e escapar das cócegas, mas em vão.

 — Chega... Eu... Não... Aguento... Mais! — finalmente, quando meus pulmões estavam prestes a explodir de tanto rir, ele parou se jogando ao meu lado. Minha respiração estava ofegante.

 — Você me deve um pedaço de pizza. — ele disse se fazendo de sério.

 Virei-me e fiquei por cima dele, com sua cabeça entre meus braços e minhas pernas em cada lado de seu corpo.

 — Posso pagar com outra coisa. — sussurrei.

 — Só se for por prestações diárias. — ele colocou a mão em minha cintura, subindo as mãos e levando a blusa com elas.

 — Que comecemos agora.

 Então o beijei. Profundamente e com ardor. Eu estava morrendo de saudades daquilo. Puxei Rajah para se sentar comigo em seu colo, enquanto minhas mãos passeavam em seu cabelo e arranhavam seu pescoço e ombros. Ele tirou minha blusa e correu as mãos por toda a extensão de minhas costas até chegar à minha bunda e apertá-la com certa força. Percorri as mãos pelo seu abdômen, arranhando-o e mordendo o lóbulo de sua orelha. Rajah beijou meu pescoço e desprendeu o fecho do meu sutiã, jogando-o para longe e sugando o meu seio logo em seguida, me deixando apenas com a boxer que eu pegara emprestado. Joguei a cabeça para trás, apreciando a sensação e esfreguei meu quadril com o dele. Ele gemeu de satisfação e baixou as minhas mãos para ajuda-lo a retirar sua calça.

 Mordi o queixo dele, dando vários chupões e mordidas em seu pescoço, além de puxar seu cabelo, enquanto ele mantinha-se esfregando nossos quadris e gemíamos juntos. Enfim, nos afastamos para retiramos as peças de roupa que restavam e sentei novamente em seu colo, cavalgando ao mesmo tempo em que ele apertava meu seio com uma mão e minha cintura com a outra. Rajah gemia com a voz rouca, o que me deixava ainda mais excitada.

 — Ah, céus... — ele sussurrou alguma coisa em árabe de olhos fechados. Sua testa estava suada e sua boca entreaberta, deixando escapar os gemidos. Aquela visão era maravilhosa e me sentia orgulhosa de deixá-lo naquele estado de transe. Ele puxou meus cabelos, me fazendo suspirar de prazer e aumentar a velocidade das minhas investidas. Peguei em suas mãos e o fiz massagear meus seios novamente e mordi seu lábio para enfim chegarmos ao ápice juntos. Nossa respiração era pesada e nossos corpos extremamente suados.

 Ele colou sua testa na minha e envolveu seus braços em minha cintura.

 — Eu amo você. — ele sussurrou ofegante. — Mais que qualquer coisa nesse mundo. E não importa o que aconteça, eu amo você.

 Abracei-o mais forte.

 — E também amo você. Demais. — selei nossos lábios e ele sorriu.

 Cansados, acabamos por deitar. Depois de trocarmos alguns múrmuros e carinhos, adormecermos juntos e, além disso, o mais importante: felizes por termos um ao outro. 

...


Notas Finais


Tudo muito bem, tudo muito bom... Por enquanto tudo são flores... Mas já digo que não vai ficar assim por muito tempo :v Aguardem hahahah


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