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História Dont Let Me Go - Terra dos Irlandeses


Escrita por: Mrscurly

Notas do Autor


Heeeey garotas que acabaram que sair de um encontro mal sucedido com os meninos da One Direction!
Olá, flores! Desculpem a idiotice, mas eu estou apaixonada por Night Changes <3
Na verdade, tenho que pedir desculpas pela demora! Mas com as últimas provas e milhares de vestibulares todos nesse mês, só consegui achar uma folga nessa semana.
Mas fiquem felizes em saber que ao entrar de férias, estarei postando com bastane frequência!
Eu acabei me empolgando nesse capítulo e ele ficou bem grandinho mas acho que é para compensar o tempo que não consegui postar.
Aproveitem e boa leitura!

Capítulo 35 - Terra dos Irlandeses


Fanfic / Fanfiction Dont Let Me Go - Terra dos Irlandeses

− Eu morro de medo de aviões.

Aquela frase saiu quando estávamos a três pessoas para chegarmos ao balcão de embarque do voo, sendo Harry e eu, as duas últimas pessoas que faltavam para entrar naquele gigante branco com as turbinas ligadas.

Não me recordo exatamente como foram as horas antes de pisarmos naquele aeroporto, na sexta feira nublada e com previsão de chuva. Acordei com Hazel chorando ao meu lado e em algum momento Simon entrou no quarto para se despedir de mim; algumas malas rolaram até o primeiro andar, onde Harry me esperava com um sorriso empolgado ao lado de Liam, que seria o nosso motorista.

Mais choros por parte de Hazel e logo papai e Martha haviam se materializado ao meu lado, com desejos de uma boa viagem.

− Mande fotos e vídeos, até mesmo mensagens! Mas não se esqueça de mim! – O grito de Hazel foi a última coisa que ouvi, quando a caminhoneta de Liam já saia pela rua, enquanto eu me despedia das pessoas na calçada, minha família.

As lembranças vagas se devem a grande euforia que eu me encontrada, desde o momento em que acordei naquela manhã. A ideia de poder passar uma semana inteira sozinha com meu namorado, no país dos meus sonhos fez com que eu ficasse parecendo uma criança a caminho da Disneylândia.

Eu não parava de sorrir e de me mexer, fazendo com que Harry risse de mim desde o momento em que pisamos no saguão do aeroporto, até as malas serem despachadas e termos de ir para o salão de embarque.

− Você poderia economizar toda essa energia para quando chegarmos em Dublin – Harry disse, sentado em uma das poucas cadeiras vagas, no salão do nosso voo. – De preferência, para quando estivermos no quarto do hotel.

Eu estava tão animada que apenas gargalhei para Harry, roubando-lhe um selinho e respondendo que eu teria energia de sobra para ele, voltando rapidamente a observar todas as coisas que nos rodeava com fascínio. Entretanto, uma idosa cheia de jóias que jogada Candy Crush ao nosso lado, pareceu escutar cada palavra de Harry, pois nos olhou com horror, como se fossemos dois pervertidos.

Talvez fossemos.

Entre trocas de selinhos e caminhas pelas lojas chamativas do aeroporto, as horas se passaram como um raio, mas minha animação fugiu com a mesma velocidade no momento em que a voz eletrônica ressoou pelos meus ouvidos.

“Todos os passageiros com destino à Dublin pelo voo 889, o embarque foi liberado no portão 5.”

Minhas mãos começaram a gelar e suar, ao mesmo tempo, e minha mania de enrolar os cabelos frente ao nervosismo se fez presente. A idosa ao nosso lado, lançou-nos um olhar incriminador ao se levantar, indo em direção à fila que se formava em frente ao balcão de embarque, onde as aeromoças nos recepcionavam com sorrisos.

Harry terminava de digitar uma mensagem para Anne, com várias frases que se resumiam em a mãe não precisar se preocupar, pois ele ligaria assim que chegássemos. Sorriria em meio àquelas mensagens, mas o pânico se fazia presente de maneira forte e eu queria sair correndo.

− Vamos? – A voz de Harry parecia muito longe de mim, e ele me estendia a mão, para que nos juntássemos na fila, mas eu apenas o puxei de volta ao seu lugar ao meu lado.

− Vamos esperar que todos entrem, olhe só o tamanho dessa fila. – Gesticulei nervosamente para todas as pessoas com suas malas de mão, e Harry apenas beijou-me na bochecha, enquanto eu planejava me esconder na bolsa para cachorro que aquela idosa do Candy Crush carregava com o nome “Fifi” bordado no tecido.

Entretanto, todo o sistema aeroviário parecia funcionar perfeitamente naquele dia e, tivemos que entrar naquele caminho para o inferno mais rápido do que eu pretendia. Apertava a mão de Harry com força, mas ele deveria estar achanado que eu ainda estava eufórica, pois apenas me lançava sorrisos.

O barulho das turbinas me fez pular de susto e todos as imagens de filmes em que aviões caem fizeram com que eu refreasse meus passos a cada vez que os sorrisos das aeromoças chegavam mais perto.

Até que eu soltei aquela frase, fazendo com que Harry me olhasse surpreso.

− Não é exatamente uma boa hora para me contar isso, Nora. – Harry ficou de frente para mim, ignorando a aeromoça que pedia pelos cartões de embarque.

Abracei meu próprio corpo, tentando ignorar a sensação assustadora que sentia, sabendo que estava sendo boba.

− Bem, eu nunca andei em aviões – murmurei, vendo que a aeromoça já nos fuzilava com os olhos.

Harry gargalhou, envolvendo meus ombros com o braço enquanto depositava um beijo em minha cabeça. Era bom saber que pelo menos alguém ainda se divertia com toda aquela situação.

− Então como sabe que tem medo?  − Olhei em seus olhos quando disse aquilo, e percebi que não estava brincando com a situação, e tinha toda a atenção voltada para mim, ignorando os funcionários da companhia aérea.

− Por que eu já assisti filmes de aviões que caem no oceano, e ninguém consegue encontrar os corpos, vezes demais. – Cruzei os braços contra o peito e olhei para as grandes paredes de vidro. – Aliás, esse grande monstro branco e barulhento já assusta qualquer um por si só.

− Vamos lá, Nora, prometo que nada vai acontecer – ele disse, pegando em minhas mãos e abaixando-se o suficiente para ficar com os olhos na altura dos meus. – E deixo você segurar minha mão.

Não consegui segurar o riso em meio a toda aquela cena que Harry fazia só para fazer com que eu entrasse no avião e não deixasse as mulheres de terninho mais furiosas do que já estavam. Levei a mão até sua bochecha e lhe fiz um carinho rápido, mas a sensação de frio no estômago ainda não passava.

− Tem certeza que não temos outro jeito para chegar à Irlanda? – perguntei, fazendo um pequeno bico, que fez com que Harry gargalhasse, entregando nossos passaportes e cartões de embarque para a mulher, que praticamente bufou.

− Sinto muito, amor, mas o Expresso Niall Horan não está funcionando hoje. – Harry mostrou o relógio de pulso, e eu percebi que realmente estava muito cedo para que o amigo loiro estivesse acordado, o que me fez rir.

Alguns carimbos e rasgos por parte da aeromoça esquelética, e logo passávamos pelo enorme túnel que levava para dentro do avião. Entrelacei meus dedos com força nos de Harry e não pretendia soltar muito cedo.

− Tudo bem, mas se a gente cair no oceano, você terá que se explicar com Hazel. – Murmurei, enquanto um homem de terno olhava nossas poltronas, infelizmente ele pareceu me escutar.

− Não se preocupe, senhorita, a porcentagem de sobrevivência em um acidente aéreo é de 90%! – O homem de cabelo branco parecia orgulhoso de si mesmo por saber dar aquela informação. – Poltronas B1 e B2, irei acompanha-los até seus lugares.

Enquanto seguíamos o homem da empresa aérea, desviando de pessoas que colocavam suas malas de mão nos bagageiros, agarrei no braço de Harry e levei meus lábios até seu ouvido.

− Isso quer dizer que acidentes acontecem com frequência para eles terem esses dados estatísticos – disse, recebendo um sorriso de covinhas de Harry, ao mesmo tempo em que ele ajudava uma menininha a colocar sua mochila do Zayn em um dos bagageiros.

− Animador, não é mesmo? – ele respondeu para mim, e revirei os olhos. A voz rouca dele fez com que a pequena menina se virasse com os olhos arregalados, frente a imagem do ídolo ali em sua frente.

Olhei para a cena com um sorriso, pois mesmo com o espaço apertadíssimo dos corredores, a menina conseguiu abraçar Harry, lhe dizendo algumas palavras que eu não entendi. Ele, olhava para a pequena como se ela fosse a coisa mais importante para ele.

Talvez fosse mesmo.

A menina acenou para mim com um sorriso, ao se sentar ao lado da mãe contente e rapidamente Harry se despediu, voltando a segurar minha mão e ir em direção ao homem que nos esperava segurando uma pequena cortina que nos levava para outra área do avião.

Percebi que aquela era a classe executiva, pois as poltronas e corredores eram muito maiores que da área que tínhamos saído.

− Isso parece uma cama – murmurei pra mim mesma, enquanto me sentava na poltrona de couro e Harry agradecia ao homem sorridente por nos acompanhar.

− A senhorita pode mesmo transformar essas poltronas em camas, entretanto nosso voo é muito curto, apenas uma hora e dez minutos. – O homem respondeu mais uma vez meus murmúrios,  com um sorriso, fazendo-me ficar assustada com o ótimo ouvido que ele possuía.

Harry pegou nossas malas de mão e as colocou nos bagageiros gigantes, tirando o casaco preto antes de se sentar ao meu lado.

− Ele é muito assustador. – Seu sussurro me fez gargalhar, atraindo olhares de muitas pessoas ao nosso redor.

− Ele deve ter um ouvido treinado para responder qualquer coisa que um passageiro murmure ou até pense, cuidado com seus pensamentos sobre a comida do avião, Harry – avisei, tampando a boca para conter mais uma onda de gargalhadas.

− Você já está até sorrindo, onde foi parar todo aquele medo? – Harry começou a me cutucar na barriga com os dedos, e logo nós estávamos praticamente jogados entre as duas poltronas, entre gargalhadas e cócegas.

− Sinto muito, mas terei que pedir para que o senhor e a senhorita coloquem os cintos, pois iremos decolar. – Uma aeromoça mais velha que as outras nos olhava com um sorriso bondoso, e piscou para nós assim que se afastou para ajudar outros passageiros.

Colocamos os cintos assim que o barulho das turbinas aumento, e o avião começou a se mover. Prendi a respiração e agarrei a mão de Harry instantaneamente, que sorriu para mim e roubou-me um beijo.

Entretanto, ele não sessou o beijo, deixando que sua língua me invadisse e se misturasse comigo em um beijo calmo. Sua mão foi para a minha nuca, segurando alguns fios de meu cabelo louro e meus dedos se enrolaram nas mechas já compridas do cabelo dele, virando minha cabeça o suficiente para que nosso beijo se tornasse intenso.

Não me importei muito com todas as pessoas ao lado, apenas aproveitei os lábios dele nos meus, e o seu gosto de café da Starbucks, o qual tomamos quando chegamos ao aeroporto. Minhas mãos desceram por seu pescoço, onde deixei alguns arranhões discretos, escorregando até o peito coberto pela camisa social preta.

Quando o ar nos faltou, Harry parou o beijo lentamente, cobrindo-me de selinhos antes de se afastar com um sorriso de covinhas.

− Nós já decolamos e você não percebeu – ele sussurrou com a voz rouca, acariciando minha bochecha antes de apontar para a janela ao meu lado.

Olhei pelo pequeno quadradinho que mostrava toda a cidade de Londres e o rio Tâmisa com um tamanho minúsculo, e ignorando todo o meu medo, colei o nariz contra o vidro gelado, vendo todas as casas e prédios ficando cada vez menores. Uma imagem maravilhosa, enquanto o avião inclinava-se lentamente.

− É tão lindo – murmurei, deixando a janela de lado e voltando para Harry que me observava com um sorriso pequeno. – Obrigada.

Com toda certeza, eu não estava agradecendo apenas por ter me distraído enquanto o avião decolava.

Ajeitei-me na poltrona pela quinta vez, arrumando o travesseirinho em minha cabeça, para finalmente abrir o suspense que eu havia levado, cujo já estava na metade. Livros policiais não faziam o meu gênero, até aquele.

− O final é muito bom – Harry disse, aprontando para a capa do livro, fazendo ficar surpresa.

− Você já leu? – Gesticulei para as folhas amarelas.

− Adoro os livros da J.K. Rowling. – Harry deu de ombros, abrindo um sorriso, antes de me passar um dos seus fones de ouvido, dando play na lista de músicas com nome “To fly”.

Perdi-me em meios às páginas e todo o mistério em que o suspense policial se passava, e acabei a última página – chocada com o fim – no momento em que a voz do piloto se vez audível.

− Senhores passageiros, estamos agora sobrevoando o Dublin Airport, dentro de dez minutos estaremos aterrissando. A temperatura local é de dezenove graus e o clima é ameno, a British Airlines agradece a todos pelo voo agradável.

A conversa entre os passageiros se tornou intensa, enquanto todos começavam a se espreguiçar e dobrar os cobertores pequenos dados pelas aeromoças, as quais já passavam freneticamente pelos corredores, atendendo a todos.

Eu mesma me espreguicei − após guarda o livro de volta à bolsa – deixando que uma das minhas mãos parassem nos cabelos de Harry, já um pouco revoltos sem o chapéu preto que ele usava desde o aeroporto de Londres.

− Não acredito que chegamos – disse, olhando para ele com um sorriso gigante.

− Precisa que eu te beije novamente enquanto o avião desce? – Harry lançou-me um sorriso malicioso, enquanto acariciava minha perna.

Inclinei-me sobre o seu corpo, o máximo que o cinto de segurança permitia, levando meus lábios para perto de seu ouvido, beijando aquela região antes de murmurar.

− Desde quando você precisa pedir para me beijar?

Nossos lábios se encontraram mais uma vez naquele dia, em um beijo tão intenso que acabamos por ignorar todos os passageiros começando a sair, até que o avião estivesse quase vazio. Carreguei nossas mochilas enquanto Harry se matava para conseguir pegar nossas malas nas esteiras rolantes, mas depois de algumas gargalhadas com ele correndo atrás das bagagens, finalmente saímos para o saguão principal, empurrando um carrinho bem pesado.

− Preciso pegar nosso carro – Harry avisou, fazendo-me parar ao lado da loja de aluguéis de carros, onde um senhor gordo e loiro nos lançava um sorriso.

Enquanto ele ia conversar com o verdadeiro projeto de duende idoso, liguei meu celular para mandar uma mensagem coletiva para Hazel, Simon e papai, apenas para saberem que eu estava bem e, a pedidos de Haz, tirei uma foto para mandar anexa ao texto, ignorando minha cara inchada pós voo.

Desliguei quase instantaneamente o celular, sabendo que seria bombardeada por mensagens de uma Hazel curiosa.

Harry voltou até onde eu estava, balançando nas mãos as chaves de uma BMW, já puxando-me para onde as placas mostravam que era o caminho para o estacionamento, onde encontramos uma X5 reluzente e preta nos esperando.

− O que você tem contra carros populares? – perguntei rindo, enquanto o ajudava a colocar as bagagens no porta-malas.

− Esse é um dos carros mais populares que a BMW tem! – Harry replicou, roubando-me um selinho e indo em direção à porta do motorista gargalhando, o que me fez balançar a cabeça.

Coloquei o cinto de segurança enquanto Harry colocava algumas coordenadas no GPS, as quais nos levaria para o The Westbury Hotel, no coração da cidade. Pelo caminho, senti meus olhos brilharem com as paisagens pelas quais passávamos.

− Tudo isso parece um livro da Cecelia Ahern – suspirei, olhando para os pub’s e as lojas, as pessoas alegres passeando pelas ruas cheias.

− Quem? – Harry olhou para mim curioso, com um sorriso no rosto.

− A escritora de P.S. I Love You, o pub que aparece no livro existe de verdade aqui em Dublin – expliquei, gesticulando para as ruas pelas quais passávamos, enquanto éramos guiados pela voz feminina do GPS.

Quando Harry parou na frente de um prédio extremamente grande e elegante, com bandeiras da Irlanda e Reino Unido, meu queixo foi ao chão, e um olhar surpreso surgiu em meu rosto quando a voz do GPS confirmou que ali era o nosso destino.

Uma construção sólida, com detalhes clássicos mais eficientes deixavam o prédio com uma aparência bonita, completando tudo com os detalhes dourados e plantas bem verdes em jardineiras, além de uma recepção completamente espelhada. Um homem de terno e quepe veio em nossa direção, e fiquei surpresa em ver que era um chofer.

− Sejam bem vindos ao Westbury Hotel, espero que a estadia de vocês seja ótima. – Harry me ajudou a sair do carro, entregando a chave do carro ao homem sorridente. – Tomarei conta para que suas malas estejam o mais rápido possível no quarto.

A decoração por dentro lembrava algum castelo muito bonito que se vê em fotos, com móveis de madeira bem trabalhados, carpetes bem cuidados e plantas ornamentais com cores vivas. Todos ali pareciam muito sorridentes, e eu desconfiava que fosse coisa de irlandeses.

Deixei Harry com a recepcionista e comecei a explorar o lugar – possível devido ao tamanho do salão principal. Funcionários passavam por ali a cada segundo, levando sempre alguma coisa em mãos, ou perguntando se eu precisava de algo. No bar, alguns hospedes conversavam animadamente, tomando algo que me deixou com água na boca.

− Você está babando pelo hotel ou pelo garçom? – A voz de Harry perto do meu ouvido fez-me dar um pulo de susto, mas rapidamente virei-me para encontra-lo praticamente colado a mim. Suas covinhas eram visíveis por mim perfeitamente, assim como cada marquinha em seu rosto.

− Esse lugar é simplesmente maravilhoso, e acho que essa nem é a palavra perfeita para descrever esse lugar. – Minha voz saía eufórica, e passei meus braços pelo pescoço de Harry, abrindo um sorriso para ele.

− Venho aqui com os meninos quando a turnê chega na Irlanda – ele explicou, beijando rapidamente a ponta de meu nariz.

− Não precisava me dar tanto...luxo, Harry, todo esse dinheiro que está gastando comigo é... – Minha tagarelice foi silenciada pela boca de Harry, que me embalou em um beijo lento.

− Quero dar a você sempre o melhor, Nora. – Ele olhou fundo em meus olhos, e eu quase me derreti em seus braços, ali mesmo.

− Obrigada – murmurei, abrindo novamente um sorriso.

Um funcionário do hotel já nos esperava com um carrinho, o qual levava nossas malas e mochilas. Harry entregou-lhe o cartão de nosso quarto, e o garoto apressou-se a entrar no elevador de serviço.

Subimos até o oitavo andar, entrando em um corredor amplo e iluminado, com muitos quatros pelas paredes. Seguimos até o 811, onde a porta se encontrava aberta e o garoto colocava nossas malas ao lado da cama. Não prestei muita atenção no que Harry disse para ele, com um sorriso, pois estava muito ocupada olhando para o quarto, que tinha o tamanho do meu apartamento inteiro.

Uma cama que deveria ser uma king size tomava conta de um grande espaço, com uma cabeceira moderna que ia até o topo da parede. Espelhos eram vistos em todos os lugares, uma mesa de dois lugares e um pequeno sofá ao lado, com uma televisão grande na parede. A porta para o banheiro estava aberta e consegui ver uma ducha enorme ao lado dos armários.

Tudo era moderno, com um toque clássico, recheado de cores como cinza e branco.

Eu estava praticamente babando por aquele quarto, quando a porta do nosso quarto foi fechada, e meus olhos foram para um Harry sorridente vindo em minha direção. Tomando-me em seus braços, ele selou nossos lábios, passando com as mãos das minhas costas até minha bunda, fazendo-me gemer em meio ao beijo.

Ele me empurrou até que eu batesse contra a cama, nos desequilibrando, e fazendo-me cair diretamente no colchão, que poderia ser comparado como se estivesse deitada em uma nuvem.

Minhas mãos voaram para seus cabelos compridos e eu tirei o chapéu preto que cobria sua cabeça, deixando-me livre para puxar as mechas cacheadas. Eu com certeza adoraria me acostumar com o cabelo mais comprido.

Suas mãos entraram por dentro da minha camisa branca. Meus saltos pretos caíram do pé e Harry pegou-me pela cintura, levando-me para onde os travesseiros estavam.

Seus beijos desceram dos meus lábios diretamente para meu pescoço, fazendo-me contorcer mediante aos chupões que recebia. Minhas mãos voaram automaticamente para os poucos botões que ainda estavam fechados, mas rapidamente mudei as posições, ficando sentada por cima de seu peito ofegante.

− Harry... – Minha respiração estava tão ofegante quanto a dele, e por impulso, deixei mais um beijo curto em seus lábios inchados. − ... Me leve para conhecer a cidade.

Ele sorria, um sorriso com covinhas e uma pitada de malícia; sua cabeça estava jogada contra o travesseiro e seu peito subia e descia rapidamente sob meu corpo, passando as mãos pelo rosto e soltando um longo gemido, Harry apoiou-se pelos braços para sentar-se na cama, ainda comigo por cima.

− Certo, conhecer a cidade, isso é bom. – Ele falava mais lentamente que o normal, e sua voz rouca apenas me deu mais vontade de jogá-lo de volta para a cama e terminar o que paramos. – Por que não vai tomar um banho enquanto eu...Vou dar um jeitinho em uma coisa?

Ri baixinho, sentindo sua elevação pressionando-me pela calça, sabendo que ele precisava se aliviar. Com um selinho, saí da cama e fui até a mala, enquanto via-o correndo para o banheiro; procurei algumas roupas mais quentinhas e confortáveis indo correndo para onde a ducha enorme me esperava.

Ouvia alguns barulhos vindos da porta fechada, mas apenas tentava segurar o riso, e em pouco tempo eu já terminava de vestir minha camisa branca, por baixo do cardigã cinza com bolas brancas, terminando tudo com uma jeans preta e meu meia pata também preto. Harry entrou no quarto com uma toalha em volta da cintura e o cabelo molhado, olhando para mim com um sorriso.

− Você está linda – ele disse, enquanto separava algumas roupas em sua mala. Eu, assistia a tudo da cama, enquanto trançava meus cabelos.

− Você também está lindo assim, poderia ficar desse jeito. – Brinquei, ouvindo-o gargalhar de costas para mim.

Quando ele já estava vestido com sua velha e boa amiga, camisa preta e jeans, junto com um casaco da mesma cor, fui em sua direção, olhando-o com uma careta ao encarar seu chapéu preto.

Peguei-o furtivamente, colocando-o sobre minha própria cabeça e fazendo uma careta engraçado, vendo-o rir.

− Fica melhor em você mesmo. – Com aquela frase, ele beijou-me levemente, pegando as chaves do carro e me puxando porta a fora.

Ficamos alguns minutos no carro, apenas decidindo quais os lugares iríamos naquele dia, e depois de algumas opções serem jogadas para o dia seguinte, resolvemos que a primeira parada seria a catedral de St. Patrick.

Depois de alguns minutos no carro, ziguezagueando pelas ruas estreitas, minha primeira visão fora a de um enorme jardim, com uma grama tão verde que parecia um tapete, com flores das mais diversas cores, algumas estátuas e uma fonte singela ao meio do labirinto de caminhos.

Entretanto, o que mais chamou minha atenção foi a majestosa construção ao fundo daquele jardim. Uma igreja tão grande quanto um castelo, no estilo gótico, ainda de materiais rústicos e cinzentos, que à luz do dia, impunha toda a sua grandeza.

Depois de explorarmos cada canto possível da enorme catedral que esbanjava história, caminhamos pelo jardim, com alguns casais e famílias ao nosso redor. Ao chegar ao centro do jardim, puxei Harry para um beijo rápido, ao mesmo tempo em que tentava tirar uma foto nossa, com toda aquela paisagem ao fundo.

− Ficou linda! – disse, olhando para os nossos sorrisos em meio ao beijo. Acabei por colocar aquela imagem como meu plano de fundo, puxando Harry para nosso próximo ponto turístico, saltitante e sorridente.

Sabia que nós dois estávamos cansados da viagem – mesmo curta −, então Harry levou-me até a avenida O’Connell, a principal da cidade, e apenas caminhamos por toda sua extensão, vendo as estátuas enormes, os prédios majestosos e os artistas de rua simpáticos. Consegui ver, além de tudo, um rapaz fazendo uma típica dança irlandesa.

Harry gargalhou e tirou muitas fotos de mim, quando paramos em uma pequena lojinha de suvenires, e eu acabei provando uma camisa verde onde era possível ler “I’m Irish, kiss me!”, junto com o típico chapéu de duende.

− Niall vai adorar ver isso! – Harry dizia em meio às gargalhadas, enquanto eu desfilava pela loja, fazendo com que a dona se juntasse com ele nas risadas.

Ao fim, acabei comprando apenas uma pelúcia simpática de um duende sorridente.

Quando a tarde já começava a acabar, ainda caminhávamos de mãos dadas pela avenida O’Connell, parando alguns minutos para que Harry atendesse a fãs que pediam por fotos. A cidade começava a se iluminar perante à noite que chegava, e tudo tornava a paisagem ainda mais bonita.

− Harry, vamos à um pub? – perguntei, virando-me para ele de repente. – Não estamos realmente na Irlanda até tomarmos uma boa cerveja.

− Acho que sei exatamente onde levar você – ele disse, passando o braço pela minha cintura e deixando um beijo em meu pescoço.

Andamos alguns poucos quarteirões até chegarmos em um pub de esquina, com uma pintura vermelha vibrante, como uma cabine telefônica e o letreiro dourado chamou a minha atenção.

− Bem vinda ao The Temple Bar, Nora, o melhor de toda a Irlanda – disse Harry, abrindo a porta para uma imensidão de cores e pessoas conversando com copos enormes de cerveja.

Tudo ali era fascinante, e muito barulhento, misturando conversas altas, risadas e gritos aos copos e garçons que corriam pelo pequeno espaço do bar.

Tudo que achamos, com sorte, foram dois banquinhos no balcão, perto de um senhor barrigudo e com o cabelo acinzentado que sorriu assim que nos sentamos. Harry juntou nossas mãos por cima do balcão, sorrindo para mim enquanto levantada dois dedos, um pedido clássico de bebida.

− Vamos repetir a dose da noite em que você acabou desmaiado no meu sofá? – perguntei com um grito perto do seu ouvido, devido aos barulhos em nossa volta.

− Não faça brincadeiras, aquela foi umas das melhores noites, até cantamos músicas infantis! – Harry levantou os dois polegares para o alto, abrindo um sorriso engraçado que fez com que minhas gargalhadas se misturassem com o barulho do bar.

− Se você começar a fazer uma dancinha irlandesa, eu serei obrigada a filmar e mandar para todo mundo – confessei, fazendo com que Harry me olhasse com uma falsa expressão magoada.

− Eu estava planejando levar você comigo na hora de dançar. – Ele deu de ombros em um ato decepcionado, o que me fez lhe dar um tapa no ombro.

Depois de algumas horas, eu mal tinha conseguido terminar o meu primeiro copo de cerveja, devido ao fato de que aquela era a bebida mais forte a qual eu já havia experimentado. Perdi as contas de quantos copos Harry já havia bebido, mas no momento em que ele se enturmou com um grupo de homens que começaram a dançar algo entre passos irlandeses e valsa, deduzi que ele bebeu mais do que devia.

− Primeira vez no país? – Uma voz grossa chamou minha atenção, e assim que virei, encontrei o mesmo senhor de cabelo cinza em minha frente, secando alguns copos gigantes com um pano branco.

− Como descobriu? – perguntei, dando as costas para um Harry dançante e cantante.

O senhor deixou os copos de lado, pegando uma garrafinha de água e colocando em minha frente. Agradeci e deixei a cerveja choca de lado. O bar já estava vazio, mas meus ouvidos zumbiam devido ao barulho que estava a poucas horas atrás.

− Principiantes nunca conseguem beber um copo inteiro. – Nós dois rimos alto, e eu soube que iria adorar aquele senhor barrigudo e simpático. – Casados?

Não precisei olhar para trás para saber que ele se referia à Harry, e apenas sorri, abaixando a cabeça e colocando uma mecha solta da trança para trás.

− O dançarino irlandês ali atrás é meu namorado

O homem sorriu e balançou a cabeça, parecendo aprovar Harry, mesmo ele estando um pouco bêbado e muito alegre.

− Meu nome é George, aliás. – Cumprimentei o homem com um aperto de mão e um sorriso, apresentando-me, ao mesmo tempo que uma senhora com os cabelos loiros até o ombro chegou ao lado de George.

− Ele parece gostar muito de você, menina. – A mulher com uma voz melodiosa sorriu para mim, abraçando George que a beijou na cabeça.

− Como a senhora sabe? – perguntei mais uma vez, espantada, começando a imaginar que eles dois tinham poderes médiuns.

Ela apontou com a cabeça em direção à Harry, e assim que virei-me, nossos olhares se encontraram e ele abriu um sorriso com covinhas, lançando-me um aceno breve antes de voltar à cantoria.

− Meu George aqui não consegue me reconhecer depois de alguns copos de cerveja. – A mulher riu alto, fazendo com que o senhor revirasse os olhos.

− Isso não significa que eu amo você menos, Lilly. – O velho senhor acariciou o braço da mulher, e um sorriso abriu-se em meu rosto, devido ao ato de carinho dele por ela. – Estamos casados a quarenta anos, Nora, não ligue para o que ela diz de mim.

George recebeu um tapa no braço da esposa.

− O que eu estava querendo dizer é que consigo ver tão claramente como ele olha para você, com todo aquele amor – Lilly explicou, abrindo um sorriso maternal para mim.

− Ele é muito especial para mim – suspirei, olhando de soslaio para o menino cacheado que parecia se divertir loucamente.

− Espero que da próxima vez que voltarem aqui, estejam com uma aliança na outra mão – George disse, piscando para mim, deixando-me vermelha da cabeça aos pés.

Depois de mais algumas longas horas, sentada naquele banquinho conversando com George e Lilly, puxei Harry do grupo de “dançarinos” e despedi-me dos meus novos amigos, prometendo que voltaria ali em uma outra viagem para revê-los.

Ver Harry bêbado, enquanto eu mesma estava sóbria foi a coisa mais engraçado de todas, pois ele fazia e dizia coisas que me faziam chorar de rir, e soube que me arrependeria depois por não ter gravado ele dançando pelo saguão do hotel com o chofer.

− Eu disse que você ia gostar do pub, não disse, amor? – Harry balbuciou, abraçado comigo pela cintura enquanto entravamos em nosso quarto enorme.

− Foi uma noite maravilhosa, Harry, mas acho que você acabou se divertindo mais do que eu mesma. – Segurei a risada, vendo ele me lançar uma careta afetada.

− Está insinuando que eu estou bêbado até o último foi de cabelo? – ele perguntou, provocador, puxando-me pela cintura direto para seus braços fortes.

− Seu hálito já denuncia você o suficiente – respondi em um sussurro, embriagada pelo cheiro forte do perfume de Harry misturado ao álcool.

− Mas eu ainda estou sóbrio o suficiente para algumas outras coisas – Harry murmurou de maneira sexy em meu ouvido, passando a língua de forma provocadora pelo meu pescoço, que fez-me arrepiar e soltar um longo gemido, e eu me derreti em seus braços.

Harry me jogou na cama, e logo eu estava puxando ele pela camisa para se posicionar em cima de mim, puxei-o em direção aos meus lábios e não me importei por ele estar um tanto bêbado, seu gosto forte de álcool misturado às palavras safadas apenas me deixavam com mais desejo.

Minha blusa estava levantada até os seios, e Harry trabalhava perfeitamente em minha barriga descoberta, traçando caminhos de beijos e chupões por minha pele, enquanto eu puxava seus cabelos para conter os gemidos.

Em um momento de lucidez, uma ideia que me deixaria envergonhada normalmente, apareceu em um momento perfeito, e talvez o pouco teor de álcool em meu sangue deixou-me desinibida o suficiente para querer aquilo.

− Harry, fique aqui, eu tenho uma surpresa para você – murmurei de maneira provocante em seu ouvido, mordendo o lóbulo antes de correr para o banheiro, em direção a minha mala.

Vasculhei no fundo de todas aquelas roupas, buscando pelo conjunto de lingerie minúsculo e sexy que Hazel havia colocado para mim dentro da mala, mesmo eu batendo o pé e dizendo que nunca usaria aquilo.

Quem diria que eu me enganaria profundamente.

Corri para a pia e escovei os dentes, penteando o cabelo e finalmente vestindo a peça de cor preta e rendada. Sentia-me praticamente nua usando aquilo, mas talvez aquela fosse a ideia.

Olhei-me no espelho uma última vez, sentindo-me sexy de uma forma que nunca havia imaginado, voltando com passos curtos para o quarto, silencioso.

− Pensei em tentar algo novo, amor. – Meu murmúrio me faria rir em uma circunstância normal, mas naquele momento eu queria ser provocadora.

O silencio mortal do quarto prevaleceu, e achei que talvez ele estivesse surpreso demais com a minha desinibição, logo, subi na cama e engatinhei até onde ele estava deitado, passando a unha por lugares que fariam ele gemer.

Nunca tinha feito algo como aquilo na vida, mas sentia uma explosão de êxtase e desejo percorrer todo o meu corpo, mas assim que cheguei até rosto de Harry, toda aquela onda de sex appeal foi embora.

− Harry, você não pegou no sono exatamente agora! – meu gemido de frustração me fez rir, e eu me joguei ao seu lado da cama, passando as mãos pelos cabelos enquanto meu namorado respirava profundamente ao meu lado, em um sono pesado.

Balancei a cabeça algumas vezes, repassando todo o momento cômico antes de inclinar-me sobre Harry, depositando um beijo demorado em sua bochecha antes de lhe cobrir com o edredom cinza.

− Boa noite, meu amor.

 Sabia que ele estava longe de me ouvir, mas mesmo assim acariciei seus cabelos, antes de entrar no aconchegante edredom, enrolando-me por completo no corpo quente de Harry, sendo embalada por sua respiração tranquila.

Continua...


Notas Finais


Bem, esse foi o capítulo da semana!
Espero que tenham gostado tanto como eu gostei, e nesse capítulo quis fazer vocês se sentirem a própria Nora viajando por Dublin! ;)
Não esqueçam de colocarem aqui suas opiniões sobre o capítulo, são muito importantes para a melhora da fic.
Até a próxima e milhões de beijos!


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