Em uma nova construção, o trator que remexia a terra, bateu em algo metálico.
- Achamos alguma coisa aqui! Vamos desenterrar! - grita um dos trabalhadores, o curioso.
Depois de tanto tirar os restos de terra de cima, fora revelado um caixão revestido de cadeados.
- Me dêem um canivete! - grita um ambicioso.
Corta todas as correntes, uma por uma, assim que tenta abrir a fechadura, corta lhe o dedo, escorrendo um filete de sangue.
(S/N) ON~
Assim que senti aquele cheiro tão conhecido pelo meu nariz, abri aquela caixa dos infernos e pulei no pescoço do primeiro que vi. A sede era tanta que logo todos a minha volta estavam mortos. Segurei o último em meus braços e o ouvi implorar pela vida.
- Por favor, eu tenho que cuidar da minha família.
- Me perdoe, mas você não faz ideia da sede que sinto agora.
Me lembrei de um amigo e resolvi ver se meu lobinho ainda estava vivo.
Corri pelas ruas, que antes eram de barro e agora eram de um material desconhecido por mim. Fui até sua antiga casa e bati três vezes, como nosso código secreto.
- Não brinca! - ouvi gritar do outro lado da porta e me enchi de felicidade. - É você! - grita assim que abre. - Que saudades, querida. - Jin me aperta.
- Ah...Oppa, eu estou muito cansada e desinformada. Me sinto velha. - ri de minhas reclamações e me puxa pra dentro.
- Vou lhe fazer um chocolate quente. - sorri animado e corre para a cozinha.
- Sua casa não mudou nada, Oppa.
- Muito obrigado, porque nessa cidade tudo mudou tão drasticamente que alguma coisa tinha que ser igual.
- Falando nisso, posso dormir aqui? - perguntei meio desajeitada.
- Claro, meu bem. - me entrega o chocolate.
- Obrigada. - o tomei, que falta desse sabor. - Ah Jin, estou tão feliz em revê-lo.
- Eu também, foram dois séculos inteiros! - me abraça.
- Quero tanto matar aquele bruxo, que nem sei o que faria se o visse andar. - me lembro do dia em que fui parar naquele caixão.
Era uma noite fria e Hoseok me chama na porta, desesperado. Corri até o mesmo e o recusei o que me pedia, abrigo. Sabia de seus crimes e queria vê-lo apodrecer diante de minha nobre casa.
Mal sabia eu que esse era um bruxo, dos rancorosos e que guardava um amor por mim. Me lançou o feitiço de que viveria pra sempre e veria todos que me amam morrer.
Depois de anos, o vi novamente, infeitiçou todos da aldeia e me declarou como um demônio. Me prenderam em um caixão preto e o envolveram com cadeados.
Implorei para sair, mas me enterraram e me esqueceram. Os anos se passaram e só hoje me acharam, graças à ganância humana em construir piscinas e casa enormes.
Jin me conta sobre tudo que aconteceu nesse tempo. Como o material desconhecido que agora sabia o nome, asfalto. Agora temos carros, celulares, mulheres estudam, podem ter relações LGBTs e serem livres, dentre tantas outras maravilhas que conquistamos.
Todo seu pró tem um contra. Os caçadores de vampiros ficaram espertos e sabem identificar quem são. O que antes nem sabiam se era verdade, hoje tem armas que jamais gostaria de experimentar.
- Acho melhor ter cuidado, (S/N). Hoseok está à espreita. - avisa.
- Jin, se ele quisesse me matar, já teria feito. - concordou e voltou a me abraçar. - Pra que isso tudo...?
- 200 anos não é pouco. Passei por muita coisa sem você. Conheci até uma pessoa.
- Ui, que pessoa?
- Ele se chama Namjoon. Ah...ele é muito fofo.
- Me apresenta à ele um dia. - concordou com a cabeça e saltitou até seu quarto, trazendo roupa de cama. - Não vou ficar...
- Ah, vai sim. - coloca no sofá e alisa meu rosto. - Quero cuidar da minha princesa.
- Jin, - seguro sua mão. - eu preciso me inturmar. Acho que seria bom me matricular para a escola.
- Péssima ideia. Você sabe que agora os caçadores estão muito mais inteligentes. É muito perigoso.
- Sei que se preocupa comigo, mas eu realmente preciso de amigos.
- Sério?! Pensei que só eu bastasse. - cruza os braços e faz biquinho.
- Não é desse jeito. Preciso de falsos amigos pelo menos. Quero sentir minha liberdade e volta e a ser uma adolescente inconsequente.
- Pode crêr, você já é.
- Não sou. Vou me matricular agora.
- Jura? Às - olha o relógio. - 3:00 da manhã?
- Melhor não. - me sentei novamente e suspirei.
- Se for fazer essa burrada, faz mais tarde. - sorrio e o abraço.
- Você é o melhor.
- Eu sei que sou. Enfim, preciso te dar uma coisinha que te pertence. - vai ao quarto novamente e volta. - Isso é seu, não é? - me estende um anel muito conhecido pelos meus olhos.
- É sim...- o peguei e coloquei em meu dedo, o olhando com lágrimas nos olhos.
- Você não me disse sobre isso, acabei descobrindo sozinho.
- Pensei que tivesse. - abaixo a cabeça e encaro o anel, lembrando de tudo que já aconteceu.
- Não chore por ele, que não te merece. - levanta meu rosto e sorri fraco.
- Não vou. - levanto decidida. - Pelo menos vou poder andar no sol agora.
- Só não me esquece aqui. Passei muitas luas cheias sem você e a experiência não foi boa.
- Mas agora você tem aquele Namjoon pra te ajudar, né? - o olho maliciosa.
- Me respeita, garota! - ri e coloca um filme, sentando no sofá.
- Nossa. Televisão com cor! - me aproximo, tocando a tela.
- É. Evoluímos muito bem.
- Máximo. - me sento ao seu lado e encosto minha cabeça em seu ombro.
- Acho que vou ter que te ensinar umas coisas antes de ir se matricular na escola.
- Melhor...- fiquei vidrada no filme que passava. Som, cor, edição e qualidade bem melhores que antes. Genial!
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