História Don't Stop - The letter

Acordei com um braço pesado sobre mim, eu até diria que era Laika porem cachorros não tem braços. Vir-me-ei e vi Ash me observando. Fechei os olhos relembrando da noite anterior e eu senti vontade de correr, ir em direção ao Luke e implorar perdão por isso...

- Oh não Ash – levantei-me e percebi que eu estava nua.

Coloquei um robe que havia por ali e ele continuou me olhando.

- Promete que ninguém nunca vai saber desta noite? – perguntei voltando-me para ele.

- Quando você diz ninguém, se refere a Luke? – falou sério.

- Me refiro a todos Ash, não foi nada certo o que fizemos – respondi com culpa.

- Nós que definimos o que é certo ou errado e eu considerei isso maravilhoso – ele se levantou indo até mim.

- Foi bom Ash, eu confesso, e confesso que gostei muito, mas eu namoro seu melhor amigo e eu não sei como vou encarar Luke depois disso – falei levando as mãos até meus cabelos.

- Termina com ele e fica comigo – olhei incrédula.

- Eu amo o Luke, ele é tudo o que eu sempre esperei – respondi firme.

- Não pareceu isso quando você gemia meu nome descontrolada – falou com um sorriso safado.

- Nem tudo é o que parece, então sai do meu apartamento Ash – abri a porta do meu quarto – eu estou precisando pensar nas burradas que acabei de fazer.

- Posso voltar esta noite? – falou aproximando os lábios de meu pescoço e depositando um chupão que me fez se contorcer.

  - Eu já disse que isso não vai se repetir – afastei-o com um empurrão e então ele saiu rindo.

Ashton P.O.V.

Eu ainda não conseguia acreditar que enfim consegui passar a noite com Candice. No inicio, eu até achava que após isso eu conseguiria esquecer ela e todo o encanto ia passar, mas não aconteceu e eu acabei gostando muito mais dela. Agora meu único problema tinha nome e sobrenome e ainda pior, é meu amigo e companheiro de banda. E eu estava certo de que se o Luke descobrisse que fiquei com a namorada dele, um de nós acabaria saindo da banda e por fim a 5 Seconds Of Summer ruiria, porém eu também não sei se seria capaz de sacrificar meu amor pelos meus sonhos.

Cheguei e todos ainda dormiam, melhor assim. Tomei um banho frio e fui tentar dormir um pouco já que quase não dormi está noite.

Eu dormia quando senti alguém se jogar em cima de mim, assustado olhei para o lado e vi Barney.

- Sai – tentei empurrar ele da minha cama.

- Acorda e pode me contar onde passou a noite – vi que Mike estava parado na porta.

- Tem alguém em casa? – perguntei.

- Luke e Cal foram jogar futebol com o Louis e o Harry, mas nem precisa me falar o nome da garota que você foi atrás – ele se jogou no sofá que tinha próximo a cama.

- O que você acha que o Luke vai fazer se descobrir?

- Isso é uma coisa que prefiro nem imaginar – ri – você não deveria rir Ash, o que você fez foi errado – ele falou sério.

- A Candi falou a mesma coisa desde que acordou, mas culpa não foi só minha, quando dois não querem um não faz.

- Mas ela nunca teria te dado uma chance se você não tivesse ido atrás, eu não sei o que a Candi pensa, eu achava que ela sinceramente era diferente.

- Ela é diferente de todas – ele riu.

- Ela traiu o namorado dela com o amigo dele, não está tendo como defender ela.

- Eu que insisti – falei com culpa.

- Desde o inicio eu falei para você desistir que ela já era do Luke, agora não adianta se lamentar – ri alto – A sua sorte e do Luke, talvez a até da Candi é que adoro ele demais para me meter; vou continuar chamando ela de meu doce.

- Fique sabendo que eu não estou me lamentando e muito menos arrependido – Mike me olhou.

- Então ela é mesmo boa de cama?

- Isso não é da tua conta, porque você não vai perguntar para o Luke e vê se esquece o que eu te contei? – falei irritado e saindo do quarto.

- Porque ele já confirmou – gritou vindo atrás – E você nem sonhe em contar para ele que passou a noite com a Candi, se não adeus 5SOS – assenti.

Candice P.O.V.

Eu estava completamente atônita e confusa com o que aconteceu na noite anterior, eu não sei o que eu tinha na cabeça quando fui me entregar para Ash, porém eu precisava, assim como agora eu estava precisando relaxar ou cavar um buraco e passar o dia ali.

Fui até o quarto onde as coisas da minha mãe estavam guardadas e comecei a procurar a caixa de CDs dela, que sempre teve um excelente gosto e muito para frente de sua idade. Vi que estava no alto do guarda roupa, era bem provável que John a tivesse colocado ali, nada que uma cadeira não resolvesse. Analisei os CDs e acabei pegando os meus favoritos: Arctic Monkeys, Blink-182, All Time Low, Green Day, The Killers, Red Hot Chili Peppers e Linkin Park. Eu teria musicas para passar o dia de hoje completamente ocupada fazendo uma limpeza no meu apartamento e pintando, seria impossível eu pensar em algo.

Coloquei o volume no ultimo e iniciei meus trabalhos domésticos. Já passavam do meio dia quando enfim terminei, acho que da próxima vez eu chamo uma diarista.

Fiz um macarrão com queijo e bacon, não é algo muito natural e que combine porem é pratico e que, assim como eu, Laika ama. Após dormir um pouco voltei a colocar minhas musicas e fui para meu ateliê, já que eu tinha três quadros encomendados por um tal de Sr. Turner que ficou muito interessado em minhas obras e estava pagando muito bem por cada uma.

Eu já estava a um bom tempo pintando quando ouvi ruídos vindos lá de fora, por causa da musica era difícil saber se era a campainha ou o telefone. Corri até a sala e verifiquei que alguém tocava a campainha.

- JÁ VAI – gritei abaixando a musica.

Deve ser algum vizinho chato reclamando. Abri a porta e Luke estava parado com um buquê de violetas.

- Candi... – falou meio sem jeito.

- Já vi que vai tentar se explicar então entra – sai da porta e ele me segurou me dando um beijo.

Eu me senti beijando uma porta, porque como eu já disse nosso beijo antes quente agora era frio e sem vida, assim como minha relação com o Luke nos últimos dias.

- Desculpa ter falado da sua roupa ontem... – ele falou meio sem graça.

- Adorei as flores Luke – falei tentando mudar de assunto e pegando o buquê.

- É serio me desculpa – pareceu-me triste.

- Não tem problema, se eu tivesse uma namorada também não gostaria que ela usasse aquilo – ele riu – mas isso não te dá o direito de chamar minha roupa de “roupa de vadia”.

- Foi o impulso – abracei-o.

- Esquece isso amor – Luke me deu mais um selinho – Fico feliz que você tenha vindo. Eu preciso falar com você e te contar algumas coisas... – Iniciei, eu estava decidida e contar sobre essa noite, Luke não merecia ser enganado.

- Não acredito que você tem esse CD do Red Hot Chili Peppers – se levantou indo correndo pegar a capa do CD – como você conseguiu? É uma raridade – ri.

- Era da minha mãe, só os ouço às vezes – olhou-me.

- Não vai rolar de você me dar ele, não é?

- Nem pensar, esse CD era um dos preferidos dela e eu não me perdoaria – ele riu.

- Só acho que a sogrinha não era de brincadeira.

- Bobo – taquei uma almofada nele – vem comigo – me levantei segurando Luke pela mão.

Levei-o até o quarto onde as coisas da minha mãe permaneciam guardadas e intactas, ele olhou admirado para as coisas.

-Sua mãe era de mais – falou olhando os pôsteres nas paredes e os livros nas prateleiras.

- Tive a quem puxar – ele riu.

- Ela tem uma foto com Chester Bennington, eu não acredito – ele falou pegando um porta-retratos – espera você está junto – Luke parecia uma garota histérica.

- Nós sempre viajamos muito, minha mãe nunca teve um rumo certo – falei tentando colocar os CDs de volta em cima do armário.

- Deixa que eu te ajudo – Luke me segurou no colo me levantando.

Percebi que tinha um envelope preto empoeirado embaixo do local onde os CDs estavam.

- Luke me levanta de novo – pedi e ele me olhou confuso – faz o que eu to pedindo – algo me dizia que eu precisava abrir este envelope.

Peguei-o e me sentei em uma cadeira, abrindo o envelope vi que tinha uma carta com as inicias M.T. como remetente e o destinatário era minha mãe como se pode imaginar. Com muita calma comecei a ler a carta.

“24 de maio de 1996.

Não fiquei nada contente com as noticias que você me enviou Judy, sinceramente você não acha que eu vou assumir esta criança que você está esperando, não é mesmo? Não após o que eu descobri sobre você e o que quer comigo, você é apenas uma vadia barata que se vende por alguns dólares. E um filho agora acabará completamente com a minha vida.

Como você recusou minha proposta de vir morar aqui comigo e deixar seu ‘emprego’, além de ser generoso te deixando viver, vou te dar outra chance: ou você segue sua vida sem essa criança ou eu mesmo acabo com ela e com você.

Em breve nos veremos, com muito amor e ódio M.T.”

Eu estava em lagrimas e Luke estava parado me olhando sem reação.

- Meu próprio pai me abandonou e queria que eu morresse Luke – falei encarando a carta e ele me abraçou.

- Você não sabe os motivos dele,  e você viu que ele chamou sua mãe para morar com ele, foi ela quem não quis – olhei brava para ele.

- Não defende esse cretino, minha mãe sempre fez o melhor por mim, enquanto ele quis o meu mal antes mesmo de eu nascer – me soltei e sai do quarto.

- Eu só acho que você deveria tentar entender seu pai antes Candi – ri fraco.

- Vou tentar entender alguém abandona mãe e filha, com muita calma, mas vou entender – falei com ironia.

- Você acha que seu pai tinha que idade Candi? Ele deveria ter quase a minha idade, no lugar dele eu também não ia querer um filho, uma criança acabaria com a minha vida – somente com o tempo nós passamos a conhecer as pessoas que estão ao nosso lado.

- Você acha que minha mãe era uma velha quando me teve? Ela tinha dezessete anos Luke, você não acha que ela também acabaria com a vida dela? – eu já chorava.

- Ela teve a opção de não ter você, seu pai mesmo deu esta chance – ele não havia dito isso.

- Luke você está sendo completamente machista e idiota, cala a boca e some da minha casa que eu preciso ir trabalhar daqui um pouco – abri a porta e sem protestar ele passou por mim saindo.

Peguei um vaso e atirei contra a parede. Não, hoje eu não poderia surtar e eu não vou. Fui rápido até a cozinha pegando meus remédios e tomando vários calmantes. Já mais tranquila e controlada fui colocar minha roupa e saí para trabalhar.

Entre um drink e outro eu bebia algumas doses, beber nunca foi meu hábito, mas às vezes me acalmava. Rapidamente o fim do meu expediente chegou e eu teria que voltar para meu apartamento enfrentando meus pesadelos, mas eu não faria isto sozinha, não hoje.

Levei duas garrafas de Tequila e Vodka para casa e assim minha noite foi se passando e eu fui me embriagando em lembranças, culpas, dores, mágoas, ressentimentos e saudades, coisas que nem o tempo muito menos às bebidas me faria esquecer.

Muitas vezes tudo o que as pessoas querem é um pouco de agitação e loucura em suas vidas medíocres, coitados. Se soubessem que a loucura ao invés de ser o remédio é o veneno jamais a desejariam e abominariam cada momento em que ousaram pensar nisso.

A cada dose meu corpo ia relaxando e minhas lagrimas desabando por meu rosto, misturando lagrimas salgadas com maquiagem preta que escorria. Eu já sentia parte de mim anestesiada e minha campainha tocava sem parar, aquele barulho me irritava e estava me dando ânsia, se fosse Luke esta noite eu não aguentaria toda a culpa me corroendo e ele tentando defender o homem que me abandonou, eu acabaria terminando nosso namoro.

Tentei me equilibrar sobre meus saltos e puxar meu sutiã que nessa tentativa falha acabou arrebentando.

- Que porcaria, JÁ VAI CARALHO – falei limpando minhas lagrimas e segurando meu sutiã.

Eu tentava rodar a chave mais tudo girava em minha volta, eu sentia vontade de me jogar no chão novamente e chorar quando ao mesmo tempo eu queria rir. Por fim ouvi o click da fechadura e a porta foi aberta.

- Eu não estou a fim de ouvir mais defesas para aquele desgraçado do meu pai – falei abrindo a porta esperando encontrar Luke ali.

- Acho que você não vai precisar ouvir, não de mim pelo menos – mesmo com os olhos embaçados vi Ash ali parado.