“Não vou olhar para trás não vou me arrepender, não. Vou encontrar meu caminho, estou quebrada.”
– Ashley Tisdale (It’s Alright, It’s Okay).
Candice P.O.V.
Quatro meses depois
- Você já passou bastante tempo neste ateliê, se eu soubesse que você ficaria tanto tempo aqui jamais teria te mostrado – minha tia estava falando parada na porta, ela insistia para que eu saísse todo o santo dia.
- Ok tia, eu já to cansada de ficar aqui mesmo – era verdade porque já com uma barriga relativamente ‘grande’ eu sentia dificuldades para continuar pintando, o cheiro de tinta me enjoava e minha criatividade andava zerada.
- Seus quadros estão vendendo muito bem, sempre soube que você iria longe – concordei me levantando – e esse barrigão? – ela acariciou-a.
- Ontem eu senti chutar – riu.
- Pelo visto esse moleque vai jogar futebol – é descobri que eu estava esperando um menino e uma menina, sim gêmeos.
- E se for ela quem chutou? – minha tia riu mais ainda.
- Então ela vai ser agitada igual você, você era uma criança terrível na barriga da sua mãe – cai na risada.
- Tia eu estou com muita vontade de comer o bolo de morango que só você faz... – falei manhosa.
- Acabou o morango, se você quiser ir ali ao mercado comprar eu faço – sorri – aproveita e compra umas cinco bandejas porque como suas amigas chegam amanha já deixo um pronto para elas – concordei pegando minha bolsa e saindo (1).
O bolo da minha tia era simplesmente o melhor, eu não sabia comer um pedaço, era praticamente o bolo inteiro.
O mercado estava lotado sem contar que tinha uma fila enorme no caixa, algum tempo atrás eu voltaria, mas hoje ainda bem que gestantes tinham um caixa especial e eu não precisaria ficar esperando.
- Muito obrigado filhinhos – falei passando a mão na barriga e indo para a seção de frutas. Peguei as bandejas e enquanto eu ia para caixa fiquei com muita vontade de comer pizza com mel e geleia de amora, era uma vontade meio estranha porem não quero meus filhos com cara de pizza ou amora.
Eu tentava alcançar a pizza que estava no fundo do resfriador e com a minha barriga era uma tarefa meio impossível, era desnecessário por tão lá no fundo as melhores, até que ouvi uma voz.
- Quer que eu pegue a pizza moça?
- Acho que não vou alcançar mesmo – me virei encontrando...
- Candice? – Ashton perguntou assustado.
- Não, isso é uma miragem – falei mais assustada ainda.
- Você... – ele apontou para minha barriga.
- É impressão sua eu só estou um pouco gorda – falei e ele riu.
- Você está esperando um filho... – falou ainda espantado – por isso você sumiu?
- Eu sumi por eu mesma Ash, esquece que me viu e não comenta com ninguém dos meus filhos – sai andando mais ele correu atrás.
- Sua pizza – me entregou.
- Acabei de perder a fome – devolvi.
- O Luke é o pai da criança? – perguntou-me.
- S...sim – falei sem confiança.
- Não tem nenhuma chance de eu ser, não é? – meu estomago embrulhou.
- Nã..o – gaguejei.
- Porque você está gaguejando Candi? O filho pode ser meu? – assenti triste e ele sorriu.
- Eu não quero te responsabilizar Ash, eu entendo que um filho... – ele se aproximou beijando-me.
- Um filho é uma coisa maravilhosa – falou assim que nos separamos.
- Eu não sei quem é o pai – me senti uma péssima pessoa falando isso para ele.
- Eu quero te ajudar a cuidar se for meu filho e, mesmo que não seja, se eu estiver com você não vai importar porque eu vou amar essa criança igual – uma lagrima correu do meu olho e ele a limpou.
- Eu pensei que assim como o Luke você falaria que um filho ia estragar sua vida e não ia querer saber – Ash sorriu.
- Meu pai me abandonou quando eu era criança Candi, eu jamais faria o mesmo com meu filho – assenti abraçando-o.
- Não conta para ninguém dessa criança Ash, eu te imploro por isso – ele me olhou com reprovação.
- O Luke tem o direito de saber talvez vá ter um filho.
- Eu vou contar assim que a criança nascer e eu souber quem é o pai – na verdade eu não ia contar, eu pretendia sumir novamente.
- Eu quero acompanhar sua gestação Candi e te ajudar.
-Ash eu já passei meses sumida, não vai ser difícil sumir novamente – ele engoliu em seco.
- Se você fizer isso eu juro que te acho e pego a guarda da criança assim que ela nascer.
- Você nunca vai ficar com meu filho – falei nervosa – ninguém nunca vai tirar ele de mim.
- Podemos nos encontrar novamente para conversar melhor? – concordei.
- Eu te ligo marcando – sai apressada e voltei para casa o mais rápido possível.
- Você está branca – minha tia falou vindo ate mim assim que entrei.
- Tia... – comecei chorar e ela me abraçou.
- Que me contar o que aconteceu? – assenti – [...] ele o quê? – ela falava indignada.
- Ele ameaçou pedir a guarda da criança quando ela nascer; ele não pode tirar meu filho de mim tia... – voltei a chorar.
- Posso conversar com esse garoto? – pediu.
- Não precisa tia, eu me resolvo... – negou.
- Eu prometi para sua mãe que ia cuidar de você enquanto ela estivesse ausente e agora eu vou fazer o papel dela Candi, marca um encontro com esse menino e ele vai se arrepender do momento em que ameaçou uma Lancaster – percebi que minha tia falava com raiva, seria muito melhor não contrariar.
- Prefere que eu ligue quando para ele? – perguntei.
- Agora – me entregou o telefone.
- Ash? – falei assim que ele atendeu.
- Imaginei que ia me ligar logo – respondeu.
- Podemos nos encontrar depois de amanha? – assentiu.
- Te espero as duas na Clifton’s – concordei desligando.
- Depois de amanha às duas horas na cafeteria Clifton’s – falei e minha tia assentiu.
- Agora eu vou ir fazer o seu bolo que meus sobrinhos não podem nascer com cara de morango – ri.
- Tia nunca mais deixe o Ash se aproximar de mim – ela sorriu.
***
Margot P.O.V.
- Cuidem dela enquanto eu estiver fora – falei para Clara e Malu, que tinham acabado de chegar, eu estava saindo para encontrar o tal de Ashton Irwin.
- Vamos cuidar sim tia – elas responderam; ambas eram muito educadas e simpáticas.
Dirigi até o centro e entrei na cafeteria que estava vazia, só havia um garoto sentado em uma mesa nos fundos, reconheci sendo o da foto que Candi mostrou-me.
- Ashton Irwin? – perguntei puxando uma cadeira e sentando.
- Eu mesmo e você quem é? – ficou me olhando.
- Margot Saltzman ou se preferir Lancaster – ele me olhou assustado – que foi viu um fantasma? – dei um tapinha de leve no ombro dele.
- Era para a Candi ter vindo – falou firme.
- Sou a tia dela e achei melhor você conversar com alguém mais madura, experiente e menos emocionalmente abalada – mostrei superioridade.
- Eu não preciso conversar com você – respondeu – não é você que está grávida de um possível filho meu – ri.
- Chegamos rápido ao ponto que eu queria conversar com você rapaz, muito nobre da sua parte querer ajudar ela a criar a criança mesmo que não seja seu filho – ele sorriu.
- Eu gosto muito da Candi – falou.
- Oh claro, imagino gosta tanto a ponto de ameaçar pedir a guarda da criança caso for seu filho e ela sumir? – ele se remexeu.
- Você não acha que é o direito do pai? – ri.
- Eu só vou te dar um aviso rapaz, nunca mais se aproxime da minha sobrinha, nem você muito menos seu amigo Luke e vá fazer ameaças para sua bisavó no inferno ou no céu porque a partir do momento que você fizer algo contra ela ou as crianças é comigo que você vai mexer – ele começou a rir.
- Me deixou com medo agora tia – falou debochando – você não tem cara que sai matando os namorados da sobrinha – ri fraca.
- Isso não é um habito meu porem se precisar não vou nem cogitar a possibilidade de não o fazer – continuei firme.
- Você não coloca medo nem uma mosca – voltou a rir, esse menino era pior do que eu imaginava.
- Depois que se mata uma pessoa a segunda é igual matar pernilongo, dois tapinhas pronto, não queira ser minha segunda vitima – me levantei e vi-o ficando tenso – espero que você não a procure tão cedo.
- Isso é uma ameaça? – ri.
- Apenas um aviso – sorri saindo.
Acho que se ele for inteligente o suficiente vai ficar longe de nós, eu não brinquei quando falei que iria matar ele seria apenas mais um, a única diferença é que os outros eram do meu passado e esse será do meu presente.
Ao retornar para casa Candi me olhava apreensiva.
- Acho que ele não vai te procurar tão cedo – falei e ela juntamente com as amigas sorriu.
- É o melhor para todos – falou – o que você falou para que ele desistisse de mim?
- Algo que não vem muito ao caso querida, tem certas coisas sobre nossa família que é melhor você ficar sem saber – concordei porque isso era uma coisa de fato verdadeira.
3ª Pessoa
Meses depois
- Tiiiiiiiiiiia – Candice gritava ao sentir varias pontadas na barriga.
Sua gestação fora tranquila e agora ela já estava pelos dias de ganhar os bebês. Após a ‘conversa’ com Margot, Ashton nunca mais tentou procurar Candi, não que ele tenha desistido fácil porem Margot mostrou que não estava brincando.
- Candice o que aconteceu? – a tia apareceu apavorada no quarto da sobrinha, sendo seguida por Malu que agora, devido à venda de muitos quadros, era terapeuta particular de Candi.
- Ta doendo – a grávida colocou a mão na barriga se contorcendo de dor.
- Vamos te levar para o hospital – Margot chamou o mordomo que a levou até o carro.
Candice teve que superar seu medo de hospitais pelos bebês, ela se preparou e agora iria encarar o momento de virar mãe.
Ao chegar ao hospital sua pressão arterial havia subido e meus batimentos estavam acelerados, provocando varias arritmias.
- Precisamos fazer uma cesárea urgente – o médico falou preocupado ao examinar a paciente.
- Faça tudo o que precisar – Margot falou como sempre, firme e com seriedade.
- Poderá haver complicações e se nós tivermos que escolher entre ela ou os bebês precisamos que a responsável assine os papeis – o medico se voltou para Margot que ficou com o olhar vago só de imaginar perder sua sobrinha.
- Salve ela – Margot falou.
- Não doutor, faça de tudo por meus filhos – Candi falou sendo levada até o centro cirúrgico.
Margot teria que fazer uma escolha e preferiu seguir o desejo de Candice, alguns minutos depois estava assinando os papeis que davam autoridade para o medico priorizar salvar a vida dos bebês.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.