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História Don't Stop Believin' - Norminah - Teenage Dream


Escrita por: FarofeiraHansen

Notas do Autor


Tentando sofrer menos que o esperado com as novas fotenhas da Billboard, somente minha pessoa? rs

Capítulo 9 - Teenage Dream


Fanfic / Fanfiction Don't Stop Believin' - Norminah - Teenage Dream


Dinah Jane Hansen e Normani Kordei Hamilton: Apaixonadas pelo toque de seus lábios.
Domingo, 12 de Fevereiro de 1995│ Detroit, Michigan, Estados Unidos. │ Em alguma pista de dança em Detroit│05:30am.

"Preserve, pessoas boas estão sendo extintas". 

O amor não é se envolver com a pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes, princesas e muito menos um conto de fadas. Encarar a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.

Normani já não mais sentia o sabor ardente de vodka em uma mistura um tanto estranha com refrigerante de limão, aquilo lhe causava um embrulho enjoativo em seu estomago, uma vez que o ignorou, fez o mesmo com o abrir de seus olhos. Ao lado oposto, uma Dinah frustrada estava a acariciar a face o rosto angelical da mais nova, onde a fina camada de pele de suas pálpebras a impedia de fitar aqueles negros olhos. 

Ainda no meio da pista de dança, o rosto mulato entrava em sincronia das cores quentes que por focos iluminados refletiam em sua pele. Era o mesmo misto de sentimentos que passava em segundos assim que ambos castanho claro e escuro iniciaram mais um contato visual silenciosa. 

Não ousavam se mexerem, não ousavam deixar que suas respirações fossem audíveis, ou os batimentos mais frenéticos do que se encontravam, tilintando em seus ouvidos como marteladas reconfortantes e ao mesmo tempo tão constrangedoras. Os gelados dedos de Dinah pararam bruscamente em uma das bochechas da morena, que encarava-a sem reação alguma se não seus entreabertos lábios.

Ao errar do configurador de som daquele lugar, o agudo vindo de uma das caixas de som compenetrou aos ouvidos de boa parcela das pessoas ali dentro, no entanto, Normani não pensou duas vezes antes de afundar-se aos cachos loiros e apertar seus braços no quadril de largos ossos polinésios. 

Que uma vez acariciou o encaracolar daqueles densos e cheios cachos negros, a mulata aconchegou-se em seu peito realmente atordoada com o zumbir que fortemente afetou seus ouvidos. Em pequenos beijos deferidos ao topo de sua cabeça, Dinah estranhou tal ato de carinho, porém de toda forma prosseguiu até que encontrasse os carnudos lábios e uma expressão mais tranquila. 

Ao lado de fora, começava a clarear. Dinah podia ver o tom rosado de novo desde que virava suas noites em claro. Tomando cuidado para pisotear os próprios pés distraída ao fitar o céu, a cidade, todavia, começava à trabalhar logo cedo, e isso não era nenhum sinal precoce de todo o polo tecnológico que tomava aquela região. Diferente de Dinah, essa que tomada por conhecimento superficial de tudo isso, Normani fitava com atenção cada estratégico ponto ainda da calçada. 

Dinah observava ora ou outra em silêncio, e afirma que Normani era bonita, mas parecia constrangida quando a polinésia por sua vez somente encarava-a descaradamente, de fato, não tinha coragem o suficiente para dizer em palavras. Era insegura. Insegura e covarde ao mesmo tempo. 

Estranhamente estava um dia quente, quente a ponto do céu que antes chorava abruptamente, agora estava ensolarado a ponto de cada pequeno escapar das linhas cruzadas dos tecidos que as encobriam, agora aqueciam em dobro. 

Máquinas barulhentas em todos os sentidos traçavam a avenida ainda vazia do fluxo diário, no entanto, mesmo sendo um dia de descanso, todos ali sabiam que Detroit nunca parava. Retiravam todo o gelo que poderia causar certos acidentes na pista logo cedo,e a neva esbranquiçada em bons centímetros era acumulada próxima ao meio fio, carregada pela sujeira do asfalto e a trazida pela chuva passada. 

De olhos firmes, ambas poderiam afirmar que traziam também consigo uma péssima imagem a cidade e aqueles que a visitam, certa quantidade de sal e os bueiros estariam agradecidos com o gelo derretido escoando por sua estrutura. Mas o governo realmente só usava a hipótese com grandes nevascas, e não era o caso daquele inverno. 

Era contentar-se com a péssima imagem de Detroit ao amanhecer - e restante daquela estação - e o chegar da primavera, ou até mesmo verão.

Onde talvez não tivessem a presença uma da outra.

Pequenos estabelecimentos já tinham suas luzes em acesas pelo sol que ainda não irradiava, mas dava cor aos céus, era indescritível o cheiro de café e rosquinhas que invadiam as narinas de ambas mulheres. Alguns deles espalhavam suas mesas e cadeiras para áreas exteriores, tal como outros receberiam entregas para o início da semana, esse que apenas começava.

Descartando o fato de que era recém dia dos namorados, esse que possivelmente anos atrás estaria Dinah levantando cedo à ponto de servir café da manhã na cama para sua hispânica, em outros casos, Dinah o recebia. 

Mas tudo, exatamente tudo parece ter sido esquecido com o fundo em cinzas da gordura queimada ao canto de sua frigideira, queimado.

Para Normani, somente mais um dia normal onde possivelmente acompanharia o entardecer com alguns doces na varanda de casa. O que mais se resumia à um dia qualquer alheia de toda a vulnerabilidade de empalidecer o seu despertar logo cedo. 

:- Eu poderia considerar o fato de que talvez eu esteja bastante animada? - Queixou-se a morena após recompor-se de uma possível queda, recolhida pelos fortes braços de Dinah. 

:- Eu diria que bebeu energético sem minha supervisão. - Respondeu em segundos após certificar-se de que a mulata estava realmente bem. 

Essa que mais parecia acariciar seus joelhos por graça, do que normalmente pela dor. Era gracioso observar o quão bela e imensurável fofa ficava ao curvar seus lábios involuntariamente. 

:- Nah. - Revirou seus olhos reatando sua coluna. - Você estava mais interessada em outras bebidas. 

:- Deveria ter experimentado um pouco mais, ao menos algumas doses. 

Negando, uma vez que os densos cachos eram acumulados ao cair por suas costas, divagando seus acelerados passos para longe daquela barulheira matinal, longe o suficiente para seus dedos gelados não contradizerem seu cérebro sentindo-os aquecerem naquele entrelaçar. 

De mãos dadas na manhã quente de Detroit, em calçadas vazias e pouco iluminadas, pisoteando poças de chuva e neve, tamborilando as solas desgastadas como o cansaço suportável. 

:- Eu diria cafeína. - Deu de ombros. 

:- Então, em seu caso, eu diria para desconsiderar essa hipótese. 

:- Eu não vim até aqui para desistir agora... - Franziu o cenho. 

:- E quem comentou em desistir? Sua animação é tão nítida quanto seu cansaço. 

:- Poderíamos ignorar como qualquer outro obstáculo, estou certa? 

:- Completamente. - Os carnudos lábios em uma linha fina aqueceram as bochechas negras por milésimos até o ar ainda gelado mudar suas estruturas. 

E concordavam que não era a melhor forma de aquecer ambos seus corpos. 

O olhar que caiu ao chão, acompanhou o andar de ambas em um castanho escuro alheio de qualquer noção do que uma mísera mulher formada poderia querer ajudá-la. Talvez mais uma maníaca como aqueles homens embriagados e cheirando à tabaco, talvez lhe estuprasse no fim do dia, ou no começo dele. Talvez amordaçasse seu corpo e o pintaria com hematomas para todos os cantos, ou até mesmo curaria todas suas dores com beijos, carícias e cócegas em sua barriga. 

Lhe era tão única que achava impossível. 

Impossível ser verdadeira, e talvez seja a verdade, estar agindo por pena.

Mas Normani sabia que no meio de tanta gente ela foi diferente, e tudo fez sentido. No entanto, não havia nada de errado para fazer a mulata incerta sair correndo para longe. 

Uma vez que a polinésia comprovou que sua presença era boa, apertava os medianos dedos gelados praticamente esmagando-os em uma forma desconhecida estranhamente pela mulher de peito descompensado. 

Parando em instantes pela forma estática de Normani, essa que no meio da calçada olhando para trás se permitiu pensar. Dinah, por sua vez cortou o pequeno flash de luz amarelada que o poste de luz iluminava as extremidades ainda escuras daquela lento amanhecer, ficando à sua frente percebeu que não fora nada bom deixá-la empalidecer as expressões frias e turbulentas em um silêncio opaco e sem certezas nítidas.

:- O que houve, ManManz? 

:- ManManz? - Fitou-a nos olhos. 

:- Manz? - Mordeus os lábios receosa. 

:- Eu gostei. - Sorriu. 

:- É bom ouvir isso. - Suspirou jogando suas madeixas onduladas para trás dos ombros. - Mas ainda não recebi minha resposta. 

:- É que isso é tão confuso, eu, você... - Gesticulou amaldiçoando a si mesma por deixar seus dedos congelarem novamente naquela temperatura bipolar. - Nos conhecemos em poucas horas e... aconteceu tanta coisa.

:- São os meus poderes, Hamilton. - Riu coçando a ponta de seu nariz logo recolhendo suas mãos para dentro de seus bolsos largos e quentes. 

:- É que, você me conheceu assim. - Fitou seu corpo. - Tão... casual?. É estranho, porquê você me acha bonita sem maquiagem, e é o que mais evito que aconteça. 

:- Isso é seu natural, Manz, eu gosto disso. Afinal, nem se quer esperava me afastar quilômetros de casa, não esperava me encontrar com você ou outro alguém. - Tombou sua cabeça à esquerda, deixando assim um rastro da luz amarelada tomar metade do rosto negro, ambas sorriram. - Ou imaginava que deveria estar tão bem produzida para encontrar aqueles garotos de seu colegial? 

:- Na verdade...

:- Não responda! - A polinésia cortou-a. 

:- Eu iria dizer que não curto garotos. - Deu de ombros. 

:- Já tive sua idade, garota, e não fazem tantos anos assim. Você me acha engraçada quando eu não entendo uma piada errada sua, eu sei que você me entende, então eu me solto, e me deixo ser o que na sua idade fui impedida. 

:- Eu não me sinta trancafiada ou com correntes em meus pulsos. - Uniu as sobrancelhas. - Antes de você me conhecer eu estava bem, mas a coisa ficou pesada, você me trouxe à vida que eu desconhecia, em pouquíssimas horas. 

:- Ainda temos o dia inteiro, Manz. - Sorriu. 

:- E quem me garante que terei sua presença até lá? - Sorriu, triste. 

:- Eu garanto. - Afirmou novamente praguejando ao deixar suas mãos ao contato do vento, agora segurando nas bochechas daquela mesma fria proporção. - Até o fim essa noite, sem arrependimentos, só amor. Nós podemos dançar e beber das mais insinuadas bebidas, seremos jovens para sempre. - Apertou-a deixando que um biquinho torturante e fofo se formasse nos espremidos lábios de Hamilton. 

:- Você só fara isso para ganhar meus beijos, bela jogada, Jane. - Ironizou com certa dificuldade.

Observando seu comportamento e saúda física desfez os atos com menos força, agora esfregando seus polegares por fim de aquecer a pele gélida. 

:- Jamais, você me faz sentir como em um sonho de adolescente, e eu não quero fazê-la morrer sem que viva e sinta isso tarde demais. 

:- Você só tem vinte anos. 

:- E morri aos meus dezessete. 

:- Isso é errado. - Franziu o cenho, mesmo que compreendendo o lado literal de tudo aquilo.

:- Não quero que cometa o mesmo erro, você me deixa tão excitada que não consigo permitir que meus olhos se fechem, não refiro ao meio de minhas pernas...bem, talvez um pouco. - Corou violentamente olhando para baixo. - Mas, poderíamos fugir de qualquer receio e nunca olhar para trás até o fim do dia. 

:- Seja meu sonho adolescente esse dia. 

:- Talvez até depois dele. - Beijou-lhe o gélido nariz em segundos risonhos. 

:- Acho que rir, viver, sentir e tudo de mim requer servir ,como tela em todas primaveras ou inverno ser feliz em verso e prosa de quem se gosta. A vida me cativa as pupilas da alma e o calor de cada um de nós, mesmo eu ainda achando estranho essa sensação. Na vida sejamos existência com propósito de serviremos de sorrisos mútuo, de momentos. 

:- É tudo sobre momentos para você. - Caçoou recuando alguns míseros passos e segurando novamente em uma de suas mãos. 

:- Eu já ouvi isso antes. - Brincou entrelaçando ambos os dedos. - É que gostaria de deixar isso marcado, não virou-me as costas, embora minha memória às vezes falhe, eu jamais esqueceria de você, pois no fundo, a juventude é mais solitária que a velhice.

:- Isso parece uma despedida.

:- É apenas o começo, certo? 

:- No entanto, é apenas o começo. - Assentiu sorridente apertando a bochecha corada da menor. 

:- E eu escolheria que ele durasse por um bom tempo.

:- Teremos todo o tempo do mundo, Manz. - Assegurou olhando os arredores.

Os postes já haviam perdido intensidade, pessoas já andarilhavam agasalhadas, outras em seus respectivos trabalhos, tentas úmidas eram aquecidas pelo amor matinal de calor imensurável e quente, sorrisos lhe eram apresentados à duas pequenas viajantes alheias de uma calçada cinzenta, o meio frio escorregadio e tudo o que Detroit poderia lhes oferecer.

Uma mulher que queria paz.

Uma adolescente que queria o mundo.

Porém ambas desmentiam caso lhe dissessem que não era obra do destino, muito menos coincidência. Elas precisavam uma à outra.

:- Eu não me importarei o quanto durar, sendo que dure ao seu lado. - Suspirou esvaindo a fumaça esbranquiçada de seu hálito quente em contato das baixas temperaturas, assim esvaziando seus estufados pulmões em atrito aquecido. - Só não saia afirmando por ai que se apaixonou por uma adolescente. 

:- Como? - Engasgou arregalando seus olhos. Era vidente o suficiente nos seus bobos sorrisos e coçar de suas mãos para apertá-la para todos os cantos.

:- Se apaixonou por uma adolescente. - Repetiu.

:- É atração. - Revirou os olhos. 

:- E um belo incômodo entre suas pernas. 

:- Queria estapeá-la, mas me resta afirmar. - Comentou enquanto novamente já estavam em constante movimento antes do rápido nascer do sol. 

:- Jamais permita que a carência lhe permite a ser alguém que possam lhe impor se não você mesma, e não minta, mentir é feio!. - Brincou repousando sua cabeça contra o ombro da mais alta. - Você não precisa se prender ao que querem por você, prenda a si mesma, pode viver seu sonho adolescente aos vinte ou dezessete, portanto que viva, estará tudo bem.

E quando ela achava que não poderia se surpreender mais, a garota de pele negra deu o seu ponto de vista sincero de forma complexa e totalmente expressiva. As palavras... a forma em que Normani gesticulava enquanto encarava os seus olhos fez Dinah se sentir perdidamente encantada por ela, nunca havia visto algo parecido. As palavras de Normani que ao mesmo tempo foram delicadas, lhe deram um soco abrupto de realidade. "Você não precisa se prender ao que querem por você, prenda a si mesma." Dinah repetiu aquilo na sua cabeça e sorriu, o sorriso mais verdadeiro que ela poderia dar pra alguém, mas somente alguns pedestres que estranhavam o ato era o que vivenciavam, já que Normani estava tão alheia quanto. Ela queria agradecer Normani pelo que ela tinha dito através daquele gesto, e se sentiu imensamente feliz quando a negra retribuiu o sorriso em um manear de cabeça, deixando claro que havia entendido.

Estará tudo bem.

Estava tudo bem.

E nada além de alguns quilômetros, horas e histórias para contar e descobrir que poderia desmentir aquilo e mudar todo aquele açucarado roteiro com excesso de glicose intenso. Intenso demais, eu diria. 

Elas pareciam deixar em cada passo um pouco daquele acúmulo de silêncio e bolha interna de problemas matinais para todos os lados, o falatório era tão presente como os pequenos amarelados e laranjas raios esvaindo pelos céus lentamente. Algumas faixas de pedestres e acenos breves em agradecimentos, e aquilo fora o suficiente para o destino inoportuno de suas imaginações. Somente conhecido por Dinah, e recém admirado por Normani, onde no tardar provavelmente amado em todos os possíveis sentidos. Existentes ou não. 

O que mais parecia, cada pequeno cantinho de Detroit carregava um pouco daquele amor recém descoberto. 

Ou singela atração, paixão. Uma admiração platônica e talvez recíproca.  

Os girassóis se acomodavam admirando a fotossíntese, era estranho o acúmulo mediano de alguns deles implantados ao solo esbranquiçado por frio, foram persistentes para um tão estranho inverno com indícios recentes de um possível aquecimento global precoce o suficiente. Estavam firmes e fortes tomados pelo calor e belas pétalas esbanjando a beleza do campo dentro da estrutura padronizada pela cidade grande. 

Mais estranho que o amarelo vivo, foi o rosado de uma cerejeira, haviam pequenas frutas ao chão, algumas esmagadas, outras congeladas, e ainda possíveis vivas e naturalmente vermelhas aos galhos secos com pequenas rosadas flores enfeitando-os. E a primavera ainda parecia distante. 

Elas se acomodaram ali, não importavam-se com o manchar de suas vestes ou o desagradável conviver com elas mais tarde.

Nada, exatamente nada além do que a presença que compartilhavam. 

:- O que acha disso tudo? 

:- O que exatamente? - As sobrancelhas negras se arquearam quando seu corpo ainda mole pode desfrutar do breve aconchegar quando fortes braços traçaram sua cintura fina. 

:- O que vem acontecendo. - Suspirou a polinésia um tanto incerta. 

:- Me parece bom, realmente bom, embora bastante confuso e novo para mim. - Divagou pensativa. - E para você? 

:- É bom. - Coçou um dos olhos soltando por instantes a cintura de Normani, apenas por instantes. Qualquer um pensaria além de pequenos singelos atos de carinho que Dinah queria transparecer. - Tem gente que carrega um universo inteiro, cheio de histórias mágicas pra contar e quantidades absurdas de amor pra dar, e isso aquece aqui dentro de uma forma inexplicável. - Tocou seu peito demonstrando suas palavras.

Ela em resposta ganhou o assentir da mais nova.

:- Não se cobre tanto, você tem feito o melhor que pode, e isso é bom, saber que gosta e se importa em ambos os lados. 

:- E quais seriam?

:- Dar e receber. - Beijou-lhe a ponta do queixo que logo enfatizou no biquinho em seus carnudos e ressecados lábios.

:- Ei! - Protestou manhosa. - Beijei aqui. - Dinah tocou seus próprios lábios ganhando agora o gargalhar e negar seguidos dos mesmos lábios que tanto desejava desfrutando rapidamente da forma áspera e maltratada de sua boca. - Uh, isso é realmente bom!

:- Eu esqueci de citar essa hipótese. - Riu encolhendo os ombros ao receber estalados beijos por suas bochechas, seguidos de pequenas mordidas e cócegas que faziam-a cair de costas no gramado tomado por sereno e cerejas frescas. - Estou começando a sentir frio novamente. - Suspirou frustrada quando a sessão cócegas e risadas acabou brevemente. 

:- Sabe o que aquece mais? - Engatinhou acomodando-se ao seu lado uma Dinah nitidamente sorridente.

Sorridente demais para seu cansaço e o horário que se encontravam. 

:- Não, o que? - Deixou que seus olhos quase negros caíssem ao castanho caramelo cintilando em faíscas de felicidade nítida, um brilho incomum.

E novamente estava ela, agarrada a cintura da mais baixa, deitada ao seu lado no gelado gramado, que estranhamente parecia muito mais aconchegante que uma cama vazia, ocupada apenas por lençóis.

:- Isso. - Sussurrou aproximando seus lábios. 

Suspendeu em seus cotovelos, controlando o cair de seu peso contra o corpo vulnerável da sorridente morena que acariciava-lhe a nuca calmamente, ora ou outra afastando as douradas madeixas. Elas puderam desfrutar ali o que o sabor quente fazia falta, línguas sedentas de um sentimento que recém havia chego e já explodia como fogos de artifícios em seus estômagos. 

Já sentia o irradiar dos fortes raios solares colidindo em suas costas, aquecendo-a, no entanto parecia preocupada em sugar os lábios roxeados naturalmente da morena que por baixo de seu corpo divagava seus dedos vazios de contato por seus ombros, braços e curvas, sutilmente envergonhada.

Dinah estaria a rir daquela situação, das bochechas rubras brutalmente, ou do receio nítido da morena que somente seguia seus comando, porém achava gracioso quando hesitava, mas por fim divagava suas ações e vontades.

Era bom, reconfortante e natural.

Mais um dos atributos para adorá-la. 

:- Manz. - Suspirou contra seus entreabertos lábios franzindo o cenho, em um resmungar percebeu que o pequeno incômodo em sua testa não vinha da mulata.

Recuou seu corpo arqueando suas costas e pescoço fitando algumas das frutas a cair da grande cerejeira acima de suas cabeças, ainda confusa encarou a risonha garota que fitava-lhe a testa. Essa, uma vez coberta pelo estrago de uma avermelhada fruta não em seus melhores estados.

Recolheu com sua boca os vestígios ali acumulados, e quando os lábios agora vermelhos pelo suco e pedacinhos da fruta, cobertos de cerejeira, Dinah os selou com toda vontade arrancando suas risadas das mais sinceras.

Era bom.

Involuntário, e verdadeiramente suave.

O corpo de pele caramelo permitiu-se a cair novamente ao gramado, entrelaçando suas pernas e acariciando-lhe as madeixas encaracoladas inalando o misto de chuva, frio e flores. Um misto agradável. Afundou seu nariz contra o topo de sua cabeça, ali depositando beijos estalados e carinhosos. 

De toda forma estava por aquecê-la. 

:- Flor de Cerejeira significa a beleza feminina e simboliza o amor, a felicidade, a renovação e a esperança. - Comentou emendando seus dedos aos negros cabelos. 

:- Você precisa disso. 

:- Beleza feminina? 

:- Não. - Repousou sua cabeça contra o peito da polinésia. - Esperança. Eu sei que não precisa de flores ou algo delicado demais para se fazer feminina, talvez isso seja algo único seu. 

:- Você gosta? 

:- É... Eu gosto. - Afirmou sorrindo sem muitas emoções visíveis.

No entanto fitava o nascer do sol saindo do horizonte daquela grande parque, podia perceber alguns casais, pouquíssimos, pois pessoas sã jamais acordariam tão cedo em um Domingo em plena comemorativa data para desfrutar de algo que se acontece todos os dias.

Dinah um tanto aérea da beleza natural, se encontrava fitando-a já fazia um tempo.

:- Ainda me olhando? - Timidamente encarou-a.

:- Admirando.

:- É estranho - Fez uma careta enrugando sua testa, assim a polinésia riu calmamente de forma pausada.

:- Pode até ser, mas nunca vou me cansar de olhar para você.

Ela deu um sorriso de leve e levantou a cabeça totalmente a fim de olhá-la. Seus olhos estavam mais claros do que nunca, uma mistura de castanho escuro com caramelo, um tanto acinzentados. Ela sentia o calor de seu corpo enquanto se abraçavam.

:- Olha só quem está olhando quem agora - Ela deu uma risada baixinha, sem muitos esforços de esboçar nítido divertimento nas pequenas rugas ao lado de seus olhos e o enrugar breve ao canto de sua boca.

:- Isso foi algo natural, idiota. - Bateu-lhe no antebraço. 

:- Ai, essa doeu! Acho que só vai sarar com um beijo. - Dramatizou. 

Dinah comprimiu o rosto aparentando estar machucado e Normani riu cerrando os olhos em pura audácia da mais velha, uma vez negando desfez as esperanças de bater-lhe novamente.

:- Isso, ria da desgraça dos outros.

Normani agora sorriu e deu-lhe um beijo, primeiramente onde estava supostamente machucado, depois em sua clavícula coberta, ombros, seu pescoço, queixo, maxilar e lábios. Estalos graciosos.

Quando enfim se soltaram, Dinah deu um sorriso com o canto da boca e sentou-se na grama fresca e com pequenos indícios do evaporar de sereno. Estendeu-lhe as mãos, e logo tinha o corpo negro ao lado, aconchegando-a em um abraço confortável e forte. 

:- Esse remédio é muito bom, mas acho que ainda não curou todo o machucado. - Ela levantou uma das loiras sobrancelhas ainda com o olhar fixado no de Hamilton. Essa que uma vez sorriu, ela estava feliz ali, ao lado de Dinah. - Faz de novo. 

Falou de repente. 

:- O que? - Uniu as sobrancelhas.

:- Sorri daquele jeito.

Ela sorriu. Suas bochechas ficaram rosadas de forma envergonhada, recebeu então uma risada com direito à olhos fechados e língua entre dentes, que somente deixou-a mais sedente por aquela imagem cravada em suas memórias. De modo involuntário aumentou seu sorriso escondendo-se contra o ombro da mais alta que gargalhou. 

:- Assim? - Resmungou abafada.

Dinah afirmou com a cabeça e ela aconchegou-se de novo junto à seu corpo, encaixando sua cabeça contra a da morena, antes de deixar-lhe um beijo sobre sua testa franzida, que logo relaxou com o contato suave.

:- Não se desculpe por não suportar. - Sussurrou. - Mas eu acho que realmente tem esses efeitos sobre mim.

:- Eu suportaria, mas deveria seguir mais de suas palavras. 

:- Deveria? - Encarou-a. 

:- Sim, sorria daquela jeito! - Brincou apertando-lhe o quadril a ponto de fazer-lhe cócegas hilárias.

E novamente sorria, controlando suas mãos para não encobri-lo, ela realmente não gostava tanto assim dos redondos dentes milimetricamente brancos e juntos, não gostava das covinhas em suas bochechas ou como seus olhos acumulavam o curvar logo abaixo em uma bolsa de ar visível. 

Porém passou à ignorar esses pequenos detalhes quando Normani sorriu juntamente admirando-a em silêncio.

:- Nossas cicatrizes servem para lembrar que apesar da dor, nós continuamos de pé. - Comentou. - Seu sorriso comprova isso tudo.

:- Não gosto desse assunto. - Suspirou encarando as íris quase negras que um tanto opacas pareciam pedir permissão para por fim prosseguir, e ela assentiu um tanto exausta.

Era um turbilhão de coisas, sentimentos, momentos, sensações e sorrisos para guardar, absorver e relembrar em alguns anos, dias ou miseras horas.

:- Não importa o quanto os outros te encorajem, você só fará o extraordinário se realmente acreditar que pode.  Cometer erros não significa que você seja um erro. Sinta. Permita que sangre, para que possa cicatrizar. Deixe que saia, para então deixar de doer. 

:- Deixe-me comprovar ser forte. 

:- Não me é necessário, se for bom para você. 

:- Só será bom ao seu lado. 

:- Será? - Arqueou as sobrancelhas.

:- Você me encoraja de uma forma que eu nem se quer conhecia, uma forma que eu nem ao menos sabia existir, um sentimento tão novo e tão...

:- Verdadeiro. - Sussurrou. 

:- Droga, você me apaixona à cada segundo. - Lamentou abaixando seu olhar ao chão, recolhendo suas pernas que agora curvadas. 

:- Levarei isso como algo bom. 

:- Jamais esqueça, é o mais convicto que já saiu de minha boca, sem ser involuntário. - Encarou-a em um silêncio desgastante.

Agradável e ao mesmo tempo perturbador, no entanto quebrado com o estalar de seus lábios aquecendo o topo da cabeça da mais jovem, que sorriu satisfeita, podendo então admirar em conjunto com a mais velha o astro rei tomando presença aos céus felizes. 

Estavam em paz de espírito, antes de tudo, em paz. Com suas escolhas, com seus pensamentos, com elas mesmas.

Tão diferentes e tão iguais, completando uma à outra de algo que nem se quer precisavam.

Mas para ser sincera? 

O que não parecia fazer diferença, provavelmente só deixaria ambas longe do que desejavam conquistar, e talvez, somente talvez, nessa jornada de dois, o mundo é o menor do que desejam conquistar.

Do que desejam sentir, aproveitar e conhecer. 

Do que desejam ajudar, ser ajudado e receber agradecimentos.

Do que um dia desejaram sozinhas, agora fazem uma batalha pacífica de dois, uma batalha onde a maior recompensa estava ali, à cada pequeno hora que passava feito bala, mas deixava seus vestígios dos mais reconfortantes.

Erro é acreditar que só se viaja com passaporte na mão. Algumas pessoas são tão infinitas, que te fazem conhecer um mundo novo numa simples conversa. 

Erro é desacreditar que algo tão forte não acontece tão rápido.
 


Notas Finais


All The Love, M. 🌸🍃


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