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História Don't Take My Medicine - Capítulo 13 - There's No Turning Back (Part 2)


Escrita por: allagashsmoney

Notas do Autor


100 FAVORITOS, ME SEGURA AÊ! *me jogando pela janela*
FINALMENTE, SAIU! 🎉🎉🎉
Meu, eu quero agradecer DE TODO CORAÇÃO pelos comentários no aviso! Vocês são meu tudo, e nada disse seria real sem vocês! Eu me sinto tão honrada com o que dizem que as vezes penso que é apenas um sonho! Não quero enrolar, vamos logo ao que merecem! Nos vemos lá em baixo? X

Capítulo 13 - Capítulo 13 - There's No Turning Back (Part 2)


Os pneus cantaram escandalosamente na primeira manobra de Jerome. O carro ficou a poucos centímetros de outra viatura antes do maníaco pisar fortemente no acelerador, fazendo as rodas girarem um tanto antes de moverem o veículo, que correu em direção ao portão.


- Você o destrancou, não destrancou? - Eu indaguei, segurando-me no apoio firmemente, encarando desesperada as grades escuras com a iluminação sombria da luz da lua.


- Segura aí! - Ele gritou, reprimindo uma risada extremamente insana, aumentando a velocidade rapidamente.


Eu apertei o apoio com força e me empurrei contra o banco, evitando ir para frente com o futuro impacto, e virei o rosto pro lado. No mesmo instante, pude ouvir um som agudo de metal envelhecido atingir a parte frontal do carro e a gravidade me puxar para frente com brutalidade, ganhando a luta rapidamente e fazendo com que eu batesse a cabeça no porta-luvas.
Eu fechei os olhos com força e, lentamente, apoiei os braços na minha frente. Mesmo não vendo nada, eu sentia que tudo estava girando bruscamente, assombrando cada espaço de minha mente com flashes de sons e imagens rápidas e barulhentas, acompanhadas da risada doentia do ruivo inquieto ao meu lado.


De repente, tudo parou por um momento, e, então, vi Nataniel caído no chão novamente. Os fios brancos de seu cabelo dormiam angelicalmente por cima de seus cílios quase imperceptíveis e sua manga comprida da camiseta apenas deixava de fora seus dedos pálidos e imóveis. Senti que deveria o tirar dali e leva-lo ao seu quarto para o medicar adequadamente com a situação de seu ferimento na cabeça. E então, de repente, ele sumiu e eu abri meus olhos, voltando a sentir a estabilização ao meu redor e a percepção da realidade se recomporem.


- Se machucou? - Ele perguntou, sorrindo, sem desviar o olhar do caminho.


- Não - Respondi, engolindo em seco, reprimindo a dor em minha cabeça. - Nós temos que -


Precisei parar de falar para que pudesse ter certeza do pequeno ruído que crescia atrás do carro, ainda longe, porém que aumentava gradativamente. Arregalei os olhos e franzi o cenho e, como um instinto, olhei para trás num gesto rápido.


Parecia que uma faca tinha acabado de atravessar meu peito, apenas num golpe.


As luzes vermelhas e azuis e a sirene angustiante foram o suficiente para que meus batimentos cardíacos se acelerassem três vezes mais do que já se encontravam. Atrás da viatura, surgiram mais duas, fazendo o som policial, sem ordem alguma, acompanhar o ritmo da minha respiração.


Me virei bruscamente e puxei o cinto de segurança, com qual eu ainda não havia me preocupado em colocar. A pressão psicológica é algo assustadoramente poderoso.


Como eu sou idiota.


- Estão atrás da gente - Eu quase engasguei, piscando algumas vezes e vendo meu peito subir e descer. - E estão perto! Acelera!


-  Tudo bem - Abriu mais o sorriso, tornando-o malicioso. - Como você quiser.


Vi sua perna se esticar mais para poder afundar o acelerador por completo, e pude jurar que nunca havia visto a paisagem sombria passar tão rápido por meus olhos, que mal a acompanhavam. Olhei para trás novamente, apavorada, vendo a cabeça do policial Gordon sair pela janela junto a um alto falante.


- Polícia de Gotham, eu ordeno que parem esse carro agora mesmo! - Ele gritou, acelerando e se aproximando mais ainda. - Eu repito, parem esse carro agora mesmo!


Pude ouvir Jerome rir escandalosamente ao meu lado, continuando a pisar no acelerador sem hesitação. O olhei e ele arqueou as sobrancelhas, lançando um breve olhar para o retrovisor à sua esquerda.


- Eu nunca imaginei que algum dia isso ía acontecer! - Ele puxou uma arma de sua calça, com um tanto de dificuldade, e me entregou. - Ainda mais com você, Cath!


Uma arma. A arma qual Jerome matou os dois guardas em menos de segundos.


- Aonde infernos achou isso? - Eu sussurrei, repugnando apavoradamente o objeto gélido e cinzento.


- Achei ela naquela sala das seringas - Ele sorriu e inclinou a cabeça, me olhando. - Carregada.


Eu engoli em seco, franzindo o cenho discretamente. Uma corrente elétrica passou por meu corpo de uma forma violenta e eu arregalei os olhos, piscando algumas vezes para poder compreender e aceitar. Os olhos de Jerome brilharam mais do que o normal no momento em que passou a língua no lábio inferior lentamente. Engoli em seco mais uma vez, quase engasgando.


- Eu não vou atirar neles! - Eu gritei, repudiando a coisa mais ainda.


O sorriso do maníaco se desfez e ele revirou os olhos pesadamente, bufando como se estivéssemos numa situação cotidiana completamente normal. E aquilo era o que mais me assustava.


- Não seja idiota - Cuspiu. - Eu sei que você não atiraria neles. Não tem coragem nem de matar um inseto! - Riu malvado, estralando o pescoço num mísero movimento. Matar. Aquela palavra era tão simples para ele que quase havia me esquecido de seu terrível e assombroso significado. - Me diga, Cath: o que pode fazer para pará-los então?


Voltei a olhar para o peso em minha mão. Eu nunca havia segurado uma daquelas e precisei admitir que não foi bem como eu imaginava. Nos filmes, sua posse decerto dava um ar de liberdade e força a quem quer que a segurasse, transmitindo “magicamente” habilidades como precisão, coragem e bravura. Mas, ali, naquela situação, ter uma arma por minha conta era, sem dúvidas, longe de ser uma honra. Meu estômago se revirava ao ponto de me machucar, náuseas e tonturas começaram a destrancar o cadeado da minha sanidade de estabilização e meus músculos pareciam ter perdido sua função fundamental. Ao meio de toda essa tempestade infernal dentro de minha cabeça, uma pergunta surgiu de repente e começou a embaçar toda a confusão.


Franzi o cenho.


Como Jerome conseguia manusear uma arma tão bem e eu não?


Então, pensei em três coisas, que necessariamente envolviam comparações óbvias entre nós.


Jerome sempre morou num trailer, e eu sempre morei em uma casa fixa. Porém, sem a devida atenção e proteção da mãe, sua segurança e relações com outras pessoas corriam em linha bamba, além de ter morado em vários lugares diferentes por conta das viajens do circo.


Ele também poderia ter matado outras pessoas com uma arma de fogo, como Jonathan. Porém, mesmo não mencionando o tipo de arma com qual Jerome usou para assassina-lo, o policial Gordon disse que sua morte foi brutal, tal como um esfaqueamento.


E então, por último, havia a grande diferença entre mim e o maníaco: ele era louco e eu cuidava de loucos. Insano e sã. Dando um “zoom” em sua psicose e analisando bem suas características, ela desenvolvia adereços psicológicos fixos como frieza, ações oriundas da ansiedade – portanto, muitas vezes involuntárias – e obsessão por seu objetivo, seu único e almejado  objetivo.


Era isso.


- Alô? - O ruivo acenou. - Tem alguém aí?


Rapidamente, me obriguei a seguir o impulso e passei a arma para a mão direita, descendo o vidro da janela e saindo pela mesma, esticando os braços, tornando-os firmes e acostumados com o peso.


Agir friamente, sem pensar mais do que uma vez e focar na exclusão definitiva do nosso problema, e nada mais além disso.


Mirei no pneu frontal esquerdo da viatura e apertei o gatilho com força.


Para conseguir como Jerome, eu precisava pensar como Jerome.


O som rasgante foi tão alto quanto parecia que iria ser, mas eu não podia me concentrar naquilo, não naquele momento. Seguidamente, me equilibrei outra vez, ignorando ter errado o primeiro tiro, e partindo para o segundo. Dessa vez, vi o vulto rasgar o canto da borracha, o que foi suficiente para fazer o carro inclinar para o lado e frear sem ter outra opção, riscando o asfalto com seu peso e emitindo faíscas alaranjadas do atrito do chão com o ferro. A viatura de trás atingiu o veículo danificado e a outra parou, fazendo seus pneus cantarem.


- Isso! - Sussurrei, voltando para dentro. - Acertei!


Olhei para trás e vi os homens do terceiro veículo irem ajudar os outros e sorri, sentindo uma mistura intensa e gratificante de vitória e alívio.


- Estamos livres! - Jerome gritou, rindo caçoantemente. - Estamos livres!


- Finalmente - Eu sussurrei, colocando a mão no peito e largando a arma, arfando. - Aquilo foi apavorante!


- Tá me zoando? Aquilo foi incrível! - O ruivo respondeu, arqueando as sobrancelhas e sorrindo de orelha a orelha. - É uma pena não ter os acertado. Teve a oportunidade de matar Jim Gordon! Sabe o quão sortuda foi, Cath? - Seu sorriso, de repente, se tornou malicioso, e ele arrastou sua voz, encarando sua frente: - Não deve fazer ideia...


Fechei os olhos com força e me apoiei no banco, suspirando em silêncio. Alguns momentos depois, a tranquilidade que por fim conseguiu boiar na água foi puxada pela correnteza veloz e brutal do mar e afogada torturavelmente, dando lugar ao choque de realidade que me acertou em cheio. Abri os olhos, voltando ao pânico novamente.


Eu roubei e furtei inúmeras coisas, legais e ilegais, planejei um desmaio de uma criança com medicamentos de riscos extremamente perigosos e estou ao lado de quem matou duas pessoas a sangue frio de uma vez em um único dia. Estou ajudando meu sequestrador a fugir de um asilo psiquiátrico e acabei de usar uma arma para impedir que viessem atrás de nós. Mas a pior parte, a pior parte da história toda, é que tudo isso, desde meu sequestro até a perseguição que presenciamos há minutos atrás, foi planejado.


Foi tudo planejado.


Calculado minuciosamente. Manipulado, definido e realizado com sucesso, o plano indiscutivelmente perfeito.


Quando pensamos em loucos, não consideramos o fato de terem, secretamente, mentes assustadoramente brilhantes e lógicas, tais manipuladoras, tais sortudas, mas todas elas tendo uma única característica em comum: a podridão da insanidade. Pensamos que eles não passam de amaldiçoados azarados ou abandonados pelos Céus, esquecidos por Deus. Mesmo sendo coisas apenas admitidas no passado, isso ainda continua em nosso mais profundo subconsciente no presente, onde uma pequena e sussurrante voz repete os estereótipos sobre os mentalmente incapacitados, passando de geração para geração.


Eu tive a oportunidade revoltante de testemunhar o agir de uma dessas mentes extraordinariamente sujas. E essa pertencia à Jerome Valeska.


Quando fui presa em Arkham, na primeira noite, eu apenas pensava em como iria acabar com aquele babaca na próxima vez que o visse. Pensei em socar sua cara toda até ele desmaiar, consumida pelo ódio mortal que o maníaco guardara em mim. Na segunda noite, comecei a me questionar sobre as verdadeiras intenções de Jerome. Sobre as marcas nos meus braços e pernas terem sumido da noite pro dia, sobre não terem achado nenhuma evidência de um crime com duração de sete dias seguidos e, principalmente, sobre a misteriosa mulher que aparece no vídeo que mostra a cena do crime brutal, na rua de minha casa. E então, na terceira noite, eu já havia concluído tudo, pensando alto com as paredes, porém até certo ponto.


Jerome fugiu e me prendeu em minha própria casa. Ele teve ajuda de dois homens, Jack e Ivan, criminosos profissionais assim como Valeska, provavelmente até piores. Os três passaram todo aquele tempo em minha casa, planejando o assassinato de Jonathan Kourt na quarta noite, dia 24. Ivan, o mais próximo a ter um corpo feminino, usou algumas de minhas roupas e também uma peruca que compraram na noite anterior. E então, sequestraram o jovem e o levaram propositalmente na frente de uma câmera num local de mercadorias na rua de minha casa. No vídeo, depois do massacre, provavelmente houve alguma encenação entre Jerome e Ivan que parecesse que eu e o maníaco estávamos em algum tipo de relacionamento. E, ao chegarem em meu quarto e verem Jerome deitado em minha cama, apenas puderam concluir suas suspeitas. Foi tudo levado, limpo e arrumado minuciosamente pelos dois criminosos no último dia, para que parecesse que eu estava ajudando Valeska a se esconder desde sua fuga. Em um dos dias, acordei ouvindo uma conversa entre Jack e Jerome. Jack dizia a ele que conseguira o melhor remédio para a cicatrização instantânea de hematomas fortes e intensos num mercado negro russo. Disse também que as instruções estavam todas na língua local, mas que a única coisa que precisava fazer era o aplicar sobre o ferimento, esperar meia hora e tirar o remédio com a pequena amostra de um elemento proibido que não deixa nenhum rastro de qualquer substância na pele. Assim, seria impossível provar que algo a mais teria acontecido ali. De alguma forma, Jerome soube que a Polícia de Gotham invadiria minha casa apenas no começo da outra semana. Mas como?


O dono do local de mercadorias onde estava a câmera vê todos os vídeos gravados pela semana aos Sábados, depois da meia-noite. Assustado com o que vê em uma das gravações, manda uma cópia do vídeo específico para a Polícia de Gotham, que, como todos sabem, apenas abrem arquivos de cidadãos independentes depois das seis da manhã. O policial Gordon chega à delegacia às 7h45, tendo tempo suficiente para ver o vídeo e chegar em minha casa antes que eu pudesse acordar e perceber que já estava solta – porém, por via das dúvidas, Jerome estaria do meu lado, caso eu tentasse algo fora de seus planos e estragasse tudo de uma única vez.
A mente de um psicopata é incrivelmente maligna e eficaz, mesmo sendo quase ininteligível, por que ele tem apenas um foco, e, consequentemente, nada mais importa a partir de sua decisão final. Ele sempre conseguirá o que ele quer se não for detido.


Alguns admiram isso. Admiram o fato de serem mentalmente incapacitados porém mentalmente capacitados ao mesmo tempo, usando os dois lados do cérebro.


Outros, não. E é aonde eu estou.


- E então - O ruivo me tira de meus devaneios profundos, de repente. - Não quer saber para onde vamos?


Aonde vamos! Como pude esquecer disso?


- É claro! - Eu disse, como se fosse óbvio. - Você disse que conhecia um lugar. Que lugar é esse?


Ele sorriu.


- Você vai gostar - Me olhou por um segundo, e depois voltou-se à estrada. - Lembra um pouco quando nos conhecemos.


A questão era que eu não iria suportar aguentar tamanha injustiça que colocaram em minhas costas para que eu a carregasse para o resto da vida. A partir do momento em que pisei em Arkham como uma detenta, era minha obrigação provar que eu apenas deveria estar ali para ajudar os doentes, e não ser um deles. Já existem loucos o suficiente em Gotham, e ela não precisa de mais uma. Minha inocência era a minha única saída. E, para prova-la, eu não poderia ficar no lugar aonde, vindo de mim, apenas ali, ninguém acreditaria nela.


Cometi um crime para ser liberta de outro. Mas, no final, todos entenderão que, para algumas coisas terem a devida justiça que merecem, outras ruins devem acontecer.


[...]


Olhei para o pequeno relógio no canto perto do rádio interno dos policiais que ficava no carro.


01h00.


Levaram cerca de vinte e cinco minutos para que chegássemos no lugar. Eu optei por não mencionar nada que me opusesse a Jerome durante aquele momento. Mesmo estando juntos, isso não o fazia livre de seus transtornos bipolares compulsivos agressivos, e eu estava longe de querer ativa-los.


O maníaco me explicara que havia um homem, cujo se identificava como Ko Ho, que o devia um favor em sua última visita a Gotham, junto ao circo. Jerome havia arranjado dois homens de confiança para a venda de drogas para esse homem, que coincidentemente também deviam um favor ao ruivo. Eram Jack e Ivan Snider, irmãos de mães diferentes, porém que se uniram depois de fugirem de casa e se tornarem criminosos que jamais são pegos pela polícia, consequentemente, dois dos mais procurados desde seus 17 anos de idade. Quando Jerome os indicou para Ko e ambos ganharam um emprego “digno“ – de acordo com os mesmos –, disseram que fariam algo por Jerome na próxima vez que voltasse à cidade. Então, há algum dias atrás, o favor foi pago com sucesso.


Ko era dono de uma boate japonesa em Gotham, totalmente escondida nos subsolos de um beco silencioso e sombrio. Quem anda por ali jamais imagina que existe outro mundo abaixo de seus pés. De acordo com o maníaco, lá seria o maior centro de diversidades que eu veria em toda a minha vida. Ko ía atrás de alguns necessitados que provavam a ele serem dignos e, então, ganhavam uma suíte de luxo em um dos subsolos, junto à roupas, conforto total e comida, além de um “emprego” – porém, esse era obrigatório. Muitos não gostavam de sua proposta, pois, além de terem que trabalhar para Ko Ho para o resto de suas vidas, sem poderem mudar de ideia e voltarem à suas vidas miseráveis nas ruas, o que teriam que fazer era sempre sujo ou ilegal. Havia apenas uma única vantagem: quem se tornava seu empregado, jamais seria descoberto pela polícia. Esse era o motivo da maioria querer ser notado por Ko, assim tendo metade dos criminosos de rua de Gotham apenas com esse objetivo.


Na época, estava sendo complicado encontrar bons traficantes que pudessem cuidar com a vida de suas “drogas peculiares importadas”, tão preciosas para ele. Mas, quando Jack e Ivan chegaram, foi sua salvação.


Antes de descermos, olhei para Jerome enquanto o mesmo estacionava num canto cheio de carros, alguns de luxo, outros aos pedaços. Ele estava sério, mantendo a atenção no que estava fazendo, mas, quando percebeu que eu estava o encarando a um bom tempo, arqueou as sobrancelhas num gesto convidativo e sorriu malicioso.


- Tá afim de me beijar?


Eu pisquei algumas vezes e franzi o cenho rapidamente.


- N-não! - Eu me exaltei. - Eu só... Só estava pensando.


- Aham - Ele riu pelo nariz e pulou com os ombros, sorrindo mais ainda. - Pensando em me beijar.


- Ah, cala a boca - Desviei o olhar e olhei pela janela ao meu lado.


A única iluminação presente era a da lua. Ela estava pálida e acordada, brilhante como os olhos do maníaco no meio da escuridão caótica daquele lugar.


- Tudo bem - Jerome disse, tirando a chave do contato. - Vamos nessa.


Encostei na maçaneta da porta, pronta para sair dali, quando algo no canto da janela frontal me chamou atenção. Uma minúscula luz vermelha piscava de dois em dois segundos, acima de um pequeno retângulo preto. Eu juntei as sobrancelhas e inclinei a cabeça, me aproximando e, então, podendo enxergar com difilcudade as elevações no plástico que revelavam os dizeres “Localizador 0945 - Ligado”.


Meu coração saltou violentamente e eu arregalei os olhos.


- Jerome, espera!


Como eu fui idiota! Eu precisava desligar aquela porcaria, ou se não nos encontrariam em menos de horas. Puxei o rastreador dos localizadores especiais e o liguei, encarando a pequena tela que, logo, anunciou o dispositivo mais próximo.


Viatura 4 - R. Hent Blackwood”.


Selecionei a informação e um mapa foi aberto e ampliando, mostrando uma pequena marca azul piscando no local aonde estávamos.


Rápido, Catherine!


Procurei pelas configurações, seguidamente encontrando o que eu queria:


Localizador 0945 - Ativado”.


Sorri.


Deseja desativar o 'Localizador 0945' permanentemente? Isso afetará em toda sua rota já gravada no sistema, apagando-a permanentemente.


Tenho certeza”.


Dispositivo desativado. Você não será capaz de acessar qualquer informação gravada pelo mesmo.”


- E então? - Jerome perguntou, inclinando-se para me olhar fora do carro.


Mesmo sem poderem saber aonde estávamos, isso não significava que nada mais iria acontecer. A aquela altura, já estávamos foragidos e ao nascer do sol estariam atrás de nós novamente. Nossos nomes e rostos seriam gravados em fichas policiais e seriam espalhados pela cidade toda.


A partir dali, todo cuidado seria pouco, ou, se não, nada disso terá valido a pena.

Não. Não havia mesmo como voltar atrás.


- Vamos nessa.

 


Notas Finais


Heyy! Eu estava muito ansiosa para poder conversar com vocês outra vez, e lá vamos nós!
Mas e então, como acham que vai ser a partir de agora? Quero muito saber o que pensam! Não quero demorar, então lá vai!
Um beijo e uma arma.
Que foi? Nunca se sabe.
Obrigada MESMO por toda compreensão.
X, R.


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