" Lola saiu da farmácia com um pacote nas mãos, era loucura o que acabara de fazer, mas para ela parecia a coisa certa a fazer. Ela escondeu as mãos no bolso por causa do frio e começou a andar para sua casa. O vento frio fazia seus joelhos tremerem. Ao chegar em casa jogou a sacola de remédios no sofá, tirou seu casaco grosso e depois o cachecol de lã.
Seu celular tocou em seu bolso, ela odiava a ideia de ignorar a ligação de Liam. Lola começou a chorar, não era porque ela queria, mas era inevitável. A garota pegou as cartelas de comprimidos e as levou para a cozinha. Incerta do que realmente queria, Lola engoliu um comprimido de cada remédio. Suas vistas ficaram turvas, sua cozinha pareceu girar, sua língua formigou, e o chão debaixo dos seus pés sumiu. "
P.O.V Liam Payne
- Anda! Responde! - Joguei a embalagem de remédio na parede. Lola se afastou. - Como assim? Você tem problemas? Sua maluca! - Coloquei as mãos no cabelo andando de um lado para o outro. Então é por isso que minha filha corre risco de nascer prematura. - Você tem noção de como isso pode afetar essa criança?
- Não, eu não tenho, pensa que eu queria isso? Pensa que eu estava feliz, sabendo que minha vida estaria virando um inferno?- Parei de andar e a encarei.
- Não ajas como se você estivesse certa - ninguém falou nada durante os próximos cinco minutos.
- Eu tentei abortar quando eu descobri que estava realmente grávida - Lola mordeu os lábios do jeitinho que ela sempre faz.
- Por quê Lola? Você iria acabar com uma vida - Ela olhou para mim.
- Eu tive meus motivos - me aproximei a fim de que ela me contasse, Lola apenas balançou a cabeça. Aff que garota complicada.
- Lola você pode me contar, eu posso te ajudar – Contei até dez no pensamento esperando a reação de Lola, mas tudo que ela fez foi balançar a cabeça.
- Eu não consigo Liam...
- Ah quer saber? Desisti de te ajudar, quero que você se foda - Bufei e sai do quarto batendo forte a porta.
As próximas horas foram longas, me tranquei em meu quarto tentando imaginar os motivos de Lola. Não fazia sentido, não era o fim do mundo estar grávida. Mas talvez estar grávida de mim seja muito grave, não, não pode ser isso. Sei lá deve ser porque ela é muito nova como a minha mãe disse. Pensei tanto e por fim liguei para minha mãe:
- Oi Liam - minha mãe disse super alegre.
- Oi mãe, tudo bem? –Sorri.
- Sim, e você?
- Estou ótimo.
- Liam estamos com saudades de você, e de Lola - Desfiz o sorriso quando minha mãe disse o nome dela.
- Nós também.
- Bem que vocês podiam vir pra cá no final de semana - não, claro que não. - Não é uma ótima idéia? Aí fazemos um almoço em família, chame os pais de Lola também - Eu queria a dar um grito e falar que de jeito nenhum eu levaria os pais de Lola pra lá, não queria nem levar ela. - Liam? Ainda esta aí querido?
- Estou mãe.
- Então o que acha? - Fiz uma careta.
- Seria legal.
- Vou marcar um dia daí você chama seus sogros, provavelmente neste fim de semana - Soquei o colchão.
- Combinado então.
- Vou conversar com seu pai, te ligo amanhã de manhã.
- Tá mãe, te amo.
- Também te amo, filho - Desliguei o telefone.
Ótimo terei um grande final de semana com o chato do pai da Lola. Grunhi um pouco antes de dormir novamente.
P.O.V Lola Schmitt
Eu sinceramente odeio o Liam. Como uma pessoa pode ser tão insuportável como ele? Não consigo imaginar viver dentro dessa casa com ele, vou acabar cometendo um suicídio, ou um homicídio - doloso por sinal. Como assim desistir de me ajudar? Nunca pedi a ajuda dele, a única coisa que eu poderia exigir de Liam seria distância. Ele sumira depois da nossa discussão, ainda bem. Deve estar no quarto dele ou sei lá.
Joguei os restos de remédios no lixo, para nunca mais olhar para aquilo. Me arrependo intensamente do que fiz. Sei lá na hora, parecia certo, mas agora que vi minha menininha eu não posso nem lembrar do que fiz. Eu nem pensei em ninguém, para mim aquilo parecia um castigo sabe? Porque eu fiquei grávida? Ainda por cima de Liam? Eu apenas queria me trancar numa caverna nos confins do mundo, alias, ainda quero.
Liguei meu notebook, logo começaram as notificações do Twitter. Vários xingamentos, fãs malucas querendo me matar e minhas amigas gritando comigo no chat. Nesse momento eu só queria estar morta. Esse ódio corroendo meu peito está me matando, ou eu mato Liam ou ele me mata antes. Abri as mensagens das minhas amigas uma por uma, eram mensagens toscas tipo:
“Cadê você????????? Está viva ainda???????”
“Esqueceu como se atende o celular??????”
“LOOOOOOOOOOOOOLLLLLAAAAAAAAAAA”
As respondi apenas com um velho e bom: estava ocupada, ligo quando puder. Espero que elas se satisfaçam com a minha resposta. Era madrugada já, e eu nem a vi a hora passar. Estava faminta, pois já não me alimentavam por uma só. Desci para a cozinha, tentei não fazer nenhum barulho, mas parece que a noite as coisas caem sozinhas. Eu não era a única acordada em casa, Liam estava tocando violão sentado na rede atrás da casa. O céu estava azul escuro misturado com laranja, vazio sem estrelas e a lua estava apagada.
Abri o armário, peguei alguns salgadinhos e chocolate depois me virei para ir para meu quarto. Liam estava entrando em casa, sabe aquele momento que os olhares se batem e aquele gelo corre por sua espinha inteira. Agarrei minha comida e fingi que nada aconteceu. Continuei andando, é estranho andar na frente de um homem, você sempre sabe pra onde ele vai olhar e por um momento você esquece como se anda.
- Lola – revirei os olhos, se ele pensa que pode se desculpar, ele pode ir parando. – Estou falando com você – parei de andar.
- Fale – não olhei para ele.
- Minha mãe vai fazer um almoço sábado e quer que você chame seus pais – O quê? Ele não está arrependido?
- De jeito nenhum – Falei firme e fui para meu quarto.
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