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História Don't Touch Me - There Is Nothing To Do


Escrita por: canislupus_

Notas do Autor


~Broteii

Como eu disse em um aviso na terça, vou postar esse cap e vou
ficar um tempo sem postar porque como a fic esta na reta final, quero terminar
de escrever ela! Mas provavelmente a partr do dia 11/10 eu já volte a postar
normalmente :3

Nesse cap vocês vão saber o que o Jimin tem! Se preparem!!

Boa laytura e desculpe qualquer erro ><

Capítulo 34 - There Is Nothing To Do


Taehyung?

Nunca havia deixado o leste da Europa?

Falecera há cerca de oito anos?

Em meio àqueles pensamentos e frases que rodopiavam em volta de mim, ouvi Appa se aproximar:

-Jimin, vamos? Acho melhor irmos com um pouco de antecedência, para chegarmos com calma ao hospital.

Hospital?

Ah, sim, os exames. Aqueles que me diriam por que eu sentia a vida me deixar um pouquinho mais a cada dia.

O mundo todo rodopiava quando desliguei o computador. Eu mal podia sentir minhas pernas.

-x-

 

Eu, Appa e Jungkook aguardávamos sentados na recepção do setor de diagnóstico por imagem do hospital.

Já fazia quase uma hora desde que eu terminara o último exame, mas o médico pedira que esperássemos ali mesmo, pois solicitara que adiantasse os laudos.

O doutor Jack, que cuidava de mim desde o dia do acidente de carro, havia explicado que normalmente os laudos dos exames de imagem demoravam horas ou até mesmo dias para saírem oficialmente, mas dadas às condições da minha situação, ele pedira que adiantasse os resultados, para falar conosco antes de voltarmos ao chalé.

A pedido de sua secretária, fomos conduzidos para sua sala.

Era ampla e muito branca, repleta de esqueletos e imagens ósseas nas paredes, além de uma prateleira repleta de livros.

Ele providenciara uma cadeira extra para que todos pudessem se sentar e, segundo suas expressões entregavam, era melhor estarmos sentados para ouvir o que tinha a dizer.

Fitei-o por um breve segundo enquanto me sentava sobre um acolchoado que carregava para todos os cantos para recobrir assentos. Era um homem já envelhecido e com poucos fios de cabelo. Sua pele era rosada e seu nariz adunco, e ele tinha olhos muito cansados.

Respirando fundo, falou:

-Jimin, você é um desafio em minha carreira, confesso que estou completamente perdido em seu caso.

-O que isso quer dizer, doutor?

-Apesar de sua doença ser rara, Jimin, como você sabe desde o princípio, algo inédito aconteceu. E temo que... Não seja algo nada bom.

-Por favor, doutor Jack, diga-nos o que está acontecendo – pediu Appa.

-Sim. Para evitar que a angústia de vocês três se prolongue, vou falar de uma vez o que os resultados das radiografias torácicas e da ecocardiografia mostraram.

Jungkook suava ao meu lado, embora não estivesse quente, e nenhum de nós piscou até que o doutor terminasse de falar:

-Os espinhos de Jimin, como vocês todos sabem, são deformidades epidérmicas. O coração, por outro lado, é um órgão muscular. Inusitado e estranhamente, as imagens mostram que alguns espinhos estão começando a nascer no coração de Jimin.

Naquele instante, eu fui transportado de volta para meu pesadelo daquela noite.

Aquele silêncio mortal, a ausência total de cores e movimentos. A vida sendo lentamente sugada de mim... Se esvaindo... Desvanecendo... Minha alma sendo sugada do corpo. E tudo o que eu sentia era o amor que havia construído na vida.

Ele me acompanhava.

Por muito tempo, fiquei naquela inércia. Não ouvi nada, não falei uma palavra sequer, nem mesmo consegui distinguir qualquer imagem ou pessoa à minha frente.

Tudo era abstrato e fugaz. E a vida era de uma efemeridade que doía.

Em meu peito, espinhos cresciam e me matavam. Silenciosamente. Pouco a pouco.

Mas a ironia é que eles matavam só a casca, o músculo, a vida. Não matavam o que eu tinha por dentro. Os sentimentos, os sonhos, as vontades.

Depois de um tempo que não sei mensurar, tornei a permitir que as imagens ao meu redor ganhassem foco.

Eu estava deitado numa cama de hospital.

Não sabia dizer como tinha ido parar lá, nem o que acontecera desde a notícia que recebera do doutor Jack.

Momentos da minha vida eram um borrão, e eu percebi que estava chorando.

-Jimin? – era Appa que estava ali, ao meu lado, velando meu sono.

Percebi que ele também chorava.

-O que aconteceu? – perguntei com a voz falhando.

-Você entrou em um estado de transe, um tipo de choque, quando o doutor disse... – ele interrompeu a frase, como se falar fosse tornar aquela situação ainda pior. – Quando ele deu a notícia. Você teve falta de ar novamente e foi trazido para o quarto.

-Quanto tempo faz?

-Três horas.

-Você viu, Appa? Viu as imagens, as radiografias?

Ele concordou com a cabeça, deixando que mais lágrimas rolassem.

-Eles estavam lá, não estavam? Os espinhos? – perguntei já ciente da resposta.

-Estavam sim, filho. Claro, finos e pontudos, como os da sua pele.

-Eu estou morrendo – falei para mim mesmo – O doutor disse quanto tempo tenho?

-Não, Jimin, não é possível afirmar. Eu e o Jungkook conversamos com ele depois que você dormiu. Infelizmente, não há informações ou registro de que isso tenha acontecido com qualquer outra pessoa no mundo. O doutor Jack e sua equipe não têm ideia de como os espinhos nasceram no seu coração, já que não é um órgão epidérmico, mas tudo que sabemos é que eles estão lá e não há nada para se fazer.

-Nada?

-Nada, meu filho, nada. A cirurgia seria muito arriscada e ineficaz, visto que são muitos espinhos e alguns ainda estão crescendo. Tampouco há tratamento. Como você sabe, sua condição é rara, e todas as pessoas que já a apresentaram morreram ainda jovens, por diversas razões. Mas nunca ninguém teve espinhos no coração. Acredite, filho – ele disse, assoando o nariz, enquanto ainda chorava -, se houvesse qualquer coisa que pudesse ser feita, nós faríamos.

-Eu sei...

-Filho, se eu pudesse, eu trocaria de lugar com você.

Nós choramos por muito tempo. As lágrimas eram inevitáveis perante nossa impotência naquela situação. Não havia nada que pudesse ser feito, apenas esperar.

Segundo Appa, Jungkook estava dando uma volta no hospital para esfriar a cabeça. Ele ficara muito agitado e tivera medo de me deixar nervoso quando eu acordasse.

Então, em algum momento do meu choro junto de Appa, vi com o canto dos olhos quando Jungkook entrou no quarto.

Aproximando-se vagarosamente, pude notar que ele tremia, e que me olhava de forma diferente.

Com ainda mais amor, se isso fosse possível.

Appa se afastou e permitiu que ele chegasse bem do meu lado.

-Jungkook, meu coração tem espinhos, eu... Eu não sei o que pensar...

-Você, meu amor, é único no mundo.

-Na vida e na morte – falei por entre as lágrimas que nos acompanhava. – Até que há beleza nisso. Você me mostrou o quanto a vida é linda, Jungkook. Minha morte também será. Única.


Notas Finais


~Saii


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