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História Don't Touch Me - I Want You To Touch Me


Escrita por: canislupus_

Notas do Autor


~Broteii

OLHA QUEM VOLTOU!! Está meio tarde? Talvez, mas da nada não :v

Demorei, eu sei, mas consegui vir postar no dia que eu prometi!! ♡♡ Essa é a prova de que eu AMO VOCÊS! ♡
GENTE, A FIC SÓ VAI ATÉ O CAP 40!! JÁ VÃO SE PREPARANDO PRO FIM ;--;
MAS, VOU POSTAR UM CAP EXTRA, NARRADO PELO PAI DO JIMIN!

Mas sem enrolação, boa laytura e desculpe qualquer erro >< (amo vocês ♡ vou continuar postando nos mesmos dias que antes)

Capítulo 35 - I Want You To Touch Me


Fanfic / Fanfiction Don't Touch Me - I Want You To Touch Me

Raras foram as semanas que consegui passar inteiras no chalé a partir daquele momento.

O doutor Jack entrou em contato com outros médicos ao redor do mundo. Ninguém jamais vira ou ouvira falar de um estado como o meu, tampouco poderiam oferecer qualquer tipo de ajuda ou tratamento.

Nos dias bons, eu ia para casa com minha máquina de oxigênio e repousava. Em dias muito, muito bons mesmo, conseguia dar uma voltinha com Winner na clareira.

Já nos dias ruins – a maioria -, estava sempre no hospital, conectado a máquinas diversas.

Os meninos e Jungkook liam para mim, cantavam, traziam filmes, buquês e mais buquês de rosas vermelhas. Eles e Appa não me deixaram um instante sequer. Eram como meus guardiões.  

Meu vigésimo aniversário logo chegou, encontrando-me mais uma vez no leito hospitalar. Fraca e com cada vez mais dificuldade para respirar.

Era estranho fazer vinte anos e celebrar a vida estando quase no fim dela – como eu não podia deixar de pensar. Porém, mais estranho ainda era saber que estava com Jungkook há dois anos. Afinal, eu o conhecera no dia em que fizera dezoito. Era agridoce saber que ele ficara ao meu lado todo aquele tempo e que seus sentimentos por mim eram verdadeiros. Não só ele, como os meninos também, meus melhores amigos. Porém, eu sabia que em breve os deixaria e isso partira meu coração e cada um de seus espinhos.

Jungkook se encarregou de convidar sua família, que tive o prazer de conhecer, assim como Haneul e alguns funcionários do roseiral, e até meus professores do curso de paisagismo, para uma pequena festinha em meu quarto do hospital.

Os enfermeiros e médicos, que haviam desenvolvido extrema compaixão e apego à mim, também tiraram um instante de seus afazeres para celebrarem comigo.

Tentei manter as aparências e fingir que aquele estava sendo um momento especial. No fundo, era aquela velha dualidade: a alegria de estar com as pessoas queridas em um dia em que eu celebrava a vida, e a tristeza de saber que, provavelmente, aquele seria meu último aniversário.

Appa e Jin trouxeram vários petiscos, sucos e meus chás preferidos. As enfermeiras, com a ajuda dos meus amigos, encheram balões e penduraram no meu quarto, que ficou bem mais colorido e alegre. Haneul trouxe cestas e arranjos lindos com as rosas mais perfeitas do roseiral.

Algumas lágrimas caíram durante o parabéns e quando apaguei as vinte velinhas.

E quando todos se foram, eu senti dor. Ela tinha vencido; não pude evitar.

A dor no peito, devido aos espinhos cardíacos, aumentava de forma absurda com o passar dos dias. Mas a dor que senti após a festinha do meu vigésimo aniversário foi por sentir que meus sonhos já não mais se realizariam.

Eu não sabia como encarar a morte iminente e não sabia mais o que esperar ou querer dos dias que ainda, talvez, teria de encarar.

Vi todos os meus sonhos se estilhaçarem em frente aos meus olhos e se tornarem fragmentos de vergonha. Senti que estava podre por dentro, envergonhado de mim mesmo e de todos ao meu redor.

O pior de tudo era saber que o fim estava próximo e que eu partiria sem jamais ter tocado outro ser humano. Sem saber qual era a sensação de sentir alguém amado bem pertinho.

O amor é tão abstrato que o toque o torna concreto. E eu iria embora sem deixar meu amor sólido para Jungkook, os meninos e por Appa. Isso parecia fazer com que os espinhos no meu coração crescessem mais rápido e doessem cada segundo mais.

Jungkook entrou no quarto naquele instante, carregando uma rosa cheia de espinhos afiados.

O olhar que ele me lançava queimava feito fogo. Havia raiva e pesar ali. E muito medo.

Mas não era raiva de mim; era da vida. Para mim, eu sabia que trazia apenas seu amor.

Percebi que seus dedos sangravam.

Ele segurava o cabo da flor com tanta força que acabou deixando que os espinhos invadissem sua carne.

Seu sangue era vermelho e vivo como aquelas pétalas.

Como sempre, ele parecia saber extremamente o que eu estava pensando e sentindo porque, quando me estendeu a rosa manchada pelo seu sangue, sussurrou bem próximo do meu ouvido:

-Chim, eu quero que você me toque.

-x-

 

Eu nunca tive que me despedir de alguém. Quando perdi Omma, claro, era muito pequeno e, por mais que sua ausência tenha doído durante toda a minha vida, eu nunca tive que me despedir dela. Não exatamente.

Tae também sumira sem uma despedida propriamente dita.

Ou seja, eu nunca havia dito adeus.

Apenas a mim mesmo e a quem eu fui um dia. Disse adeus às minhas tristezas do passado, às dúvidas e aos medos. Conforme deixei o amor entrar em minha vida com todas as forças, eu disse adeus a muitas coisas ruins. Mas era uma forma boa de dizer adeus.

Agora, porém, as pessoas que eu amava estavam todas ali, vivendo meu dia a dia no hospital e seria eu quem iria partir.

Elas teriam que se despedir de mim e me deixar ir. Essa sensação era terrível.

De ter que dizer adeus sem querer. De ter que dizer adeus e ser você quem vai se afastar.

Eu não queria ter que me despedir daqueles que amava. Nunca e em nenhuma circunstância.

Saber que isso aconteceria por minha causa, e que eles, de certa forma, já começavam a sentir o luto por mim antes mesmo de me verem partir, era sufocante.

E era também inevitável.

Tudo que eu precisava era encontrar a forma certa de dizer adeus a quem amava.

-x-

 

Quando Jungkook entrou no meu quarto e pediu que eu o tocasse, eu quis atender ao seu pedido.

Mais que tudo, eu tremi, ofeguei e lacrimejei. Porque eu queria aquilo com toda a minha alma, todo meu corpo; queria tê-lo na ponta de todos os meus espinhos e senti-lo nos vãos entre eles.

Mas não podia.

Jamais iria embora sabendo que eu o havia colocado em perigo, que o ferira conscientemente.

Nossa história não era tipo Romeu e Julieta. Nós não precisávamos morrer juntos. Nosso amor transcendia e ia além da vida. E, consequentemente, ia muito além da morte.

Era maior e mais forte que a morte.

Eu sabia disso porque levaria o amor comigo, ao mesmo tempo em que o deixaria ali, junto de Jungkook e continuaria vivo de muitas formas através daquele sentimento.

Jungkook não devia se ferir por algo tão bobo. Deveria, sim, viver por isso.

Ele deslizou os dedos por entre os fios de meus cabelos, aceitando minha decisão, penteando e passou as horas seguintes acariciando.


Notas Finais


~Saii


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