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História Don't Touch Me - Home


Escrita por: canislupus_

Notas do Autor


~Broteii

ÚLTIMO CAPITULO, NÃO ESTOU BEM, NÃO ESTOU PREPARADA!!
Só queria dizer uma coisa, eu agradeço a todos vocês, leitores, por acompanharem a fic e dar muito amor
à ela, já faz 2 meses desde que eu comecei a escrever e amo todos vocês que me acompanharam desde o início e até mesmo aos que começaram a ler depois ❤ EU TE AMO VOCÊS!!! *LEMBRANDO QUE DOMINGO TEM CAP EXTRA*


Mas sem enrolação, boa laytura e desculpe qualquer erro ><

Capítulo 40 - Home


-Eu entendo o que você esta dizendo, Jimin. Não quero e não vou discutir. Não consigo nem pensar nisso agora. Apenas penso em você, meu amor.

-Tudo bem. Mas prometa que não vai se fechar. Não completamente.

-Não posso prometer isso.

-Por favor, Jungkook, é meu último pedido. E eu apenas peço que você seja feliz...

Ele chorou por vários minutos, e eu não o interrompi. Por fim, ele balançou a cabeça, dizendo que sim.

Estava aceitando meu pedido e aquilo bastava.

-Essa jornada toda me fez aceitar meus espinhos – falei para ele, olhando bem dentro de seus olhos. – Obrigada por tê-los aceitado também. Eu até consigo me achar bonito quando me olho no espelho.

-Você é lindo, Chim, é perfeito.

-Existe preconceito no mundo, Jungkook. Eu sofri por ser diferente. Acho que eu mesmo tive preconceito de mim por muito-tempo, mas seu amor, dos meninos e de outras pessoas que me aceitaram sem me julgar fez que eu quebrasse minhas próprias barreiras.

Naquele instante, as máquinas começaram a emitir apitos diferentes, e meu coração batia totalmente fora do compasso.

-Chim...?

-Kookie... – falei, em meus últimos suspiros. – Você pediu que eu o tocasse. Não pude atender. Mas peço agora que feche os olhos brevemente. E imagine que eu estou segurando seu rosto. É exatamente isso que eu faria se pudesse.

Fechamos os nossos olhos ao mesmo tempo e, sem mover os dedos e sem levantar as mãos da cama do hospital, eu senti como se o tocasse.

Nós estávamos completamente conectados.

Não era real, mas era quase. E eu senti como se minhas mãos deslizassem sobre seu rosto e sentisse sua pele macia. Cada centímetro de sua face. Eu a segurei e alisei, como sempre quis fazer. E sabia que levaria aquela sensação comigo.

Quando tornei a abris os olhos, Jungkook continuava próximo de mim, mas distante do meu toque, como sempre estivera.

A uma distância segura.

-Você conseguiu imaginar que eu o tocava? – perguntei, já não sendo capaz de segurar as lágrimas.

Ele sorriu e soluçou... Estava feliz e triste. Aquele momento era tão lindo. E Jungkook conseguiu deixá-lo ainda mais belo quando respondeu:

-Sim. E foi real.

-x-

 

Após o momento mágico que eu tivera com Jungkook, pedi que Appa e os meninos voltassem para o quarto.

Tinha chegado a hora, e eu precisava que todos estivessem ali comigo.

Cada um deles ficou de um lado da cama, três de um lado e três do outro, e eu sorri para eles, sem conseguir dizer mais nada.

Já não havia mais nada a ser dito.

Um filme da minha vida passou pela minha cabeça. Cada um dos vinte anos que vivi. Cada página do livro da minha vida havia sido um pranto e um riso. E, em ambos os casos, minha história estava cheia de amor.

Olhei demoradamente para Appa, para cada um dos meus amigos e para Jungkook. Eles choravam e tremiam e não podia desgrudar os olhos de mim. Pensei em como nunca havia beijado ou abraçado qualquer um deles, e também no quanto os amava da forma mais profunda que existe.

Os olhos de Jungkook estavam vermelhos de tanto chorar, mais ainda eram os mais lindos que eu já tinha visto.

Tão castanhos. Tão bonitos. Seriam a imagem mais linda que eu levaria comigo.

Eles eram da cor de chocolate, e eu esperava que, de alguma forma, eu pudesse vê-los de novo, bem pertinho de mim, a olharem para mim.

Era naqueles olhos castanhos que, se eu olhasse bem de perto, mesmo que num rápido vislumbre, eu conseguia ver Deus.

Ouvi um som ao longe. Chuva.

Estava chovendo.

Não era uma tempestade. Apenas uma garoa, daquelas que eu sempre gostei, pois sentia que elas me abraçavam.

Ao mesmo tempo em que a chuva começou lá fora, eu sentia que algo me puxava. Era como se eu fosse sair dali, mas meu corpo não.

Muita coisa ficaria para trás, mas o essencial estava sendo puxado comigo. Era uma sensação única e reconfortante e, por um instante breve e infinito, eu senti que a saúde voltou a me percorrer.

Os espinhos não doíam mais, eu não me sentia mais cansado.

Falei algo, qualquer coisa, e já não tinha mais dificuldade para falar. Sentia-me jovem, revigorado. Chamei por Appa, por Jungkook e pelos meninos, mas eles permaneciam chorando ao meu lado, não podiam me ouvir.

Concentrei-me então no som da chuva, tentando acalmar meu coração e compreender o que acontecia.

Certamente a chuva viera me abraçar mais uma vez.

Me carregar, pensei.

E foi naquele instante que alguém me respondeu, como se tivesse lido meus pensamentos:

-Não é a chuva que vai carregá-lo. Eu vou.

Eu conhecia aquela voz. Engraçada. Divertida. Alegre.

-Tae! – falei, girando a cabeça.

Ele estava ao meu lado, ainda no quarto do hospital, e me estendia a mão.

Appa, Jungkook e meus quatro amigos continuavam ao lado da cama, ainda choravam e pareciam alheios ao fato de que eu estava de olhos abertos e falando. Eles não viam Tae, não podiam nem mesmo ouvi-lo ou perceber sua presença.

-Você é um anjo? – perguntei.

Ele não havia envelhecido.

Apesar de anos terem se passado desde que eu o vira pela última vez, Tae continuava uma criança. O tempo não passara para ele.

-Pode chamar como quiser. Cada um dá um nome mesmo. – ele deu de ombros, com aquela expressão divertida que eu conhecia bem. – Só sei que sou seu amigo.

-Mas você me abandonou.

-Não é verdade – falou, e inclinou a cabeça para o lado. – Eu sempre estive com você. Não o deixei nem por um momento sequer, foi você quem optou por não me ver mais.

Achando tudo aquilo complexo e lindo demais para ser verdade, continuei a fazer perguntas:

-Você era o menino da foto, o filho daquele casal do leste da Europa, com quem Appa conversou pela internet?

-Sim. Sinto muita falta dos meus pais.

-Mas como? Você tinha espinhos como eu quando...?

-Quando estava vivo? Sim, eu tinha exatamente a mesma anomalia que você. Morri ainda criança. Foi nessa época que meus pais pararam de conversar com o seu pai. Eles sofreram muito, não conseguiram mais falar sobre mim. Foi legal a forma como você se despediu das pessoas que ama, isso vai dar forças a elas. Eu não fiz isso, e minha família sofreu bastante.

-Eu ainda não entendo como você nunca teve espinhos quando nos encontrávamos para brincar na floresta e no roseiral.

-Lá para onde estamos indo, você pode ser como quiser. Se for o seu desejo, você também pode não ter mais espinhos.

Não precisei pensar para responder àquilo. Já havia tido a vida toda para saber como me sentia:

-Mas eu quero ter os espinhos, quero continuar a ser como sou.

-Então, assim será. Chim, agora nós precisamos ir. Sua mãe está esperando por você.

-Omma?

-Sim. Vamos? – ele perguntou, ainda estendendo a mão.

-Eu posso tocá-lo?

-Claro que pode. Você sempre pôde, não podia me ferir. Mas você não estava pronto para saber disso quando era criança.

Aceitei a mão de Tae e levantei da cama do hospital.

Sentia-me completamente cheio de vigor e saúde. Nenhuma dor me acompanhava.

Comecei a caminhar de mãos dadas com Tae.

Então, detive-me por um instante e olhei para trás.

Foi uma sensação estranha ver meu corpo ainda deitado na cama do hospital. De olhos fechados. Sem vida.

Appa, Jungkook e meus queridos amigos estavam ao meu lado. Até o fim.

Só que aquele não era exatamente o fim. Era o fim apenas de um ciclo, mas não da vida como um todo. Eu continuava vivo. Andava, respirava, falava. Podia sentir.

Sentia-me mais vivo que nunca.

Eu estava vivo porque tudo o que levaria comigo desta vida era amor. Ele me preenchia naquele momento, e faria com que eu estivesse sempre vivo naqueles que amava. Assim como uma parte deles partia agora comigo.

O amor une para sempre, mesmo. Essa é a única verdade da vida.

É ele que nos torna imortais e que deixa a marca de nossas pegadas fincadas na terra.

Appa, Jungkook e os meninos não podiam mais me ver. Isso era estranho. Mas eu consegui ver beleza até mesmo naquele momento.

Há, sim, beleza até em momentos que muitos podem considerar tristes. E há beleza também nas separações, porque elas não são para sempre. Depois, virão os reencontros.

-Vamos? – Tae perguntou novamente. – Você tem que olhar para frente.

Virei meu pescoço, sabendo que eles estavam atrás, ao lado da cama que eu acabara de deixar. Ao mesmo tempo em que estavam dentro de mim.

Apertei com força a mão de Tae e olhei para frente. Eu continuava recoberto de espinhos, mas não podia machucar meu amigo.

Naquele instante, uma paz sem limites me invadiu.

Vi o quarto do hospital desaparecer ao meu redor, e uma luz forte e brilhante preencher minha visão. E eu mergulhei no mais absoluto silêncio.

Continuei a caminhar.

Eu estava em casa.


Notas Finais


~Saii


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