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História Don't touch me - Acordando Part. 1


Escrita por: ansodomitee

Capítulo 14 - Acordando Part. 1


Fanfic / Fanfiction Don't touch me - Acordando Part. 1

*Flashback on*

Acabei cochichando no colo de Jerome, agarrada à seu ombro, com a cabeça encaixada em sua clavícula.

Deslizei meus dedos ansiosos por seu peitoral, até chegar à sua penugem avermelhada, perto de sua virilha. Tomei cuidado para não acorda-lo. Então brinquei com seus cabelos ruivos, até ser despertada por uma cicatriz. Não, uma tatuagem, na verdade. Me lembrava muito aquelas tatuagens de cadeia, onde não havia mais esperança, onde sua sentença já teria sido decretada, e a marca para você significasse um último " Foda- se " para o mundo.

Tentei não prestar muita atenção naquilo, mas havia algo de diferente, algo que prendia meu olha ali, me impedindo de piscar. Era a letra " A ", rondei a marca/tatuagem com os dedos, tentando entender o seu significado misterioso. " A ", seria a letra inicial do nome de alguma antiga namorada ?

O pensamento parece doloroso demais, então o afasto imediatamente. Obviamente a homenagem não seria direcionada a mim, já que estava um pouco apaga, mostrando que foi algo feita à muito tempo.

Qual seria seu significado então? 

Bufo, frustrada por não saber quase nada sobre ele, mesmo assim, aqui estou, nua em cima de seu corpo suado.

Acho que Jerome ouviu meus pensamentos, pois acordou rapidamente,  me mostrando um belo par de olhos verdes acinzentados.

- Bom dia, ruivo. - brinquei, descendo mais minha mão por sua intimidade.

- Ótimo dia - ele sussurrou, levando o olhar para minhas mãos profanas.

- Acho que alguém acordou feliz hoje. - falo, enquanto apalpo sua ereção matinal.

- Impossível acordar triste ao seu lado, Anna. Mas agora, tenho ir.

Minha expressão então foi tomada por uma dolorosa e sentimental feição infantil. Eu não queria que ele fosse, mas também queria sair logo daqui.

Jerome já havia pulado da cama antes mesmo que eu possa lutar ou reclamar.

Ele veste suas calça Jeans e vai até o banheiro, fechando a porta atrás de si.

Eu fico ali, deitada, olhando para o teto, até que adormeço novamente, entrando em sonhos que não são meus.

*Flashback off*

             *****   *****  *****

Gotham City 11:56.

Hoje fazia um mês  na compania de Jerome, ele era ótimo. Estava quase sempre por perto, mesmo que algumas coisas me preocupassem, como :  As vozes em meu interior que insistiam em dizer que Jerome não era bom, que mentia para mim e me enganava constantemente. De vez em quando, ele sumia por horas, e dizia que estava a trabalho, ele também não suportava TV ou jornais, não me deixava sair, pois dizia que poderia ser ruim para minha recuperação de memória.

Mas fora essas pequenas coisas, ele era extremamente cuidadoso e atencioso, algo que as vezes me parecia um tanto doentio. 

Agora eu estava deitada na grande cama de casal de nosso quarto. Sinto minha barriga roncar e meu coração palpitar com força dentro de mim. Ando me sentido mal ultimamente, era comum eu ficar na cama até os meio dia, geralmente por cólica ou um forte enjôo, e eu tinha quase certeza do motivo do mal estar. Pelo que percebi estávamos no dia 27, e minha menstruação não havia chegado, não haviam nem ao menos sinais de que chegaria tão cedo. Com todas as dores, desconfortos e tonturas, eu estava quase certa de que estava carregando um bebê, de Jerome, claro. O que me deixou muito assustada, mas estranhamente  feliz ao mesmo tempo. Mesmo ainda sendo apenas uma suspeita paranóica e mal fundada,  não é algo impossível.

Levantei da cama bagunçada, firmando meus dedos dos pés no chão frio. Apoiando minhas mãos no colchão levanto um pouco trôpega, graças à  tontura matinal. Ando pelo quarto à procura do banheiro, então encontron a porta aberta, o que significa que Jerome já  saiu para outra de suas " atividades " rotineiras.

Como sempre, tomo um banho rápido, não demorando mais do que 10 minutos.

Fico na frente do espelho observando minha barriga de talvez- grávida, apalpando e a alisando, tentando imaginar o bebê que poderia haver ali dentro, crescendo em meu interior.

Sou acordada por minha própria aparência apática quando levanto o olhar, vejo uma moça abatida e fraca, que tenta a todo custa lembrar de seu passado possivelmente amedrontador.

Sacudo a cabeça tentando afastar essas idéias sórdidas. Saio do banheiro batendo a porta com força, e chego no armário de Jerome em poucos passos. Procuro algo para colocar e acabo optando por uma camisa preta do ruivo que me serve como vestido.

Ando para fora do quarto, encarando o grande corredor escuro, cujo as paredes eram decoradas pela cor verde musgo, o toque que deixava o local totalmente bizarro.

E para minha sorte, assim que dou o primeiro passo, as luzes caem, deixando tudo sombrio e insosso.

O que havia acontecido?  Talvez fosse apenas o interruptor. Droga, eu gostaria que Jerome ficasse mais aqui, me auxiliando. Mas eu não podia o requerer para qualquer esforço, eu poderia descer ao porão e consertar a luz. Ou poderia acender uma vela.

Sorrio com os pensamentos idiotas, e começo a caminhar devagar pelos cômodos da cama.

Até que chego em frente à uma porta branca e velha, então percebo que havia um molho de  chaves pendurado na maçaneta.

Intrigada, giro a maçaneta devagar, dando vista para uma escada feita de madeira, obviamente que daria ao térreo e  consequentemente ao porão.

Dou um passo à frente, fazendo meus pés tocarem a escada. Desço os degraus devagar, admito, estava com um certo receio.

E em poucos segundos chego a um cômodo sombrio da casa, onde eu nunca tinha estado antes. As paredes não tinham reboco, eram terminadas por puro cimento, o assoalho de madeira deixava o lugar mais rústico. Passo meus olhos por cada centímetro do local, até algo prender minha atenção : Sangue.

Havia sangue nas paredes, no chão e em algumas outras coisas, não havia nada que deveria ter em um porão comum, como caixas, coisas quebradas e bagunças imprestáveis.

Ao contrário, era tudo estranho e sádico.

Nesse momento,  percebo que estou parada junto às escadas, como uma idiota.

O que era esse lugar ?

Me aproximo mais das paredes, enquanto mais sangue surge pelo chão, bato o olho em uma cena indescritível, e quase inacreditável.

Jerome estava limpando correntes vermelhas, mas eu podia ver traços de metal nas correntes, o que mostrava que o tom avermelhado era mais sangue.

Jerome não notou minha presença, já que estava de costas para mim, pegando um pano dentro de uma bacia azul marinho.

O sangue naquelas correntes era tão vivido, ele estava me chamando, como se entre nós houvesse uma conexão gigantesca.

Então, de repente eu caio no chão, enquanto Flashback's dominam minha forma racional.

Neles estava Jerome, Ivy e muitas outras pessoas, alguém chamado Espantalho e também essa casa, esse cômodo.

Eu via Jerome me torturando, estuprando e satirizando à seu bem querer.

Eu podia sentir a dor como se realmente estivesse acontecendo naquela exato momento.

Era minha memória. Minha memória voltando à tona de um jeito absurdo e inescrutável. Jerome me batia e  menosprezava como se fosse uma brincadeira inocente e infantil.

Foi como se uma bomba me acertasse em cheio, me fazendo explodir em vários pedaços de carne podre.

Meu passado todo à minha frente, me fazendo desmoronar.

Balancei a cabeça tentando conter as imagens dolorosas dentro de algum espaço em minha mente.

Eu apenas tinha certeza de poucas coisas :

Jerome não era meu namorado, não era bom e a cima de tudo, não era quem parecia ser.

Desperto, abrindo meus olhos com rapidez, então me deparo com o ruivo à minha frente, ele estava em pé e me fitava com uma expressão que eu não consigo decifrar.

- Como entrou aqui ? - ele indaga, com uma voz rouca. Sua expressão era assustadoramente seria.

- A porta estava aberta. - explico, com medo do que ele poderia fazer se descobrisse que minha memória estava voltando. E pior : descobrisse do nosso possível filho.

Jerome se inclinou sobre mim, puxando meus braços. Então eu levantei, com sua " ajuda ", fiquei de pé ainda um pouco abatida. O encarei como quem diz " Não me mate, por favor ".

- O quê houve?  - ele questionou, me olhando fixamente.

- Não houve nada - engoli em seco, desviando o olhar para a parede ensanguentada onde ele havia me torturado.

- Sua fisionomia está diferente. - ele observou, me olhando desconfiado.

- Impressão sua. - sussurrei.

-Tudo bem. - ele disse por fim, me soltando.

E eu sinceramente não pensei em outra coisa, me virei para sair correndo desesperamentende dali. Mas sou puxava bruscamente de volta. Caio no chão,  batendo minhas costas no assoalho úmido.

- Tentando fugir, Anna ?  - o ruivo sussurrou.

- Quem é você?  Você mentiu ! - gritei, me arrastando para trás, evitando até o mínimo contato com ele.

- VOCÊ TINHA QUE ESTRAGAR TUDO, NÃO É?  -  ele gritou ainda mais alto do que eu, me fazendo arfar. - VOCÊ TINHA QUE METER O NARIZ ONDE NÃO É CHAMADA.

Encolho, tentando achar conforto, mas é impossível. Jerome investe contra mim com rapidez, me fazendo estremecer.

Ele se abaixa, ficando a altura de meus olhos.

-  Você não vai sair daqui, porque você é minha. - ele diz com calma, enquanto se levanta, ficando em pé à minha frente.

Mas ele não faz nada, apenas me analisa com cautela. Meu corpo já ia relaxando, quando sinto um grande impacto em minha face, me fazendo cuspir algo, sangue, eu acho.

Jerome havia chutado meu rosto.

Olho para ele incrédula, era real. Ele estava ali, aquele era ele.

- O quê voc... - tento dizer, mas falho miseravelmente, quando Jerome me acerta com outro chute, dessa vez em meu estômago.

E a única coisa em que consigo pensar naquele momento é : Meu suposto filho.

Mas o ruivo não para, ele se abaixa, passando as pernas por minha cintura, se  sentando em cima de mim enquanto segura meu rosto com uma das mãos, me fazendo encara - lo à contra gosto.

- Jerom...Eu, nosso....Fi- sou interrompida novamente.

Quando vejo o punho cerrado de Jerome se aproximar de minha face com fúria. Então meus olhos se fecham, sentindo os ossos de sua mão se chocarem contra a maçã de meu rosto. Minha cabeça pende para o lado, eu estava quase desmaiando, mas me mantive firme, esperando que aquilo tudo fosse apenas um sonho muito, muito ruim.

Jerome podia me matar, podia me fazer sofrer, mas não era o que importava agora, era a suspeita de uma vida dentro de mim. E nesse ritmo, Jerome iria acabar com tudo, me matando.

E foi como se ele ouvisse meus pensamentos, pois outro soco me acertou, depois outro e mais outro.  Me fazendo vomitar minha última refeição com um pouco mais de sangue.

Jerome parecendo satisfeito se levanta, mas me observa estranhamente.

Ele fitava algo em meu corpo, como se notasse alguma diferença, mas logo esse olhar preocupado no ruivo some, dando espaço à um olhar assassino.

Jerome passa a mão pelos cabelos, enquanto fecha os olhos, tentando se acalmar, eu acho.

Mas parece não funcionar, pois o ruivo me acerta com outro chute, dessa vez em minha barriga, e ele continua, chutando,  chutando e chutando mais mais um pouco. Eu podia sentir algo dentro de mim arranhar as paredes de minhas entranhas, enquanto o sangue continuava a jorrar de minha boca e nariz.

Até que eu não suporto, chegando no meu limite. Desmaio em cima de meu próprio sangue e vômito.

Minha última visão foi a de Jerome subindo as escadas e me trancando ali dentro, sozinha.

Então percebi algo : As vozes estavam certas.


Notas Finais


Heeeey meus amores. Obrigada por tudo ♡
Hoje esse capítulo é especialmente dedicado à uma pessoa que considero bastante : Cris ♡
Espero que gostem.

And remember : There's nothing more contagious than laughter.


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