30 de outubro de 2016, 19:30h, Casa do Matteo
Pov Matteo
- Essa noite vai ser demais. – Ambar falava batendo palminhas.
- Esse ano vai ser mais foda ainda.
- Você fala isso todo ano Ramiro.
- Sim, mas hoje sei que vai.
- Cheguei. – Luna entra na sala, faltava apenas ela e o Gastón.
- Só falta seu namoradinho enrolado Nina.
- Já mandei mensagem, ele disse que já ta vindo.
20:45h
- Finalmente a princesa chegou.
- Não enche Matteo, o pneu do meu carro furou.
- Querem jogar ou assistir filme?
- Ta cedo pra jogar. – Luna alertou.
- A gente fecha tudo, apaga as luzes e pronto.
- Beleza Nico, vou buscar o tabuleiro, vão arrumando a sala.
Desci até o porão, meu pai sempre gostou muito dessas coisas sobrenaturais, então temos o Tabuleiro Ouija e vários livros sobre o assunto. Também gosto bastante dessas coisas, mas para mim mexer com isso é só em datas como o Halloween.
- Vamos? – Voltei a sala e todos já estavam em círculo, arrumamos o tabuleiro e começamos o jogo.
- Tem alguém aqui? – Jim começou. Nada.
- Se tiver alguém aí fala com a gente. – Foi a vez de Yam. Nada.
- Alguém já morreu nessa casa ou terreno? – Ramiro perguntou, o ponteiro indicador se mexeu indicando o SIM.
- Foi assassinato? – Minha vez de perguntar, o ponteiro foi novamente para o fim e sem seguida para as letras formando a palavra BANHEIRO.
- O assassinato aconteceu no banheiro? – Luna perguntou e vimos o ponteiro formar a palavra VAI e em seguida ACONTECER.
- Quando? – Ambar perguntou receosa, o ponteiro formou a palavra hoje. Yam assustada tirou o dedo dele, recebendo nossa reprovação.
- Podemos ir embora? – Símo perguntou e o ponteiro foi para o SIM.
- Yam você ta doida? Você pode morrer. – Jim gritou com a amiga.
- Para de ser boba, nada vai acontecer comigo não.
22:50h
- Finalmente acabou esse filme, preciso ir no banheiro. – Nina disse subindo as escadas.
- Espera, vamos também. – Yam e Luna seguiram Nina até o andar de cima.
- E aí o que vamos fazer?
- Voto em comer. – Disse Ambar.
- Ok, vou preparar alguns sanduíches, alguém me ajuda? - Delfi, Pedro e Gastón me seguiram para a cozinha.
- A Yam falou que vai tomar banho. – Disse Luna entrando com a Nina na cozinha.
- Quando ela descer a gente come, então. Vamo levar tudo lá na sala.
- Vocês não acham que a Yam ta demorando muito? – Disse Jazmín preocupada. – Tipo, já são 23:05 e ela sempre toma banho rápido. Não é melhor ver se ela ta bem?
- Eu vou, se todo mundo for, sozinha nem pensar. – Disse Ambar.
- Por mim tudo bem. – Levantei seguido pelos meus amigos.
- Yam ta tudo bem aí? – Gritou Ramiro na frente da porta. Sem resposta. – Amor? Ta aí?
- Arromba logo. – Nico gritou atrás da gente.
Símon nos afastou e bateu com o ombro na porta algumas vezes, até conseguir abrir, assim que abriu entramos todos naquele pequeno espaço, e tivemos talvez a pior visão da nossa vida, o chuveiro estava ligado e caia água sobre o corpo da Yam, que estava no chão com a garganta cortada e um x desenhado entre os seios.
- NÃO. NÃO. NÃO. – Ramiro gritou já entre lágrimas. – Me falem que isso não ta acontecendo.
Jim que ainda não tinha entrado, quando viu o corpo de sua amiga daquele jeito ficou em choque, e perdeu suas forças caindo de joelhos no chão.
- Vamos sair daqui. Vai rápido. – Disse fazendo todos correrem para baixo. Fui abrir a porta mas ela estava trancada, fiz a senha de fechadura e nada, ela havia mudado, não era mais a que meus pais colocaram. – Tem uma saída na cozinha, vamos sair por ela. – Trancada também.
- Vamo ligar pra polícia. – Nina lembrou, e começou a discar. – Ta... ta... sem sinal. – Disse com a voz trêmula por conta do choro. Todos nós pegamos os celulares, todos sem sinal, nem ligações de emergência eram permitidas.
- Alguém deve ter ligado um bloqueador de sinal aqui por perto. Sem ele em mãos não dá para desativar. – Pedro disse tentando ligar para a polícia.
- Só resta sair por alguma janela. – Fomos em todos os cômodos da casa, todas as janelas estavam trancadas. Sem sinal de chave. – Meus pais vão chegar às 6:30, a única coisa que podemos fazer é ficar todos juntos e esperar.
- Vamos ficar na sala então, aí a gente consegue ver quase a casa toda. – Luna sugeriu.
23:12h
Estávamos todos na sala, sentados no sofá e no chão, nenhum de nós conseguíamos conversar, assistir filmes ou qualquer coisa que pudesse animar aquele clima pesado. Jim e Ramiro ainda estavam em choque. Colocamos nossos celulares na mesinha de centro, caso algum ficasse com sinal a gente ligava para a polícia, os 13 estavam lá, até o de Yam, estava o maior silêncio quando todos os celulares receberam mensagens juntos.
- O número de vocês também é desconhecido? – Ambar perguntou. Todos assentiram que sim. – Vou ler e vocês falam se é a mesma coisa.
Número Desconhecido:
Estão tristes?
Não fiquem.
Ela não será a única.
Quando percebemos a gravidade da mensagem, entramos em choque de novo, só podia ter alguém na casa, um ladrão, um assassino, a gente não tava tão seguros como pensávamos.
- Todo mundo recebeu? – Símon perguntou e todos assentiram.
- Até o celular da Yam recebeu. – Ambar mostrou o celular da amiga para o namorado.
- E se a gente quebrar uma janela, ou arrombar a porta e sair. Não quero morrer. – Delfi disse.
- Aqui é tudo blindado, sem chance. – Luna respondeu por mim.
- Vou pegar a arma do meu pai, se precisar a gente tem como se defender. – Disse levantando.
- Sozinho? Não. Amor você pode morrer. – Luna me segurou preocupada.
- Eu vou com ele, relaxa Lua. – Gastón levantou e foi comigo.
Fomos até o quarto dos meus pais, procuramos um pouco e achamos uma das armas, tinha outra mas não achamos, e para não ficarmos muito tempo sozinhos aqui em cima voltamos só com uma mesmo.
- Pronto. – Disse terminando de descer as escadas.
- Voltamos e estamos bem. – Gastón completou minha fala.
- Vamos colocar um filme, comédia, pelo menos o clima fica melhor.
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