História Don't Walk Away (HIATUS) - In Studio

Lá fora estava nevando tanto que meus olhos ardiam de tanto ver a cor branco-gelo. O frio era insurpotavel, tanto eu quanto o Michael tremiamos os queixos de tanto frio. Diferente de quando chegamos no estúdio... Eu não sei o porque exato desse calor todo em um estúdio mas posso dizer que: aqui está mais quente do que no inferno. 

– Michael me fala muito sobre você, Rosenanne. – Quincy disse simpático passando a mão em meus fios loiros. – Fala até demais.

Ele disse em tom de brincadeira e todos riram.

Assim que saímos do apartamento que foi apelidado por Michael como: O esconderijo. Fomos direto para o carro e paramos em um café para comer alguma coisa, pois não comemos nada em casa. Michael usou um disfarce genial, tudo composto por uma peruca grisalha que se colava com uma cola específica para perucas, óculos de sol de armação redonda e grande e um casaco enorme verde com luva de lã da mesma cor. Se eu não o fosse sua amiga jamais imaginaria que fosse ele alí naquele disfarce. Chegamos ao estúdio antes das duas da tarde, Michael pediu para que eu ficasse tranquila com Quincy e deixasse a conversa fluir. Eu assenti e disse que iria me segurar para não dar um ataque na frente dele e cumpri isso com maestria.

Michael me mostrou tudo no estúdio... E me prometeu que iria me mostrar uma música muito linda que iria para o álbum.
Estávamos eu, Quincy e Michael na sala onde Michael gravava as músicas que iriam para o álbum. Eu estava muito nervosa e Michael como já me conhecia sabia disso... Apenas ele sabia, Quincy nem sequer suspeitou. Graças. 

– Mas me diga, pretende fazer parte do show bussines também? – ele perguntou parecendo estar realmente interessado. 

– Oh, eu ainda não sei, Sr. Jones. – respondo sorrindo timidamente.

– Não precisa me chamar de senhor, Rose. – ele disse rindo. – Me chame apenas de Quincy... Ou Q.

Meu sorriso não podia ficar mais largo quando Quincy me disse aquilo. Apertei a mão de Michael com certa força e ouvir ele gemer baixinho de dor.

– Como quiser... Quincy. – respondi e Quincy sorriu ao ouvir eu pronunciar seu nome.

– Como eu ia dizendo... Você tem a cara do show bussines. Você não acha Michael?

Michael sorriu e olhou para mim.

– Acho sim, Quincy. Já tentei dizer isso a ela mas ela parece não ouvir. – MJ deu uma risadinha baixa me fazendo querer apertar suas bochechas de tão fofo que era.

– Prefiro assistir todo o show bussines da platéia na idade que eu estou. – respondi – Mas quem sabe do futuro, não é? Talvez eu faça o teste para virar uma comediante de série de tv com risadas enlatadas. 

Michael e Quincy gargalharam de minha resposta e eu me senti a melhor das melhores por fazer ambos rirem.

– Você é engraçada, Rose. – Quincy disse cruzando os braços com ar sorridente. – Engraçada e bonita. Tem futuro sim.

Eu sorri feito boba com mais um elogio e agradeci.

– A conversa está boa, só que preciso telefonar para Siedah... Ela está um pouco atrasada. – Michael disse soltando minha mão delicadamente. – Você pode dar uma volta no estúdio enquanto eu e Quincy falamos com Siedah?

– Ah claro. – respondo com um largo sorriso. – Podem ir.

Michael acarinhou meu rosto com o polegar e beijou minha testa deixando a leve sensação de que seus lábios ainda estavam lá. 

– Não vá muito longe, okay? Amo você. – ele sussurrou e senti meu todos os pelos da minha nuca se arrepiar. Era a primeira vez que ele dizia aquilo para mim em alto e bom som e eu me senti com se estivesse flutuando envolvida em um macio e quentinho cobertor.

– Eu também o amo, Michael. – sussurro tendo como recompensa o mais lindo sorriso de Michael.

Ele se afastou tão lento e delicadamente de mim que só fui perceber quando ele e Quincy estavam realmente longe de mim. Virei as costas e pensei aonde eu ia andar nesse estúdio em quanto Michael conversava com essa tal Siedah por telefone.

Andei tanto de um lado para o outro que acabei ficando meio tonta. Ou era isso ou a fome que já estava querendo dar o ar da graça. Sem perceber a presença do ser acabei esbarrando em uma pessoa que julgava eu ser do sexo feminino por causa do volume dos seios que senti e meus braços.

– Ai garota! – exclamou uma voz feminina. Era realmente uma garota. – Você por acaso é cega? Quase me derrubou, sua desastrada! – a voz dela era arrogante e irritada. Levantei a cabeça lentamente para ver quem era a patricinha dona da voz, era uma garota que aparentava ter a mesma idade que eu. Era morena e um pouco mais alta que eu, magra e com belas curvas evidenciadas no casaco vermelho totalmente lindo que ela usava. Tinha pele branca como neve e olhos castanhos. Ela me olhava com uma expressão seria e irritada com as duas mãos na cintura esperando uma explicação minha.

– Me d-desculpe, moça.

– Está tudo bem, coisinha. – ela disse com tom de voz mais calmo. – Só olha por onde anda da próxima vez. 

– T-tá okay. – eu estava um pouco trêmula, ela era do tipo de pessoa que se sentia superior a todos. Digamos que eu sou ao contrário e o pior de tudo isso e que sou medrosa.

– Não precisa se engasgar com as palavras também, garota. Eu não mordo. – ela disse com tom de voz totalmente calmo e jogou seus fios negros para o lado. – Sou Selena... Você deve ser a Roseanne, muito prazer. – ela estendeu a mão para me cumprimentar e eu um pouco hesitante fiz o mesmo apertando a mão de Selena delicadamente.

– Como... Sabe o meu nome? – perguntei soltando sua mão e a fitando com expressão um pouco confuao s. 

"Será que nos conhecemos?" – pensei.

– A Janet me disse que você estaria aqui. – ela sorriu. – Eu vim com ela conhecer Michael e ela veio visitar ele.

Até que ela não parecia ser tão patricinha e arrogante agora.

– Oh... – foi tudo o que eu consegui responder a Selena. Por uns três minutos um silêncio entre nos duas se instalou e parecia que não ia se acabar nunca.

– Para onde estava indo quando esbarramos? – Selena finalmente quebrou o silêncio.

– Lugar nenhum. Eu só estava vagando sem rumo pelo estúdio porque Michael teve que fazer um telefonema... – respondi encolhendo os ombros.

– Quer vagar sem rumo acompanhada? – ela perguntou com um risinho. Melhor que ficar sozinha.

– Claro. – respondo. – Vamos.

***

– Você quer beber algo mais quente, Michael? – Quincy perguntou estendendo um copo com uísque na direção de Michael.

– Ah não... Eu não bebo no trabalho. Obrigado Quincy. – o músico recusou educadamente acomodando-se mais no confortável sofá preto do escritório de Quincy. 

Quincy deu dois goles no líquido e sentou ao lado do rapaz no sofá.

– Gostei da Rose. Ela me parece ser um pouco triste... Mas eu gostei dela. – Quincy disse colocando o copo numa mesinha que tinha ao seu lado esquerdo no sofá.

– Ela é triste, Quincy. Reclama do pai toda hora... Quando ele não tá bebendo tá brigando tanto com Natalie quanto com ela. – ele deu um suspiro frustado lembrando do triste dia em que viu de perto uma briga de John com Rose. 

– John continua a beber? – Quincy perguntou, ele jurava que o amigo antigo que não via a anos tinha largado de vez o álcool.

– Ele tentou, Quincy. Ainda está tentando na verdade... Só que vem as recaídas e isso é o pior.

– Caramba... Essa Rose e a mãe são duas guerreiras por ficar com um cara como John. – Quincy suspirou lembrando dos surtos agressivos de John quando era mais novo. Ele já tinha testemunhado isso nos fim dos anos setenta em uma festa aristocrata.

– Sim. Elas são realmente guerreiras. 

– Você se importa mesmo com essa garota não é, Michael?

– Eu a amo,. sorriu, Roseanne realmente fazia bem pra ele. –  Ela é como uma filha pra mim.

Quincy sorriu e tocou o ombro do amigo.

– Você vai ser um bom pai. – e tomou novamente o copo com uísque em suas mãos. Jackson sorriu pensando na possibilidade de ser pai um dia.

– Obrigado Quincy. – agradeceu observando o amigo beber seu uísque. – Vou ligar para Siedah. 

– Faça isso, Michael. Vou falar com Brad.

Quincy levantou colocou seu copo com uísque na mesinha e saiu do escritório e Michael foi em direção ao telefone discando o número de Siedah.

***

– Olha eu gostei de você, garota. – Selena disse se sentando em um sofá amarronzado de veludo que tinha bem na recepção da gravadora. Me sentei ao seu lado e sorri, ela era uma garota legal também e a impressão de patricinha que eu tinha dela já tinha sumido. Ela era mais legal que as garotas do meu colégio, tinha o mesmo estilo fashion... Mas não era esnobe, muito pelo contrário.

– Eu também gostei de você, Selena. – sorri. 

Selena também sorriu.

– Quantos anos você tem? – ela perguntou e eu me aconcheguei mais no sofá.

– Quatorze. E você? 

– Quinze. Fiz no mês passado. Pretende fazer festa de quinze anos?

– Ah... – procurei as palavras certas para responde-la. A verdade e que eu estava meio que sendo obrigada a fazer o minha festa de debutante. O sonho de minha mãe sempre foi esse... Já que ela não teve uma festa de debutante. Eu nunca fui do estilo princesinha do papai e nem nunca sonhei com isso. – Minha mãe esta me obrigando, não é minha praia ser a princesinha. 

– Eu também fui forçada a fazer minha festa. – ela riu. – Mais foi legal. Dancei com o menino que eu gosto é foi mágico. – ela suspirou parecendo estar encantada. – Você gosta de algum garoto do seu colégio, Rose?

– Ah não. – eu ri sem humor. – Nenhum dos garotos do meu colégio me agradam... Sabe, eu gosto de outro tipo de cara.

– Que tipo de cara? – ela perguntou aparentando estar curiosa.

– O tipo de cara bem mais velho que eu. Não um idoso, claro. Mais na faixa etária dos trinta. – respondi cheia de mim sorrindo feito boba ao ver a imagem de Michael na minha cabeça... Mesmo não estando apaixonada por ele, Michael faz meu tipo.

– Não me diga que é pelo meu irmão. – uma voz feminina invadiu meus ouvidos. Selena arregalou os olhos estática e o nervosismo tomou de contar de mim quando reconheci a voz da mulher.