História Don't You Forget About Me - Love Can Hurt

– Vou buscar uma muda de roupas pra se vestir... enquanto isso, se seca aí.

– Obrigado.

*ding dong*

– Kaneki, atende pra mim?!

– Tá! – eu abro a porta.

– Quem é você?

– Te faço a mesma pergunta. Por que é idêntico à mim?

– Quem é esse... Kaneki...? Que merda é essa aqui? – o loiro retorna. – POR QUE VOCÊ TÁ FICANDO TRANSPARENTE???

– Quê? – olho para meus braços e vejo que estão desaparecendo. – Ai, caralho! Socorro!

– Hide? Quem é esse cara? Arrumou um sósia meu?

– Ele tá brilhando! Isso virou Crepúsculo?

Tudo fica branco. Ainda ouço um pouco da conversa rolando entre o Hide e aquele Kaneki do Paraguai...

Putz! Eu ferrei com o espaço-tempo! Será que vai começar o apocalipse nessa bosta, que nem Mirai Nikki?

– Kaneki?! Tá me ouvindo? Kaneki!

– Huh? Eu voltei pro começo?

– Não! Ainda está nesse universo. E eu estou aqui te chamando faz uma hora!

– Ah, o que é?

– Aff! Fica ligado! Se o Hide não for esperto o bastante pra perceber o que está se passando, vai acabar arrumando uma...

– ...namorada, e aí sim você vai querer morrer! – completo. – Eu já escutei essa fala antes, é do capítulo anterior, mano!

– Tá visitando alguma cartomante?

– Não! Tive uma visão... eu acho. Também pode ter sido uma viagem no tempo, sei lá. Tá tudo louco ultimamente.

– Virou profeta, pronto. – *insiram a abertura de O Profeta aqui, vlw flw* – E o que aconteceu?

– Eu te pedi pra me ajudar com o Hide, mas sem querer você mandou a mensagem pro Shuu e ele foi atazanar a vida do meu Senpai, que ficou puto comigo. Aí contamos a verdade pra ele, e rapidinho ficou todo atirado pra cima de mim, e eu desmaiei. A senhorita jogou um balde de água em nós dois e fomos obrigados a ir pra casa do Hide nos secar. A campainha tocou, e tinha um outro Kaneki lá, e do nada eu comecei a desaparecer e voltei pra cá.

– Só pode ser sonho mesmo, aheuaheuaheuaheuae. Nunca que o Hide iria ficar que nem uma florzinha pra cima de ti tão rápido, muito menos eu mandar uma mensagem pro Tsukiyama sem querer.

– Pior que se era uma visão eu acabei de mudar o futuro! Cadê meu Nokia pra avisar?

– Para com essas referências, amigo.

– Nope. Que é que eu faço agora?

– Espera a autora-chan arrumar alguma ideia do que escrever.

– Cê não acha que essa fanfic tá parecida demais com a anterior, não?

– Acho, mas relaxa, é pra consertar as várias merdas que tu faz, seu lixo.

– Hein? Sabia que a cada vez que você me chama de lixo, um Alan morre?

– Tô nem aí. Vai trabalhar, vagabundo! Tem cliente aos montes pra servir!

– Vai dar pra Yoriko, vai!

– Se fuder! – atira o balde em mim.

– De novo essa porcaria desse balde?! Enfia no cu!

                         [...]

Estava caminhando para minha velha casa após o árduo trabalho de ter que aguentar a TPM Fujoshi da Touka.

– Yo, Kaneki-kun! – Hide surge da rachadura da calçada e praticamente me sufoca com aqueles abraços mortais dele.

– Meu Deus! Quer me matar do coração ou de asfixia?!

– Se for te enchendo de beijo, eu adoraria. – *OH, BITCH! GET OUT THE WAY!* ~ le óculos thug life brotando.

– Que viadagem é essa, Hide?

– Zoeira, hue br.

– A gente tá no Japão, inteligência rara!

– Deixa de ser estraga-prazeres! Tá indo pra onde?

– Pra minha casa, não tá vendo?

– E eu lá tenho cara de quem te persegue pra saber cada passo que você dá?

– Hide... a porta da minha casa tá do seu lado! Dá licença!

– Nossa, tá nervosinho! – libera o caminho.

– E você tá cego! – (sim, cego de amor por vc kirido kaneki) – Vai entrar ou vai ficar aí guardando minha segurança? E ainda diz que não me segue!

– Eu só te sigo no Twitter, cara. – diz enquanto adentra minha residência. – À propósito... por que me convidou pra entrar?

– Quer jogar GTA?

– É o cinco?

– Claro que não! Não tenho dinheiro nem pra comprar o piratex dele. Serve o San Andreas?

– Tá zoando? Demorou!

No meio de uma das missões (não vou detalhar, pq eu queria é zoar mesmo quando eu jogava, na vdd eu tinha preguiça de perseguir os manos e começava a atirar em todo mundo com o cheat de armas), Hide me perguntou algo que nem eu sei responder:

– Kaneki, se você tem grana pro laboratório, como não tem pra comprar um GTA original?

– Não sei. Deve ser porque o pirata é mó bugado, e mais dinâmico.

– Quer saber? Dane-se as missões! Bora zoar os NPC's!

– Pera aí, deixa eu catar um canhão aqui no menu e explodir essa porra toda!

*BOOOOOOOOOOM* ~ le carros pegando fogo e aparecem os bombeiros te dando uma rasteira com a água.

– Paranauêêê...

– Não, véi. Cata o dinheiro dos tiozinhos que faleceram, melhor que você faz.

   [739502 explosões e gritos do CJ pegando fogo depois...]

– Não tá na hora de você ir pra sua casa, Hide?

– Que feio, expulsando o coleguinha. Enfim, eu já estava de saída. Boa noite, Kaneki.

– Boa noite, Hide. – o alaranjado se retira de meu quarto, e eu aguardo alguns segundos até escutar o barulho da porta se fechando.

Desligo as luzes e atiro meu corpo exausto na cama. Apago em minutos.

O raiar do sol invade meus olhos. Percebo que esqueci de fechar as cortinas. E também percebo que... o Hide tá deitado em cima de mim com uma expressão de yandere.

SOCORRO. SERÁ QUE EU FUI ESTUPRADO?

– O que significa isso?! Eu não mandei você ir pra casa?

– Aprenda, ninguém manda em Hideyoshi Nagachika.

– Fala como se fosse o bam-bam-bam da parada! Bem, tanto faz! Vou dar uma olhada na internet.

– Agora você mexe na internet por telepatia? – pergunta depois de eu continuar imóvel por 30 segundos.

– É que tem um otário me prendendo aqui. Dá pra sair?

– Com todo o prazer, Vossa Majestade.

Ligo o computador.

Estou estranhando o comportamento do Hide... meio psicopata, grudento. Devo chamá-lo de Yuno Gasai?

Navego por notícias antigas, apenas pra me situar do que mais se alterou nessa dimensão. Após muita baboseira, uma me chamou a atenção.

"Mulher é encontrada morta em casa.

20/07/13

Nesta tarde foram feitas denúncias sobre um mau cheiro incomum vindo de uma casa do vigésimo distrito de Tóquio. O corpo de uma mulher em decomposição foi encontrado. ***** Nagachika de 42 anos estava com diversos buracos pela região do abdômen.

Há teorias de que ela tenha sido atacada por um ghoul, porém não se sabe, já que o corpo havia se degradado bastante.

A vítima era solteira, tinha um filho de 17 anos, Hideyoshi Nagachika, do qual o estado é desconhecido.

Qualquer informação, essa reportagem será atualizada. "

– O que você tá lendo? Por que tá suando tanto? – se aproxima do monitor.

– Hi... de... – me afasto.

– Não é nada disso que você tá pensando... Ok, talvez seja, mas eu juro que não foi por querer!

– Preciso ligar pra polícia.

– Por favor, Kaneki, não me obrigue a te machucar... – sua kagune salta de repente.

– Mas o quê? Eu te curei! Não pode ser!

– Lembra de quando eu me recusava ao tratamento? Lembra de quantas vezes eu quase te matei por um nervosismo que você não sabia de onde vinha?

– É óbvio que eu não sei, essa não é a minha dimensão! Mas continua...

– Tá, tá! Era por causa disso... não sofri da doença, nunca. Eu sou um ghoul de nascença, e não tem como curar esse tipo. Durante esse tempo todo eu fingi. – lágrimas escorrem de seus olhos. – Essa história foi um ano antes de te encontrar. Minha mãe iria me entregar pra CCG e eu sei muito bem das coisas horríveis que fazem por lá. A parte de nunca ter machucado uma pessoa seria totalmente verdade se não fosse por ter que matá-la. Eu juro que não queria... me desculpa.

– Por que não me contou?

– Porque eu temia que essa fosse sua reação, não só de me entregar pra CCG, mas também a de se afastar de mim.

– Você mal me conhecia! Nem tinha motivos pra se afeiçoar tanto.

– Eu tinha sim! Era... era não... sou apaixonado por você!

– Hide! E como você brotou aqui?

– A Touka me explicou tudo quando eu saí ontem, tenho a impressão de que ela disse coisas que nem sabia. Por via das dúvidas, dei meia volta, pelo menos eu tinha deixado a porta destrancada. Não vim pra ouvir um "Hide, eu te amo" mas sim pra te revelar o que acabei de dizer.

– E realmente... não vai ouvir um "Hide, eu te amo" tão cedo... Sai da minha casa!

– Kaneki...!

– Você ia me matar! Acha que isso é amor?! SAI DAQUI, AGORA!

– Tudo bem...

Tranco o quarto com lágrimas encharcando a minha roupa. Sento no chão frio, encostando na porta, escondendo meu rosto vermelho em meus braços. Não sei se isso é por raiva, ou se é por arrependimento pelo que acabei de fazer.