História Dos beijos que a gente gosta - Capítulo Único

Dos beijos que a gente gosta, Sehun divagava, havia muito para se experimentar. Ele, por exemplo, dizia que os mais gostosos de provar eram aqueles beijos únicos, meio inexplicáveis à primeira vista, que eram deixados na nossa boca de um jeitinho encantador que era capaz de fazer o corpo ser inebriado por sensações especiais, trazendo ondas leves de calor que normalmente não aqueciam só a pele, mas que também pipocavam desejos para algo além de duas pessoas experimentando um pedaço da outra através da troca íntima de carinhos com uma língua curiosa, necessitada. Significava que, às vezes, beijar não seria o bastante, levando então a outra forma de apreciação pessoal, do tipo que não envolveria roupas e pressa.

Sehun também dizia que havia muitos outros tipos de beijo por aí para se conhecer um pouco de cada vez.  

Havia um beijo para cada momento específico da nossa vida – infância, adolescência, quando adultos ou velhinhos, que trariam boas lembranças nos anos à frente. Havia um beijo de acordo com uma rotina corrida aqui, outra mais lenta acolá, que tornariam o cotidiano algo prazeroso ao seu modo. Um beijo para cada dia, hora minuto ou segundo – o tempo em si pedia por um tipo de beijo ideal, como quando você está atrasado para o trabalho e há aquela pessoa na porta de casa para lhe dar uma bitoca com gosto de café e vejo você mais tarde.

Havia um para cada emoção confusa, onde nada mais fazia sentido quanto um foda-se e um beijo bem dado. Havia um beijo para cada porém, mas ou um talvez – talvez eu também goste de você, aí se beijam. Havia um beijo para cada acontecimento, fosse feliz ou não, ou um meio termo dos dois, nunca se sabe. Havia beijos para situações de qualquer particularidade, e, possivelmente tão mais importante, existia um beijo para cada tipo de pessoa e sua boca, trazendo em pitadas de espécie extraordinária o sabor daquele sentimento bom que nos faria titubear em um bis interminável – um pouco mais, por favor.

Minseok sempre pensava isso quando Sehun se aproximava sorrindo de canto, a cabeça inclinada para o lado e ia enrolando seus dedos longos de menino grande às mãos alheias um tanto que pequenas se em comparação. Ficavam assim por um tanto de tempo, até que Minseok empurrava Sehun a algum canto solitário e se deixava ser beijado, aproveitando do gosto particular daquele garoto e da vontade que sentia de ficar só ali, se beijando sem a preocupação ao redor. Depois, dando uma pausa para sorrirem cúmplices, trocavam conversas entrecortadas por ósculos curtos, marcados por carinho exclusivo.   

Com Kyungsoo também não era preciso de muito. Sehun chegava pedindo carinho e o carinho que Kyungsoo mais sabia dar a ele era através de um beijo na boca, desse jeito, simples assim. Não tinha muita falação, nem conversas extensas, Kyungsoo fazia o tipo conciso que preferia atos certeiros, cedendo em algumas vezes e soltando a voz em um doce “gosto de você também” quando Sehun acabava confessando algo muito sério a ele.

Havia tantos beijos por aí, mas eram aqueles de Minseok e Kyungsoo que se faziam os preferidos de Sehun lá no peito, trazendo suas particularidades únicas que, quando unidas numa ideia louca de uma noite a três ou, quem sabe, um namoro a três, tornavam-se o complemento um do outro no qual Sehun não sabia mais viver sem saborear um dia sequer. Ele gostava ainda mais quando podia assistir de pertinho Minseok e Kyungsoo se aproximando através de um delicioso minuto molhado, provando um pouco dos sabores alheios de modo sincero.

Kyungsoo e Minseok sabiam, no entanto, que embora ambos tivessem aprendido a gostar um do outro mais que o esperado, Sehun tinha uma habilidade especial e era dos beijos dele que mais se viam querendo provar.