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História Doze de Junho - Tu es mon refuge


Escrita por: disastrrs

Notas do Autor


Olá!! Então... Eu voltei com a última fanfic do concurso que estou participando.
Tenho que admitir que essa fase não foi fácil. Mas dei o meu melhor para esse tema que escolhi, não tenho muito o que falar agora... Então boa leitura e espero que gostem.

Capítulo 1 - Tu es mon refuge


      10 de Junho de 2016 - Orlando, Flórida


Era finalzinho da tarde, o céu estava entre uma coloração laranja e vermelho, para muitos aquilo era passado despercebido, mesmo chegando perto da noite, todos estavam ocupados demais com os seus próprios afazeres. Eram poucos que paravam para admirar as pequenas coisas que viam naquele céu. Mas desses poucos, havia um em especial, este que olhava admirado pela janela de um ônibus.

Zhang Yixing era essa pessoa, um cidadão americano qualquer, mesmo sendo chinês tinha conseguido seu visto para morar naquele país, que lhe fez se apaixonar pela música desde que tinha feito o seu intercâmbio aos quinze anos para estudar a língua americana.

E agora estava os seus vinte e cinco anos, não era rico e muito menos exigia ter algum luxo. Era um professor particular de piano e violão e dava aula de música em uma escola primária. Amava o que fazia e para quem ensinava, nunca se deu bem em lecionar para os adultos, desde que se formou na faculdade de música, tentou dar aulas para os mais velhos mas aquilo mexia negativamente com ele. Não existia uma animação, mesmo daqueles que queriam muito aprender.

E assim, o professor de música desempregado, conseguiu um emprego provisório na pequena escola primária... Onde ele sentiu acolhido, as crianças já o amavam desde o primeiro dia. Era tão acolhedor ser cuidado por alguns longos minutos pelo professor XingXing, era como seus alunos o chamavam carinhosamente.

E de professor provisório, se tornou fixo. Assim, criou uma rotina que respeitava atentamente. Mas era uma rotina que nunca irá reclamar de se fazer.

Yixing amava o rumo que a sua vida ia levando. Mesmo que tudo ter ocorreu longe de seu planejamento sobre o futuro que fora decidido quando era mais jovem, sentia que tinha uma vida perfeita. Mesmo que às vezes parecia ser amarga demasiadamente.

Ainda olhava para o céu quando percebeu que tinha chegado em seu ponto, então rapidamente se levantou do banco e apertou o sinal para a sua parada. Quando o ônibus parou e Yixing desceu do transporte, ele foi em direção a um pequena confeitaria que havia do outro lado da rua. Não estava muito longe de seu apartamento mas sua boca estava salivando por uma torta de chocolate com morango que havia lá. Que lhe sentiu na obrigação de se fazer aquele mimo.

Atravessou a rua e deu uma corridinha até a confeitaria com uma fachada branca e rosa pastel que era tão conhecida por si e assim, adentrou no local o qual era aconchegante, decorado com cores em tons pastéis e branco, assim como a fachada. Era algo simples mas ficava tão equilibrado e calmo, gostava de ir lá, principalmente em uma manhã de sábado, tudo ficava mais calmo e silencioso. Apenas se sentava em uma das mesas que ficavam na segunda parte que servia como cafeteria, apreciando um café quentinho ou um chá gelado.

Yixing segurou a alça de sua mochila, procurando por sua tão amada torta no balcão e não resistiu em dar um sorriso pequeno ao ver que ainda tinha. Então foi até o balcão, sorrindo gentilmente para a moça que estava atendendo.

— Boa noite, Xingie! — Yixing já era tão conhecido no estabelecimento que desenvolveu uma amizade com o dono e com a balconista, esta que era mulher do dono. — O que vai querer hoje? — a moça que também era asiática, tinha cabelos loiros e ondulados, com uma feição delicada e um sorriso fofo.

— Boa noite, Taeyeon. Eu vou querer a mesma coisa de sempre e uma fatia da torta de maracujá. — disse, olhando para os doces enquanto que a menina, pegava e embalava as duas fatias de tortas. — Como você está?

— Estou bem... Hoje o movimento está fraquinho. Baekhyun está quase enfartando com isso... Ele diz que não podemos falir no momento em que eu estou grávida. — riu sobre o exagero de seu marido, enquanto que se concentrava no que fazia. — E você, Xingie?

— Baekhyun é sempre exagerado, tenho certeza que amanhã vai ser um dia melhor... — riu — Mas eu estou bem, hoje foi agitado na escola. Quero chegar logo em casa e ver o.... — Yixing iria terminar de falar, mas foi interrompido por Baekhyun, que acabará de chegar na confeitaria.

Byun Baekhyun era um descendente de coreano que conheceu Yixing na época que o chinês virou oficialmente um cidadão americano. Foi uma fase um pouco difícil para os dois, um estava com vinte e um anos e começando um negócio do zero, com o único dinheiro que havia em sua conta e outro estava com vinte e dois anos e se

adaptando à um lugar novo. E ambos dividiam um aluguel de uma casa tão pequena que dormiam na mesma cama.

— Zhang Yixing! Que honra ter sua presença aqui, sumido. — disse, dando o seu tão famoso sorriso quadrado.

— Quanto exagero, Byun. Eu vim ontem aqui, você fala como que nunca venho aqui...— riu baixo olhando para o amigo e se aproximando para lhe dar um abraço breve

— Mas eu sinto saudade, Xingieee! — fez um bico a tempo de Yixing ver, o qual fez Taeyeon rir alto enquanto saía atrás do balcão para se aproximar dos dois.

— Tão fofo, Byun. Parece uma criança... — comentou, entregando uma sacola de papel com os pedidos para Yixing, este que sorriu gentilmente. — Seus docinhos, Xingie!

— Nossa, amor... Criança não faz outra criança, sabia ? — Baekhyun provocou a esposa, a fazendo corar e abraçou de lado, acariciando a barriga protuberante da mesma.

— Cala a boca, Byun.

Yixing olhava para o casal com um riso que saia facilmente quando se tratava de Taeyeon e Baekhyun. Sentia felicidade pelos amigos, começaram a jogar conversa fora. Queria continuar conversando com eles, mas quando olhou as horas em seus celular viu que precisava ir para casa.

— O pequeno Byun vai ser mais maduro que o próprio pai. — o chinês brincou, puxando a carteira do bolso traseiro para tirar algumas notas e entregar para a Taeyeon. — Preciso ir...

— Vamos combinar de jantar, faz tempo que não saímos mais juntos... — Baekhyun sugeriu rapidamente enquanto dava um aperto de mão em seu amigo.

— Vamos, amanhã a gente fala mais sobre... — Zhang falou pensativo, mas ainda mantinha um sorriso nos lábios e levou a mão até a barriga de Taeyeon fazendo um carinho leve. — E vocês se cuidem, tá?

Baekhyun sorriu para o amigo e o viu se despedindo, então olhou para a sua esposa e lhe roubou um beijo. O que a assustou e acabou ganhando um tapa fraco no peito, o qual o fez rir e abraçar mais o pequeno corpo colado ao seu.

Yixing tinha acabado de sair do estabelecimento, não precisava andar muito até ao apartamento em que vivia, era uma quadra dali. No pequeno caminho aproveitou o vento daquele comecinho de noite, queria aproveitar mais aquele momento mas se apressou para chegar em casa. Mesmo amando trabalhar na escola, às vezes, era desgastante. Então desejava chegar em casa e tomar um banho relaxante, para depois, comer sua torta.

Estava tão desatento por causa de seus pensamentos que quase ia passando direto pelo prédio em desídia, riu de si mesmo por ser tão distraído e entrou. Cumprimentou o porteiro antes de entrar no elevador e ir para o décimo andar. Mas assim que a porta do elevador ia fechar, ouviu alguém gritar para segurá-lo então educadamente o fez.

Mas quando a pessoa chegou, a qual era uma senhora que morava no apartamento ao lado do seu. Fez o chinês engolir a seco por ter visto, infelizmente, a cara de nojo que a senhora fez em sua frente.

— Pode soltar, eu pego o próximo. — falou rude com o jovem rapaz, que tanto não gostava. Achava aquele jovem pecador. Não queria ficar no mesmo ambiente que um sujo como ele que desrespeitava as leis da bíblia.

Nada foi dito pelo chinês, mas não evitou de sentir um bolo em sua garganta. Nunca se acostumaria com aqueles olhares, iguais de sua vizinha, direcionado a si. Queria rebater e falar algo, mas ele apenas tirou a mão da porta e a deixou se fechar, não se permitiu chorar, achava que iriam ser lágrimas desnecessária e tudo que estava evitando era uma tristeza duradoura no final de semana. Não queria arruinar nada aquele dia.

Seu olhar foi direcionado para os números que indicavam em vermelho o número de cada andar, o leve frio gostoso em sua barriga já se fazia presente... Queria chegar logo em sua casa, no seu porto seguro. Queria esquecer que existia ódio sobre si, um ódio inexplicável e sem sentido.

Segurava firme as alças de fita da sacola em sua mão, enquanto que com a livre revistava o bolso da frente de sua calça jeans em busca da chave de casa, que foi achada com rapidez. Voltou a olhar para a pequena tela e sorriu ao ver que faltava um andar e assim que chegou saiu em passos largos daquela caixa de metal e foi em direção em seu apartamento, que ficava no final do corredor.

Respirou fundo. Estava seguro em seu lar e tinha um pedaço de torta para si. Sentiu seus músculos relaxarem assim que entrou no apartamento e fechou a porta. Tudo estava tão silencioso mas Yixing nem notou, estava distraído demais em tirar a mochila das costas, a jogando sobre o sofá e assim indo para a cozinha para guardar as sobremesas. Por onde passava acendia as luzes, não gostava de ver aquele apartamento - que inclusive era todo colorido - ao breu, como a cozinha era típica americana que era dividida da sala apenas por um balcão, tudo se iluminou com mais facilidade.

Ele adentrou no cômodo e deixou a sacola em cima do balcão, onde só retirou as embalagens da torta e as pôs na geladeira. Estava de costas para a sala totalmente alheio, olhando para dentro o eletrodoméstico, então não percebeu que alguém se aproximava dele.

Passos silenciosos e um cuidado extremo para não respirar muito alto, não que isso fosse muito preciso, mas a pessoa queria se prevenir. Estava tão quieto e assim que se aproximou do rapaz distraído não pensou duas vezes antes de abraçá-lo por trás, envolvendo aquela cintura com seus braços longos.

Yixing se assustou, até soltou um gritinho agudo o qual rendeu uma gargalhada daquele que o abraçava, mas o chinês reconhecerá aquele abraço e sua risada escandalosa em qualquer lugar. Se a segundos atrás sentiu medo, agora sentia um alívio por estar nos braços daquele que amava. Com um sorriso largo, fechou a geladeira e ainda no meio daquele abraço se virou podendo ver que o outro sorria também. Park Chanyeol, sorria como uma criança. Aquilo fazia até o coraçãozinho de Yixing bater mais rápido.

— Oi, estranho. — sussurrou, passando os braços em volta do pescoço de Chanyeol, este que era mais alto que si e, para lhe dar um selar, precisou ficar nas pontas dos pés.

— Senti saudades... — Chanyeol respondeu com o mesmo tom de voz, roçando delicadamente a ponta de seu nariz a do semelhante. Fazendo Yixing acariciar a sua nuca com seus dedos finos e longos.

— Meu Yeol... a recíproca é verdadeira. — falou em um fio de voz, puxando delicadamente o rosto do outro mais para perto do seu, até sentir seus lábios roçarem novamente. Um roçar lento e calmo, que evoluiu para um entrelaçar de línguas no mesmo ritmo. Um beijo que se misturava com amor e saudade.

Yixing sorriu entre aquele contato, o qual tanto gostava de ter com seu noivo. Sempre gostou, desde que se beijaram pela primeira vez no campus da faculdade, onde se conheceram através de um amigo incomum. Seus lábios cheinhos se moldavam perfeitamente aos de Chanyeol, não queria que acabasse mas uma hora ambos precisavam de ar.

O Park foi quem quebrou o contato, o chinês ainda mantinha os olhos fechados sentindo o leve formigar que havia em seus lábios vermelhinhos. O mais novo olhava para o homem que abraçava e sorriu em ver como era sortudo ter encontrado o amor da sua vida.... Sua alma gêmea. Então se aproveitou para dar mais alguns selares nos lábios alheios.

— Como foi seu dia ? — o mais alto perguntou com carinho, o que fez Yixing abrir os olhos e deitar com a cabeça em seu peito.

— Cansativo... As crianças estavam agitadas. — suspirou baixinho aproveitando o perfume do outro. — E o seu, amor?

— Longo... A emergência estava agitada desde ontem. Desculpe por ter te avisado em cima da hora que eu ia ter plantão.

A fala sussurrada de Chanyeol, chamou atenção do chinês, este que olhou para ele e sorriu antes de beijar mais uma vez seus lábios. Não tinha necessidade daquelas desculpas, ele sabia o quanto o jovem médico havia se esforçado para ganhar aquele estágio em um dos melhores hospitais da Flórida e não seria ele que brigaria por algo que foi esquecido pela agitação do hospital.

— Eu trouxe torta de maracujá. — disse simplista ainda com um sorriso doce nos lábios. Chanyeol via naqueles olhos amendoados que não tinha o porque pedir desculpas. Então só se pôs a abraçá-lo com mais força e encostar sua testa na dele, suspirando profundamente. Se lembrando momentaneamente da banheira com espumas que havia preparado antes do mais velho chegar

— E eu preparei um banho para nós — respondeu em um sussurro. — Vem, vamos relaxar um pouco.

E Yixing riu, pois era tudo que estava precisando naquele momento. Precisava de um banho longo e de Chanyeol ao seu lado.

A água estava em uma temperatura agradável e havia tantas espumas. Yixing gostava delas, gostava de brincar com elas durante algum momento alheio em um banho longo na banheira proporcionava. E naquele momento estava assim, entre o abraço de Chanyeol dentro daquela banheira que os dois ficaram bem juntinhos, mexia nas espumas com cheirinho de morango e pensava em tudo mas ao mesmo tempo em nada.

Só foi despertado de seu marasmo quando sentiu um beijo estalado em sua pele, o que fez deitar a cabeça no ombro do Park e olhá-lo com um sorriso em seus lábios. O mais novo arrancava sorrisos de si facilmente assim como acontecia ao contrário.

— Um beijo pelo seus pensamentos... — Chanyeol quebrou aquele silêncio, que era agradável, mas gostava tanto de ouvir a voz melodiosa de seu noivo.

— Estava pensando... Em viajar para China nas férias do fim de ano. — comentou. Chanyeol não demonstrou, mas ficará um pouco triste em saber que iria passar o final de ano longe dele. Mas ficou surpreso em ouvir a continuação de seus pensamentos: — Você e eu. O que acha, Yeol?

— Nós dois? Mas... E a sua família? — perguntou receoso, o qual fez o chinês rir e beijar seus lábios.

— Está na hora de te apresentar formalmente para eles... E logo iremos casar, então....

Um sorriso enorme surgiu no rosto de Chanyeol, o que fez o coraçãozinho de Yixing disparar por ver algo tão lindo de pertinho, olhava no fundo de seus olhos percebendo a paz e a segurança que eles traziam si. Sabia que tinha feito a escolha certa, que mesmo com todas as dificuldade que os dois ainda enfrentariam, nada poderia quebrar o que sentiam um pelo outro.

Nada que o mundo dissesse fariam aquele amor sumir. Um amor único e eterno.

Yixing tinha encontrado a sua pessoa.


11 de Junho de 2016.


Era sábado de manhã, o apartamento do jovem casal estava em pleno silêncio. Ambos dormiam, um aproveitando o calor do outro que seus corpos nus proporcionavam. Nada atrapalhava o sono profundo dos dois, nem o solzinho teimoso que insistia em querer entrar entre as frestas que tinha a cortina.

Mas toda calmaria tinha seu fim e esse foi dado pelo toque barulhento de alguma banda de rock, que Chanyeol curtia. E vinha de seu celular, tocando uma, duas, três vezes. Era alguém ligando, Yixing se mexeu incomodado enquanto acordava de um sonho com algum doce que estava tendo. Queria continuar a dormir, mas o mais novo parecia nem se incomodar com o toque. Então abriu lentamente os olhos e olhou a expressão do outro, Chanyeol não atendia porque estava escutando a música e abria um sorriso contente, que fez o chinês bufar baixinho e, com uma preguiça do tamanho do mundo, se esticou para pegar o aparelho que estava no criado mudo. E atendendo logo em seguida.

— Alô? — sua voz saiu sonolenta e rouca, em seus pensamentos estava desejando voltar para o seu sonho.

— Yixing hyung!! — uma voz animada soou no outro lado da linha.

— Oh Sehun, por que ligar tão cedo ? — mesmo tentando repreender a jovem rapaz, sua voz mansinha e sonolenta tornava tão fofo.

— Hyung, já passou da hora do almoço. — riu — Te liguei pra te perguntar uma coisa.

Yixing ficou surpreso por ser tão tarde, mas não deixou de esboçar um sorriso bobo por lembrar da noite anterior que teve com o Chanyeol, o que fez morder o lábio inferior ao olhar para o lado e vê o corpo nu dele entre o lençol branco. Se distraiu tanto que esqueceu de Sehun no outro lado da linha.

— Yixing? Está ai? Zhang Yixing!!!

— Oi? Eu estou aqui, me distraí. Desculpa, Hunnie. Pode falar.

— Por que eu não me surpreendo com isso? — soltou uma gargalhada, que foi acompanhada com por uma segunda, Yixing supôs que era Jongin, namorado de Sehun.

— Aish, cala a boca... Fala logo, Hunnie.

— Apressadinho... Deve tá olhando para Chanyeol hyung dormindo nu, né ? — brincou, imaginando o chinês vermelho por aquele comentário, o que de fato estava.

— Eu vou desligar, Hunnie. — ameaçou, o que fez Sehun rir mais.

— Não... Não desliga, olha só, eu tenho duas entradas para uma boate hoje...

— Quer um prêmio por isso, Sehun? — o interrompeu, causando mais risadas.

— Deixa eu terminar, hyung... Como eu estava dizendo, tenho duas entradas. O Nini e eu iríamos hoje, mas ele vai ter um jantar em família e a gente decidiu ir. Então, para não jogar dinheiro fora, eu queria saber se o Chanyeol e você não queriam ir?

— Jantar em família? Nossa... Está ficando sério entre vocês . Mas aonde seria essa boate? — Yixing voltou a se deitar e agora fazia um carinho de leve na pele descoberta de Chanyeol, querendo que aquela ligação se encerrasse logo. Ele amava Sehun, que era um jovem amigo do casal, o garoto era como se fosse um irmão mais novo para os dois.

— Sim... Estamos namorando sério . Vamos ser igual aos hyungs daqui a pouco... — seu tom saiu tão apaixonado, o que fez o chinês sorrir. — Mas então... a boate é a Pulse, sabe?

— Qualquer coisa que precisar, a gente ajuda vocês , Hunnie. — comentou amorosamente. Mas estava pensativo enquanto a aquele convite, não sabia se seria uma boa escolha em aceitar. — S ei, vamos fazer assim, vou acordar o Yeol e perguntar para ele, caso ele aceite ir, eu te mando uma mensagem, ok?

— Vocês andam muito ocupados? — perguntou preocupado.

— Sim, cada vez estou dando mais aula e ele plantão.

— Cuidem da saúde vocês, ok? Queremos ver vocês bem e saudáveis.

— Iremos cuidar, Hunnie.

— Preciso desligar agora. Xingie, não esquece de me dar a resposta.

— Pode deixar, Hunnie. Não irei esquecer. — Riu baixinho.

— Hyung... Obrigado por tudo. Cuida-se, certo ?

— Você também se cuida. Até logo!

Quando a ligação foi encerrada, Yixing deixou o celular de lado se aninhou no corpo de Chanyeol, distribuindo leves selares em seu peito desnudo até em seu pescoço, rindo baixinho por ver o jeitinho preguiçoso do rapaz. Quem o via na rua, não imaginaria que um ser humano daquela altura e com uma expressão séria quase o tempo todo, iria ser tão manhoso assim. Passou a fazer cafuné em seus fios castanhos e selou de leve o bico formado nos lábios alheios.

— Yeol... Amor, acorda. — falou baixinho e com calma. — Passamos a manhã toda na cama.

— Mais um pouquinho, baby Xing. — murmurou manhoso, fazendo o outro rir com aquele apelido.

— Vamos, amor.... Ô eu vou levantar. — disse por fim, fazendo menção de estar levantando da cama, mas fora agarrado pela cintura e abraçado pelo mais novo, o que fez rir com a atitude do outro.

— Fica aqui... Você é quentinho. — Chanyeol pediu em um sussurro no ouvido dele, o que deixou sua pele arrepiada.

— Precisamos levantar, amor.

— Mais um pouquinho... — pediu, mordendo fraco o pescoço branquinho. Enquanto que uma de suas mãos grandes seguia silhueta de Yixing, até chegar em uma das coxas a qual foi acariciado com delicadeza. — Você é lindo, Yixing. — disse por fim, fazendo o mais velho empinar, roçando as nádegas no membro já desperto de Chanyeol.

E não demorou muito para escorregar sua mão para o meio das pernas de Yixing, envolvendo sua mão no membro quente dele. Iniciando uma masturbação lenta o que o fez gemer e fechar os olhos.

— Eu te quero, Chanyeol... — pediu baixinho, fazendo o seu noivo sorrir. Yixing era tão sensível aos seus toques.

E atendendo o pedido, largou o membro teso e virou o chinês, assim podendo ficar por cima dele e beijar lentamente seus lábios enquanto roçava sua pele na dele.

— Você é tão meu, Yixing... Eu te amo. — dizia já com a respiração pesada, olhando nos olhos dele.

— Eu amo você, meu Chanyeol... — murmurou, abrindo as pernas para o outro se encaixar nele. E levou uma de suas mãos até o rosto do rapaz para fazer um carinho, antes de ser invadido e gemer de prazer.

— Você é a minha vida, Zhang Yixing.

Os dois tinham as respirações aceleradas e falhas, entre os lençóis, eram ditas palavras de amor e carinho. Promessas eram feitas e prazeres eram alcançados com os movimentos lentos e por vezes mais rápidos, tudo para alcançar o limite do prazer. Troca de olhares eram feitas assim que, em uma sincronia perfeita, chegaram em seus ápices. Gemidos preenchiam o quarto, assim como o cheiro dos dois corpos suados.

E novamente tudo ficou em silêncio. Mas não deixaram de se olhar, conversavam daquela maneira. Não precisavam falar nada para saber o que estavam pensando.

"Eu amo você." "Você é a melhor coisa que aconteceu comigo." "Você é eternamente meu." "Você é o meu tudo." "Eu te quero para sempre do meu lado." Eram essas palavras que eram ditas através daquele contato. Tão simples mas tão profundas. E o que fizeram os dois abrirem um sorriso grande.

Chanyeol rolou para o seu lado da cama e puxou o chinês para deitar a cabeça em seu peito e começou a acariciar os cabelos negros do outro, enquanto recebia um carinho em sua pele. O silêncio gostosinho continuava, nenhum dos dois queriam sair daquela bolha criada. Queriam aproveitar todo os momentos juntos que tinham.

Mas em meio ao silêncio Yixing lembrou da ligação de Sehun e olhou para o coreano, que sorriu e fez um carinho em sua bochecha com a mão livre,

— Sehun ligou hoje, Yeol.

— Era ele quem estava ligando? — franziu o cenho, se perguntando o que o menino queria.

— Uhum, ele perguntou se a gente não queria entradas para ir em uma boate hoje.

— E por que ele não vai?

— Eles vão em um jantar de família na casa do Jongin.

— E o que você respondeu, meu amor? — perguntou, selando os lábios fofinhos de Yixing.

— Eu disse que ia ver com você é que mandaria a resposta por mensagem.... O que você acha, amor?

Chanyeol ficou pensativo por um instante, por causa da rotina pesada que os dois haviam tendo, se tornaram raras as saídas deles. Normalmente o casal se tornou mais caseiro. Mesmo cansado, tinha saudade de sair com o mais velho, vê-lo dançar animadamente era uma cena linda, que quase nunca mais viu, então, sorriu e disse sua resposta antes de beijá-lo.

— Eu acho que é uma ótima ideia. Vamos nos divertir um pouquinho hoje, meu bem. — respondeu animado, o que contagiou o seu noivo e o abraçou, antes de pegar novamente o celular de Chanyeol e mandar uma mensagem para Sehun confirmando.

Foi um pouco, talvez muito, difícil para os dois levantar da cama. A preguiça não deixava, tanto que se atrasaram e tiveram que tomar um banho rápido e com poucas carícias trocadas. Mas que rendeu algumas risadas de Yixing, enquanto que ouvia as piadas de Chanyeol.

O Park fazia de tudo para ver o seu noivo rindo, gostava de ouvir a gargalhada fofa dele. Era como uma música, Yixing era como uma música, perfeita igual as melodias que tirava de suas cordas de seu violão. Estava olhando para ele, o vendo vestir a calça apertada e uma blusa de botões. O garoto era lindo.

— Como eu estou? — Yixing perguntou, se virando para Chanyeol, que estava sentado na cama e pronto já.

— Você... está lindo. — sorriu, levantando da cama e andou até ele, para abraçá-lo. — E cheiroso... Muito cheiroso.

— Bobo. — riu daquele comentário. — Você também está lindo... Amo quando você usa essa jaqueta. — comentou, enquanto olhava para Chanyeol vestido com uma jaqueta de couro preta, uma camisa cavada e calça jeans.

— Eu sei. — selou os lábios de Yixing, que riu com o convencimento dele.

— Daqui a pouco o Sehun vem...

— Uhum... — murmurou a resposta, ainda roçando seus lábios na pele macia. E antes de falar qualquer outra coisa beijou Yixing. Um beijo lento, mas que era de uma forma necessitado. Não se importaram com nada naquele momento, novamente os dois estavam em uma bolha só deles e particular. Nada mais importava.

Yixing queria continuar, mas o aviso de mensagem tocou em seu celular, o que fez quebrar aquele beijo com dificuldade. Mas Chanyeol não parou de distribuir selares pelo seu rosto.

— Sehun já está vindo, Yeol... — avisou baixinho, já fechando os olhos e aproveitando aqueles beijos.

— Mais um pouquinho... — o chinês riu de sua resposta. Sabia o que significava, mas não se importaria, muito pelo ao contrário. Queria tanto quando Chanyeol.

Era bom ter Chanyeol do seu lado.

Após voltarem a se arrumar, desceram o prédio rapidamente, pois Sehun estava esperando por eles na frente do prédio. Os dois riram cúmplices do pequeno atraso, sabia que Sehun ficava impaciente quando se tratava de atrasos, então já esperavam levar uma bronca do jovem rapaz.

Estavam se aproximando da entrada do prédio, quando avistaram um jovem alto e esguio e um pouco mais baixo, os dois estavam encostando em um carro. O maior entre os dois pareciam impaciente, o que fez Chanyeol rir e chamar atenção dos dois.

— Finalmente apareceram, pensei que iam ficar grudados na cama... — Sehun disse impaciente quando o casal havia se aproximado.

— Não se atrasamos tanto, Oh Sehun... Deixa de drama. — Chanyeol respondeu, enquanto cumprimentava ele e Jongin.

— Não é drama... Só não gosto de esperar. — s e defendeu, fazendo seu namorado rir e abraçá-lo.

— Mas eles já estão aqui, Hun. — respondeu com carinho e tirou as entradas e entregou para Yixing, que as guardou. — Aqui, espero que os hyungs se divertem....

— E se cuidem! — completou Sehun.

— E a gente irá. — Yixing respondeu carinhosamente e sorriu para o casal a sua frente.

A conversa não durou muito, era um encontro rápido e ambos já estavam atrasados para seus respectivos compromissos, então se despediram e foram para seus automóveis. Sehun e Jongin entraram no carro do primeiro, dando a partida em direção ao jantar de família. E Chanyeol e Yixing subiram na moto do mais novo, indo em partida a boate.

Yixing se agarrou na cintura do outro, enquanto olhava para o céu estrelado. Ele gostava do céu, tinha diferentes formas e tonalidades. Desde pequeno observava o céu, era algo que lhe trazia uma paz, assim como olhava para Chanyeol. Abraçou mais apertado a cintura fina e suspirou olhando os pontinhos brilhantes embaçados.

Não demoraram para chegar a tal boate, era conhecida por eles, mas nunca entraram na mesma. Mesmo no estacionamento já podiam ouvir o som alto do DJ que tocava no dia e percebia que estava lotada. Chanyeol e Yixing entrelaçaram as mãos e entraram, mesmo cheia, era agradável ficar lá. Todos dançavam se divertindo o que animava o casal, como fazia tempo que eles não saíam mais, aquilo bastou para eles.

Entre as pessoas, beijos foram trocados pelos dois. Danças provocativas foram feitas por Yixing, que deixavam Chanyeol louco e mais beijos, dessa vez mais quentes, eram dados. Os dois dançavam como se não houvesse amanhã, aproveitavam cada minuto daquele momento deles. Eles precisavam daquilo ou a rotina maçante iria consumir a disposição deles. Não sabiam nem que horas eram, planejavam só sair da boate só quando estivesse amanhecendo, como faziam na época da faculdade.

— Vamos beber? — Chanyeol falou alto no ouvido do mais velho, o som alto demais causava isso. Os dois já estavam suados de tanto dançar e o corpo de vinte e cinco anos de Yixing pedia por uma pausa.

Como resposta, Yixing entrelaçou sua mão a do mais velho e apertou com uma certa força, o levando da pista até o bar, onde o som não estava tão alto e que estava calmo.

Yixing sorriu e beijou com carinho Chanyeol.

— Vou pegar as bebidas, meu bem. — disse perto de sua audição, o que fez o outro ficar arrepiado. Já estava planejando arrastá-lo para o banheiro.

Viu Yixing se afastar e riu consigo mesmo, olhava para o corpo de seu noivo, o admirando até sumir entre um pequeno grupinho que havia no bar. Então, sentou em uma das mesas e olhou ao redor, observando as pessoas dançando animadamente, alguns bebiam e conversavam entre risos e outras entre beijos.

Mas algo lhe chamou atenção, perto da entrada viu de relance algo parecido como uma chama, ficou preocupado achando que a boate estava tendo algum curto circuito, mas se levantou e estreitou os olhos para enxergar melhor. E o que viu, deixou seus olhos arregalados e o frio na espinha tomou conta de si, não via a cara do indivíduo, mas viu a arma que havia em sua mão e de como ele disparava sem olhar para quem. Sem nenhuma piedade no olhar.

Seu pensamento foi direto para Yixing, só com isso conseguiu se mexer e correr para onde o chinês estava. O coração batia forte contra a sua caixa torácica, queria achar o seu menino logo e tentar escapar dali.

Enquanto isso, Yixing estava esperando ser atendido no bar, mesmo sendo um pouco mais calmo aquela parte, tinha um número razoável para ficar esperando por uns minutos. Estava tão animado com aquela noite que ainda mantinha seu pé batendo no ritmo da música.

Quando estava chegando sua vez, sentiu algo puxando o seu braço, estava pronto para brigar com a pessoa descarada. Mas assim que virou o rosto, viu a expressão de Chanyeol. Seus olhos revelavam o medo que estava sentindo e aquilo lhe deixou nervoso.

— Precisamos sair daqui. Vem, Yixing... — disse com a voz trêmula já puxando o mais velho para fora do bar.

— Chanyeol? O que aconteceu? Chanyeol, me responde! — indagou sério, queria saber o que estava acontecendo. Não entendia o motivo daquilo.

Mas quando iria perguntar novamente, gritos foram ouvidos e a música agora estava se desligando. Além dos gritos, barulhos de tiros se misturavam, transformando em uma melodia trágica, que fez Yixing se agarrar em Chanyeol e agora tentar correr junto dele.

Não sabia o que a estava acontecendo, estava tudo normal até uns minutos atrás. Parecia ser a noite perfeita, mas em menos de segundos tudo se desmoronou e piorou quando Yixing viu o homem que amava caindo de joelhos no chão, que agora era manchado de sangue.

Chanyeol levou um dos tiros. E aquilo acabou com Yixing, que já chorava acreditando no pior. Não via uma forma de escapar de lá vivos. Não queria morrer e não queria viver sem seu Chanyeol.

Mesmo que as lágrimas já embaçassem seus olhos, puxou Chanyeol pela cintura e pôs sua mão sobre o local da bala, que foi em sua barriga, tentando estancar o sangue jorrava do local.

— Yeol... fica comigo. Vem, vamos sair daqui. — tentava andar com o mais novo. Mas estavam encurralados, não tinha como sair, então tentou andar com ele até perto onde ficava o DJ, precisavam se proteger. Estavam quase chegando quando Chanyeol caiu novamente, estava fraco pela perda rápida de sangue.

Yixing estava perdido e confuso, não sabia o que fazer então se deitou de bruços com Chanyeol no chão, ainda mantendo a mão na ferida aberta. E com a mão livre entrelaçou sua mão com a do mais novo. Deixando as lágrimas escorrerem enquanto olhava para Chanyeol, que tinham os olhos cheio d'água.

— Yeol.... Amor, não dorme, uh? Vai ficar tudo bem... — sussurrou para ele, entre os barulhos de gritos e tiros, que se aproximavam mais deles. — Fica comigo, meu amor...

— Xing... Eu te amo. — murmurou para o seu noivo, estava com medo de deixá-lo. Mas queria dizer aquelas palavras para o mais velho, que estava visivelmente amedrontado. — Vou ficar pra sempre com você...

E após dizer isso, Chanyeol e Yixing ficaram apenas trocando olhares, nada podia ser dito naquele momento, o sangue escorria entre seus corpos. E suas mãos se apertavam de forma firme, enquanto que compartilhavam o medo de se separarem para sempre.

De perder um ao outro, não queria que acontecesse isso. Mais gritos eram ouvidos e Yixing desejou voltar no tempo e ficar em casa. No seu porto seguro, ficar em segurança com um Chanyeol vivo.

Não enxergava mais nenhuma esperança de saírem vivos de lá. Mas os sons dos tiros ficaram mais longe e algumas pessoas já corriam para fora da boate. Então, respirou fundo e beijou o rosto de Chanyeol, precisava tentar salvar ele.

— Yeol.... Vamos correr, tá? Precisamos de tirar daqui. — disse baixinho para o mais novo, este que estava fraco, mas entendia que precisavam sair daquela boate.

Então apenas acenou com a cabeça e com ajuda de Yixing, se levantou. Estavam indo em direção a entrada, ou tentavam ir. Chanyeol estava fraco e Yixing estava tão assustado que mal aguentava o peso dos dois.

As sirenes das ambulâncias e da polícia já eram ouvidas, isso deu mais força para Yixing continuar a andar, não queria perder o Chanyeol. Se recusava a perdê-lo.

Então, ao passar pela entrada, se sentiu perdido. Não sabia o que fazer, tinha tantas pessoas e luzes que lhe deixavam cego, mesmo carregando Chanyeol, sentia que a qualquer momento iria desabar. Estava fraco e sentia uma fisgada na coxa o qual fez gemer, mas continuou andando, até ver socorristas correndo em sua direção. E assim que pegaram o Chanyeol e colocaram ele na maca, Yixing caiu no chão.

Olhou para o céu, na ida para a boate, tinha visto todos aqueles pontos brilhantes borrados. O céu estava tão escuro naquela madrugada, mas estava repleto de estrelas. Yixing sempre gostou de olhar para o céu e naquele momento pensou ser a última vez iria olhar para ele. Viu um socorrista falar com ele, mas não conseguia dizer nada. Não entendia o que acontecia, estava tudo confuso. Então ignorou e voltou a olhar para o céu.

Agora se permitindo fechar os olhos e cair um uma escuridão que não era nada acolhedora.


23 de Junho de 2016


Estava deitado na cama, olhando para o teto branco. Seu corpo repousava em uma cama que não era a dele, tinha dormido só duas vezes lá. Não se lembrava muito bem como foi, mas na primeira vez foi quando Chanyeol e ele brigaram feio. Tão feio que Yixing decidiu ir pedir abrigo para o seu amigo, Byun Baekhyun. Ficou dormindo nessa cama por uma noite todinha. Ou tentando dormir.

E na segunda vez dormiu com Chanyeol nela. Precisaram fazer uma reforma no apartamento e foram dormir ali. Riu fraco quando lembrou que fizeram amor bem quietinhos para Taeyeon e Baekhyun não escutarem.

E agora, na terceira vez, estava ali. Acordado em uma manhã, cedo demais para quem quer parar de existir. Não queria sair daquela cama, não queria voltar para casa e encontrar tudo que lembrava Chanyeol desde o seu perfume até a sua desordem. Não queria deitar na cama que dividia com o seu noivo e sentir o frio que havia se instalado nela.

Se negou a chegar em casa e vê-la como os dois a deixaram, até a cama desarrumada, antes de ir para aquela boate. Mordeu o interior da bochecha e levou uma de suas mãos até a faixa que estava enrolada em sua coxa, a tocando de leve. Ainda tentando lembrar em que momento aquele tiro foi lhe acertado, não entendia.

Não lembrava de muita coisa após ter desmaiado, mas sabia que antes da sua cirurgia de emergência havia acordado e dado o contato de Baekhyun, logo depois apagou novamente. E só acordou na madrugada em um dos quartos do hospital. Olhou ao redor e sorriu de leve vendo Baekhyun dormindo sentado na poltrona do quarto, ao lado da sua cama e segurando sua mão.

Mas se lembrou do que acontecera algumas horas antes, o que lhe fez chorar e acordar o seu amigo. Que lhe explicou tudo, tentando acalmá-lo. Não entendia o porquê de tudo aquilo, em questão de segundos sua vida quase escapou por seus dedos. E tudo isso por ser quem ele era, o que lhe dava vontade de sumir por pensar assim.

Estava perdido entre pensamentos quando ouviu três batidinhas na porta e uma Taeyeon colocando a cabeça para dentro do cômodo, com um sorriso pequeno.

— Xingie... Vamos tomar café?

— Eu não estou com fome, Tae... — o sorriso triste que Yixing deu, fez o coração da Taeyeon se apertar, o que a fez entrar no quarto e sentar na ponta da cama, levando a sua mão até os seus cabelos negros do rapaz e iniciar um cafuné.

— Acabaram de ligar do hospital. — Taeyeon pausou o seu dito e olhou em seus olhos, dando um sorriso. — E avisaram que ele acordou e já está no quarto.

Yixing soltou a respiração que prendeu ao saber que ligaram do hospital, por instantes achou que iria receber a pior notícia de sua vida. Mas acabou relaxando quando ouviu que era algo bom. Seu Chanyeol estava bem, não tinha o deixado sozinho. Ao saber daquilo, se agitou na cama e se levantou, mesmo sentindo dor queria vê-lo.

— Preciso ir lá, Tae. Vamos ver o Chanyeol. — disse agitado já procurando uma roupa para vestir. O que fez Taeyeon se levantar da cama e ir até o mais velho e segurar em seus ombros.

— A gente vai levar você lá, Xingie. Mas antes tenha calma, certo? — falou calmamente para o chinês, esse que assentiu. — E você precisa comer algo. Não pode ir para lá fraco.

— Tudo bem, Tae. — falou baixinho.

— Se arruma e depois vai para a cozinha, certo? — avisou já se retirando do quarto, dando privacidade para Yixing.

Quando Taeyeon saiu do quarto, Yixing fez tudo o que seu corpo machucado o possibilitou a fazer com rapidez. Queria ir logo para hospital, desde que Chanyeol internado e até a cirurgia que precisou fazer, ficou o tempo todo longe dele. Baekhyun disse que a cirurgia dos dois foram no mesmo momento mas Chanyeol ficou nela por mais tempo, devido a complicações. As quais fizeram os médicos induzirem ele ao coma.

E quando tinha ganhado alta, o visitou na UTI. Mesmo que ficou pouco tempo longe dele, sentia uma saudade imensa. Queria tanto Chanyeol de novo ao seu lado novamente. Ansiava por tê-lo perto de si.

Assim que terminou de arrumar, foi direto para a cozinha, onde encontrou Baekhyun e Taeyeon em uma conversa animada sobre o bebê. O que participou com animação, o jovem casal viu como a notícia fez bem ao seu amigo, os dois estavam com medo de Chanyeol não sobreviver. Tinham medo de perder Chanyeol e Yixing.

A conversa seguiu animada até quando estavam saindo de casa até o caminho do hospital, Yixing conhecia bem aquele caminho já que Chanyeol fazia residência no mesmo. Estava ansioso para o ver acordado novamente, sentia falta de sua voz e de seus risos. Na madrugada passada passou a escutar todos os áudios que recebeu dele, aquilo fez chorar tanto e deitar em posição fetal. Sentindo um frio desconhecido em seu corpo fragilizado e carente de carinho. Carente de sentir o amor de Chanyeol.

Quando se viu, já estava dentro do hospital, mais preciso no elevador subindo até o andar dos quartos. Suas mãos suavam e seus olhos já estavam cheio d'água.

Baekhyun sorriu observando o jeito de seu amigo e segurou em sua mão, apertando com pouco de força.

— Ele está esperando por você, Xingie. — disse baixinho enquanto saíam da caixa metálica e procuravam o quarto 1007. — Seu Chanyeol voltou para você.

Aquela fala acalmou o chinês e só ia ficar 100% aliviado quando o visse com um sorriso infantilizado e com seus olhos grandes brilhando.

— Aqui, Baek... O quarto do Channie. — avisou Taeyeon quando eles passaram pelas últimas portas do primeiro corredor. Os dois que estavam um pouco mais na frente voltaram para onde a garota tinha indicado. Baekhyun abraçou de lado sua mulher e sorriu terno para seu amigo.

— Pode entrar primeiro, Xingie. A gente vai ficar esperando um pouquinho aqui.

— Tem certeza, Baek? — Perguntou olhando para ele.

— Sim, pode ir. Ou a Taeyeon vai estragar o clima romântico dizendo que tem que ir ao banheiro. — respondeu brincalhão, o que rendeu risada de sua parte e um tapa dado pela mocinha.

— Cala a boca, Byun. Eu estou carregando seu filho!

Yixing riu daquela cena, mas decidiu se virar e colocar a mão na maçaneta da porta e abrindo devagar. Entrando no quarto em que estava Chanyeol, não deixou de reparar em como aquele quarto era grande e confortável, suas cores claras deixava tudo mais leve, não existia só branco.

Mas seus olhos correram direto para uma cama de hospital que havia no centro do cômodo, a qual mais importava para ele, porque deitado sobre ela tinha um Chanyeol com bochechas rosadinhas e com um sorriso largo.

Chanyeol agradeceu por estar vendo novamente Yixing na sua frente.

— Olá, estranho! — Chanyeol disse rouco, o que mexeu com cada célula presente no corpo alheio. Yixing sorriu largo e quando viu o lado vazio naquela cama, não pensou duas vezes de ir até lá o mais rápido que sua perna deixasse. Chanyeol percebeu que o mais velho estava mancando, o que fez franzir o cenho em preocupação. Porém, iria perguntar mais tarde o por quê. Antes queria matar a saudade que tinha de Yixing e começou quando ele se deitou ao seu lado e o abraçou com delicadeza, já que seu abdômen ainda estava dolorido.

Yixing escondeu o rosto no peito de Chanyeol e ouvido seu coração bater, chorou aliviado por tê-lo vivo consigo. Agradecendo em seus pensamentos por poder viver do seu lado novamente.

— Senti tanto medo... — murmurou entre as lágrimas, o que fez Chanyeol o apertar mais.

— Shhh... Agora eu estou aqui, meu Yixing. Eu prometo viver para sempre do seu lado. — disse amorosamente, o que fez o chinês olhá-lo com um sorriso nos lábios.

— Promete?

— Prometo, meu pequeno. — e deu um selar nos lábios cheinhos de Yixing.

O chinês estava tão aliviado por ver Chanyeol bem. Nada mais importava para ele agora nesse momento, tudo que queria já estava acontecendo, novamente estava se sentindo completo. Os dois ficaram em silêncio, cada um com seus pensamentos. Mas não ousavam a falar, não era o momento.

— Quando eu ganhar alta, vamos tocar violão juntos. — Chanyeol quebrou aquele silêncio com aquele pedido. O que fez Yixing se perguntar o porquê. O mais novo riu sabendo da dúvida do outro e beijou sua testa. — Eu tenho uma música composta... Uma feita para você.

— Pra mim? — perguntou surpreso em saber da existência da música.

— Sim, uma música para Zhang Yixing. O grande amor da minha vida! — sorriu mais largo e acariciou o rosto dele. Sabia que naquele momento havia perguntas impossíveis de serem respondidas na cabecinha de seu noivo. — Eu soube o que aconteceu na boate...

— Quem te contou, Yeol?

— A enfermeira que cuidou de mim hoje de manhã... — disse e olhou dentro dos olhos de Yixing, passando segurança para ele. — Xingie... Não se questione demais, não tente entender os motivos doentios dessas pessoas que guardam todo esse ódio dentro de si. Você só vai se... perder. Toda sua essência vai se esvair se tentar entender eles.

"Presta atenção: Ninguém merece sofrer o que passamos só porque somos corajosos o suficiente para mostrar ao mundo nosso verdadeiro eu. Você me terá para sempre do seu lado, acredite, nada que o mundo dirá me fará parar de sentir o amor que eu tenho por você."

Yixing deixava algumas lágrimas escorrerem, pois Chanyeol sabia exatamente o que ele estava sentindo e sabia que podia contar com ele em qualquer momento. Seus pensamentos que surgiam por causa daquela madrugada, foram diminuindo de força.

E Chanyeol sabia que sempre iria ter Yixing do seu lado, mesmo ainda tendo pesadelo e sentindo o cheiro de sangue misturado com pólvora, tinha a consciência que algum dia isso tudo ia passar.

E ainda iria ter Yixing em seus braços.

Os dois eram o porto Seguro um do outro. Nada e nem ninguém iria separar o casal, iam continuar juntos e felizes.

Yixing suspirou fundo, sentindo o cheirinho de Chanyeol e sorriu para ele. Um sorriso tão lindo e brilhante.

— Eu amo você, meu Yeol. — sussurrou, antes de selar demoradamente seus lábios.

— Eu amo você, meu Yixing.

E no final daquela troca de carinho, Chanyeol iniciou um beijo lento e cheio de saudades.

  Os dois se sentiam seguros um do lado do outro.


Notas Finais


Prometo que algum dia arrumarei aconfiguração do texto.


Até a proxima.


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