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História Dr. Pepper - Um escritor pede o meu número


Escrita por: yookione

Notas do Autor


Desculpa a demora dfjsldkfjlsakfjlk

Espero que gostem do capitulo, menino baekhyun fica bem nervosinho nele

boa leituraaaa

Capítulo 2 - Um escritor pede o meu número


Fanfic / Fanfiction Dr. Pepper - Um escritor pede o meu número

É muito difícil processar tudo o que acontece, e como acontece.

Nós vamos atrasados para a escada, eu e Kyungsoo, correndo como se fossemos morrer aqui mesmo, como se o avião mirasse bem em nossas costas enquanto nós descemos. Eu minimamente viro meu corpo para procurar Yooa e a encontro também correndo, em pânico. Há dezenas de rostos desesperados e gritos apavorados para qualquer canto que eu olhe; a multidão me apertando cada vez mais. Todos nós indo para um só lugar.

 As escadas. Quando chegamos nelas, uma multidão vem descendo desesperada dos andares acima, e nós temos que nos encaixar no meio de alguns corpos para poder sair também. O fluxo parece extremamente lento, mas talvez seja porque nós queiramos descer extremamente rápido.

Um estrondo invade nossos ouvidos, vindo de cima, e uma chuva de poeira e pedras cai sobre os nossos cabelos. As paredes que estão ao meu redor criam rachaduras, ainda que bem finas, e as pessoas gritam com o impacto, segurando-se umas nas outras, com medo do que pode acontecer.

Medo. Ação. Não parar para pensar.

Finalmente chegamos ao andar de baixo, ou pelo menos eu cheguei, porque, quando olho para trás, não vejo ninguém além de um monte de pessoas embaralhadas se esparramando pelo salão em busca da saída do prédio.

 Perdi os dois de vista.

Cerro os meus punhos extremamente forte, e estou prestes a voltar e subir todas as escadas se for preciso, quando outro estrondo acontece, e esse, sem demorar muito, é seguido por mais um, e depois mais um... Os sandares... Os andares...

– Os pisos estão desabando! – Alguém grita e a angústia da multidão sobe de nível.

Os andares estão desabando e aparentemente não vai demorar menos de quinze minutos para chegarem na gente. Meu coração bate forte, quase saindo do meu peito, e tudo em mim treme, estou quase para desabar no chão. Mas eu não posso desabar, eu não posso nem cogitar desabar.

Sem tempo para pensar mais na decisão, digo a mim mesmo que é melhor que eu fuja. Não vai ser produtivo nem para mim, nem para as pessoas que estão descendo e correndo para a saída se eu me meter no meio delas por causa de duas almas.

 Mesmo que sejam duas almas que eu almeje com todo o meu ser, e sem as quais eu não consiga imaginar a minha vida seguindo normalmente.

Corro para a porta, saindo do caminho da multidão, e quando finalmente saio do prédio, não perco tempo: eu só preciso de um lugar para eu me esconder e esperar Kyungsoo e Yooa. E então logo, logo, eles vão sair de lá e me encontrar.

Deste modo, eu tento avançar no meio do aglomerado de pessoas, atravessando a avenida completamente congestionada de carros e ônibus e motos, procurando algum lugar. A primeira coisa que eu vejo é um caminhão estacionado no outro lado da rua e, sem pensar muito, eu desabo na sua sombra. Ele fica entre mim e o prédio, qual desmorona cada vez mais, como se sua caçamba estivesse me protegendo.

A cada andar que o prédio desaba, meu coração pula, pensando apenas que é o último e que nunca mais verei os meus amigos. Até agora, contei seis andares desabados. E continuo ouvindo mais. Eu não consigo olhar.

Sete, o rosto de Yooa me aparece à mente, rindo de uma notícia boba de fofoca em seu computador e nos mostrando no escritório. Eu ainda trabalhava com eles, e as janelas de vidro deixavam que o sol iluminasse seus cabelos ruivos.

Oito, Kyungsooo aparece agora, me ajudando com algo que eu não estava conseguindo fazer no meu computador, me chamando de tolo e dizendo não saber como consegui chegar tão longe sabendo tão pouco de informática.

Nove, nós todos rindo bêbados em uma de nossas Noitadas, vendo quem ficava mais tempo acordado, jogando no videogame de Kyungsoo e não durando nem um minuto e meio nas partidas antes de morrer

Dez, eu e Kyungsoo riscando o rosto de Yooa com batom, pois ela dormiu primeiro. Fizemos questão de pintar mexas do cabelo também.

No onze, eu decido abrir os olhos e averiguar a situação, pois não consigo mais aguentar e eu quero muito entrar lá de novo para procurar meus amigos, gritar o nome deles. Onde eles estão? O que aconteceu? Porque não ficaram comigo?!

Eu olho para o céu, mas minha visão se embaça por causa da fumaça. Não fumaça de fogo, eu constato, mas fumaça de poeira. Me esgueiro devagar para fora da sombra do caminhão e olho para o prédio pela primeira vez desde que fugi do caos. E os andares permanecem a desabar, espalhando poeira, berros e estridentes buzinas de carro para todos as direções.

 A sua altura que antes o enaltecia, e vangloriava o jornal que o construiu, agora não passa de apenas um monte de concreto e vidro quebrado numa altura próxima de quinze andares. Um mar de pessoas sai pelas portas de vidro do prédio, algumas machucadas, e por um bom tempo eu fico olhando, por cima dos carros e motos que dificultam minha visão, para aquela multidão, na esperança de ver rostos familiares.

Percebo, enfim, que os andares param de desmoronar, e eu quase posso ouvir um suspiro de alívio de toda a multidão ao meu redor.

Todo o peso que estava fazendo com que os andares desabassem em cima de si mesmos foram despejados para os seus lados, fazendo o grande prédio virar um morro de escombros, apenas, sem mais forças para quebrar nada.

Tiro o olhar dele, finalmente, antes que eu comece a chorar, porque eu não posso chorar. Não é isso que um sobrevivente deve fazer.

Olho para a parede de tijolos verdes do Subway, qual estive mais cedo, quando tudo estava calmo e rotineiro e eu ainda tinha uma volta para o trabalho depois do almoço (qual, agora, está inexecutável, pois minhas pernas estão bambas demais para dar sequer um passo, quem dirá para tirar meu carro da vaga do outro quarteirão), e decido contar de um até quinze.

Gradativamente tento me convencer de que tudo vai dar certo e de que eu não fiz a coisa errada ao sair do prédio sem meus amigos. Respiro fundo, querendo que o cheiro de poeira suma, que os gritos das pessoas e das buzinas dos carros desapareçam, e que meus amigos voltem.

– Dez, onze... – murmuro, respirando mais sereno.

– É isso que você faz para se acalmar? – Uma voz irônica me acorda de minha aflição, me assustando.

Quando viro o olhar para o dono da voz, percebo que ele está ao meu lado, escondido também atrás do caminhão. Só Deus sabe por quanto tempo ele está aí e não percebi. Ele usa um sobretudo preto, uma máscara também preta que esconde metade do rosto e um gorro cinza, cobrindo os cabelos.

O problema de verdade é no momento em que ele tira a sua máscara, revelando seu rosto, e eu quase grito. De susto, ansiedade, surpresa, ou simplesmente desespero, eu não sei, mas me contenho porque não posso me desesperar e porque eu não posso sair do sério. Não ainda.

Ele leva o dedo indicador até a boca, dizendo para eu fazer silêncio.

Ele é Park Chanyeol, e eu não sei o que faz aqui, ou porque está falando comigo, mas no final das contas não me interessa e eu não quero saber. Ignoro o escritor e o porquê de ele estar aqui e volto a encarar a parede verde a minha frente. Eu só quero ficar focado em não enlouquecer aqui mesmo e me manter são para reencontrar meus amigos depois que isso tudo acabar.

Porque eu vou reencontrá-los.

– Eu sei que você tá nervoso, então vou direto ao ponto. – Ele continua, a voz passa por cima do barulho estridente da tragédia. – Me passa seu número?

Meus olhos se arregalam e eu tiro a atenção da parede para olhá-lo e ter certeza de que não é uma brincadeira. E aparentemente não é: é realmente Park Chanyeol, o escritor mais famoso do pais, e declarado também como uma das pessoas mais bonitas do mundo por várias revistas adolescentes, e ele está aqui. No meio de uma tragédia. Pedindo o meu número.

Que no caso eu não consigo sequer me lembrar. Eu só consigo pensar no prédio desabando e nas pessoas gritando ao nosso redor e nos meus amigos...

– Puta merda, eu estou alucinando – eu murmuro para mim mesmo esfregando a mão no rosto. Acalme-se, Baekhyun.

– Na verdade, não está não – ele possui um tom ofendido, como se fosse loucura eu dizer isso. – Vamos logo, me dê seu número e eu vou embora de suas alucinações.

Eu o olho com as sobrancelhas franzidas, querendo mandar ele cuidar de sua própria vida e sair daqui enquanto eu não quebro os seus dentes retilíneos e bonitinhos, me perguntando como uma pessoa pode ser tão egoísta assim. Quer dizer, você não tira, simplesmente, uma pessoa de seu completo estado de choque e pavor para perguntar seu número.

Engulo todos os palavrões que eu quero falar para esse homem na minha frente e toda a minha vontade de lhe bater, para então tirar do meu bolso o meu pequeno estojo de metal, do tamanho de uma caixa de fósforo. Tiro a poeira com o polegar para então abrir.

Meus dedos tremem, e eu não me importo que ele veja isso, na verdade quero que ele veja e se sinta envergonhado por estar perturbando uma pessoa tão abalada. Mas não é bem o que acontece quando eu o entrego um dos meus brancos cartões de visita com minha melhor cara de “vai se foder”.

Ele arranca o cartão da minha mão e sorri, vitorioso.

– Agradecido – ele pisca pra mim, como se agora fossem horas de flertar com alguém. Percebendo que eu retribuo apenas com um olhar irritado, ele ergue os ombros. – Bem, te vejo depois que isso tudo acabar então.

E ele coloca a máscara de volta e se levanta. Ele vai embora, finalmente.

Quando o perco de vista, eu enfim posso encostar minha testa nos meus joelhos e me encolher em meu cantinho. Não ouço mais as pessoas gritarem, e nem tantas buzinas, e espero que a equipe de resgate chegue logo, então eu poderei ajudar no que eu puder.

Por agora, eu me nego a levantar a minha cabeça. E é só por um momento, eu juro.

Entretanto, quando percebo, já não estou mais só esperando eu me acalmar, eu já não estou mais só concentrado em não delirar.

Eu estou soluçando, e o meu peito dói, e a minha cabeça parece que vai explodir. Eu tenho vontade de gritar, gritar o mais alto que eu conseguir, mas eu sei que não vai adiantar de nada se eu fizer isso; Yooa e Kyungsoo não irão me ouvir gritar pois a multidão e os carros buzinando gritam mais alto que eu.

No momento, tudo está gritando, menos eu. Estou assustado demais para gritar.

~~~

Quando eu me levanto, a equipe de resgate já chegou. Vejo bombeiros no outro lado da pista tirarem os escombros à medida que procuram vida lá em baixo. Um grupo de ambulâncias estão postas no lado esquerdo dos escombros, e uma já está recebendo um paciente em uma maca. A perna torcida em um ângulo que me dá arrepios. Tomara que sobreviva.

A avenida está interditada, e não há mais nenhum automóvel na rua. Enquanto atravesso, observo que alguns pedaços do prédio atingiram postes de eletricidade, e já começou a escurecer. A luz presente vem de lâmpadas extras que estão no chão perto do prédio, iluminando a área do acidente, além disso os bombeiros também têm lanternas em seus capacetes amarelos.

Há um aglomerado de cidadãos curiosos em torno das faixas amarelas de segurança, olhando todo o trabalho dos bombeiros e, nervosos, esperando, talvez, seus amigos ou familiares saírem daquele monte de poeira e vidro com ao menos uma chance de sobreviver. Alguns, apenas curiosos como sempre.

Em todo o local do acidente, há apenas vítimas e bombeiros e paramédicos, todos os civis foram tirados do local, sobrando apenas eu. Penso que não tenham me tirado porque não me acharam atrás do caminhão que continua estacionado no mesmo lugar, mas talvez tenha sido apenas porque eu estava encolhido em um estado de puro choque e eles não quiseram mexer comigo.

Procuro mais um pouco e acho policiais no canto direito, reunidos, conversando, como se estivessem discutindo teorias, ou então decidindo quem ganhará um processo judicial, concentrados e temorosos em suas ideias. Decido que é melhor ir com eles primeiro. Pego meu celular e ligo o gravador. Hora de trabalhar.

É sempre hora de trabalhar.

Me aproximo e miro no homem com um distintivo no uniforme que brilha no meio da poeira. Digo boa noite, digo meu nome, e digo onde trabalho, tudo mecanicamente. E então começo as perguntas.

O avião que vi mais cedo foi o que provocou tudo isso, claramente. Ele apontou de forma bem precisa para os principais pilares de sustentação do último andar. Não foi lançada uma bomba, mas apenas um projétil muito bem mirado foi capaz de acabar com o último andar, fazendo-o desabar em cima do prédio. Esse foi o primeiro baque que ouvi.

Em seguida, o penúltimo andar não aguentou o peso, devido à fragilidade de sua estrutura, que basicamente se estabelece em paredes de vidro, e também desabou. O ante- penúltimo tampouco ficou intacto, e assim o prédio foi desabando em cima de si próprio, matando quem não tivesse tido tempo de descer as escadas, ou seja, a maioria das pessoas dos últimos andares.

Até agora, foram declaradas trinta e uma mortes e dezoito feridos gravemente, todos já esperando por atendimento no hospital, e o número não para de subir mais conforme os bombeiros reviram os escombros do prédio. Cerca de quatrocentas pessoas conseguiram escapar com ferimentos leves, ou intactas.

A responsabilidade, dizem eles, está posta em terrorista, e já foram iniciadas investigações para saber sua identidade. Ele enviou esse avião, que misteriosamente desapareceu depois do incidente, para destruir completamente um dos mais importantes prédios de comunicação da Coreia do Sul. O policial também alega que esse foi apenas um ato e que, enquanto as forças investigativas do país não colocarem esse tal terrorista na cadeia...

Haverão mais atos.

~~~

Eu ajudo no que posso na parte do resgate. Com certeza os bombeiros são mais fortes que eu e muito mais bem treinados que eu, entretanto, como disse o homem que me deixou ajuda-los, “nessas situações, toda ajuda é necessária”.

Ele me dá o trabalho de quebrar em caquinhos bem pequenos, com uma marreta, todas as placas de vidro que eu achar e leva-los para a caçamba de um caminhão, junto com poucos outros homens que fazem o mesmo.

Não é bem a parte do resgate em si, pois essa fica com a maioria dos outros homens que escala o monte de escombros, tirando do caminho pedras muito pesadas, algumas precisando até de três homens para tal. Tudo na esperança de encontrar algum corpo, nem que vivo ou morto, e aumentar o número de machucados e mortos.

Os capacetes e as roupas com detalhes refletivos dos bombeiros brilham com as luzes extras e com as suas próprias lanternas.

Meus cabelos estão cheios de poeira e minha roupa está rasgada em diversas partes. Descobri, agora que estou cansado e dolorido, que tenho um corte no braço que arde toda vez que o mexo. Talvez seja profundo. Eu o deixo respirar arregaçando a manga destroçada da camisa.

Os bombeiros declaram algumas frases sobre o acidente que eu acabo escutando de relance, sem tirar os olhos do meu próprio trabalho. “Vamos precisar de uma escavadeira, sem chance de soltarmos tudo isso com as mãos”, diz um, discutindo com outro que parece ser o líder do grupo, o homem que me deixou ajudar. Ele arranca uma pedra quase do tamanho de uma escrivaninha sozinho e o joga para o final do monte, onde outros a pegam e colocam em caçambas.

“Nós não vamos usar uma escavadeira ainda. Você ouviu o que eles disseram, tinham mais de seiscentos trabalhadores nesse prédio quando ele desabou, até agora só foram listados quatrocentos e cinquenta, então nós não vamos usar uma escavadeira enquanto não vasculharmos toda essa área superficial...”, o líder fala com segurança, o outro protesta e os dois continuam discutindo. A cada declaração útil que falam, eu faço uma nota em minha cabeça para não esquecer.

Já virou um hábito, eu não tenho culpa.  Ouvir tudo que as pessoas falam faz parte do trabalho.

Quebro as placas, junto os caquinhos em uma caixa, subo a escada, e jogo o conteúdo da caixa na caçamba. Faço esse processo repetidas vezes, na esperança não só de que eu ouça bastante frases e informações para a matéria que eu, sem escapatória, escreverei amanhã.

Mas, principalmente, na esperança de que eu não veja o rosto nem de Yooa nem de Kyungsoo saindo desses escombros. Com a esperança de que eles estejam bem e rindo e conversando sobre alguma revista boba de fofoca, com a esperança de que eles estejam bem longe desse entulho.

Ainda que eu saiba que o pensamento da revista é improvável, prefiro alimentá-la do que ficar remoendo e remoendo o estrondo dos andares desabando, o desespero dos funcionários que não faziam a mínima ideia do que estava acontecendo, apenas correndo para viver, e...

E o meu chão se desfazendo no momento em que perdi os dois de vista.


Notas Finais


Foi isso. Meio dramático, mas é, tudo q eu faço é dramático basicamente aklsjdlaskfjsdkj
Chanyeolzinho apareceu, que fofo, mas juro q até eu fiquei com raiva dele nesse capítulo, queria muito fazer o baekhyun da-lhe uns tabefes nele. Mas, né, o baekhyun é gente fina, n posso mudar isso.

Eu espero que tenham gostado e eu vou tentar não demorar de novo lksdlakd
besos *3*


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