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História Dr. Pepper - Chanyeol decide me oficializar


Escrita por: yookione

Notas do Autor


OK SE EU TO AQUI
É PORQUE ESSE CAPITULO É IMPORTANTE
E EU TINHA QUE POSTAR
ele é bem necessário e viu meninas e meninus eu não demorei tanto VE COMO EU NÃO SOU UM MONSTRO TOTAL

AAAH, e só deixando de lado esse meu jeito cínico do Inimigo, eu queria dizer o quanto eu fiquei feliz com o resultado do ultimo capitulooooo <3333 seriooo, fiquei muito feliz com os comentários de vocês!
Ainda nem acredito que alguém possa mesmo dar uma moral pra qualquer história que eu venha a contar...
A.N.Y.W.A.Y

boa leitura <3

Capítulo 9 - Chanyeol decide me oficializar


Fanfic / Fanfiction Dr. Pepper - Chanyeol decide me oficializar

 

Dez dias se passam. Dez dias em que Dr. Pepper me dá paz, em que Chanyeol me namora como um príncipe faria, dias em que engulo vários sapos no trabalho – a maioria vindos de Naeyeon.

 Entretanto, não vi nem Kyungsoo, nem Yooa, em nenhum momento desses dez dias.

Por isso, nós marcamos de nos encontrar na praça de alimentação do shopping novamente, para trocar algumas idéias, e aqui estou eu com os dois papagaios falando sem parar das fofocas do escritório. Pelo menos eles têm uma coisa em comum: gostar de falar da vida dos outros.

– E a SeungWan de cabelo rosa ontem? – Yooa cai na gargalhada.

– Ri-dí-cu-lo – Kyungsoo silaba.

Tento entrar na conversa.

– Pera, a SeungWan pintou o cabelo?

Yooa ergue os ombros.

– Ela acha que tá arrasando com o novo estilo, mas...

– Parece que derramaram tinta de marca-texto na cabeça dela – Kyungsoo ri.

Fecho os olhos, me esforçando para não rir. Os meus amigos são as pessoas mais horríveis que eu já conheci na vida. E ao mesmo tempo, as melhores também.

– Vocês não valem um centavo – admito, tomando o resto do meu refrigerante, e suspirando em seguida. – Estou cheio. Acho que não era para eu ter pedido um prato inteiro de espaguete.

– Eu falei pra dividir – provoca Kyungsoo. Eu apenas o respondo colocando a língua para fora.

Ele é um guloso. Pediu um prato enormeainda estava de olho no meu.

– O que vai fazer depois daqui? – Pergunta Yooa, também tomando o que resta em seu copo. – Quer dizer, nós voltamos para o trabalho, mas e você?

Franzo os lábios para o lado. Estou de folga, mas nunca sei o que fazer nelas.

– Na verdade, estava esperando Chanyeol me convidar para algo. Falei milhares de vezes ontem que iria tirar folga hoje, para ver se ele se tocava, mas acho que ainda está vendo se está livre.

Pelo menos é nisso que quero acreditar, completo em minha cabeça.

– Quer ir pra onde? – Pergunta Kyungsoo, fingindo estar interessado.

– Qualquer lugar, contanto que seja com ele.

Os dois trocam um olhar malicioso, com uma mensagem que só eles entendem, e se comunicam, enquanto eu fico de fora. Rapidamente, entretanto, Yooa verbaliza a ideia, cinicamente.

Que tal pra cama?

Engasgo com o refrigerante e ele vem parar no meu nariz, levo rapidamente as mãos ao rosto. Morrendo de rir, nenhum dos dois me entrega um lencinho, e eu mesmo o pego em cima da mesa.

– Nós ainda... – me interrompo, limpando o nariz. – Ainda não chegamos nessa parte.

Yooa revira os olhos.

– Ah, pelo amor de deus, Baekhyun, não é como você fosse virgem!

– Seria, se não fosse por mim... – Kyungsoo sorri maliciosamente, e eu não tenho nenhum dó em descer um tapa em sua costa.

Ele geme com a dor.

– Não ouse me lembrar disso – falo, balançando rapidamente a cabeça, como se para esquecer a imagem. – Foi um dos piores caras que você me arrumou, eu só transei com ele depois de várias garrafas, caso não lembre. Deveria até te processar.

Depois disso, Kyungsoo até melhorou e começou a escolher caras menos loucos por sexo para mim. Mas esse... Esse foi o cúmulo.

– Uhum – ele assente com a cabeça, não convencido. – Mas eu não me lembro de nenhuma reclamação no dia seguinte, em específico...

Eu bufo não querendo levar mais a fundo esse assunto, e, milagrosamente, meu celular começa a tocar no bolso. Eu sou salvo pelo gongo. Nem preciso olhar na tela para saber quem é: já estava esperando a ligação há muito tempo.

– Alô? – mordo o lábio para esconder o sorriso.

– Oi, Baek – sua voz ressoa em meu ouvido, e eu inclino minha cabeça para trás degustando minha vitória. – Está livre hoje, né? Pode ir comigo no festival que está tendo na praça central? Preciso falar com você.

Franzo as sobrancelhas, olhando para meus amigos em busca de respostas, mas eles apenas me devolvem expressões confusas iguais a que eu provavelmente estou fazendo. O que Chanyeol iria querer, no mundo, falar comigo que não pudesse ser por telefone? De repente, esse assunto parece tão sério.

De repente, Chanyeol, logo o escritor de cabelos vermelhos, parece muito sério.

Um frio invade a minha barriga, e uma leve tontura por estar em um andar mais alto abate minha cabeça. Levo a mão à testa lentamente. Tenho que me acalmar, se quiser que as palavras saiam da minha boca em algum momento.

– Claro, já estou indo...

 

...

 

Quando estaciono o carro em uma das vagas ao redor do parque, eu imediatamente o vejo. Ele parece um poste de sobretudo, com uma radiante luz vermelha no topo. Um poste sorridente e com orelhas grandes, que possui um bom coração e um imã que me puxa fortemente.

Bato a porta e travo o carro, então me direciono até si a passos hesitantes.

Ele parece tão bem, para ter um assunto assim tão sério para falar. Está comprando um pretzel em uma barraquinha, conversando animadamente com a atendente enquanto ela molha seu doce em calda. Provavelmente não é nada demais, e eu apenas estou fazendo drama por nada. Como sempre.

Foco mais a visão na atendente. Ela está totalmente dando em cima dele. Definitivamente. Está sorrindo bobamente, e arrumando o cabelo atrás da orelha a cada segundo, e seu corpo magro se balança de um jeito sugestivo. Posso fazer drama por nada, como eu falei, mas nesse caso eu tenho o total direito. Por isso, acelero o passo.

Será possível que à essa altura ainda não se tornou um senso comum na Coreia de que Park Chanyeol é gay?

Chanyeol me vê e sorri radiante para mim, me sinto olhando para um espelho porque provavelmente estou com o mesmo sorriso, com apenas um porém: o dele é mais bonito.

Quando me aproximo o bastante, entrelaço rapidamente nossas mãos e dou um rápido beijo em seus lábios, reconhecendo nossa platéia de uma pessoa ao meu lado na barraquinha.

– Oi, meu amor. – Exagero na manha, e eu acho que ele percebe, levantando uma sobrancelha. Beijo-o de novo. – Você tá bem?

Ele olha discretamente para o lado, para a mulher ainda fazendo seu doce na barraquinha, e depois para mim, com a expressão de quem já entendeu tudo. Aperta minha mão, me passando segurança.

– Estou. Só estava comprando um pretzel pra você – ele pega o doce da mão da atendente, que claramente possui uma expressão de desgosto carimbada na cara. Meu trabalho foi bem sucedido. – Obrigado – ele agradece à moça, e eu o imito, com um belo sorriso.

Nos afastamos na barraquinha, ainda com as mãos enlaçadas, e eu rapidamente pego o doce de sua mão, sem sequer deixar ele comer o primeiro pedaço. Eu repito: é meu direito, depois do que eu vi.

Chanyeol é mesmo tão tapado.

Mas não é como se Chanyeol estivesse brigando comigo pelo doce também; no meio da minha mordida, eu percebo que ele sequer se mexeu para tentar pega-lo. Olho para sua expressão e noto que na realidade Chanyeol está se segurando para não rir, com os lábios comprimidos.

Solto nossas mãos.

– Porque você está rindo, ein? – Bato de leve em seu braço. – Não tem nada para rir. Porque está rindo?

Ele morde o lábio inferior, mas ainda está rindo.

– Baekhyun, você me chamou de meu amor.

Ele não segura a gargalhada.

Encolho os ombros, e acho que sinto um bico se formando em meus lábios.

– E o que tem? Eu sou meio que seu namorado, não sou? Posso te chamar de meu amor.

Sua mão se entrelaça na minha novamente, e assim continuamos a andar pela calçada de pedra.

– Então você tá me dizendo que não tinha nada a ver com a vendedora da barraca? – Ele questiona.

Concordando com a cabeça, mordo o primeiro pedaço do pão.

– Uhum.

Mesmo assim, ele volta a rir, seus ombros tremendo com a risada divertida. Sua risada faz todos os meus membros relaxarem, é como se fosse um dardo tranqüilizante cravado bem no meu peito. Eu amo ouvi-la, mesmo que ela me irrite. É como se fosse uma irritação prazerosa, um vício em uma droga ilícita.

– Ok, vou adicionar à lista de coisas que venho descobrindo sobre Byun Baekhyun: Você é ciumento – ele diz olhando nos meus olhos, e depois me beija de novo nos lábios.

– É, e pode acrescentar que ele odeia Park Chanyeol demais? Pode fazer isso?

Ele sorri com aquele seu sorriso que me eletrifica como um cabo de energia enrolado no meu tronco, e então passa o braço ao redor do meu corpo e me puxa para perto de si. O doce na minha mão pende ao meu lado, e a minha mão livre vai até seu rosto. Chanyeol me beija.

Faz isso profundamente dessa vez, como se não quisesse mais parar. Como se cada canto de minha boca tivesse de ser invadido por sua língua voraz e ágil, me possuindo, me virando do avesso. Sua mão passa pro debaixo da barra da minha blusa, fazendo carinho na pele do quadril. Já a minha, apenas faz carinho em sua bochecha, enquanto eu me deixo ser devorado.

Nem percebo o que estamos fazendo, que estamos bem ali no meio de uma praça pública quase nos comendo de verdade. Quase nem percebo que não estamos sós naquela praça. Só percebo quando ele minimamente afasta nossos lábios.

Sua mão desce a barra da minha blusa.

– Baekhyun, eu preciso falar uma coisa com você – ele sussurra contra meu rosto, nossos narizes ainda se encostando. – É sério.

Sou puxado pela sua mão ate um banco próximo, onde ele senta no canto.

– Deita sua cabeça aqui – ele bate de leve no próprio colo, e eu concordo sem pestanejar, apenas dando o doce para ele segurar. Ele ri, finalmente dando uma mordida.

Acomodo-me no banco, com as pernas encolhidas e a cabeça descansando em suas coxas. Meu olhar virado apenas para ele e para o céu cinzento acima de si. Daqui eu tenho uma visão tão bonita.

Sinto ele começar a fazer cafuné nos meus cabelos, e desesperadamente paro de me mexer, fico imóvel, fecho os olhos. Tudo apenas para não estragar seu toque ali. É tão bom que me deixa apreensivo de ele parar.

– Está tudo bem? – Ele me pergunta com sua voz grave.

Abro os olhos, e vejo ele me encarar como se eu fosse algo precioso, algo querido. De repente, nem sinto mais medo do que ele tinha para falar, porque eu sinto que, olhando em seus olhos, tudo vai ficar bem.

– Sim – levo uma mão ao seus lábios, sujos de açúcar por causa do pretzel. – Vamos, o que você tinha para contar?

– Na verdade, é mais um pedido – ele suspira, seu peito sobe e desce. Meu coração está quase para pifar, imaginando o que quer que ele venha a falar, entretanto eu finjo estar calmo. Concentro-me no carinho na minha cabeça.

Percebo seu desconforto, parecido com o meu. A diferença é que o dele é puro nervosismo, parece estar com medo de abrir a boca, o que também me faz ficar apreensivo, na verdade. Fico me perguntando o que seria tão grave a ponto de abater Park Chanyeol. O que seria tão importante?

– Chanyeol – levanto-me, sentando. Com meu corpo bem perto do seu, levo a mão ao seu rosto. – Você pode me pedir o que quiser. Eu vou fazer meu melhor.

Ele olha cada centímetro de meu rosto, como eu gosto que faça. Olha desde minha boca, até meus olhos, até minha franja bagunçada na testa. Suas sobrancelhas estão franzidas, parece estar pensando se deve me falar ou não. Eu fico tão apreensivo quanto ele, se não mais.

– Você poderia... – sua voz sai fraquíssima, então ele tenta novamente. – Poderia me acompanhar em uma premiação? Como o namorado de Park Chanyeol?

Solto o ar dos pulmões. Uma premiação? O que diabos Byun Baekhyun vai fazer em uma premiação? Ficar na frente de gente importante? Eu nunca fui assim tão social, e a possibilidade de estar rodeado de pessoas que eu pouco conheço, famosas e esnobes, me dá vontade de vomitar.

Ele se ajeita no banco, ao perceber minha expressão.

– Não é a pior coisa do mundo – ele fala. – Quero que você vá à premiação comigo.  A que vai ter sábado à noite.

Arregalo os olhos.

– A que vai ser transmitida na televisão? A Premiação Cultural de Seul, Cult Seul?

– Essa mesma.

– Chanyeol, como eu vou fazer isso? Todo mundo vai me ver lá, e eu ainda vou estar com você e... e os seus fãs? Eles vão me jogar pedra! – Minha respiração começa a ficar descompassada e eu continuo atirando meu desespero em cima dele. – Chanyeol, eu sou um desastre, eu não preciso ir, preciso? Seus fãs vão me ver!

– E é exatamente por isso que eu quero que você vá – ele finaliza minha agonia com apenas uma frase calma e um sorriso. – Para eles te conhecerem.

Involuntariamente, eu balanço a cabeça em negação, mesmo que na verdade eu não esteja falando sério. Eu só estou tentando compreender o que exatamente esse convite significa. O quanto ele significa.

– Porque você quer fazer isso?

– Para poder apresentar você a eles formalmente. Sabe Baekhyun, se fosse qualquer outra cara que eu estivesse ficando e não visse futuro, eu não faria esse convite, não mostraria aos meus fãs algo que eu soubesse que não iria durar. Mas você? Você é diferente de tudo o que eu já experimentei nessa vida, e espero que dure quanto tempo você me aguentar. Por isso, preciso fazer isso mais cedo ou mais tarde. Você já está fazendo parte da minha vida, Baek, e eu não quero que saia tão cedo.

Respiro fundo e olho em seus olhos. Gosto de olhar para eles, negros, cheios de profundidade. Eles são puxadinhos do lado e parecem de um bebê, seus cílios são pequenos e retos, delicados. Seus olhos me dizem muita coisa que eu não consigo entender nas entrelinhas.

Ele vai me proteger, não importa o que aconteça.

Levo as mãos ao seu rosto, e faço carinho em suas bochechas, apreciando sua delicadeza.

– Eu vou com você – suspiro. – Eu vou até ao inferno com você.

Seu sorriso se abre na minha frente, como um fenômeno astronômico que me surpreende quando acontece. Eu sorrio de volta, e de supetão o pretzel aparece na minha frente novamente, na minha boca. Eu rio, e mordo mais um pedaço do doce que por um momento foi desprezado.

Beijo Chanyeol ainda com açúcar nos lábios. E dessa vez, nosso beijo tem gosto de açúcar e canela.

 

...

 

– Eu tenho que lhe contar o que vou fazer essa noite – digo animado, com um sorriso de orelha.

Tenho as pílulas de vovô em uma mão, e um copo de água na outra. Ele me olha, distraído, enquanto divido as porções de água e as pílulas nos copinhos descartáveis que ficam no criado mudo ao lado de sua cama. As pílulas descansam no fundo de cada copo.

– Me conte, pequeno Baek! De repente sua vida tem ficado tão agitada – ele fala, tomando o gole do primeiro copinho que deixo em sua mão. – Aposto que é por causa daquele escritor de novo... Estou certo?

Um sorriso desabrocha involuntariamente nos meus lábios, eu troco o copo vazio em sua mão por um cheio.

– Como sempre, vô – admito. Espero ele tomar a água do copinho para poder contar. – Eu vou aparecer na televisão. Como o namorado dele.

Meu avô não consegue esconder a surpresa, seus olhos pequeninos se arregalam e suas sobrancelhas brancas vão parar na testa. Sinto-me especial, como se estivesse trazendo orgulho de alguma forma para si.

– O meu Baekhyun?! – Ele fala, ainda em choque. – Aquele pequenino que ficava encolhido no sofá quando era adolescente? Aquele tímido, com medo da própria sombra? Aquele Baekhyun?

Assinto com a cabeça, olhando para o último copinho na minha mão.

Esse Baekhyun?

Eu o entrego o copinho.

– Esse mesmo, vô – digo. – Queria que o senhor me visse quando estivéssemos entrando. O tapete vermelho começa as seis horas.

Vovô Byun apenas ergue um polegar para mim com o orgulho estampado no rosto.

– Estarei às cinco e meia esperando começar – ele promete, e me devolve o copinho. – Eu nem acredito que vou ver meu neto na televisão!

Empilho os copinhos de plástico, todos sem mais nenhuma pílula. Fico pensando se, com toda essa expectativa, não só do vovô, mas também de toda a família que está esperando por essa transmissão, eu não ficarei mais nervoso ainda. Ainda sinto um frio na barriga, pensando que posso tropeçar, ou não fazer as coisas certas.

Entretanto, com o vovô me olhando assim, com toda essa animação, eu não sinto como se estivesse sendo cobrado. Sinto, na verdade, apoio. Apoio em qualquer coisa que eu venha fazer naquela premiação, qualquer coisa que eu venha a dizer, de qualquer forma que eu venha a agir.

Vovô me passa essa imagem de que, se eu errar em qualquer coisa, ele apenas vai me abraçar e falar “tudo bem”.

– Nem eu acredito, vô – suspiro. – Nem eu.

...

Ele alterna entre acariciar meu joelho coberto pela calça preta do terno e trocar a marcha do carro. Olho para mim mesmo varias vezes no espelho do carro, e ainda não consigo me convencer de que estou decente.

Minha pele parece super branca por de baixo do terno preto. Apenas para não dar o ar de que estou indo para um funeral, a blusa social é cinza claro, com botões brancos brilhantes. Minha calça está apertada, e ressalta minhas coxas muito bem (acho que talvez seja por isso que Chanyeol escolheu essa). Os meus sapatos são bons enquanto estou sentado, mas o desconforto deles se mostra quando eu começo a andar. Parece me matar a cada passo, embora eles sejam bem bonitinhos.

Estou concentrado arrumando um fio rebelde no meu cabelo, quando a voz de Chanyeol me interrompe.

– Você está lindo, Baekhyun – ele sorri para mim. – Vai ser o mais lindo do evento.

Fecho finalmente o espelho do carro. Parece ser bobeira ficar tentando me arrumar quando ele continua falando isso.

– Acho difícil. Com esse seu cabelinho todo penteado parecendo uma criancinha, eu não tenho chance.

Ele passa a mão por cima do topete vermelho.

– Sou uma criancinha super gata, não sou?

Eu rio, e empurro seu ombro de leve.

– Claro que é.

Respiro fundo quando chegamos perto do lugar. Dois holofotes brancos apontam para ao céu, a fim de anunciar para toda a cidade que algo realmente importante acontece ali. Eu ainda não consigo acreditar que irei mesmo participar disso de alguma forma. Não tem nada a ver comigo.

Nem assistir a transmissão na TV, em um dia normal, eu assistiria.

Imagina só se eu fizer algo errado. É claro que Chanyeol já me explicou tudo o que eu preciso fazer, e já me tranqüilizou que não tem porque eu ficar com medo. Não é nada difícil. No máximo, sorrir vai ser o meu pior desafio.

Mas eu não consigo parar de imaginar uma pequena dobra no tapete, um pequeno deslize, qualquer coisa. E em seguida eu caindo maravilhosamente no plano vermelho. Eu faço uma careta só de pensar na vergonha.

Sinto um pequeno aperto na minha coxa, e olho para a sua mão descansando ali. Ele acaricia o local.

– Não precisa ficar com medo – ele repete, mais uma vez. – Vai tudo dar certo.

Assinto com a cabeça. Talvez dê mesmo.

Finalmente chegamos perto o bastante do evento. O bastante para ver a definição de glamour: as luzes, o brilho, o vermelho vivo do tapete. Não num tom de sangue, não num tom de por do sol, mas num tom saturado e brilhante que fica bem no aveludado, e causa algum efeito em quem olha. Uma sensação de poder, um sentimento de que algo grandioso acontece diante de nossos olhos.

E que você é só peça de tudo isso.

Dá para ver o próximo carro deixando a próxima celebridade, um homem de meia idade com um terno negro liso, e uma gravata azul pendendo de seu pescoço. Ele parece feliz sorrindo e acenando para as fotos, tanto que os flashes nem parecem estar deixando-o cego. Reconheço-o de primeira.

– O diretor de Love Is Not Over – suspiro. – Não acredito que vou estar no mesmo lugar que ele.

– Você vai estar no mesmo lugar que Park Chanyeol, isso não é doido também? – Ele provoca, avançando com a mesma lerdeza de antes.

– Você se acha demais – digo, sem sequer olhá-lo. Não consigo tirar os olhos da entrada do tapete. – A próxima é uma mulher... Ai meu deus, é a Jin SooWan? Caramba! Ela está concorrendo como melhor personagem secundária?

– Exatamente – ele me olha de canto do olho. – Não sabia que você sabia o nome dessa gente.  Acho que nem eu sei o nome de todas as pessoas que vão estar aqui.

– Chanyeol, eu sou um jornalista – pontuo. – Eu preciso saber de certas coisas.

Ele ri soprado.

– Tem razão. – Ele tira o cinto de segurança com um estalo, e se olha uma ultima vez do espelho. Estamos próximos. – Baek, está pronto?

Respiro fundo, olhando para o último carro na nossa frente. Uma dupla de jovens engomados sai dele, dando tchauzinho para as câmeras. São gêmeos idênticos, são... Uma dupla de irmãos que atuam em um drama muito famoso. Só me lembro de seus sobrenomes: Oh.

Respiro fundo novamente, o carro na nossa frente se vai, e quando percebo, já é nossa vez. Eu respondo Chanyeol apenas tirando o cinto em volta do meu corpo e acenando com a cabeça para si. A partir daí, começa a cena que eu imaginei acontecendo várias vezes.

Ele me dá um selinho antes de um homem alto e musculoso abrir sua porta e esperá-lo sair. Ele sai, batendo de leve no ombro do homem, que sorri simpático. Chanyeol brinca falando alguma coisa que não entendo daqui de dentro, e eles riem juntos. Chanyeol lhe passa a chave do carro.

Continue esperando, Baekhyun. Continue esperando.

Como uma saudação, Chanyeol brinca com uma continência, com os dois dedos na testa, e finalmente começa a dar a volta no carro. Pela frente, onde posso vê-lo bem. Os flashes vêm como um tiroteio para si, mas ele não se intimida e continua sorrindo como se nem percebesse as luzes. Acho que seu sorriso é o mais carismático que vou ver a noite inteira.

Mais alguns passos. E ele finalmente abre a porta para mim, me indicando ao tapete. Seu sorriso não sai de si, continua ali, como se fosse a pessoa mais feliz no mundo inteiro. Acho que é isso que ele quer que eu pense, pelo menos.

Sorrir não é um desafio tão grande assim, no final das contas. Quando encontro seus olhos de tão perto, e quando ele oferece o braço para eu segurar, sorrir abertamente e alegremente se torna natural. Seus olhos ficam focados em mim, não superficialmente, mas como se enxergassem meu interior. Como se me notassem realmente. Como se me entendessem.

Olho para trás, e o carro pelo qual saímos começa a se movimentar. Como ele falou, o motorista entrou no carro, para deixá-lo no estacionamento do local. Até agora, está tudo correndo como Chanyeol falou.

Agarro ao seu braço como se fosse a única coisa que pode me salvar desse mar de informações e luzes. A tempestade de flashes me cega, me faz ficar desnorteado, e por isso faço o que ele pediu, caso me sentisse desconfortável: continuo olhando para ele. E não paro de sorrir.

Paramos em frente a um painel, onde há varias repetições do nome do local. E posamos para as câmeras. O de cabelos vermelhos mantém as mãos juntas junto ao corpo, enquanto eu continuo me segurando ao seu braço praticamente me apoiando nele.

Parece que demora uma eternidade até sairmos da posição. Minha visão está toda azul por causa dos flashes, e distorcida também.

Mas não tenho muito tempo para me acostumar, porque ainda estamos caminhando no tapete, embora a maioria dos flashes tenha ficado para trás. Não posso perder a postura, porque dessa vez quem quer nossa atenção é o público ali reunido.

Há meninas e meninos de quatorze a vinte anos gritando, se esperneando, lutando para conseguir a atenção do de cabelos vermelhos. Todas impedidas por uma organizada, porém também desesperada, barreira de jornalistas. Chanyeol vai até eles, e ele também me disse que ia fazer isso. Faz parte de ser uma celebridade.

Eles se reúnem ao redor de Chanyeol como formigas se reúnem ao redor de um doce.

Perguntam várias coisas aleatórias, as vozes se misturando uma com as outras. Uma se sobressai, de uma mulher. Não consigo ver de onde ela é. Eles falam sobre a premiação, e depois sobre o livro de Chanyeol que está concorrendo, depois sobre o personagem forte que é Rose. E, então, a pergunta que nós dois estávamos esperando.

– Por último Park Chanyeol, mas não menos importante, queríamos saber um pouco sobre seu acompanhante. Pode afirmar que é um novo relacionamento?

Nesse momento, as câmeras realmente parecem focar nele. Mais ainda do que antes, até todos os jornalistas tentam ficar mais próximos com seus microfones. Todos estavam esperando por essa parte, não só nós.

Afinal de contas, até eu ficaria estranhando se Park Chanyeol, meu escritor favorito (embora seja difícil de admitir), entrasse do nada com um qualquer no tapete vermelho.

– Bom, acho que elas já sabem bem quem ele é. – Ele pisca para a câmera, com um sorriso que não só derrete todas as fãs que estão presentes, mas a mim também. – Byun Baekhyun é quem tem me feito muito feliz ultimamente, espero que todos possam dar muito amor para ele também.

– Há quanto tempo estão juntos?

Começo fazer as contas na cabeça, porque eu não estava preparado para essa pergunta, acho que ainda não tinha nem parado para pensar.

Porém, não foi a mim que a pergunto foi direcionada.

– Vamos fazer um mês dia vinte e quatro. – ele responde com o sorriso de quem sabe tudo.

– Está ansioso?

Ele assente a cabeça com empolgação. E assim, se encerra nosso tempo com as entrevistas.

Caminhamos em passos lentos até a entrada, ainda sobre o tapete vermelho e de braços dados.

– Dia vinte quatro? – cochicho para ele, discretamente. Ainda estão tirando fotos nossas.

– É, vai dizer que você não sabia?

– Eu... Sabia...

– Sabia nada.

Reviro os olhos, com um leve sorriso.

À minha direita, onde uma vez antes a barreira de jornalistas estava, agora estão várias fãs. Várias mesmo. Com seus celulares para fora, seguros pelo braço estendido, como se estivessem os oferecendo em tributo a Chanyeol, por ele ser um deus.

Falo assim porque realmente parece que elas estão adorando um deus.

O suor, os cabelos bagunçados, os gritos histéricos. As máscaras de rosto jogadas no chão. Tudo faz parte de uma humilhação muito, muito grande.

Balanço a cabeça. Tem de haver alguma maneira de melhorar isso.

Faço Chanyeol parar de andar.

– Tire uma foto com elas. – Cochicho.

– O que? – ele protesta. – Estamos a meio metro da entrada, pelo amor de deus, eu não posso atrasar por causa das fãs, Baekhyun. O que você quer, que eu tire uma foto com todas elas?

– Não... – penso um pouco, e quando olho para a modelo que está tirando fotos no mesmo painel que estávamos antes, tenho uma idéia. – Taeyeon vai passar por todo o caminho que a gente passou, e vai demorar. Até ela estar próxima da entrada, você tenta tirar fotos com o máximo de garotas que conseguir.

Nesse momento, as fãs já perceberam que estamos parados. E parece que elas se acalmam mais, como se ter Chanyeol ali, parado, já fosse tranqüilizador o suficiente. Elas estão bem atentas para o que vai sair dessa conversa de cochichos.

– Certo.

E então lá esta ele, no covil dos lobos. Pronto para ser devorado.

A primeira que consegue é uma menina de cara redonda que sorri e deixa os olhinhos muito pequeninos. Já a segunda, é uma de rosto comprido, que não tira a mascara que cobre o nariz nem para falar com Chanyeol nem para tirar a foto.

Assim, Chanyeol vai atendendo cada uma de suas cativadas, que se humilharam tanto por esse momento, e finalmente agora o tem. Ele faz isso bem, sendo simpático e sorridente com todas elas, mesmo com uma corrente vermelha os separando.

Ele não tem muito tempo, entretanto, e Taeyeon já está se direcionando para a nossa direção – a da entrada –, assim Chanyeol percebe sua deixa para se despedir das meninas. Ele manda beijinhos e acenos, e então vem para meu lado me oferecer o braço novamente.

Quase à porta do evento, ele cochicha em minha orelha.

– Sabe o que acabou de fazer, Baekhyun? – Eu nego com a cabeça, e ele continua, quando entramos na escuridão que é o enorme salão da premiação. – Você acabou de fazer minhas fãs te amarem infinitamente. 

 

 


Notas Finais


YEEEEEEEP
TO ANIMADA COM ESSE CAPITULOOOO
E COM TODA A FANFIC TAMBÉM

gente, tenho que avisar que um momento muito importante, tipo MUITO IMPORTANTE MESMO está vindo. Tem a ver com o Baekhyun e, não sei se já perceberam, esse medo irracional de altura que ele tem.
Vocês entederão o porque desse medo.

ENFIIIIM, como eu disse, muio obrigada por todos os comentários e os favoritos, eles me deixam muito feliizz e motivadissima <33

Bye~~


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