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História Dra. Adolescente - Regra n 7: House precisa de babá


Escrita por: crossoverstotal

Capítulo 8 - Regra n 7: House precisa de babá


Riley's P.O.V.

Meu fim de semana não teve nada de interessante, depois que a festa acabou, exceto uma uma ligação... Digamos, excêntrica, no domingo à tarde.
Eu estava quase deitada no sofá, assistindo televisão, quando meu celular tocou. O número era desconhecido, mas tinha ramal de Nova Jersey, então, supus que era do hospital e atendi.
Uma voz estridente respondeu, em um tom indiferente.
- Alô, estou falando com Riley Metthews?
Ela estava ligando no meu celular. Com quem mais poderia estar falando?
- Sim, quem está falando?
- Missy Bradfort, tutelada da Dra. Cuddy, diretora e reitora do Princeton-Plainsboro. - Ela se apresentou como se eu não a conhecesse.
Ah, me esqueci. Aquela peste era E.M. da Cuddy.
- Missy! - Tentei ignorar tudo o que ela tinha feito - Bom falar com você!
- É, eu não te odeio tanto, agora que o Lucas está com outra. Mas eu não liguei pra bater papo. A Cuddy mandou avisar umas coisas.
- Pode falar.
- Bem, primeiramente, traga sua mochila amanhã. Segundo: traga roupas e sapatos extras, nunca se sabe o que vai acontecer. Terceiro: passe na sala da Cuddy, antes de subir. Quarto: sei que disseram que você deveria chegar às oito, mas é pra chegar às nove, por que é quando a Treze chega.
- Ah... Obrigada por avisar. Isso é tudo?
- É, acho que sim. Ah, soube que você fez aniversário. Parabéns. - E acrescentou, em tom quase sombrio - Dê adeus aos doces dezesseis.

***

Na segunda, nem meu pai nem minha mãe tinham tempo suficiente para me levar até Jersey, então disse a eles que Maya iria me levar, e disse à Maya que eles iriam. Então, fui sozinha.
Como não tinha dinheiro para uma corrida de táxi tão longa e o metrô não passava por baixo do rio, tive que ir de ônibus. Na verdade, não foi tão ruim quanto eu esperava.
Em algum ponto depois de atravessarmos a ponte, entraram dois garotos com o cabelo penteado para trás e anéis de ouro (quero dizer, eram dourados, mas muito provavelmente não eram de ouro) que pareciam projetos de mafiosos.
Um deles se sentou ao meu lado.
- E aí, gata? Você não costuma pegar esse ônibus, né?
Balancei a cabeça, não vendo nada de errado de com a pergunta. As aparências enganam, certo?
O outro cara chegou mais perto.
- Você é muito gata, sabia?
Eu me afastei mais do cara.
- Obrigada...
Ele chegou ainda mais perto, me prendendo contra a janela.
- Você tá sozinha? - Ele passou o braço pelo encosto do banco, quase encostando em meu ombro.
Assenti. O outro cara ia dizer alguma coisa, mas alguém disse, atrás dele:
- Ei, Carlos! Deixa a garota em paz.
O cara se virou, para revelar um garoto alto, de cabelos nos ombros, parado atrás dele, de braços cruzados.
- Qual é, Thomas! Conhece? - Apontou para mim.
- Conheço - Os dois não pareceram acreditar - Já disse que conheço! Agora, os dois vão parar de atormentar a garota e sair do ônibus... Ou eu vou ter que chamar meu pai?
Os dois recuaram. Passaram por ele, não sem antes dar um encontrão proposital, e desceram no próximo ponto. O garoto, Thomas, assistiu até que eles estivessem na outra esquina, e o ônibus recomeçasse a andar. Depois, se sentou ao meu lado.
- Thomas - Ele estendeu a mão - Thomas Portman.
Apertei sua mão e me apresentei. Agora, podia reparar nele mais atentamente. Ele estava com uma camisa azul tingida, jeans e All Star's. Usava muitas fitas coloridas no pulso, que pareciam ser antigas, e um colar de couro.
- Você tem sorte de me encontrar aqui. - Ele disse - Aqueles caras são de uma gangue do meu bairro, Los Hermanos da rua 54. Não queira saber o que eles fazem com as garotas.
- Obrigada. Mas... Porque eles têm medo do seu pai?
- Ele é policial. No departamento de narcóticos, na verdade. Mas concorda em não mexer com eles se eles não mexerem com a gente.
E a conversa acabou por aí. Isto é, até ele abrir a mochila desbotada que carregava e tirar de lá uma pasta com o logotipo do Princeton-Plainsboro na capa.
- Você trabalha no Princeton-Plainsboro? - Perguntei.
- Trabalho. Sou estagiário do cirurgião de transplante. Porquê?
- Eu também vou trabalhar lá!
- É mesmo? - Ele sorriu - Que coincidência! Você vai gostar de lá. Qual departamento?
- Diagnósticos.
Seu sorriso desapareceu.
- Ah... Então não vai gostar tanto assim.
- O que tem de tão ruim no de pagamento de diagnósticos?
Eu estava ficando cansada daquilo. Todos pareciam ter pena de mim quando dizia que ia entrar para o departamento. Quero dizer, sabia que era estressante, mas eu podia aguentar. Não era como se o House fosse um psicopata de filmes de terror.
Mas Thomas simplesmente riu.
- Minha mãe sempre dizia que, se não tem nada de bom para falar de alguém, não fale nada. Você vai descobrir.
Ele escreveu algo na ficha por algum tempo, e depois olhou pela janela.
- É nossa parada.
Ele se levantou, e eu fiz o mesmo.
Descemos em frente à uma cafeteria, no que parecia uma rua comercial. Fomos andando até uma esquina, até que Thomas disse:
- Não ache que eu estou dando em cima de você. Eu sou gay.
Eu fiquei surpresa. Não exatamente pelo fato de ele ser gay, mas pelo modo repentino que anunciou isso.
- Ah. Certo - Foi tudo o que pude dizer.
- Quero dizer, sou educado com as garotas, e elas acham que eu estou dando em cima delas. Então é melhor avisar logo.
Assenti, sem saber o que dizer. 
Andamos por mais algum tempo.
- Você não tem problemas com isso, tem? - Perguntou ele, de repente.
- Ah, não.
- Ótimo, porque seu chefe tem.
- O que?
- Chegamos. - Ele apontou para frente.
Tínhamos chegado em uma espaço gramado, logo antes de um estacionamento. Havia dois prédios marrons e beges e, atrás deles, no fim do terreno, uma quadra.
- Aquele - Thomas apontou para o prédio da direita - é o hospital, e aquela - Apontou para o prédio da direita - é a faculdade. Eu vou para a faculdade, porque o Hourani está dando aula hoje. Ele é meu tutor, aliás. Cirurgião de transplante. Você vai pro hospital. Imagino que tenha que falar com a Cuddy, a sala dela fica perto da recepção. É grande e tem o nome dela na porta, você vai ver.
- Obrigada. - Eu sorri - Até mais.
Eu acenei, e ele deu um aceno de cabeça.

***

O hospital era um caos.
Não um caos normal de hospital, com muitos pacientes e barulho. Era um caos anormal. Havia adolescentes correndo pra lá e pra cá, em ternos e saltos altos, cheios de papéis nas mãos e sempre acompanhados de seus celulares. As enfermeiras entravam e saíam da recepção, mas não pareciam fazer nada lá.
Todos gritavam pela Cameron, e a mulher que eu imaginava ser ela gritava de volta, as mãos se movendo rápido. Pelo menos dez pacientes gritavam, e outros dez reclamavam da espera na recepção. Um bebê começou a chorar, e a enfermeira mais próxima de mim gritou:
- Cameron, cale a boca desse bebê!
Depois de um minuto tentando passar pelo bando de médicos que parecia me ignorar, cheguei à recepção.
- Oi. Gostaria de falar com a Dra. Cuddy. - Me dirigi à enfermeira - Ela está ocupada?
A enfermeira olhou pra mim de cima a baixo. 
- A Cuddy tá sempre ocupada.
- É que hoje é o meu primeiro dia, e ela me disse que eu deveria falar com ela primeiro.
- Qual departamento?
- Diagnósticos.
Ela arregalou os olhos. Se inclinou por cima do balcão, para, eu imagino, reparar em meus sapatos.
- Cameron! - Gritou - Você tem que ver isso!
Trinta segundos depois, a mulher que supus ser Cameron chegou, parecendo mais visivelmente cansada de perto.
Ela suspirou.
- O que foi, Tiffany?
- Ela vai trabalhar "no House"? - A enfermeira perguntou, soando como "trabalhar em casa" - Ninguém me disse que teria uma garota nova "no House". Eu estou por fora das fofocas ou o quê?
- É, não era pra ninguém ficar sabendo. - Cameron me pegou pelo braço e me levou até uma sala enorme que tinha o nome "Dra. Lisa Cuddy" escrito na porta.
Passamos pela... Antessala? (Consultórios tem antessalas?) E Missy estava em uma pequena mesa, teclando no celular com um sorriso. Acho que era pra ela ter nos barrado, mas nem pareceu reparar em nós. 
Entramos na sala propriamente dita, e Cameron meio que me empurrou em direção à mesa.
- Tenho muito o que fazer.
E saiu. Cuddy levantou os olhos dos papéis na mesa e olhou para mim.
- Riley Metthews?
Assenti.
- Ótimo. Chegou na hora. É um prazer. Agora... Acho que deveria te dar alguns avisos sobre o trabalho. Primeiro, o House não sabe que você está aqui. Vou te dar um bilhete para entregar a ele, depois. E, segundo e mais importante... - Ela respirou fundo e se sentou mais ereta na cadeira - Olhe, eu costumava fazer tudo por aqui. Então, veio a Cameron, e eu consegui dividir o fardo com alguém. Mas, agora, eu adotei uma filha, e Cameron se casou, e não podemos mais bancar as babás do House. 
- Certo. - Pelo que eu estava vendo, tudo estava indo exatamente na direção que Smackle dissera. Afinal, Smackle nunca está errada.
- Eu sei que você conhece a Hart, o Minkus e o Frier, então já deve saber como as coisas funcionam por aqui. O House não pode ser deixado sem supervisão. Eu preciso de alguém confiável pra fazer isso. E não posso pagar muito, então tem que ser um E.M. E a Hart com certeza não é confiável, e Minkus e Frier são voláteis... Como todos os homens. Sei que eles são seus amigos, mas deve saber como eles são. John Turner me disse que você é confiável. Você é?
- Com certeza - Eu sorri - Pode contar comigo.
- Bom. Primeiro requisito cumprido, então. Você tem que entender que... Trabalhar com o House já é difícil. Muda as pessoas. É muito trabalho, principalmente para um adolescente, e House sabe machucar alguém, quando quer. E ele quase sempre quer. Mas, além disso, você teria que ser meus olhos, ouvidos e mãos, lá dentro. É muita pressão. Você aceita?
Não sei o que passou pela minha cabeça na hora. Talvez achasse que era tarde demais para voltar atrás, ou talvez não tivesse entendido o cargo. Mas lembro que aceitei, e ainda fiquei animada. Parecia tão... Adulto. E eu queria desesperadamente ser adulta.
- Então tá. Você tem uma semana, até eu fechar seus papéis. Depois disso, eu teria um trabalho enorme para te tirar daqui. Então... Considere essa semana como um teste. Pode me dizer se quer ou não o trabalho no final. E, é claro, o House tem que te aceitar, mas isso nós vemos depois. Agora...
Ela não completou a frase. Invés disso, pegou um formulário e uma caneta e me estendeu os dois. Eu peguei e comecei a preencher, enquanto ela teclava algo no celular e escrevia em um post-it, ao mesmo tempo.
Quase ao mesmo tempo em que eu terminei de preencher o formulário, Maya entrou na sala, limpando o batom borrado nos cantos da boca.
- Porque você interrompeu minha... - Ela arregalou os olhos e sorriu quando me viu - Riles!
- Peaches! - Por algum motivo, sempre agíamos como se não soubéssemos que iríamos nos encontrar. 
Me levantei da cadeira com um pulo e a abracei.
- Eu senti saudades! - Eu disse.
- Nós nos vimos há dois dias!
- É muito tempo! - E, para nós, era mesmo.
- Certo, certo, certo. - Interrompeu Cuddy - Isso é lindo, e tudo mais, mas não tenho tempo. - Ela me estendeu o bilhete e eu peguei - Jaleco na recepção, e arranje logo um bipe.
No bilhete só havia uma frase:
A garota fica.
E, embaixo, um emaranhado de linhas que eu imaginava que deveriam formar  "Dra. Lisa Cuddy".
- Minkus vai te comprar um bipe. - Informou Maya, enquanto pegávamos meu jaleco na recepção. Depois sorriu - É bom te ter por perto.
- Tenho certeza que vou adorar estar aqui.
Entramos no elevador, e eu comecei a ouvir algo parecido com o som de uma  guitarra.
- Você está ouvindo isso? - Sussurrei para Maya.
Ela olhou para cima e suspirou.
- É, ele está fazendo de novo.
- Quem está fazendo o quê?
- Você vai ver.
Continuamos subindo até o quarto andar, e a melodia agora estava nítida; tocava "Sweet Child O'Mine", de Guns n' Roses. Por fim, chegamos até a segunda sala do andar, onde (não é todo dia que você vai ler essa frase) um homem de meia idade tocava uma guitarra elétrica e cantarolava trechos da música em uma voz desafinada, no meio de um hospital.
Ele estava de olhos fechados, e parou de tocar quando chegamos.
- Sabia que você ia... - Ele abriu os olhos, olhou para mim e levantou uma sobrancelha - Você não é o Wilson.



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