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História Drachenherz, Coração de Dragão - Capítulo 1:


Escrita por: GiullieneChan

Notas do Autor


Saint Seiya pertence a Massami Kurumada e às Empresas licenciadas.
Levemente inspirada em algumas passagens do filme "A maldição do anel."
Drachenherz Significa Coração de Dragão em alemão.

Capítulo 1 - Capítulo 1:


O rapaz olha ofegante o enorme dragão que acabara de abater, segurando com firmeza a espada que ele mesmo forjara. Seu corpo, ferido e cansando, estava sujo pelo sangue da fera mitológica que derrotara.

—Banhe-se no sangue...  -o vento parecia lhe sussurrar. -Banhe-se no sangue do dragão...

Ele se despe, mergulhando seu corpo na poça que o sangue fizera, não notando que o vento havia carregado uma pequena folha de uma árvore, e que esta ficou grudada em sua pele suada, privando-a do contato com o sangue do dragão e...

 

—Siegfried!  -a voz de seu pai o desperta do mundo da fantasia onde o menino, de aparente dez anos, estava, fechando o livro imediatamente, observando do alto da árvore, seu esconderijo preferido, o velho senhor que o procurava. -Preciso de sua ajuda!

—Estou indo, pai! -ele esconde o livro em um pequeno espaço oco da árvore e pulou para o chão com agilidade. -Estou aqui, pai.

—Sonhando com os heróis do passado de novo? -o velho falou com um sorriso, escondido pela longa barba branca. -Esqueça isso e me ajude na forja, sim?

—Estava lendo sobre o lendário Siegfried, pai. -o menino loiro falava, acompanhando o idoso senhor. -Além de termos o mesmo nome, ele também foi ferreiro como eu!

—Sei, sei. -o homem ficou pensativo, como se quisesse contar algo, mas mudou de ideia. -Vamos terminar nossos afazeres, assim poderá voltar ao livro.

—Sim. -o garoto foi acender o fogo da forja. –Pai, quando poderei ver meu irmão no Palácio Valhalla?

—Talvez ele nos visite em breve. –respondeu o velho ferreiro. –Afinal, ele está treinando arduamente para se tornar um Guerreiro Deus.

—Ele prometeu que me levaria para treinarmos juntos.

—Somente quando tiver seus doze anos! –Woldein sorri. –É a idade na qual permitem treinar no palácio. Até lá, trabalhe e treine para merecer tal honra!

—Sim!

Enquanto observava Siegfried se ocupando com suas tarefas, o ferreiro chamado Woldein pensava preocupado com o destino do menino e de seu irmão. Sabia que Siegfried e Sigmund não eram como os demais garotos. Siegfried possuía uma maturidade que não condizia com sua tenra idade, Sigmund era mais passional apesar de ser o mais velho. Isso sempre o preocupou. Talvez era chegado o momento de contar aos meninos sobre quem eram e sua ascendência.

Os pensamentos do velho Woldein foram interrompidos quando um cortejo real se fez anunciar. À frente de vários soldados, um homem de cabelos acinzentados, montado em um corcel negro, ricamente trajado e de porte real, era acompanhado por algumas crianças.

Siegfried parou o que fazia para admirar o cortejo, em especial uma menina de cabelos prateados que cavalgava lado a lado com o homem. Eles pararam diante da ferraria, e o velho Woldein fez uma reverência respeitosa para os visitantes.

—A que devo a honra de ter o grande senhor Durval em minha casa? -falou com todo respeito.

—Woldein. -disse o homem descendo do corcel e entregando as rédeas a um dos soldados. -Sabe da minha profunda admiração por seu trabalho. Você consegue criar as mais belas e perfeitas espadas de todo o reino!

—Sou apenas um humilde artesão. Ouvir tais elogios de meu rei é uma honra que não me julgo merecedor. -o velho ergueu-se a um sinal de Durval. -Mas sempre levei minhas espadas ao seu palácio, meu senhor.

—Desta vez cavalgava com meus protegidos. Achei adequado que me acompanhassem. Além do que, minha sobrinha Hilda estava cansada.

—Ah, princesa Hilda. -o senhor curvou-se quando a menina que aparentava ter a mesma idade que Siegfried, que havia descido do cavalo se colocou ao lado de Durval. -Quanta honra!

—Quem é ele, senhor? -Hilda perguntou olhando e sorrindo para Siegfried, que até aquele momento permanecia parado, abobalhado com a presença de Hilda.

—É meu filho, Siegfried. -apressou-se em responder.

—Ele se parece com um garoto que estava treinando conosco. –disse um dos meninos de cabelos loiros e lisos.

—Deve ser Sigmund, meu outro filho, jovem senhor! –Woldein explicou. –Está desde o ano passado treinando para servir ao Palácio!

—Ah, sim... sei a quem se refere. –diz Durval. –Ele é um jovem muito habilidoso! Deve sentir orgulho de seu filho, Woldein.

—Sim, meu senhor!

—Ele lhe ajuda? -Durval examinava uma adaga. -Belo trabalho, Woldein!

—Este foi Siegfried quem fez, meu senhor. -explicou o ferreiro.

—Mesmo!? -colocou a adaga sobre uma mesa de madeira. -É muito habilidoso, menino.

—Obrigado, senhor. -olhando desconfiado para Durval e depois fica corado ao se deparar com o sorriso de Hilda mais uma vez.

—Siegfried apesar da pouca idade e aparência, é muito forte meu lorde.

—Estou vendo. -Durval analisou Siegfried e depois se voltou para chamar a atenção de um menino ruivo que o acompanhava, que tocava em uma das espadas expostas. -Não mexa em nada, Alberich. Não tem a capacidade de escolher uma espada de qualidade. Crianças!

—Senhor. -Siegfried mostra a Durval uma espada, manejando-a. -Esta seria de seu agrado?

—É linda! -exclamou Hilda observando a lâmina.

—Realmente, magnífica!

—É só uma espada. -diz Alberich com tédio.

—Alberich, é meu protegido e discípulo. Mas ainda não sabe nada sobre admirar um belo trabalho artesanal quando vê um. Até mesmo o filho do ferreiro parece ter mais classe que você para esses assuntos. - Alberich enfureceu-se com a comparação de Durval, olhando o rapaz loiro com ódio. -Woldein, levarei esta bela espada e a adaga que seu filho criou. São belíssimos trabalhos. Podemos negociar o preço?

Enquanto os homens se afastavam para negociar, Siegfried ficou sozinho com Hilda, Alberich e o menino loiro.

—Gosta do que faz, Siegfried? -ela perguntou amavelmente, o menino ficou corado.

—Eu gosto. Mas...

—Mas? -ela insistiu.

—Minha vontade é de servir no palácio Valhalla junto com meu irmão.

A risada debochada de Alberich se fez ouvida.

—Você? Mais um filho de um ferreiro na guarda real? -voltou a rir. -Não diga bobagens, Hilda. Já chega os plebeus que foram aceitos recentemente.

—É princesa Hilda para você. -Siegfried a defende, irritado com a provocação do outro.

—Olhem só. Apenas comentou seu sonho absurdo e já se acha defensor da princesa? -Alberich continuava com as provocações. -Ponha-se em seu lugar, filho do ferreiro!

—Meu pai disse-me que não importa o berço, Alberich. E sim os atos de um homem quem determina quem ele será. -o menino loiros defendeu Siegfried, claramente incomodado com as palavras de Alberich.

—Meta-se com sua vida, Hagen. -falou o ruivo.

—Sou Hagen. -se apresentou a Siegfried, ignorando Alberich.

—Deixe de ser idiota, Hagen. É apenas um aldeão, filho de um ferreiro ignorante! Não pertence a nosso nível.

Neste momento, Siegfried realmente ficou irritado.

 

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Do lado de fora, Durval e Woldein conversavam.

—Está me pedindo para levar seu filho? -Durval perguntou incrédulo. –Ele ainda não tem idade para ser treinado na Guarda Real.

—Senhor Durval, sei que abuso de minha posição ao fazer novamente esse pedido. Ano passado pedi o mesmo por meu filho mais velho, agora peço que leve meu caçula.

—No passado foi um bom soldado, Woldein. Me serviu bem e até salvou minha vida várias vezes. Sabe que não negaria algo tão simples quanto isso. Apenas me intriga que um homem da sua idade queira se afastar de seus únicos filhos!

—Siegfried merece mais do que eu posso oferecer, meu senhor. -pediu com humildade. -Você mesmo viu o quanto ele é habilidoso! Ele é muito forte e já derrotou em lutas até mesmo jovens com o dobro de seu tamanho. Acredito que em Valhalla despertará todo o seu potencial e o servirá bem.

—Hum...pensarei nisso. É um menino forte, sim. Poderá ser um bom soldado. Quem sabe, herdar uma Robe? Farei isso em nome dos tempos em que serviu no palácio na guarda real, Woldein.

—Obrigado, senhor.

Então viram espantados Alberich ser jogado para fora da ferraria. Correram para ver o que acontecia, a tempo de presenciarem dois soldados tirarem com certo esforço Siegfried de cima do ruivo, o qual estava levando uma surra.

—O que houve? -perguntou Durval alterado.

—Este idiota ousou me bater, senhor! -dizia Alberich, destilando seu veneno. -Pela ousadia deveria ser açoitado!

—Isso é verdade? -olhou para Hagen e Hilda que abriram passagem pelos guardas.

—Tio! -a menina pediu. -Não o castigue, por favor!

—Senhor. Ele defendeu a honra da princesa. -explicou Hagen.

—Como assim?

—Não acredite neles, senhor e...

—Cale-se Alberich! -ordenou Durval. -Fale, Hagen.

—Alberich se referiu a princesa Hilda com desrespeito e também ofendeu a Siegfried.

—Hum...e ele defendeu seu nome e Hilda? -espantou-se. -Ensinou o menino a lutar? Reconheci o estilo dos socos.

—Uma lição ou outra de um velho soldado, senhor. -explicou Woldein.

—Então ensinou bem! Que vergonhoso Alberich. Recebeu treinamento para se tornar um dia um guerreiro deus de Odin e se deixou ser acertado por este menino? -Alberich baixou o olhar envergonhado e cerrou os punhos com raiva. Durval voltou sua atenção a Woldein. -Amanhã ele poderá ir ao palácio Valhalla. Instruirei ao capitão da guarda que o espere. Agora vamos.

Os soldados soltaram Siegfried, e Woldein ficou ao seu lado vendo os nobres partirem. Hagen acenou antes de subir em seu cavalo e acompanhar os soldados. Hilda olhou para trás e sorriu para Siegfried, que sentiu a respiração falhar naquele momento.

—Ela é realmente muito bonita! -comentou o idoso. -Creio que quando se tornar uma mocinha, será a mais linda de todo o reino!

—Ela é a princesa. -falou desanimado antes de entrar em casa. -Quando ficar mais velha, nem se lembrará de minha existência.

—Se acredita nisso. -o velho deu os ombros.

—Pai. Por que o senhor Durval disse para que eu fosse ao palácio amanhã? Quer dizer que não tenho que esperar fazer doze anos?

—Porque eu pedi. -sentou-se em um banco, observando o menino.

—Não confio em Durval, pai. Ele tem um olhar que me lembra o de uma cobra. -falou o menino.

—Ele tem mesmo.

—Alberich também. Aquele garoto.

—Mesmo assim, você deve ir.

—Mas...

—Deixe-me contar-lhe algo, Siegfried. Eu contei essa história ao seu irmão quando partiu. -apontou para outro banco, indicando que ele se sentasse. -Sabe muito bem que não sou seu parente de sangue.

—Mas nos acolheu e nos deu um lar. -apressou-se em dizer. –Sigmund e eu sempre o consideramos nosso pai!

—E muito me orgulho de que me considere assim. Lembra-se de algo em relação aquele dia que eu os encontrei? Era muito pequeno...

—Nada.

—Bem. Há anos Asgard trava lutas em nossas fronteiras com os países vizinhos. Na verdade isso acontece porque Durval quer aumentar nossas terras a força. Ato esse que condeno. -suspirou. -Eu era um soldado como tantos outros nestes tempos. Foi lutando que feri minha perna e pedi baixa, neste estado não era útil num campo de batalha.

—Nunca me contou isso antes.

—Hehehe...lembro-me que, depois que me estabeleci em um vilarejo ao norte, conheci um jovem capitão da guarda, que deveria patrulhar as fronteiras e evitar que fossemos invadidos. Ele tinha vários soldados sob seu comando e era muito respeitado. Seu nome era Sigurd.

—Sigurd?

—Sim. -sorriu. -Sigurd era o homem mais forte que eu já vi lutando, possuía uma adorável esposa, e igualmente corajosa chamada Siglinda e dois filhos. Um era um garotinho de pouco mais de três anos e um bebê de um ano.

Siegfried sentiu um arrepio com os relatos, mas não desviou o olhar e sua atenção do ancião.

—Eram...meus pais?

—Sim. -respondeu com sinceridade. –Vivi naquele vilarejo algum tempo. Até que um dia... você era um garotinho de uns quatro anos na época, aconteceu algo terrível! Agora se lembra deles e daquele dia?

—Um...pouco.

—Soldados atacaram a vila. -continuou a contar. -seu pai ordenou que todos fossem embora para um lugar mais seguro, mas sua mãe não quis partir. E eu me lembro que, antes de que eu partisse com os demais aldeões, você se recusou a ir. O que poderia se esperar do homem que dizem descender do lendário herói a não ser que ele lutaria pelo o que achava correto até o fim.

—Eu não me lembro bem...

As cenas de sua infância vieram à mente, aquela noite de sangue e fogo, seu pai lutando contra um verdadeiro exército, viu o momento de sua morte por um ataque covarde, ouviu o grito de sua mãe. Mais alguém gritava, e descobriu que era ele. Sua mãe o levou nos braços, arrastava seu irmão que queria lutar contra o assassino de seu pai, numa tentativa de fugir daquele inferno que seu lar havia se tornado.

Haviam se separado. A mãe para despistar os soldados que covardemente caçavam quem estava fugindo e fracos demais para reagirem, os escondeu debaixo de uma arvore velha e atraiu a atenção deles. As palavras dela, antes de partir...

—Sejam corajosos meus filhos...Espelhem-se em seu pai e do alto do palácio de Odin, ele os olhará e dirá com orgulho que são seus filhos. -dizia em lágrimas

—Mãe... –Sigmund queria chorar, mas se segurava para não apavorar ainda mais o irmão menor, que já estava em prantos.

–Shhh...Seja corajoso, meu querido Sigmund. Eu te amo, meu pequeno Siegfried. Amo vocês dois! -a mãe pediu para que não sentissem medo, que fossem sempre corajosos, que cuidassem um do outro e correu.

As palavras dela foram lembradas e agora não seriam mais esquecidas. Foi a última vez que a viu.

—Mãe... –o menor murmurou.

Depois veio o amanhecer, e dois meninos órfãos andavam pelos campos gelados, sem rumo. O mais velho segurava a mão do menor, encorajando-o para continuar a andar. Isso até encontrarem um velho ferreiro que saia daquelas terras ocupadas. E este homem, chamado Woldein, os levou consigo e os criou como se fossem seus filhos.

—Siegfried? -a voz de Woldein fez o menino voltar a realidade, ele o encarou com duas grossas lágrimas em seus olhos. -Acredito que você vá honrar o nome de seu pai e de sua mãe, se tornando um bom soldado e defendendo Asgard.

—Não apenas Asgard. Não serei apenas um simples soldado. Mas se descendo do lendário herói e tenho seu nome, me tornarei tão grande quanto ele! -falou ao pai.

—Seu irmão disse a mesma coisa. –ele sorriu. –E acredito que conseguirão!

Levantou-se e saiu de casa, caminhando até a árvore que era seu refúgio e buscou o livro com a história que mais apreciava.

Na manhã seguinte, Siegfried despediu-se de Woldein e caminhou para o palácio Valhalla. O idoso sentia que havia feito a coisa certa, e voltou para casa. Entrando em sua cozinha. Viu sobre a mesa, cuidadosamente colocado, o livro de histórias de Siegfried.

 

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O garoto caminhou quase o dia inteiro, quando finalmente chegou aos portões do palácio. Os soldados colocados em guarda estranharam a proximidade do menino.

—Que foi? Está perdido? -indagou um deles.

—Não. Vim para ser treinado no palácio.

—Você? -outro espantou-se e começou a rir. -É muito pequeno. Volte quando criar barbas!

O menino apenas estreitou o olhar diante da provocação.

—Ele tem a minha idade, deve estar sendo treinado para ser um guerreiro deus como eu. -disse um menino que chegava a cavalo. Tinha cabelos revoltos e esverdeados, e olhos de um castanho-vermelho.

—Mestre Shido. -os soldados fizeram uma mesura. -É apenas um aldeão. Não merece sua atenção.

—Ao contrário, por pertencer ao nosso povo não deve ser ignorado, soldado. -disse Shido. -Como se chama?

—Siegfried.

—EI! Foi você que deu um murro em Alberich? O Hagen me contou. -falou entusiasmado.

—F-fui eu.

—Ele vai entrar comigo. -determinou o pequeno nobre, descendo do cavalo. -Sou Shido.

—Prazer. -e apertaram as mãos.

Entraram no palácio, e Siegfried admirou as seculares muralhas, os soldados que treinavam em um pátio, procurando o irmão com o olhar em vão. Shido andava, já acostumado com a movimentação não dava muita atenção a isto, chamou Siegfried quando ele parou para admirar uma estátua de uma valquíria no pátio principal. O loiro se apressou em acompanhar seu novo amigo.

Ele sentia que sua vida jamais seria a mesma a partir deste dia, no momento em que cruzou os portões de Valhalla.

 

Continua...



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