1. Spirit Fanfics >
  2. Drachenherz, Coração de Dragão >
  3. Capítulo 2:

História Drachenherz, Coração de Dragão - Capítulo 2:


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 2 - Capítulo 2:


—Shido. -Siegfried perguntava ao novo amigo. -Você disse lá fora que estava sendo treinado para ser um guerreiro deus. O que é um guerreiro deus?

—Não conhece? -espantou-se.

—Ouvi histórias, mas pareciam contos de fadas.

—Bem, meu pai me disse que um guerreiro deus são os lendários defensores que Odin escolhe para proteger Asgard e seu representante na Terra quando o mal surgir.

—Lendários defensores?

—Sim. São os guerreiros mais poderosos do Mundo.  -falou entusiasmado. -Estou treinando desde que fui escolhido para me tornar um!

—Onde está Hagen? -olhando para os lados.

—Se não estiver com a senhorita Freiya. Deve estar treinando.

—Senhorita Freiya?

—Irmã mais nova da princesa Hilda. -respondeu. -Ela você sabe quem é, não é?

—Claro que sei. -respondeu imediatamente, lembrando da bela menina que acompanhava Durval. -Ela está aqui?

—Sempre vem para cá no inverno, com os pais. Mas na primavera volta para o palácio deles no norte. -respondeu. -Chegamos. Olha lá o Hagen...e o Alberich.

—O que o filho do ferreiro está fazendo aqui? -indagou Alberich e depois provocou. -Ah, se veio colocar ferraduras novas em meu cavalo, os estábulos são para lá.

—Pare com isso, Alberich. Ou se esqueceu do soco que levou? -provocou Hagen, se aproximando dos amigos, e ignorando a carranca de Alberich. -Bem vindo, Siegfried.

—Ele não pode ter vindo para treinar conosco. -dizia Alberich. -O lugar dele não é aqui.

—Ele não apenas veio como o senhor Durval disse que o irmão mais velho dele também está treinando para ser um Guerreiro Deus. –explicou Hagen para o espanto de Siegfried e Alberich.

—Meu irmão? -perguntou Siegfried.

—Sim. Mas ele está em outro ponto do palácio treinando. –Hagen continuou. –Ele não se chama Sigmund?

—Sim! É meu irmão!

Quatro figuras observavam a discussão. Dois adultos e duas crianças.

—Não é possível! –Alberich não parecia acreditar. –Como podem permitir que a plebe treine para serem guerreiros deuses? Meu pai disse que só os nobres deveriam usar as Robes sagradas! E não o filho de um ferreiro sujo!

—Seu pai não sabe o que fala! –replicou Siegfried.

 Sem se conter mais, Siegfried segura Alberich pela gola da túnica e o encara furioso.

—Olha como fala de Woldein. Eu sou Siegfried, filho de Sigurd. Mais respeito ao falar deles.

—Pode soltá-lo, rapaz. -pediu um homem de barbas, acompanhado por um menino ruivo e de aparência frágil e por Durval. -Você disse que é filho de Sigurd?

—Sim. -Siegfried ficou envergonhado ao ver que atrás de Durval, estava Hilda.

—Por Odin! Tem os traços de seu pai. E os olhos de sua mãe, Siglinda! -falou sorrindo analisando. -E o gênio dela também. Pelos deuses... achei que seus filhos também tivessem morrido naquele dia!

—Woldein criou os meninos. –explicou Durval. –O mais velho está treinando no castelo também.

—Fico satisfeito em saber disso. Sou Folken e eu conheci seu pai, lutamos juntos. Este é meu filho, Mime.

O menino ruivinho acena timidamente, escondido atrás do pai.

—Woldein, o velho ferreiro... –Folken parecia relembrar algo.

—Não tenho porque duvidar das palavras de Woldein sobre essa história quando me contou. -falou Durval. –Seu pai adotivo foi um soldado fiel. O que acha?

—Aqui no Castelo você será preparado para concluir seu treinamento sozinho, rapaz. -explicou Folken. -É assim que os Guerreiros deuses são moldados! Com treinamento árduo...duro...sem piedade. Acha que consegue?

—Sim. -respondeu com firmeza.

—Então...Shido. Leve-o para que coma alguma coisa e descanse. Amanhã pela manhã começará a treinar com você e Hagen. -determinou Folken. -Vamos Mime.

O pequeno menino ruivo assentiu com a cabeça e seguiu o pai.

—Venha, Siegfried. -Chamou Shido.

Se afastaram dos outros, e ainda chegou a ouvir algumas imprecações vindas de Alberich.

—Por que ele é tão chato? -perguntou o loiro.

—Alberich? É por que ele vem de uma das mais tradicionais e nobres famílias de Asgard. Sempre houve um Alberich protegendo os governantes de nosso país. -respondeu Shido. -Mas não liga. Ele gosta de se gabar de seu nome e de sua inteligência, mas é um idiota! Meu pai me disse que o nome e o berço não provam o valor de ninguém e sim o que ele faz.

Siegfried sorriu. Pressentiu que se daria bem com Shido também, e que provavelmente seriam grandes amigos.

—Siegfried?

A voz conhecida atrai a atenção do loiro que sorri ao reconhecer o irmão mais velho. Eles se aproximaram e se abraçaram, pois não se viam há muito tempo.

—O que faz aqui?

Em poucas palavras o menino explicou ao irmão mais velho os últimos acontecimentos e Sigmund o olha com orgulho.

—Sei que conseguirá, irmãozinho!

—Obrigado, irmão! –Siegfried sorri, certo de com seu irmão ao seu lado alcançaria seus objetivos.

Os dias se passaram e como Folken havia dito, os treinamentos eram intensos e rigorosos. Mas Siegfried fazia questão de treinar duro e dar o melhor de si para se tornar um Guerreiro deus. Não se contentaria com menos, havia se decidido. Raramente via a jovem princesa Hilda, ela estava sempre acompanhada por sua irmã e Hagen. Ou pelos pais. O senhor Durval parecia mais preocupada com seus planos de expansão das fronteiras de Asgard do que com o treino dos futuros Guerreiros deuses.

Semanas depois, numa certa noite, o loirinho não conseguia dormir. Estava ansioso demais com o fato de que seria enviado para treinar longe de Valhalla, no dia seguinte, e isso havia lhe tirado o sono. Jogou as peles que serviam de cobertor para o lado e levantou-se. Colocou sua roupa e achou que se caminhasse um pouco logo teria sono.

Seus passos o levaram aos estábulos, onde ficou admirando os belos corcéis que pertenciam aos nobres que residiam no castelo. De repente ouviu um som de passos leves e se escondeu atrás de um barril.

Com o coração batendo freneticamente, ele avistou Hilda entrando nos estábulos com algumas maçãs nas mãos.

—Trouxe para você, Regin. -ela estende uma maçã para um potro, da raça Holstenier, todo negro.

—Ele gosta das maçãs, senhorita Hilda. -Siegfried venceu a timidez e saiu de seu esconderijo.

De início Hilda assusta-se, mas ao ver quem era, dá um sorriso e um pequeno suspiro de alívio. E depois pede com os olhos suplicantes.

—Por favor. Não conte ao meu tio Durval que eu vim aqui.

—Eu não conto, pode confiar em mim.

Hilda sorriu e Siegfried teve certeza de que ficou vermelho.

—Sei que posso confiar em você, Siegfried.

—A...a senhorita lembrou meu nome?

—Por que o espanto? Claro que me lembro de você.

—É que a senhorita é uma princesa e eu sou apenas um... -envergonhado.

—Um amigo. -ela lhe dá uma maçã. -Gosto de pensar que seremos amigos. Dê para Grane, ele quer ser seu amigo também.

Ficaram ali, conversando sobre muitas coisas. Sentaram do lado de fora do estábulo observando as estrelas. Hilda avistou a Constelação da Ursa Maior nos céus, e a estrela Polaris.

—Minha mãe me disse que a estrela Polaris é a minha estrela guardiã. -comentou a menina depois ficou entristecida.

—Que foi?

—Ela também me falou que é meu destino proteger Asgard. E eu tenho medo disso. Tenho medo de não conseguir.

—Não precisa ter medo. Sei que a senhorita vai conseguir... -o menino fica diante dela e fala com redobrada confiança. -Eu juro que ajudarei a senhorita nisso!

—Mesmo, Siegfried? Você ficará do meu lado e me ajudará?

—Eu juro que protegerei você. -falou o menino.

Hilda sorriu e se levantou, dando um beijo inocente no rosto de Siegfried, que permaneceu parado, corado. Nem ousou se mexer quando a princesa retornou para dentro do castelo para se recolher. Só esboçou alguma reação depois que ela se fora, tocando no rosto e sorrindo como um bobo.

Aquele beijo seria a lembrança que o motivaria a se tornar um guerreiro deus de Asgard. Retornaria para cumprir sua promessa e proteger Hilda.

Na manhã seguinte, como combinado, partiu. Lançou um último olhar para Valhalla e a viu acenando para ele de uma janela. Siegfried sorriu, voltaria por ela.

 

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

 

Anos se passaram, Hilda agora era uma jovem mulher, muito bela e admirada por sua bondade. E ao contrário da maioria das jovens de sua idade, ela se mostrava muito interessada nos assuntos de Estado e se revoltava com algumas atitudes do tio.

Então o inevitável ocorreu. Durval cometeu o erro de se achar um deus e desafiou Atena. O resultado foi que Durval morreu em batalha, por ter ousado isso. Coube a Hilda, sua herdeira próxima, se tornar a governante de Asgard.

Em pé, na sacada o Palácio Valhalla que se tornara seu lar, por sua posição, ela observava as estrelas. Seus pensamentos voltaram mais uma vez para Siegfried e sua promessa de que voltaria e a protegeria.

—Deixe-me adivinhar, Hilda. -Freiya apareceu sorrindo para ela. -Ainda pensa naquele menino?

—Hoje ele deve ser um homem, Freiya. -comentou.

—Soube pelo Hagen que Siegfried terminou seu treinamento e retornará para casa o mais breve possível! -disse entusiasmada.

—Isso seria bom. -e entrou para dentro do castelo.

Hilda caminhava pelos enormes corredores e viu uma serva caminhando com uma cesta de frutas nas mãos. Fez um sinal para que ela se aproximasse, pegou duas maçãs e saiu na direção dos estábulos.

—Como está, Regin? -acariciou o pescoço do belo animal, oferecendo a maçã.

—Ele ainda gosta muito de maçãs. -a voz masculina, e estranhamente familiar despertou a atenção da jovem princesa, e um rapaz de cabelos loiros, ondulados saiu das sombras.

Hilda encarou seus belos olhos azuis e o reconheceu.

—Siegfried!

—Princesa Hilda. -ele se inclina respeitosamente.

—Você voltou. Como havia prometido! -naquele momento, Hilda percebeu o quanto os anos e o treino foram generosos com Siegfried. O menino magro havia se tornado um belo homem, e isto não passou despercebido. -Está...está de ótima aparência.

—Obrigado.

—Quero dizer...está muito bonito!

Siegfried corou com o elogio, não esperava receber tais palavras daquela boca tão feminina. Repreendeu-se com seus pensamentos. Ela era a princesa de Asgard, sua senhora a quem deve lealdade! Mataria e morreria para protegê-la.

—Está tarde, senhorita. Melhor se recolher, esta noite promete ser bem fria.

—Sim. Mas quero que apareça nos jardins amanhã pela manhã. Preciso conversar com você. -ela determinou, sorrindo com gentileza, acrescentou. -É muito bom tê-lo de volta, Siegfried.

Vê-la novamente encheu o coração de Siegfried de um sentimento que acalentava desde menino. O sorriso que fazia seu coração disparar, o olhar que podia desarmá-lo, o perfume de seu corpo que entorpecia seus sentidos, fazendo-o esquecer de todo o resto e somente Hilda importava.

Ela havia se tornado uma bela mulher, tal qual sempre imaginara.

—Esqueça isso, Siegfried. -murmurou acariciando Regin. -Jamais ela poderá ser sua. Mas eu me contento em apenas servi-la e protegê-la. Isso me basta.

Afagou o belo animal mais uma vez e voltou para os seus antigos aposentos.

 

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

 

O sol ainda não dava mostras que surgiria no horizonte, ainda estava escuro quando os sentinelas davam o sinal do início de um novo dia...e Siegfried ainda dormia, cansado pela viagem, por ter chegado tão tarde na noite anterior, e embalado pelos sonhos com sua princesa.

Foi um puxão violento em seus lençóis, lançando-o bruscamente no chão, e as risadas debochadas ouvidas a seguir, que fizeram o rapaz acordar...extremamente mal humorado.

—Seus... -ia desfilar uma série de palavrões sobre as mães dos autores do "ataque", quando os reconheceu, apesar de estarem adultos. -Hagen...Shido?

—Bom dia, Siegfried. -Shido ainda ria.

—Siegfried! Bem-vindo, amigo! -Hagen abria os braços para as boas vindas, hesitando ao sentir o cosmo do amigo elevar. -Opa...

Uma pequena explosão, socos e pontapés depois...os três amigos sentavam à mesa de jantar, para comerem algo antes de iniciarem o dia. Apesar dos rostos inchados e olhos roxos presentes nos três, os serviçais preferiam não tecer nenhuma comentário. O mais velho entre eles riu, enquanto servia os guerreiros, havia presenciado cenas como essa várias vezes no passado, quando os três treinavam juntos.

—Que recepção de boas-vindas. -Siegfried comentou, e todos começaram a rir como meninos.

—Aqui estava meio monótono sem você, Siegfried! -comentou Shido, enchendo um caneco de hidromel. -Que bom que retornou!

—E como foram os seus dias treinando nas montanhas?

—Meu treinamento foi duro, solitário... -Siegfried bebeu um pouco de hidromel e acrescentou.  -Mas eu prometi a alguém que retornaria. E meu irmão? Onde está, Sigmund?

—Se tornou um Guerreiro deus. –respondeu Shido. –Está em missão agora, mas deve voltar em alguns dias.

—Que bom! –Siegfried sorri. –Sinto muito orgulho de meu irmão.

—Siegfried... para quem prometeu voltar? -Hagen insistiu. –Não quero crer que seja seu irmão! Aposto que é uma mulher!

—Não vou ficar te contando isso, Hagen.

—Conte-me! Afinal, éramos amigos! –insistiu, com o rosto corado pela bebida, abraçando Siegfried.

—Não vou contar! –se livrando do abraço.

—E a senhorita Freiya? Como está? -Shido comentou e teve vontade de gargalhar ao ver um homem da estatura de Hagen avermelhar-se a simples menção do nome de Freiya.

—Eu preciso ir. -Siegfried levantou-se com brusquidão ao reparar no sol que apontava pela janela.

—Vai se encontrar com ela? -Shido provocou.

—Vou me encontrar com a princesa Hilda. -falou em um tom, encerrando o assunto e se retirando.

Chegando aos jardins ele a encontrou sentada perto de uma fonte, observando as folhas das árvores próximas caírem ao chão. Como se notasse a presença dele, ela se levantou e sorriu.

Aquele sorriso que conseguia desarmar até mesmo o mais bravo dos guerreiros deuses. Que fazia seu coração disparar.

Como ela era linda!

Foi aí, observando-a em meio aos jardins, como se fizesse parte dele...uma deidade...que Siegfried descobriu que estava perdido em seus olhos tão azuis quanto os céus pálidos de Asgard. Ele estava apaixonado.

 

Continua...



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...