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História Dragão Negro - Família restituída


Escrita por: Leonidas182

Capítulo 101 - Família restituída


POV: VOZ

Acho engraçado como existem pessoas que conseguem cometer diversos pecados e mesmo assim sorrir um para o outro como se nada tivesse acontecido. Me divirto na forma que aqueles que não gostam um do outro escondem suas intenções através de falsos sorrisos e falas vazias... Humanos, seres incompreensíveis e, ao mesmo tempo, incríveis. Não posso nem ao menos catalogá-los como anjos ou demônios, todos lá possuem os dois em seus interior, depende na hora e local para revelá-los, o que os torna ainda mais temíveis.

POV: JULIE

- Então... Foi isso que aconteceu? – Disse Soluço sem olhar para onde estava indo, nós estavámos em formação de forma que eu e Darti ficássemos no meio, recebendo toda a atenção no grupo. Cada palavra que eu disse via eles focados em mim como se eu estivesse relatando uma descoberta inédita, até mesmo Astrid prestava atenção, mas é óbvio que eu não contei tudo para eles... Não preciso falar sobre a irmã do Darti e sobre outros detalhes, algumas coisas são desnecessárias.

- Sim.

- Então ele não nos traiu, ele foi enfeitiçado. – Completou minha ideia Perna de Peixe.

- É o que parece.

- E como você descobriu isso? – Disse Astrid com certa descrença na voz.

- Olha, eu admito que eu mesma não acreditava em nada disso, para mim os deuses eram os únicos capazes de realizar tais feitos, porém eu não posso supor nada além de feitiçaria. Quando fomos abordar o barco que ele roubou, vocês viram como ele me tratou?... – Ter de lembrar disto, ter que reviver aquela cena, sinto como se meu coração sangrasse a cada palavra. A decepção que eu senti no dia junto da melancolia permanecem até hoje. – Ele pensou que eu fosse aquela mulher, ela deve ser a responsável por tudo. Acho que só assim para ele fazer tudo aquilo que fez.

- Mas ele fez tudo isso pensando que era você pedindo para ele, certo? – Ponderou Perna de Peixe

- Sim, mas...

- Então ele sabia que estava tirando Berk.

- Sim, mas entendam. Soluço, se fosse por Astrid. O que você escolheria, sua família ou sua vila? Levando em consideração que, ao invés de você, Darti não tem mais ninguém... – Soluço se assustou com minha pergunta, mas ele conhece o Darti, e o conheço e por mais espantoso que pareça eu tenho certeza que esses dois tem mais em comum do que a maioria pensa. Soluço olha para Astrid do mesmo modo que o Darti olha para mim, como se nós fossem as únicas coisas que importassem no mundo, mas não sei se Soluço já se deu conta disso, até mesmo eu fiquei surpresa quando descobri esse modo de pensar de meu marido.

- Provavelmente eu ia escolher a Asty... – Disse ele olhando diretamente para ela, apesar de todas as palavras contra o Darti, Astrid ficou sem palavras quando descobriu o quanto significava para Soluço. Senti uma surpresa emanar dela, com certa felicidade conjunta, mas é claro que Astrid Hofferson nunca deixaria isso transparecer.

Com isso dito a viagem se tornou mais quieta, o resto dela se estendeu por mais ou menos vinte minutos até que voltássemos a ver Berk. Nesta hora da noite a janta já deveria estar posta na mesa, imagino se Livia já voltou para casa?

- Darti?

- Sim? – Disse ele se virando para mim como se fosse me olhar, porém a venda impediu o ato.

- Você consegue se lembrar de quem o está esperando em casa? – Apesar da minha pergunta, não acho que ele se lembre, esta maldita mulher fez isso com ele.

- Não consigo me lembrar do seu nome... Sei que estou com saudades dela, lembro dela ser pequena e de como ela não largava do Leônidas... Lembro de seus cabelos negros e dos olhos iguais dos da mãe... Mas qual era seu nome? – Disse ele entre dentes, sinto como se ele estivesse irritado consigo mesmo por não lembrar do nome da própria filha. Ele se lembra dela, só não se lembra da relação que eles tinham... Darti, apesar de tudo você ainda é o pai perfeito para ela para mim.

- Sua filha, Livia, está te esperando em casa.

- Minha filha?

- Nossa filha. E é melhor você não estranhar quando ela te chamar de papai e... Eu não quero que você tire a venda, mesmo em casa.

- Entendo.

- Não sabemos o que esse feitiço fez com você direito, melhor não arriscar, qualquer coisa diga que você tem que descançar a vista ou algo do tipo.

- Está bem... Mas quem vai cozinhar? – Engasguei com minha própria saliva quando ele disse isto.

- Você ainda lembra?...

- Que você é uma péssima cozinheira? Sim, alguns traumas nunca desaparecem, não importa a magia.

- Muito engraçadinho. Eu me arranjo, podemos, sei lá...

- Eu cozinho

- Que jeito?

- Com ajuda de minha mulher, apesar dos pesares ela é uma ótima assistente de cozinha, sabia disso?

- É, mas acho que ela não gosta de ser assistente.

- É isso, ou passar fome.

- Eu te ajudo.

- Obrigado.

Assim que aterrissamos em frente a casa nossa casa eu vi como algumas luzes estavam acessas. Acho que Livia está. Abrindo a porta me deparo com minha linda filha dormindo da cadeira em que o pai costuma sentar para ler seus livros, ela estava com um dos livros prediletos do Darti no colo... “A mascara da morte rubra”... Seus longos cabelos negros estavamcobrindo parte do rosto formando uma franja, ela parece até uma boneca.

- Livi... Hora de acordar, olha quem voltou. – Sussurrei para ela as palavras conforme aproximei o Darti dela. Assim que a pequena abriu seus olhos verdes pude vê-los se encherem de lágrimas e logo derrubar o livro no chão para se pendurar no pescoço do pai e quase fazê-lo cair como resultado.

- Papai!

- Ai Deus, calma.

- Por que você sumiu? Onde você tava? Por que não voltou? O que é essa venda?

- Muita pergunta de uma vez só... – Disse ele já perdido.

- Hahaha, calma filha. Ele foi para a missão que o Soluço o enviou para fora do Arquipélago, devido à uma tempestade ele não pôde voltar a tempo.

- E a venda?

- Isso? – Disse ele brincando com a menina em seu colo. – Eu acabei vendo um raio bem de perto, bem de perto mesmo. Acho que não foi uma boa ideia, lição para você, raios são perigosos.

- Como você é bobo, claro que são perigosos.

- Eu não sabia.

- Sabia sim.

- Sabia não.

- Sim

- Não.

- Sim.

- Talvez?

- Rá!

- Ju? Socorro.

- Pelos Deuses, vem cá querida. – Disse tirando ela do colo do pai meio a controvérsias. – Seu pai tem que fazer a janta ainda.

- Posso ajuda?

- Bem...

- Claro, eu ia adorar.

- Ebá!

Que que eu vou fazer com esses dois? Sinto como se tudo tivesse voltado ao normal em questões de segundos assim que ele viu a Livia. Nossa família realmente é maluca, mas eu não a trocaria por nada neste mundo.



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