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História Dragão Negro - Adeus


Escrita por: Leonidas182

Capítulo 103 - Adeus


POV: VOZ

Como você ousa interferir em nossos assuntos?! Você não tinha o direito de fazer o que fez, tem ao menos idéia das conseqüências que suas ações vão gerar seu tolo? Não me importa o quão essencial você é, ninguém me tira o que é meu.

POV: DARTI

Estando em pé e em igualdade junto de Cassie, porém havia uma pequena diferença entre nós. As ações.

Senti sua musculatura contrair no instante em que minha lâmina atravessará sua garganta, seu sangue escorria e seus olhos esbanjavam a verdadeira desilusão da morte. Ela sabia que o fim a aguardava, com satisfação em minha voz e um sorriso em meus lábios eu levei minha boca até próxima de sua orelha e recitei algumas palavras, as últimas que ela ouviria.

Flashback on:

Saímos de Berk logo que Soluço declarou suas ordens para os esquadrões. Eu e Julie saímos um tanto mais avançados do que o restante do grupo, fizemos isso por motivos de que podíamos e nada mais.

Minha cabeça pode estar um tanto quanto quebrada e minhas memórias podem estar fragmentadas, porém ainda posso sentir algo presente em casa peça espalhada em minha cabeça, como se algo estivesse segurando tudo junto mesmo que devesse estar separado. Não sei explicar ao certo.

Sinto como eu deveria estar mais quebrado, sinto que eu quero quebrar mais, me perder mais. E, ao mesmo tempo, há algo entre os fragmentos que os mantém juntos formando assim algumas lacunas, meus conhecimento estavam borbulhando em minha cabeça junto de minhas poucas emoções, vontades e pra terminar com chave de ouro, volta e meia eu consigo ouvir o estranho barulho de correntes sendo arrastadas. Devo suprimir tudo isso se quiser completar a missão e voltar ao “normal”, seja lá o que for isso.

- Vocês está bem? – Perguntou-me Ju, os sons do metal se movendo se minimizou quando ela me chamou de volta pra o mundo real. Acho que estou enlouquecendo de certa forma.

- Sim, só pensando em como vamos resolver isso.

- Você é aquele que sabe o caminho. O plano é simples, você nos leva até a bruxa, nós a matamos, você melhora e vamos embora. Sem chance de erro.

- Quando você fala assim tudo parece tão mais simples.

- E não é?

- Humph. – Suspirei voltando meu olhar para frente novamente para termos certeza de onde estamos indo.

- ... Posso te perguntar algo?

- Claro. – Disse sem tirar meus olhos de meu destino

- Até onde você se lembra das coisas?

- ...

- Você não precisa responder.

- Não... Não é isso. É só que é estranho sabe? É como se tudo estivesse aqui na minha cabeça, só que fora de ordem. Acho que só me lembro com clareza depois do nascimento da nossa filha, o resto? Bom, isso aí já é outra história.

- Não se lembra de nada?

- Não diria nada, como eu disse tenho tudo aqui, só que fora de ordem. Me lembro de você, de Vigo, da minha vila e entre as outras coisas. Mas outras estão... Embaçadas?

- É por isso que vamos concertar essa sua cabeça e tudo vai voltar como era antes.

- Se você está dizendo.

Não tardou muito para que os outros pilotos nos alcançar. Com algumas reclamações e brincadeiras nós fomos perdoados por disparar na frente, e assim, com os pilotos de Berk reunidos mais uma vez, nós fomos até onde Cassie estava.

O lugar em que ela usava de covil era uma ilha semelhante a dos exilados, um lugar sem vida e esquecido pelos deuses. As rochas eram pontiagudas e se espalhavam pela paisagem, as arvores secas se situavam eqüidistantes uma da outra formando assim uma visão até que intimidadora. Porém para mim tudo isso era irrelevante, eu tinha um acerto de contas para fazer e não poderia ficar simplesmente admirando uma ilha morta.

- E então, qual é o plano de infiltração? – Perguntei para meu chefe.

- ... Nós vamos fazer o seguinte... – Após a detalhada/maluca explicação dele nós concordamos e seguimos suas instruções. A plano era relativamente simples, desde que a única mulher naquele lugar é quem nós precisamos matar, ludibriar alguns guardas não deve ser uma tarefa difícil para duas beldades como Astrid e Julie... Cabeça Quente, bem...

Enfim, nós só tivemos que mudar suas roupas para algo mais maltrapilho e descê-las em uma pequena embarcação a remo para parecerem refugiadas, tendo isso feitos elas foram para a encosta mais isolada na ilha. Daqui não havia como saber o que estava acontecendo, só que não tardou para elas serem abordadas por uma dupla de idiotas. Sorrisos, risadas falsas e por fim um golpe no escroto de ambos os homens foram o bastante para incapacitar ambos, a meu ver, para o resto de suas vidas.

- Bom trabalho Ju. – Disse entregando suas vestimentas originais.

- Foi um prazer.

- Mulheres são perigosas. – Comentou cabeça Dura.

- Você não tem idéia. – Respondemos eu e Soluço juntos, acabou por tirar risadas de toda a turma. Tendo passado a piada, lá fomos nós atrás do que realmente estávamos procurando.  

- Ok, agora vamos para segunda parte do plano. Darti, quero que você e Julie vão atrás dessa tal de Cassie de uma vez. Enquanto isso o resto de nós vamos ter dar cobertura, sem dragões, se algum deles se ferirem não poderemos voltar para casa. Perna de Peixe fica para trás para nos resgatar juntos dos dragões.

- Está bem.

- Todos entenderam? Perfeito, vamos lá.

O plano do Soluço me favorecia bastante, não é para menos, fui eu que pedi para que eu cuidasse daquela bruxa sozinho. Não pretendo deixar ninguém tirar uma vida que me pertence, este assunto vai terminar como começou: com sangue.

Assim como o treinador de dragões havia planejado eu e Ju conseguimos nos esgueirar em meio da bagunça que eles fizeram, ninguém aqui é mais criança, nossas forças aumentaram exponencialmente com o tempo. Apenar do período de paz Astrid se certificou de manter todos em forma, com exceção de mim, mas isso era esperado dela.

Passando por cima da construção, nós dois conseguimos chegar à residência em que ela estava. Como eu sei disso? Bom, era só observar um pseudo palácio em meio do nada, quem poderia morar ali em?

Obviamente não entramos pela porta de frente, apesar que seria uma cena incrível este não era nosso estilo. Nós agimos como nossa família sempre foi, sutil, silenciosa e temível. Adentramos o recinto por uma janela que arrombamos, através das vigas do lugar conseguimos andar despercebidos pelo local enquanto tínhamos visão de tudo.

E lá estava ela, Cassie, a bruxa de cabelos verdes, jantando com dois homens um pedaço de carne mal passada. O lugar parecia estar vazio, a única coisa com a qual eu poderia me preocupar era que havia um pequeno camarote que dava para um corredor que poderiam haver arqueiros lá, porém a chance é muito remota. Eu queria vê-la sangrar em minhas mãos, deseja sentir seu corpo esfriando na ponto da minha lâmina e de ver seus olhos saberem quem foi que tirou sua vida... No entanto isso seria burrice, alguns desejos nós temos que inibir, todos estão se esforçando muito lá fora, tenho que terminar isso rápido. Com uma troca de olhares rápidos entre eu e minha esposa e retirei uma faca de meu cinto, levantei-me levemente na viga para arremessá-la e então a viga rangeu e depois cedeu.

Aquilo não estava em meus planos, talvez tenha sido um engano de vida, talvez seja só porque o universo me odeia, porém a queda havia sido mais dura do que eu planejei. Então caí no centro da mesa em que ela jantava, a mesma se partiu em duas com minha queda o que gerou espanto do nosso alvo.

Demorou apenas cinco segundos para que voltar a mim e descobrir o que havia acontecido de fato. Me levantei com certa dificuldade e estiquei minhas costas, meu corpo doía um pouco por conta da queda, mas não era nada que eu não pudesse lidar. E foi aí que a mulher que seria morta nos próximos segundos pôs os olhos em mim e disse...

- Você? O que está fazendo aqui querido... – Minha visão ainda me enganava, ela ainda aparentava ser a Julie e Julie ainda se parecia com ela. Porém suas personalidades são completamente diferentes, enquanto eu saber onde minha esposa está tudo vai ficar bem.

- Eu? Vim apenas fazer um acerto de contas, uma mulher está me devendo algumas coisas e eu vim cobrá-la. Só isso. – Ajustei ainda mais minha mascara, não podia me dar ao luxo de deixá-la cair mais uma vez.

- Q-Quem é ela?

- Quem sabe? – Disse desembainhando minhas lâminas. – Talvez seja alguém que pretende ser quem não é.

- Os dois, pra cima dele! – Sorri com a cena deles vindo em minha direção, abaixei minhas armas com a falta de necessidade de qualquer esforço de minha parte, no instante em que eles estavam a cinco metros de mim uma mulher maravilhosa caiu em cima de um prendendo sua lâmina em sua clavícula. O outro que parou no mesmo segundo em que o outro foi abatido tirou os olhos de mim por mais de um segundo, isso custou sua vida. Foi apenas uma faca que o atingiu diretamente em seu crânio.

- Julie, cuide de minhas costas, ela é minha.

- Como quiser.

- Você realmente espera que eu fique sentada enquanto você me mata? Eu sou superior! Sou abençoada pelos deuses! Não há ser humano que possa me matar!

- É por isso que sou eu que vou matá-la. Deuses... – Disse deixando escapar uma leve risada. – Pro inferno com todos eles, não há ser que seja altruísta, todos fazem tudo com algo em mente. Abençoada? Você não passa de uma peça no jogo de xadrez deles.

Foi após estas palavras que ela pegou uma lança que estava embaixo da mesa, com ela em mãos a tola veio ao meu encontro. Seus olhos já deixaram a sanidade, estava agindo por extinto, como uma fera que está encurralada lutando por sua vida se debatendo contra o fim... Realmente, uma tolice. Assim que ela tentou estocar minha cabeça em movi meu braço direito revelando a palma de minha mão enquanto a lâmina disparava de seu compartimento e acompanhava meu movimento contra a garganta da mulher.

Flashback off.

Minha visão escurecerá uma vez mais, minha cabeça doía enquanto minhas memórias iam se realocando para onde pertenciam originalmente, vozes, gritos, morte, tudo se acertará em minha mente. Depois de ter passado eu voltei meu olhar para minha ruiva e vi ela perfeita, como ela é. Abri meu braços e confirmei que tudo tinha voltado ao normal, com um abraço e um longo beijo eu fui recebido por ela... Apesar das memórias, é bom “estar de volta” mais uma vez.

Foi neste instante em que comecei a ouvi uma pequena salva de palmas, eu e Ju nos separamos e começamos a procurar o que causava aquele som. Voltando-me para a arquibancada Viggo saíra de lá com um sorriso satisfeito no rosto.

- Meus parabéns jovem assassino, você me poupou um grande esforço. A mulher não era lutadora, mas era um empecilho difícil de lidar, uma peça defeituosa, talvez esse seja o termo correto.

- Viggo. – Cuspi as palavras com sua presença. – O que faz aqui?

- Talvez o mesmo que você, como você disse mesmo antes? Um acerto de contas? – Falou ele sorrindo enquanto fazia uma sarcástica reverência.

- Eu já matei sua bruxa, e você não me afeta. O que pretende fazer?

- Eu esperava que dissesse isso... Você já chegou a conhecer meu novo dragão? Eu o chamo de Freez.

- E?

- Bom, o nome é apenas uma alusão a suas habilidades. Mas Darti, apesar de tudo você não é onisciente, algumas coisas escapam de seus olhos.

- O que você?...

- Freez. – Com o chamar de seu nome o dragão atirou uma chama azulada que mais parecia ser gelo para cima, atirei Julie junto comigo para o chão no momento em que ela atingiu o chão. O corpo da mulher morta foi atingido com precisão e ao invés de subir uma nuvem de fumaça, surgiu uma nuvem vermelha que cobriu todo o andar de baixo... O cheiro de ferro estava presente no ar, aquelas chamas aboliram o sangue de Cassie por todo o local. Preciso sair daqui e matar Viggo rápido, virei para correr até ele, porém o mesmo já estava em minha frente... Sorri por trás de minha mascara, em um movimento rápido eu lhe apliquei uma rasteira, o mesmo não teve nem reação, erguendo uma de minhas lâminas negras eu o empalei com perfeição, seus olhos esbanjavam espanto e surpresa... Emoções que eu não esperava ver vindo dele.

Com o dispersar da nuvem eu me peguei olhando novamente para o camarote, onde lá estava o homem que eu acabará de matar? O que?! Voltei meu olhar para o defunto, assim o sumiço do sangue minha visão escureceu mais uma vez e no lugar de Viggo esta minha própria mulher...

- Julie?... – Segurei sua cabeça e seus cabelos vermelhos, pela primeira vez em anos lágrimas caírem de meus olhos de forma consciente. – Julie? – Chamei-a diversas vezes, todas sem resposta. No momento em que me virei de volta para o Viggo, dessa vez haviam cinco seis homens ao seu lado armados de lanças. Com o mexer de sua mão o caçador sinalizou o ataque, todas as lanças foram atiradas em minha direção... E... Qual é o sentido de desviar?

Uma... Duas... Três... Quatro... Cinco... Seis... Uma a uma foram perfurando meu corpo, olhei para baixo vendo meu sangue escorrer de meu corpo, voltando meu olha para o amor de minha vida mais uma vez, meu motivo de continuar lutando após o assassinato de minha geradora. A única coisa que eu fui capaz de dizer foi.

- Desculpe princesa... Eu... Não passo de uma besta mesmo...



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