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História Dragonfly - 33. Secret


Escrita por: Alletsha

Notas do Autor


Alguns de vocês devem ter notado que fds passado era dia de att, mas não rolou.
Com o prazo final do tcc e outras correrias mais eu não tive tempo de escrever.
Quem segue no twitter viu o post lá e votou sobre a postagem do cap. Por isso me sigam @alletsha no Twitter pra não perderem nenhuma novidade.

Como as correrias ainda tão aí revisei esse cap menos do que eu gostaria, então possíveis erros arrumo dps.
Agradeço a compreensão de vocês!
Bora pro cap.

Capítulo 33 - 33. Secret


O dia da reunião amanheceu cinza, frio e chuvoso. Uma garoa fina e persistente parecia molhar tudo e todos que ousassem se locomover de um prédio para outro, por menor que fosse a distância entre eles.

– Está pronta? – perguntou Lauren segurando com delicadeza os dois ombros da menor.

– Não, mas preciso estar. – admitiu Camila se esforçando ao máximo para manter a mascara que sempre treinara para a profissão. – Como pareço?

– Mais firme do que eu imaginei que estaria. – confessou a morena com o cenho franzido em preocupação.

"Bom." Pensou a menor se virando para olhar-se no espelho que ficava em uma das paredes de seu quarto. "Sinal de que está funcionando" fechou os punhos para evitar que a outra notasse como tremia.

– Mila, vamos? - perguntou Taylor batendo de leve na porta antes de entrar no cômodo.

Ela vestia um terninho fino e bem cortado, carregava nas mãos uma pasta com os documentos que seriam necessários. Os cabelos estavam bem arrumados, a maquiagem leve e bem feita. O semblante tão calmo quanto o de Camila. Bem como as mãos tão trêmulas quanto às dela.

Lauren abriu espaço permitindo a passagem da latina. Selena terminou de passar o batom que encontrara em sua bolsa e seguiu atrás da mulher. A tatuadora foi em seguida fechando a porta.

– O que é esse endereço? – perguntou Lauren vendo a menor programar o GPS do celular enquanto elas desciam o elevador.

– É o escritório da advogada dela. – Camila suspirou pesadamente, entrelaçando os dedos nos da outra.

– Mila, você sabe que esse não é o procedimento padrão. – Taylor afirmou uma ultima vez para ter certeza de que a amiga ainda pensava com clareza, deixando a tatuadora um tanto alarmada. – Ela concordou em assinar, não foi? O certo seria nos encontrarmos no cartório.

– Eu sei, mas ela pediu que conversássemos uma ultima vez antes. Eu, você, ela e advogada dela. – a latina respondeu exasperada. – Só vamos. Conversamos. Eu falo pra ela que não quero nada do que tem naquele apartamento. Vamos todos para o cartório e acabamos com isso. – comentou pontuando as frases como um chefe em uma missão.

Lauren soltou o ar nervosa, sentindo um filete de suor escorrer em sua nuca. Selena lhe sorriu cumplice, no intuito de acalma-la.

– Vamos estar lá com ela. – murmurou se aproximando da outra. – Relaxa, Lauren. – fez um carinho suave no braço da outra.

– Camz, por favor, me deixa ir com vocês. – pediu a mulher. – Eu fico do lado de fora. Não vou conseguir render nada no estúdio sabendo que esse encontro de vocês hoje é tão importante.

– Não Lauren. – a latina respondeu firme, saindo do elevador quando as portas se abriram e se virando para falar com a mulher enquanto as amigas iam em direção ao carro de Taylor. – Eu já te falei que a sua presença lá só vai me desestabilizar. Vou ficar preocupada, a Keana pode te ver lá fora. Vou ficar preocupada dela descobrir que eu estou com você. Vou ficar preocupada de, por algum motivo, você perder o controle e resolver discutir.

– Mas eu vou estar só do lado de fora... – tentou argumentar a maior.

– Lauren. Não. – Ela olhou nos verdes da outra com determinação. – Estou pedindo que, por favor, que fique no estúdio e espere minha ligação. – ela lembrava muito a Camila que Lauren vira em seus primeiros encontros. – É o melhor que pode fazer por mim. – falou depositando um beijo leve nos lábios da outra.

– Eu te amo, pequena. – a tatuadora falou envolvendo-a em um abraço apertado e depositando-lhe um beijo carinhoso na fronte.

– Eu te amo, Lo. – ela sorriu genuína e a expressão dura se desfez por um momento, dando à morena um vislumbre da Camila que ela conhecia e que estivera escondida por baixo daquela máscara nas ultimas horas. – Tenho que ir. – falou soltando-se do corpo de Lauren e lhe lançando um ultimo sorriso antes de entrar no carro.

Taylor e Selena acenaram e sorriram para ela, tentando lhe passar confiança. Antes que Camila terminasse de prender o cinto de segurança a maior voltou a ver a expressão dura em suas feições.

Ficou fitando o carro até que ele desaparecesse nos portões do estacionamento, então subiu em sua moto, colocou o capacete e partiu para o Dragonfly.

~~ Flashback – ON ~~

– Bom, como eu expliquei, nesse arquivo... – falou a de cabelos azuis e esperou até que a janela estivesse mostrando um mapa à sua frente. – Aqui é a data e o horário. – disse apontando para o canto inferior direito da tela e explicando, pelo parecia ser a décima vez, a mesma informação. – Esse tracejado verde mostra o caminho que ela percorreu depois que eu ativei o localizador remotamente. – explicou novamente a contragosto.

– Mas é muito filha da puta. – murmurou a mulher mordendo o canto da boca nervosa – E esse é o endereço da balada onde disse que encontrou ela...? – seus olhos faiscaram de raiva na direção da cantora.

– Sim. – assentiu, ainda a contragosto, mais uma vez. – Como eu disse...reconheci uma das amigas de Lauren pelas fotos que me mandou e a partir daí consegui localiza-la no andar superior. – mordeu o lábio inferior.

– E você confirmou se Camila estava com ela? – perguntou categórica.

– Sim, mas nesse dia não consegui as fotos que você pediu, somente o vídeo dela dançando, mas você achou que não era a sua esposa dançando. – recapitulou os fatos com a voz cansada - Foi só depois quando aluguei apartamento do outro lado da rua que consegui fotos das duas na varanda. – afirmou. – Tudo isso está nos relatórios semanais que eu te enviei e eu já te expliquei tudo isso pessoalmente, não sei qual o propósito de eu repetir. – admitiu exasperada.

Quando desconfiara do comportamento da menor após a primeira sessão de tatuagem, a morena logo se movimentara para tentar descobrir o que estava acontecendo. Como, por conta do trabalho, não tinha tempo para tentar fazer algo por conta própria e sabia que perguntar à Camila não adiantaria nada, ela começou a pensar na possibilidade de contratar um detetive particular. Foi quando seu chefe lhe sugeriu Halsey.

Desde que a de cabelos azuis começara a trazer os primeiros relatos, algo no ego de Keana gritava que ela precisava ter certeza de que era Camila fazendo aquelas coisas, de que realmente Camila a havia traído. Por isso, apenas continuou a viver normalmente com a mulher, sem acreditar nas palavras da investigadora.

Sentia que aquilo só seria real à partir do momento que ela soubesse de cada passo, de cada momento que a latina passara junto com Lauren. Mesmo quando já estava em Salvador e as fotos e os vídeos gravados pela investigadora chegaram até ela, ela simplesmente não conseguia acreditar.

Quando Camila pediu o divórcio e disse que sairia de casa foi que ela se deu conta de que realmente aquilo estava acontecendo. Mas agora, após tantas repetições daquelas provas em sua frente, após semanas absorvendo a ideia de que a outra fora tão cara de pau consigo, ela só conseguia pensar em como jogaria tudo aquilo na cara da latina.

– O propósito de você repetir é, simplesmente, por que eu estou te pagando muito bem pra isso. – falou com uma convicção e superioridade que fez a outra se arrepiar.

– Chega. Você não vai me desrespeitar desse jeito. Eu já fiz o que tínhamos combinado, não tenho mais por que ficar aqui. – a cantora levantou-se como um furação passando a mão no envelope com o dinheiro que estava sobre a mesa.

A mais velha segurou sua mão e estendeu o saco preto que estava no canto desde o começo daquela conversa.

– Leve esse também. – tinha os lábios comprimidos os olhos bem abertos. – Você sabe o que fazer. – disse entregando-o forçadamente para a menor.

– Quando você me contou sua ideia eu já disse que não faço esse tipo de serviço. – falou categórica colocando o saco preto cheio de notas de dinheiro sobre a mesa e ficando apenas com o papel pardo na mão, onde havia uma quantidade muito menor de notas, mas ainda assim uma quantia considerável. – Eu mantenho minha palavra de que não faço esse tipo de negócio.

– Eu sei que você precisa desse dinheiro. – a mulher a encarou séria.

– Já cumpri minha parte do nosso acordo! Eu deixei bem claro que não envolvo com essa sujeira. – Repetiu, virando-se para sair.

– Sua mãe vai sofrer sem esse tratamento. – a outra decidiu jogar baixo. "Já estou na merda mesmo, por que poupar qualquer tipo de bondade." – Você sabe disso melhor do que eu. É você quem a vê todos os dias, não eu! – cuspiu as palavras colocando-se de pé e batendo na mesa da cozinha.

A garota magra se voltou para ela, com uma expressão quebrada, havia dor em seus olhos. Era bem verdade que somente os show que fazia não eram capazes de arrecadar fundos suficientes para sua mãe. Trabalhando no bar próximo à multinacional para a qual Keana trabalhava ela acabou tendo amizade com diversos executivos.

Fato é que as pessoas costumam ter uma pulga atrás da orelha e Halsey se aproveitava muito bem dessas desconfianças conseguindo assim o dinheiro para o tratamento de sua mãe que sofria de uma doença rara e incurável que a fazia definhar aos poucos. Uma doença onde o tratamento apenas mitigava os sintomas dando-lhe uma qualidade de vida um pouco melhor.

Como ela cantava em alguns fins de semana durante à noite, tinha o restante do dia livre para conseguir informações para seletos e fiéis clientes do Blue. Fora assim que conhecera o chefe de Keana e meses mais tarde fora apresentada à mulher, quando essa manifestou interesse em realizar uma investigação em sua esposa.

A sua especialidade eram os casos de traição de pessoas ricas, seja ela de qual tipo fossem: negócios, relacionamentos, amizades...Se o dinheiro valesse à pena ela investigaria qualquer pessoa.

A garota de olhos marejados respirou fundo e tomou um tempo para se recompor do turbilhão de emoções que a invadia, engoliu em seco antes de falar novamente.

– Te garanto que ela vai morrer feliz sabendo que eu não fui responsável por uma merda dessas. – falou, a voz mais rouca que o habitual.

– Me dê um nome pelo menos! – exclamou a executiva se aproximando dela e segurando seus ombros firmemente. – Você tá envolvida até o pescoço com todo tipo de gente pra conseguir esses equipamentos e informações, que eu sei! – gritou tão perto do rosto da outra que a sentiu estremecer sobre o seu toque.

Ela podia simplesmente dar um nome e sair dali para nunca mais ver a mulher e nenhum dos outros envolvidos naquela investigação. Saberia indicar pelo menos três pessoas com "currículos" bastante adequados para o que Keana procurava. Mas o que a executiva não sabia – e, louca como estava, nunca poderia saber - era que a cantora de cabelos azuis se apaixonada por uma das investigadas nesse meio período.

Lauren aos poucos se mostrara uma companhia maravilhosa, fazendo-a chegar muito próxima de contar à tatuadora tudo o que estava acontecendo depois de seu termino com Camila. A única coisa que a impedia era o fato de sua mãe precisar dos remédios para aliviarem sua dor e Keana ter aumentado a proposta mesmo quando soube que sua esposa e a mulher não estavam mais juntas.

Ela sempre estivera lá. Desde quando Camila saíra do aeroporto, Halsey era responsável por investigar todos os seus passos. Os piercings, que a cantora colocou com Lauren inclusive, haviam sido planejados e pagos por Keana em uma tentativa de ouvir e gravar da boca da própria tatuadora que ela estava de fato com a latina. Enquanto que o convite ao Blue fora uma tentativa de que as duas aparecessem juntas no estabelecimento, onde seria possível algum tipo de conversa que desse Halsey as provas necessárias para que Keana tivesse as convicções que queria.

Fato é que a de cabelos azuis assistia tanto àquele casal que acabou vendo a verdade que havia entre as duas, por isso, quando Camila e Lauren terminaram o relacionamento, Halsey assistiu tudo de camarote do outro lado da rua e de certa forma respirou aliviada pela latina ter desistido do adultério, significando então que sua investigação estava enfim terminada. Era torturante ver tudo aquilo tudo acontecendo.

Mas ao dar a noticia ela descobriu que a designer não queria que aquilo terminasse assim. Ela queria Lauren emocionalmente destruída e pagou mais dinheiro à investigadora amadora para que seduzisse a mulher e a humilhasse depois. Com as crises da mãe cada vez mais graves a garota topou o trabalho, mesmo a contragosto. E foi em um dos dias em que pensava em como faria aquilo, que Lauren simplesmente apareceu no Blue. De certa forma facilitando seu trabalho, mas ao mesmo tempo fazendo-a cair por um investigado como nunca antes lhe ocorrera.

Contudo o divórcio e a volta de Camila com Lauren acabaram com o plano de Keana para ferir os sentimentos da tatuadora, de modo que ela tivera um plano B, mas Halsey se recusava veementemente à participar desse plano, independente da quantia que lhe fosse oferecida.

– Você é doente! – falou a garota de cabelos azuis, soltando-se. – Olha pra você! Foi de esposa traída à louca varrida! O que você se tornou? – ela falou apontando pra mulher colérica à sua frente. – Eu vou sair por aquela porta e eu não quero mais ouvir falar de você, nem desse caso. Eu já fiz o que eu te disse que faria. Tudo que você precisa de mim está ai. – apontou o pen drive que jazia conectado ao notebook sobre a mesa. – Eu não sou mais parte disso.

Virou-se e seguiu a passos apressados em direção à saída, mas, antes que pudesse tomar qualquer atitude, sentiu a mão da outra segurar a gola de sua blusa pelas costas forçando-a de cara contra a porta fechada.

– Eu quero um nome. – falou categórica. Abrindo um canivete que trazia no bolso de seu blazer e encostando-o na parte da frente da barriga da garota por baixo da blusa.

O metal gelado tocando sua pele fez a cantora ter o seu quinto arrepio de medo graças à loucura da outra só aquela noite. Ela engoliu em seco e Keana apertou mais o objeto arranhando sua pele.

– Vai me dizer antes ou só depois que eu abrir um rasgo em você? - perguntou a voz rosnada próxima à sua orelha.

Keana segurou seus cabelos e bateu sua cabeça com força na porta.

– Eu só quero um nome. – disse com uma calma assustadora.

– Você não vai fazer is... – começou a dizer quando sentiu sua cabeça bater outra vez na parte.

Um filete de sangue começou a escorrer do seu supercílio, onde um corte pequeno se abrira.

– Eu não vou? – Keana falou completamente fora de si. – Por que eu não faria? – falou pressionando a faca e Halsey sentiu o ardor pouco antes de o sangue quente começar a sair do corte superficial que a outra fizera. - Acha mesmo que não vou? – perguntou sem obter resposta.

Halsey pensava em mil e uma maneiras de sair daquela situação. "Por que você não fez aulas de luta quando teve a chance?" se perguntou em desespero sentindo a outra puxar seus cabelos com força antes de bater seu rosto novamente contra a porta. Ela ficou zonza.

– Um nome, Ashley! – Keana rosnou em seu ouvido.

– Vives. – balbuciou com o rosto melado de sangue apertado contra a porta e sentiu a pressão ser aliviada. – Lucy Vives. – conseguiu dizer por fim. – Pergunte no Blue. É dela que você precisa. Me deixa ir. – pediu firme, mas por dentro era só súplica.

– E deixar que você vá contar pra elas o que eu pretendo fazer? – e mulher riu com escárnio. – Tá me achando com cara de idiota? – perguntou outra vez antes de bater a cabeça da mulher com força na parede ao lado da porta, fazendo-a cair desmaiada aos seus pés.

~~ Flashback – OFF ~~

A garota abriu a mochila e checou os itens uma vez mais. Fechou o zíper e abriu o celular no bolso. A moto vermelha e preta estava lá, parada bem em frente ao estúdio como deveria ser. Ela estourou uma ultima bola de chiclete e o cuspiu na calçada, antes de calçar as luvas de couro e ajeitar a bandana e os óculos escuros sobre o rosto, finalmente removendo completamente o capacete.

Flexionou os dedos e aproveitou para checar a hora. Estava cinco minutos adiantada. Felizmente a chuva agora era apenas uma garoa fina e chata. Ajeitou a touca na cabeça deixando apenas as sobrancelhas expostas. Abriu a mochila novamente e pegou aquilo que precisava. Marchou decidida até o estabelecimento de placa "Dragonfly". 


Notas Finais


Teorias?
ahsusahasuh
Até mais mores <3


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