História Dramione - Baby's - Bônus 3 = That Eyes

Helena Callier P.O.V

Hoje faz 5 anos após a morte de Nicholas, mesmo estando casada com Theo, seu irmão. O pai de minha filha, a doce Nicolle.
Seu nome gerou muita repercussão, Mione e Draco me olharam estranho durante alguns meses perante a minha escolha .
Theo, estranhou quando pedi.
Ele no fundo sabe, mas nunca comentou. Theo sabe que ele é importante de forma única pra mim.
Eu adoro Theo, mas dentro de mim, mesmo que Nicholas fosse um psicopata e tivesse me feito muito mau, ele foi o grande amor da minha vida.
Coisa que nós seres humanos só temos uma vez.Foi a única alma que se compadeceu de mim perante as coisas que sofria por ser a filha de um mafioso. Me peguei relembrando, hoje no aniversário de sua morte, como nos conhecemos...

Flashback On.

Eu chorava enquanto era arrastada por um beco,um homem vestido de preto estava com uma varinha apontada pra minha cabeça. Ele era da máfia. Meu pai devia muito a eles. Eu nunca quis ser filha de um mafioso, mas você não escolhe quem entra e quem sai da sua vida. Meu pai morreu a três anos, ou melhor, o mataram a três anos,imaginem uma garota de 15 anos fugido da máfia, mas infelizmente fui encontrada aos 18. Só Deus sabe das privações e humilhações que passei.

Eu estava fraca e faminta, e acabei desmaiando no meio do beco, nos braços daquele monstro.

Acordei numa mesa em uma sala cheia de homens.
Eles começaram a falar mal do meu pai, eu sei que ele era um homem errado, mas coisas faladas ali, sobre assassinatos e execuções me fizeram ter nojo de minhas origens.
Eles me ofenderam de forma podre. E me defendi.
E um deles me agrediu.
Todos riram enquanto aquele homem me dava chutes. Menos um.
Olhei em seus olhos verdes intensos. Eles me encararam como se pudesse me dizer "fique quieta, vou lhe ajudar".

Eles começaram a debater de forma nojenta o que fariam comigo. Até um deles dizer:

__Poderíamos vende-la para um clube de prostituição, ganharíamos uma boa grana, já viu como a putinha é bonita?
Falou de forma nojenta.

Todos começaram a planejar.

__Acho melhor não.
Falou o rapaz bonito de olhos verdes e voz rouca. Ele iria mesmo me ajudar?
__Então, o que acha melhor Nott?
Um homem o encarou debochado. Nott, como foi chamado riu largamente. Mesmo estando naquela situação, em minha vida, nunca vi alguém com um sorriso tão belo quanto aquele.
Ele respirou fundo e falou.
__ É melhor mata-la. Essa garotinha não daria lucro nenhum. É bonita, mas...

Meus olhos se encheram d'agua. Comecei a tremer. Ele, e seu olhar eram as únicas esperanças que eu tinha.

__E quem vai fazer o serviço?
Um homem perguntou.

__Eu mesmo, posso leva-la até o alto de um prédio e fazer o serviço.

Nott disse, e tremi com a imagem do meu corpo despencando lá de cima.

__Não!!!

Um cara disse. E continuou:

__Vai ter que mata-la na frente de todos. Como já está quase de manhã, tranquem essa cachorra, pois amanhã de manhã ela vai perder o pescoço numa guilhotina medieval. Vamos voltar aos velhos tempos, nos divertir como os romanos!
Todos começaram a rir. Vi Nott esbugalhar os olhos. Eu já não entendo mais nada.

Me tiraram dali bruscamente, pouco se importando com meu choro e meus pedidos por liberdade.

Assim que chegamos em frente uma porta, senti algo metálico bater contra minha cabeça, seguido por uma dor aguda e desmaiei.

×-×-×-×-×-

Só fui acordar quando ouvi o som da porta do lugar onde eu estava abrir. Me alarmei.
Nott entrou no lugar e fez sinal de silêncio colocado o dedo sobre a boca. Eu estava apavorada demais pra gritar.

Ele se abaixou e falou.
__Eu vim te ajudar, faça silêncio e venha atrás de mim!

Fiquei com medo dele querer me matar, então continuei no mesmo lugar, o mesmo se virou pra mim.

__Ou vem comigo agora, ou perde o pescoço, falta menos de uma hora e meia pra amanhecer, já trouxeram a guilhotina e tudo!

Falou. Olhei no fundo de seus olhos cativantes e o segui em silêncio. Passamos por vários corredores estreitos que nos levaram a uma passagem subterrânea. Eu estava fraca e machucada mas consegui seguir o homem que andava rápido mas elegante a minha frente.
Havia uma maleta de viagens no meio do caminho e Nott a pegou e continuou seguindo.
No final havia uma escada.
Ele subiu e colocou a mala lá em cima, e depois me puxou, eu me desequilibrei e se o mesmo não tivesse segurado forte em minha cintura eu teria caído lá embaixo. De novo, seus olhos sobre mim.
Ele me ergueu e continuou andando.

Vi que estavamos no meio da rua, num bairro do subúrbio de Viena. Era um bueiro falso.

__Nott pra onde estamos indo?
Perguntei enquanto ele corria pra calçada. Estava chovendo.
__Nicholas, meu nome é Nicholas Nott!
Falou.
__Eu sou Helena Cal...
__Eu sei quem você é.
Ele me cortou.

__Pra onde está me levando?
Perguntei.
__Pra onde não nos achem.
Nos.

Continuamos caminhando tentando não nos molhar muito.
Mas ouvimos. Barulho de...feitiços e tiros.
Nicholas olhou sobressaltado pra onde os sons vinham.

Ele sibilou "corre" e começou a correr, mas por estar machucada pelos chutes e maus tratos eu não conseguia. Eu estava ficando pra traz.

Ele deu meia volta e veio correndo em minha direção, um tiro, passou de raspão em seu braço direito, o ferindo,superficialmente.
Ele poderia simplesmente ter corrido,mas não ele voltou. Ninguém que conhecia faria isso por mim. Mas sem me conhecer, ele me estendeu a mão em meio a chuva que nos molhava. Deixando seus cabelos grudados em seu rosto, e sua roupa em seu belo corpo. Eu a peguei. De novo os seus olhos...
Corremos de mãos dadas pela rua em meio a chuva até um beco. Nicholas me puxou até ali e sorriu torto ao pegar a varinha, me olhou vitorioso e aparatamos.
Depois daquele dia fomos de país em país, Suíça,Brasil, Austrália, França, Hungria,Canadá, Rússia etc. Ele me ajudou, me mudou, me deixou mais forte, eu o amei, foi em Veneza que dei meu primeiro beijo, onde ele me apertou contra parede de um canal. Ele nem percebeu, que aquele era o lugar mais romântico do mundo para uma garota ganhar seu primeiro beijo.E foi ele que me tomou depois de irmos a uma festa, e bem, ele havia bebido. Ele acreditou que eu estava bêbada também. Mas eu estava sóbria quando me tornei mulher em seus braços no chão de um estúdio de música num hotel em Mônaco.
Nicholas era bipolar, encantador vezez um crápula.
Me ofendia e humilhava e depois me tomava em seus braços. Um verdadeiro cretino. Um cretino do qual eu, naquele dia que fui salva de mafiosos, já estava perdidamente apaixonada.

Flashback Off

Nicholas fez parte de minha vida, e se enganava ele, eu sempre soube, foi ele quem matou meu pai. Descobri depois de um ano que estavamos juntos. Eu já estava presa a ele demais para me libertar das amarras daquele sentimento. E fiquei. Mesmo sabendo que ele nunca me amou. Talvez tenham gostado de mim da maneira dele.
Mas naquele dia, eu soube, meu pai foi o primeiro homem que Nicholas assassinou. Ele se sentia em dívida comigo, eu era o que a falecida Aghata, seu grande amor dos tempos de escola, seria se ele tivesse matado o pai dela como queriam que ele fizesse, e por ele não ter feito, eles a mataram. Ele era um homem quebrado. Imagino eu, que se tivesse tido amor e uma boa criação ele seria uma boa pessoa. Eu e Theo discutimos isso as vezes, mas sempre acaba com Theo me pedindo para mudarmos de assunto. Theo...aprendi com o tempo a adora-lo e admira-lo. Ele cuida de mim e eu dele. E nós dois vamos fazer o melhor possível e impossível por Nicolle, que é afilhada de Draco e Hermione e Ron e Ginny.
Ron, chegou a trancar Draco no banheiro, quando fui falar sobre os padrinhos. Foi uma guerra. Eles só eram contra o nome da afilhada. Mas por fim aceitaram. Era uma escolha minha e de Theo. Ou melhor só minha...

Nicholas foi o primeiro ser humano que teve pena de mim, o meu primeiro amor, com quem me tornei mulher. E mesmo Ginny e Mione, minhas melhores amigas e madrinhas de Nicolle não entendendo o que sinto, eu sei...

Tenho comigo, debaixo de um sobretudo, o casaco que peguei no dia em que Nicholas sequestrou Alec.
Eu o levei para o jardim numa noite para queima-lo.
Mas fui empedida por uma mão, a do meu marido.

Sou tirada de meus devaneios por Nicolle, que abri a porta do meu quarto e corre com suas perninhas gordinhas até a poltrona onde estou sentada. Ela tem uma tulipa em mãos.
Ela me estende os bracinhos e eu a pego em meu colo.

__Mon pa oce!
Fala me estendendo a tulipa.
Pego a flor e agradeço a minha princesinha o gesto, lhe dando vários beijos e lhe fazendo cócegas em sua barriguinha.

Eu sou feliz. Com minha linda família, que quem sabe, futuramente possa vir a aumentar.

Olho bem pra Nicolle, seus cabelos são em tom castanho claro, sua pele é clara, e é um doce de garota, se parece mais com Theo do que comigo,aquele sorriso largo, eu sei de onde vem... Mas há algo em especial
Ela herdou iminentemente, do tio.
Aqueles olhos verdes enigmáticos...
Que todo dia quando os olho, são minha paz e minha maldição.t