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História Dream girl - Cheeky bitch


Escrita por: Ali_

Notas do Autor


Oi, amores!
Espero que gostem, vejo vocês nas notas finais❤️

Capítulo 1 - Cheeky bitch


-Brooklyn, abra essa maldita porta agora! 

Abri meus olhos, me sentindo um tanto atordoada. Minha cabeça doia e a forte luz solar que entrava pelas cortinas me impedia de enxergar qualquer coisa.

Levei a mão até a testa, enquanto as lembranças da última noite me atingiam em cheio.

-Brooklyn, eu não vou falar de novo! -A inconfundível voz furiosa da minha mãe praguejou do outro lado da porta.

Me levantei, jogando as camadas de cobertores no chão, e me arrastando lentamente pelo enorme quarto, sentindo minha barriga dar pulos de tão enjoada que estava.

Girei a chave, abrindo a porta logo em seguida. Não demorou nenhum segundo para notar que Clair, minha mãe, se encontrava em um estado de raiva que eu nunca tinha visto, apesar de todas nossas brigas constantes.

Seu rosto estava extremamente vermelho, e seus olhos ligeiramente arregalados. Seus cabelos tingidos de loiro, que normalmente ficavam perfeitamente arrumados em um coque alto, escorriam por seu rosto em um quase emaranhado. 

Seus lábios estavam grudados, como se ela estivesse repreendendo um grito ou estivesse prestes a ter um ataque de fúria.

Seu olhar sobre mim era rígido, mas algo nele quase me fez estremecer.

Decepção.

-Eu não consigo acreditar, Brooklyn. -Ela finamente falou, depois de alguns segundos me analisando.

Ela está exagerando, como sempre.

-Por favor, mãe, não comece. Foi só uma festa, tomei alguns goles de cerveja. -Falei, tentando soar convincente, mas era uma grande mentira. Bebi tanto que não lembro quase de nada.

Ela pareceu confusa e atordoada por alguns segundos, enquanto franzia a testa.

-Não estou falando de festa nenhuma, imbecil!

Então ela enfiou suas mãos no bolso de sua justa calça de couro preto, tirando uma embalagem transparente, contendo um pó branco.

Senti meu corpo inteiro gelar, e me obriguei a levantar o olhar para encara-lá.

-Eu não sei... O que fazer, Brooke. A faxineira encontrou isto nas suas coisas. -Ela disse, e então se apoiou na parede. Sua cabeça pendeu para baixo e seu olhar se fixou em um ponto no piso de madeira nobre.

Lágrimas enormes escorreram por seus olhos.

Clair Fields, a mulher que nunca se abala, estava chorando.

Ela não me parecia mais a grande socialite. Era só uma mulher acabada e decepcionada com a própria filha.

Problemas tão ridículos e mundanos para uma celebridade da tv.

-Mãe, eu... -Falei, mas ela me interrompeu.

-Só me diga. Essa cocaína é sua? -Perguntou, e eu não podia mentir. Não mais uma vez.

Engoli em seco e concordei lentamente com a cabeça, pois me faltaram palavras. 

Desta vez eu tinha ido longe demais, e tinha total consciência disto. Mas eu não podia evitar.

-Primeiro o álcool, agora isto... -Falou quase sussurando.

-Eu sinto muito... -Comecei, mas ela me interrompeu com um grito.

-Por Deus, Brooklyn! Você só tem dezessete anos! O que você espera? Ter uma overdose? Sofrer um acidente de carro depois de dirigir bêbada? -Gritou, e eu não retruquei como costumo fazer.

Apenas fiquei em silêncio, encarando o chão, esperando que ela faça outro discurso, como sempre faz quando brigamos.

Mas ela não fala nada. Escuto o barulho de seu salto contra o piso enquanto ela caminha para longe.

Me afasto da porta, deixando-a aberta, me sentando na cama.

Eu tinha gastado tanto dinheiro com drogas, para eu e meus amigos. Vendi todos meus vestidos e sapatos de grife, algumas bolsas da minha mãe.

Voltei meus olhos para a porta quando escutei alguém chegando. Clair parou na frente da porta, jogando uma enorme mala na minha direção.

-Meia hora. Você vai morar com a sua avó. -Falou, saindo do quarto e me deixando sozinha novamente.

Merda, merda, merda.

...

O dia estava lindo em Londres, o que é uma raridade em pleno novembro. O sol brilhava no horizonte, entre os prédios, mas minha dor de cabeça me impedia de apreciar mais esta cena.

-Eu sei, Madeline. Eu só... Não consigo mais. Eu fracassei. -Escutei minha mãe falando com minha avó paterna no telefone, sentada no banco ao lado do motorista.

Respirei fundo, colocando meus fones de ouvido. Eu definitivamente não preciso ouvir ela falar mal de mim para minha avó, que eu não vejo fazem anos, ainda mais agora que irei morar com ela.

Fechei meus olhos, tentando me concentrar na  música. Nem one dance é capaz de me animar agora.

Senti meu celular vibrar.

"Sinto muito mesmo, Brooke. Boa sorte"

Era Elizabeth, minha melhor amiga. Ou, pelo menos, que eu pensava ser. O pouco caso que ela deu para minha partida me fez pensar se o que minha mãe sempre me disse não era mesmo verdade.

Esses seus amigos só te usam por que você tem dinheiro para bancar eles, Brooklyn!

Sacudi a cabeça, tentando afastar estes pensamentos, enquanto sentia o carro estacionar na frente da entrada do aeroporto.

Sem paparazzi, o que é uma raridade quando se trata da minha mãe. A muito tempo parei da sair com ela para fazer coisas normais por conta disto.

Pior foi quando publicaram fotos minhas em uma festa de faculdade em uma revista de fofocas.

Tirei meus fones de ouvido, guardando meu celular na bolsa, abrindo a porta do carro e saindo. O motoristas já tirava minhas malas.

Dei uma última olhada para a cidade, da qual eu  nunca tinha saído. Amo muito Londres, mas não posso negar que será bom deixar algumas lembranças para trás.

Algumas lembranças terríveis de mais, que eu nunca conseguirei esquecer por completo.

-Você sabe que não tem outra maneira, filha. -Minha mãe disse, e eu sabia que ela estava chorando atras dos enormes óculos de sol da Prada.

Não a respondi.

Eu só esperava poder realmente recomeçar em Nova York. Fazer tudo um tanto diferente.

Mas no fundo eu sabia que não conseguiria. Depois do que tinha acontecido, haviam momentos em que eu só conseguia relaxar quando estava sobre influência de álcool.

Então o álcool passou a ser fraco depois, e eu experimentei cocaína em uma festa. Foi um erro terrível, por que não consegui mais parar.

Claro que as memórias já não são mais claras na minha cabeça, mas a sua vezes os pesadelos chegam.

Talvez nunca ter contado sobre isso para ninguém, incluindo minha mãe, tenha piorado.

E ainda tem tudo o que aconteceu com meu pai.

-Pode deixar que eu levo, Richard. -Falei, pegando minha enorme mala das mãos do motorista.

Ele sorriu para mim, dando tapinhas em meu ombro.

-Vê se se cuida, menina. Você gosta de aprontar. -Falou, me fazendo rir.

-Vou te levar até a sala de embarque. -Minha mãe falou, mas eu neguei com a cabeça.

-Eu vou ficar bem. -Falei, e ela respirou fundo.

-Não, Brooklyn. Eu vou te levar. -Ela disse, desta vez mais séria.

Não a culpava por me mandar embora, de verdade, mas tampouco gostava da ideia. Ir morar com minha avó, que não vejo desde meus seis anos,  quando meu pai morreu, não me parece uma boa ideia.

Mas eu não tenho escolha alguma.

...

Já era noite em Nova York quando o avião aterrissou. Esperava minha avó me buscar na saída do aeroporto quase congelando de frio, pensando se devia ou não tentar abrir minha enorme mala para pegar um casaco.

Peguei meu telefone da bolsa, mandando uma mensagem para Madeline, minha avó, perguntando quanto tempo ela levaria para chegar, mas não obtive resposta.

Talvez ela não saiba ver mensagens de texto.

Depois de alguns longos e congelantes minutos, uma Range Rover preta estacionou na minha frente.

-Brooklyn? -Um rapaz, que deveria estar na casa dos vinte anos, disse, abrindo o vidro.

Franzi a testa, pensando se deveria ou não falar com ele.

Ele riu.

-Eu não vim te sequestrar. Sou seu primo na verdade, Chaz. -Ele falou, me dando um sorriso. -Não lembra de mim?

Chaz Somers, filho da tia Maria. Impossível.

Ele era um garotinho idiota que me irritava quando eles iam passar o final de ano lá em casa, quando papai ainda era vivo.

Não esse cara tão... atraente?

-Hum, e onde está Madeline? -Falei, sem me mover.

-Ela teve uma reunião de negócios de última hora, vou te levar para minha casa e depois ela vai te buscar lá. -Ele disse, abrindo a porta do carro e vindo me ajudar com a mala.

Uma senhora de setenta anos em uma reunião de negócios? Certo, isso soa bem estranho.

Quando tínhamos colocado a mala no porta malas, Chaz sentou novamente no banco do motorista, e eu no do passageiro.

Coloquei o cinto, encarando a janela, me sentindo um tanto desconfortável com a situação. Era exatamente como estar em um carro com um completo estranho.

-Então... -Ele falou, batendo seus dedos na direção do veículo, parecendo igualmente desconfortável. -Por que você está vindo morar aqui?

Respirei fundo, não querendo responder essa pergunta. Não preciso de mais ninguém me dando sermão.

-Bem, eu... Andei me comportando mal. -Falei, dando de ombros, encarando os prédios luxuosos que nos cercavam.

-Você deve ter aprontado uma boa para terem te mandando para outro país. -Ele falou, tentando soar descontraído.

-Certo, eu estava usando cocaína. -Falei, respirando fundo.

Chaz ficou em silêncio por alguns segundos.

-Isso não é nada bom. -Falou, e eu concordei com a cabeça.

-Eu sei, só... Fica mais fácil de relaxar quando se está drogado. -Falei, mas logo me amaldiçoei mentalmente inúmeras vezes.

Merda, não era para ninguém saber disto.

Chaz respirou fundo, encarando o trânsito. 

-É por causa do que aconteceu com o tio Marcos? -Falou, se referindo ao meu pai.

Não, não era. A maneira como meu pai morreu foi terrível, mas eu era pequena. Ainda me lembro de tudo às vezes, mas o real motivo pelo qual eu comecei a beber e me drogar ainda estava muito mais vivo em minhas lembranças.

Concordei com a cabeça, pois era a única forma de fazer com que não precisasse contar sobre o que tinha acontecido ou inventar alguma outra desculpa.

-Eu sinto muito, de verdade. Foi terrível. -Falou, e eu fiquei em silêncio.

Coloquei minha mão no colar que levava em meu pescoço. Um pequeno passarinho, como meu pai sempre me chamava.

Ele me deu de presente semanas antes de morrer.

Então as lembranças me atingiram com força, e eu fechei meus olhos, controlando as lágrimas.

Minha mãe gritava, implorando por piedade. Apertei meus olhos, abraçando o ursinho de pelúcia com força, tentando não fazer barulho enquanto espiava pela pequena fresta da porta.

-Saia daqui, Clair! -Meu pai gritou, parecendo sentir dor. -Por favor, deixem minha família em paz.

-Vamos deixá-las em paz. Só queremos os dois traidores. Você e... -Então o homem disse algo que não consegui ouvir.

Então ouvi disparos sendo feitos.

-Papai! -Gritei, saindo correndo do armário em que me escondia.

Mamãe estava ajoelhada, chorando incontrolavelmente. Meu pai estava atirado no chão, sem vida, completamente ensanguentado.

Três homens encapuzados me encararam, mas eu não recuei. Juntei toda a força em meu minúsculo corpinho e os encarei.

-Vocês mataram meu papai. Isso não vai ficar assim.

-Brooklyn, está tudo bem? -Escutei Chaz falando, me trazendo de volta a realidade.

Limpei com a mão uma lágrima que insistia em sair, enquanto concordava com a cabeça.

Fazia muito tempo que essas lembranças não me atordoavam, mas hoje elas voltaram muito vivas.

Logo o carro parou no portão de uma enorme casa, e eu não pude acreditar que Chaz vivia ali. Ele tem o que, vinte e um anos?

-Alguns amigos meus estão em casa, espero que vocês na se importe. -Ele falou, e eu neguei com a cabeça.

Ele parou o carro em um estacionamento ao lado da gigante casa, e eu logo desci.

-Viemos pegar sua mala quando a vó chegar.

Concordei com a cabeça, o seguindo até a enorme porta de madeira. O interior da casa era decorado com simplicidade, mas não deixava de ser luxuoso.

-Vou pegar algo para comermos, você pode se sentar na sala. -Falou, indicando um cômodo com o dedo.

Entrei na sala, enquanto Chaz seguia até onde eu suspeitava ser a cozinha. Me sentei no sofá de couro branco, deixando minha cabeça pender para trás.

-Que porra você está fazendo no sofá, vadia? -Escutei uma voz atrás de mim, me fazendo dar um pulo.

Um homem alto, com olhos cor de mel e cabelos perfeitamente arrumados me encarava. Seu rosto era tão bonito que fiquei o encarando por tempo demais.

-Eu te fiz uma pergunta! -Gritou, furioso. Ele me encarava com raiva, e seu olhar frio me causava uma sensação de extremo desconforto.

Era como se cada célula do meu corpo gritasse para que eu corresse para bem longe dele.

-Qual é o seu problema? -Falei, juntando toda a minha coragem, me levantando.

Ele riu com ironia.

-Meu problema? Escuta uma coisa, as vadias que os caras trazem pra casa não são problema meu, mas não quero mais te ver na sala, entendeu? -Falou, e eu me encolhi um pouco, sem saber como respondê-lo sem que ele me matasse.

-Que porra está acontecendo? -Chaz disse, entrando na sala.

-Eu que pergunto. Foi você quem trouxe essa vadia atrevida? -Falou, furioso.

-Vadia? Essa é a minha prima de Londres, Bieber. -Chaz disse, rindo.

Então o brutamontes tem um nome.

Bieber.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Então, como eu já tinha falado, a fic está sendo reformada.
Por favor, favoritem e comentem o que acharam do primeiro capitulo❤️


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