História Dream girl - Save Bieber

-Tem certeza que não quer que o motorista te leve? -Minha avó disse, passando as mãos pelos meus braços. -Você parece nervosa, querida.

E eu estava.

Suando de tão nervosa.

-Está tudo bem vó, só estou com um pouco de calor. -Falei, forçando meu melhor sorriso e andando até a porta.

-Não volte tarde. -Ela gritou, enquanto eu acenava e fechava a porta.

No momento em que entrei no elevador e apertei o botão da garagem, senti minhas pernas amolecerem.

Que merda está acontecendo?

...

-Brooke, você precisa se sentar. -Chaz disse, assim que eu entrei na casa.

Todos estavam sentados em volta da mesa de jantar, mas ninguém dizia uma palavra sequer. 

-Você precisa me dizer o que está acontecendo. -Falei, indo diretamente até onde os outros estavam.

-Brooklyn, se sente. -Gigi falou, e eu a encarei, mas acabei cedendo e me sentando.

-Seja lá o que você estava planejando com o Bieber, precisa falar agora. -Chris disse, parecendo um tanto irritado.

-Deixe a garota falar, idiota! -Bella falou, e ele bufou, se inclinando para trás.

-Eu não vou falar nada até me dizerem o que está acontecendo. -Falei, e Chaz bufou.

-O Justin estava com aquele homem que sequestramos na sua casa, que fica em uma cidade perto daqui. -Chaz disse.

-Nós achávamos que ele estava pedindo recompensa para a família, como sempre, mas parece que não foi bem isso que aconteceu. Invadiram a casa e sequestraram o Bieber. -Kylie disse, e eu arregalei os olhos. 

Ele tinha me dito que o homem tinha uma conexão com a gangue que era dos nossos pais.

-E não é só isso, Brooke. -Chaz continuou, me alcançando seu celular, que mostrava algumas fotos.

Era uma parede branca, escrita em tinta preta.

Queremos a Brooklyn.

Soltei todo o ar dos meus pulmões de uma vez só.

-Sera que você pode nos explicar o que é isso? -Chaz disse, franzindo a testa.

...

-Isso não faz muito sentido. -Bella falou, passando a mão pelos seus longos cabelos. -Por que uma gangue que teve problemas com seu pai e com o pai do Bieber iria querer só você?

-Ou melhor, por que eles ainda estariam procurando vinganca, depois de todos esses anos? -Chaz disse, e eu neguei com a cabeça.

-Eu não sei de nada. Eu nem sabia dessa gangue até reencontrar o Justin e ele querer que eu o ajudasse no plano dele.

-Tem que ser alguém de dentro. -Gigi falou, e todos se viraram para encara-lá. -Alguém sabe o que o Bieber estava tramando, e que o cara estava na casa dele.

-Mas quem? Só nós sabíamos disso.-Kylie falou.

Senti todos na sala se encararem, parecendo extremamente desconfortáveis com a situação.

Pelo o que sei, eles são amigos a muitos anos.  É impossível pensar que algum deles faria alguma coisa assim para prejudicar Justin e o resto do pessoal.

-Ninguém vai se acusar aqui. Nós confiamos um nos outros, e não vamos perder isso de maneira nenhuma. -Chaz falou, em um tom extremamente sério.

Todos concordaram com a cabeça, mas tampouco pareciam confortáveis com a situação.

-O que nós devíamos fazer agora? -Bella disse, batendo com os dedos nervosamente na mesa de madeira. -Esperar um pedido de resgate?

-Provavelmente eles vão mandar um endereço ou algo do tipo para a Brooklyn ir. -Chris falou.

-Quando isso acontecer nós pensamos em um plano, por enquanto não podemos fazer nada. -Chaz disse.

Entrelacei meus dedos, apertando minha mão com força.

Justin não é a melhor pessoa do mundo, com toda a certeza, mas eu não suportaria saber que ele ou qualquer outra pessoa se machucou, ou pior, por minha causa.

Eu preciso resolver essa situação.

O mais rápido possível.

Eu sabia exatamente o que iria fazer, e também sabia que não poderia contar com a ajuda de ninguém.

...

O caminho de volta para o apartamento pareceu se arrastar. O trânsito na cidade estava terrível, e eu me sentia a ponto de desabar a qualquer momento.

Ao invés disso, no entanto, segurei o volante com força.

Eu nem conheço esse cara direito, por que me importar tanto com ele?

Se eu tivesse sido sequestrada ele não faria nenhum esforço para me ajudar,

Mas você não é ele, Brooklyn.

Arranquei com toda velocidade quando a sinaleira abriu, só desejando chegar logo em casa. Eu nem sei por que, afinal, nada vai mudar quando eu chegar lá.

Não tenho ideia do que vai acontecer daqui para a frente, mas tenho certeza de que não é coisa boa.

Dirigi rapidamente até o apartamento, agradecendo pelo trânsito não estar tão terrível nesta parte da cidade.

Quando estava em meu quarto, depois de minha avó ter avisado que iria até o atelier e só voltaria a noite, pensei no que tinha falado parabéns minha mãe.

Com certeza se eu fosse salvar Bieber eu não deixaria as coisas assim com ela.

Só deus sabe o que pode acontecer comigo.

Quando estava separando minhas roupas para tomar banho meu celular começou a tocar.

-Olá, Brooklyn. -Uma voz masculina estranha falou.

-Quem é? -Perguntei.

-Ah, você me conhece muito bem, querida. Só não sabe ainda. Ouvi dizer que temos alguma coisa que você quer de volta. -O homem disse, em um tom de voz que me fez arrepiar.

-Do que você está falando? -Falei, irritada.

-Sem paciência. Gosto assim. Falo do garoto, seu namoradinho. -Ele disse, e eu gelei.

-Onde ele está? -Falei.

O homem riu.

-O amor jovem. Está disposta a se entregar? -Ele disse, parecendo incrédulo. 

-Ele não é meu namorado, seu idiota. Só me de um endereço. -Falei, e ele riu novamente.

-É corajosa então. Você receberá o endereço, querida. Até lá, tenha uma boa noite. -Ele disse, desligando o telefone antes que eu pudesse falar qualquer outra coisa.

Gritei de raiva, tentando ver o número na discagem. Mas é obvio que era bloqueado.

Tive que me segurar para não jogar o telefone na parede.

Recebi outra ligação e atendi rapidamente, sem ver quem era.

-O que você quer, filho da puta? -Gritei.

-Meu deus Brooke, o que eu te fiz? -Era Mark, um de meus amigos de Londres.

-Ah, Mark. Me desculpa. -Falei.

-Como você está? -Ele falou.

Mark usava ainda mais cocaína que eu e Elizabeth juntas. Ele já tinha tomado inúmeras surras de traficantes e sido ameacado de morte pelo menos cinco vezes, por dever dinheiro.

Eu já emprestei tanto dinheiro para ele pagar suas dívidas que ele me deve até suas cuecas.

-Me desculpa, não estou com cabeça para falar agora. -Falei, sem me importar em soar grossa. Ele era um dos meus "amigos" que minha mãe sempre me falava que só me usavam por dinheiro.

-Quer dizer que agora a garota do upper east side não tem mais tempo para velhos amigos? Vi suas fotos na internet, você está parecendo uma modelo de verdade. -Ele disse, e eu bufei.

-Mark, eu te ligo amanhã. Estou com saudades, de verdade, mas estou com alguns problemas agora. -Falei.

-Está se metendo com drogas de novo? -Ele disse, rindo em seguida.

-Não esse tipo de problema. -Falei, séria.

-Certo. Só... Você devia ligar para a Lizzie. Ela está com saudades. -Ele disse.

Claro, Elizabeth deve estar sentindo muita falta do meu dinheiro.

-Ok. Tchau, Mark. -Falei, desligando antes que ele falasse outra coisa.

Essa ligação de Mark não me soava a coisa boa. Nunca é coisa boa vindo dele.

Mas eu tenho problemas maiores para lidar no momento. Bem maiores.

Tomei um banho rápido, e liguei para Chaz logo depois.

-Alguma noticia? -Perguntei, assim que ele atendeu.

-Não, Brooke. Nada. Nós estamos procurando sem parar o dia inteiro.

-Eu sei que ele é seu amigo, Chaz. Eu sinto muito. E me desculpe por não ter falado o que ele estava tramando antes. -Falei.

Chaz suspirou lentamente.

-Não é sua culpa. Eu sei bem como Bieber pode ser intimidador. Além disso, ele é um cara forte. Não vão conseguir acabar com ele. -Ele disse, e eu fiquei em silêncio.

-Eu sei que não conheço ele bem, mas eu estou preocupada, Chaz. -Falei com sinceridade. -E não só por Bieber, mas por mim também.

-Eu sei. Eu prometo que você vai sair dessa segura. -Ele falou.

Segura.

Essa palavra eu não conheço a muito tempo.

-Obrigado, Chaz. Qualquer coisa me avise. -Falei, tentando não demonstrar aflição na minha voz.

-Digo o mesmo para você. Talvez eles tentem fazer contato diretamente contigo. -Ele disse, e eu engoli em seco. -Boa noite, Brooke.

Desliguei o telefone, soltando um longo suspiro que estava entalado dentro de mim a um tempo.

Eu me sentia complemente aflita, assustada, e confusa. Muito confusa.

Desliguei a luz do meu quarto, me enrolando nas cobertas macias da minha cama, fechando os olhos e tentando dormir.

Mas minha cabeça estava em Justin.

Parece injusto eu estar aqui, segura, confortável, enquanto ele está passando por coisas terríveis. 

Nem sei por que sou tão idiota em me preocupar com ele, afinal, duvido que ele se preocupe comigo.

Mas meu coração ficou apertado durante a noite toda.

...

Quando tinha acabado de pegar no sono, acordei com meu telefone tocando.

Resmunguei antes de atender, coçando minha cabeça.

-Olá, querida. -A voz do mesmo homem de antes disse, me fazendo dar um pulo e ficar de pé no mesmo instante. 

-Me diga onde ele está. -Falei firmemente, mas ele riu.

-Está perdendo a paciência, mocinha? Eu já falei como o amor é estupido? -Ele falou, rindo mais ainda em seguida.

-Eu não tenho tempo para os seus joguinhos, me ouviu? Me de uma merda de endereço e eu estarei lá. -Falei, e desta vez o homem ficou em silêncio por alguns segundos.

-Talvez você queira falar com o seu amado. -Ele falou, e desta vez quem ficou em silêncio fui eu.

Escutei barulho de passos ecoando, o homem provavelmente estava andando até onde Justin estava.

Escutei uma respiração pesada no outro lado da linha.

-Justin? -Falei.

-Brooklyn. -Ele respondeu, com a voz fraca. Ele evidentemente estava muito machucado.

-Justin, onde você está? -Falei, quase me desesperando.

-Eu não sei. Você não pode vir atras de mim, você me escutou? -Ele disse, mas eu não respondi.

-Eu vou te salvar, Justin. -Falei.

-Não seja idiota, Brooklyn! Se você vier atras de mim vão matar nós dois! -Ele gritou, gemendo de dor logo em seguida.

-Está sensibilizada, querida? -A voz do homem de antes voltou, e minhas mãos já tremiam de raiva.

-Você quer parar com essas suas porras de joguinhos? Quem sabe você vira homem e me liga quando quiser negociar de verdade! -Gritei com toda a força em meus pulmões, e o homem riu.

-É, a menina não é fácil. -Falou. -Não vejo a hora de dar uma lição nessa sua boquinha depravada.

O homem desligou o telefone, e eu tremia mais ainda. Por que isso tem que acontecer comigo?

...

Tentei voltar a dormir o resto da noite, mas não tive sucesso. Me revirei na cama de um lado para outro.

Bieber me disse para não ir atras dele. Bieber não esta nem aí para mim, ou seja, ele realmente acha que não vão deixá-lo escapar se eu me entregar por ele.

Mas eu sabia que iria de qualquer maneira.

Eu não suportaria saber que alguém se machucou ou até morreu por minha culpa.

Quando o sol começou a brilhar pela janela do meu quarto e o barulho de carros na rua começou a ficar mais intenso resolvi me levantar.

Fui até a sala para tomar café e encontrei Madeline já vestida, falando sobre negócios com alguém no telefone.

-Querida, acordada tão cedo? -Falou, quando desligou o celular.

-Estou sem sono. -Falei, me sentando do seu lado na bancada e me servindo uma xícara de café.

-Tenho uma boa notícia. Consegui mais um trabalho para você. -Ela falou, animada, mas eu tive que conter um suspiro. -Você vai fazer uma aparição em uma festa de uma revista, e vai usar fotos suas durante a noite para promover a nova coleção. É um baile de máscaras.

Fiquei em silêncio, pensando em qual desculpa eu daria para não ir.

-Vou pensar sobre o assunto. -Falei.

-Bem, pense logo, pois a festa é amanhã. -Ela disse.

Terminei meu café e me despedi da minha avó, que ia para a loja.

Assisti TV pelo resto da manhã, e quando era quase meio dia meu telefone tocou.

-Brooke, temos uma notícia. -Chaz falou, e meu coração disparou. -Eles fizeram contato. Querem que você se encontre com ele s no baile de gala da revista Fair amanhã à noite. Nós temos um plano. 

Ele falou tão rápido que precisei me concentrar para entender o que ele dizia.

-Estou indo para aí.

...

Dirigi tão rápido que em dez minutos cheguei na casa de Chaz. Ao contrário de ontem hoje tinham poucas pessoas da gangue.

Apenas Chaz, Bella e Kylie.

O plano deles parecia ser eficiente, mas algo me dizia que não ia sair como planejado.

Kylie deveria fingir ser eu a noite toda, usando o vestido e a máscara que a revista mandará para eu usar.

Ela irá encontrar com os homens, e depois o resto do pessoal irá encurrala-los.

Eu usados as roupas de Kylie, fingindo ser ela.

Por ser um baile de máscaras, tínhamos uma grande vantagem.

Mas algo me diz que isso não vai acabar nada bem.