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História Dream of Me - Be Alright


Escrita por: didicarter

Capítulo 48 - Be Alright


Baby don't you know
All of them tears gon' come and go
Baby you just gotta make up your mind
That every little thing is gonna be alright

 

Nick

-Mel – Nathan chamou ao atravessar a porta – Meu Deus…

-O que tá havendo aqui – Dan perguntou chegando com Jessie

-Meu Deus! Ai meu Deus, alguém liga pra emergência… Mel? – Jessie falou começando a chorar, aproximando-se de Mel, que estava desacordada no chão da rua.

-O maldito fugiu! – gritei com as mãos no rosto – Eu tentei ir atrás, corri atrás dele… O carro surgiu do nada e simplesmente deixou Mel aqui, assim… – eu falei, ajoelhado ao lado dela. Queria tocá-la, mas isso poderia piorar tudo. Aquilo simplesmente não parecia real, não podia estar acontecendo… Certo?

Vi Dan tirar Jessie de perto sob os protestos da mesma, ouvi todos os nossos amigos saindo pra ver o que estava acontecendo, o choque no rosto de cada um. Ouvi Nathan ligando pra emergência. Era uma sensação estranha… Pensar que de todos ali, talvez ele fosse o único que tivesse noção do que eu estava sentindo naquele momento.

-Nick? Nick, hey! – Susan falou ajoelhando-se de frente pra mim, fazendo-me olhar pra ela. Não me lembro de alguma vez tê-la visto com aquele olhar – Você foi atrás? Viu a placa?

-Vi – confirmei ainda sem saber como reagir

-Então a gente vai pra polícia – Nathan falou e eu fiz que sim com a cabeça

-Alguém precisa falar com Elizabeth e Max – ouvi Julia falar tentando manter a calma. Queria responder, queria falar algo, mas tudo se embolava em um nó gigantesco na minha garganta. Eu queria gritar, queria acabar com quem que tenha feito isso com ela, e simplesmente não podia. Me sentia impotente, minúsculo. A ambulância chegou e eu me levantei imediatamente, dando passagem aos paramédicos.

-Quem vai com ela? – um dos paramédicos perguntou

-Eu – falei junto com Nathan e Dan

-Ela veio comigo – Nathan falou olhando pra mim

-Não me peça isso, por favor – pedi

-Eu vou – Dan falou já entrando na ambulância – Você vai pra delegacia com a Susan – ele se dirigiu a mim antes que eu pudesse protestar – E você… Você vai até o apartamento, por favor, alguém precisa contatar Alexia – ele falou para Nathan – Sei que nenhum dos dois querem deixá-la, mas há coisas mais importantes pra vocês dois fazerem nesse momento.

Concordamos em silêncio enquanto as portas da ambulância se fechavam e eles partiam

-Eu preciso…. Preciso li..gar pra tia.. tia Liz – Jessie falou em meio aos soluços

-Jessie, é melhor esperar – AJ caminhou até ela e a abraçou – É melhor ligar quando tivermos uma noção do estado dela e se os ferimentos são severos.

-Precisamos ir para a delegacia – Kevin falou tocando meu ombro – Agora.

-Eu vou com vocês – Jessie falou tentando conter o choro

-Não, você fica – Nathan orientou – Você precisa se acalmar, por favor.

-Não posso ficar aqui, preciso fazer alguma coisa – ela falou em desespero.

Nathan convenceu Jessie a ficar em casa e pediu que os pais dela, Rosie e AJ ficassem de olho. Brian e Nina foram para o hospital e Nathan partiu para o apartamento onde Mel estava vivendo.

Susan, Kevin e eu partimos para a delegacia e lá passamos as mais longas e infernais horas do dia.

 

Nathan

 

Já vi e vivi muitas coisas, nada se compara ao que eu senti quando vi Mel estirada no chão, inconsciente. Tentava me conter, tentava raciocinar e manter a calma pra dar essa notícia a Alexia, mas estava cada vez mais difícil.

-Atropelada?? – Alexia perguntou levando as duas mãos a boca – Como isso aconteceu?

-Acho que houve alguma discussão, algo aconteceu entre ela e o Nick – falei lembrando de quando ela correu para a rua – Ela saiu correndo e ele foi atrás dela. Ouvi o grito dele, mas quando eu cheguei, ela já estava jogada no chão… Ele ao lado dela, sem reação.

-Nathan, eu sinto muito – ela falou vindo até mim e me dando um abraço. Retribui o abraço dela e, pela primeira vez depois que tudo aconteceu, me permiti sentir e chorei.

-Nick, Susan e Kevin foram pra delegacia, Jessie está fora de si... – falei respirando fundo, cobrindo o meu rosto com as mãos – Ainda temos que falar com a família dela...

-Nathan, calma... Ela vai ficar bem – Alexia falou afagando meu ombro – Mel é cabeça dura, você vai ver.. Daqui a pouco ela já está pronta pra outra.

-Ela não pode morrer – falei sentindo toda a angústia que há minutos atrás eu tentava reprimir

-Hey, Nathan... Para com essas ideias, ninguém vai morrer – ela falou olhando pra mim e segurando o meu rosto – Mel não vai morrer.

O telefone tocou e Alexia foi atender. Era Dan, pedindo que levássemos algumas roupas, porque Mel poderia ficar no hospital por algum tempo. Alexia concordou e disse que estaríamos lá em breve.

-Como ela está? – perguntei olhando pra Alexia

-Ele não sabe, entraram com ela e ainda não apareceram pra dar notícias, vou arrumar as roupas dela e nós vamos pra lá, ok? – ela falou já saindo em direção o quarto de Mel.

 

Dan

 

Poucas são as coisas que me deixam sem o chão, sem saber como lidar ou como agir diante delas. Essa, definitivamente, era uma dessas situações.. Mel é a coisa mais próxima que eu tinha de ter uma irmã. Vê-la nessa situação era enlouquecedor, pra mim.

Sentei-me com Nina e Brian, na sala de espera, conversamos um pouco sobre outros assuntos, todo mundo estava muito nervoso, eu precisava encontrar uma maneira de me manter firme, precisava não pensar sobre isso muito mais do que o necessário.

-Alguma notícia? – Alexia perguntou assim que entrou na sala de espera acompanhada por Nathan

-Não.. Ainda não. – respondi olhando pra eles dois

-Vou pegar um café, vocês querem? – Nathan falou afastando-se um pouco

As horas foram passando e nós continuamos sem notícias. Cada minuto sem notícia aumentava o meu nervosismo. Ainda não havia sequer pensado em como dar essa notícia aos pais de Mel, não queria nem pensar em como eles reagiriam estando tão longe.

Mel estava dentro do centro cirúrgico há pouco mais que 6 horas e seguíamos sem notícia alguma. Nick já estava presente, junto com Susan e Kevin, que tentavam acalmá-lo.

-E na delegacia? – perguntei sentando-me ao lado de Nick, tentando me preocupar com outra coisa

-Registramos a ocorrência e deixamos o número da placa que Nick viu. Aparentemente, aquela placa não existe – Susan respondeu

-E agora? – Nathan questionou com cara de quem não aguentava mais esperar notícias ruins

-O delegado sugeriu que Nick tivesse visto errado, que o nervosismo possa ter atrapalhado no momento...

-Eu sei bem o que eu vi – Nick cortou Susan

-Mas.. Diante da insistência dele, pedimos para que se iniciasse uma investigação. Talvez não tenha sido um acidente – Kevin concluiu e todos ficaram um pouco perturbados com a possibilidade

-Quem tentaria algo contra a Mel? Ela não é o tipo de pessoa que se odeia com facilidade – Alexia falou pela primeira vez depois de muito tempo

-Lara... – todos nós respondemos em uníssono

-Ok, pera aí.. Ela é sua ex namorada, certo? – ela perguntou dirigindo-se a Nick, que fez sim com a cabeça – Entendo o ciúme, entendo que ela seja uma pessoa um pouco louca, mas estamos falando de tentativa de homicídio.

-Também tive dificuldade em acreditar nessa possibilidade, mas não existe outra pessoa que possa querer o mal dela – Nick respondeu

-Vocês falam como se fosse tão impossível.. – Nathan falou rolando os olhos – Ela não é só louca, Alexia, ela é uma pessoa má. Ela conhece quem faria isso, eu sei que ela conhece, e ela não hesitaria em pedir. Parem de tratá-la como uma menina mimada que não sabe lidar com o não. Ela é assim, mas é muito mais perigosa do que imaginam.. – Nathan falou irritado, voltando-se para a janela.

-Isso é loucura… Já se passaram horas e ninguém fala nada, ninguém dá uma notícia sequer! – Nick explodiu de uma vez só

-Nick, se acalma... – Susan pediu em um tom de voz mais baixo

-Como você me pede calma? Eu não tenho nada pra me tranquilizar, não é possível que você ache normal alguém passar tanto tempo dentro de um centro cirúrgico sem ninguém informar o que houve. Sem ninguém informar quão grave é o estado dela! – ele continuou falando alto, visivelmente alterado.

-Nick, por favor... – Kevin se pôs de pé e segurou Nick pelos ombros – Nós todos estamos preocupados, mas você precisa se conter…

-Kevin, ele tá certo. Isso não existe, estamos aqui desde que ela chegou, praticamente e a única coisa que sabemos é que ela está no centro cirúrgico porque foi direto pra lá – Nathan também estava furioso, mas um pouco mais contido que Nick

-Vem um médico aí – falei levantando-me

-Adam?! – Nathan perguntou como quem não acreditava no que via

-Vocês são os familiares da paciente Melannie Baker? – o homem perguntou olhando para Nathan e para nós em seguida

-Mel não tem família na cidade, apenas nós... – Alexia respondeu e ele sorriu

-Entendo… Bem, vou tentar ser breve, vejo que estão angustiados por estarem sem notícias por tanto tempo. Eu gostaria de ter vindo falar com vocês antes, mas a situação dela era perigosa, não podia correr o risco de demorar e prejudicá-la... – ele falou com um suspiro – Meu nome é Adam Keen, sou cirurgião geral e eu acabei de operar a Melannie. A situação dela é delicada. A pancada rompeu alguns vasos sanguíneos na região do abdômen e também houve uma fissura no baço, ela foi operada e o órgão não precisou ser removido, mas ela perdeu muito sangue, por isso vai precisar de transfusões – Adam falou com cautela – Devido à pancada na cabeça, ela teve um traumatismo cranioencefálico, o que causou um edema cerebral.

-Ela vai precisar operar a cabeça também? – Nick perguntou assustado

-Não, ela já foi medicada. O tratamento é feito com medicamentos aplicados na veia, não será necessário mais uma cirurgia – ele falou olhando para Nick – Melannie está em coma induzido, foi necessário entubá-la para diminuir a atividade cerebral para que o cérebro dela se recupere mais rápido.

-Posso vê-la? – pedi com um nó se formando no fundo da minha garganta

-Pode, mas você precisa ser breve… Ela está na UTI e as visitas lá precisam ser curtas, sinto muito – Adam falou

-O que você tá fazendo aqui? – Nathan perguntou, um pouco desconcertado e com um olhar confuso

-Salvando sua amiga – Adam respondeu com um sorriso bondoso

-De onde vocês se conhecem?? – Nick perguntou sem entender nada. Adam olhou de um para o outro e sorriu

-Ele é meu irmão – respondeu simplesmente quando Nathan se manteve calado – Você pode vir comigo. – falou comigo dessa vez

Eu acho que entraria em curto se jogassem mais uma informação dessas pra mim. Depois de ouvir tudo o que havia acontecido com Mel, eu me sentia entorpecido. Não sabia o que esperar e nem sabia como lidar com o que estava prestes a ver. Adam e eu colocamos máscara, touca e uma roupa específica para entrarmos na UTI.

-O que você vai ver não é bonito – Adam me advertiu ao pararmos na porta da UTI – Mantenha a calma, ela precisa se recuperar.

-Ela está desacordada – falei com a respiração pesada

-Sim, mas eu realmente acredito que eles escutam o que estamos dizendo – Adam falou tocando meu ombro – Ela vai ficar bem.

Dei um aceno com a cabeça e então entramos.

Ele estava certo, eu não estava pronto pra ver aquilo. Mel é uma das pessoas mais vivas que conheço, uma das mais importantes e alguém por quem eu tenho um amor imensurável. Como eu poderia estar pronto pra vê-la daquele jeito? Ela estava pálida, entubada, com aquelas máquinas monitorando sua respiração e batimentos, o acesso do remédio que já estava em uma das veias de sua mão direita. Era horrível vê-la assim. Adam incentivou que eu me aproximasse.

Toquei sua mão e meu coração tornava-se cada vez menor.

-Que susto você está nos dando, garotinha... – falei algum tempo depois, lembrando-me de que tinha pouco tempo ali – Não posso ficar muito tempo, mas juro que estarei bem ali do lado quando você acordar. Eu só achei que precisava te dizer que eu te amo e vou cuidar pra que você melhore logo, eu prometo... – falei respirando fundo sem conseguir conter algumas lágrimas que eu ao longo do dia – Prometi aos seus pais que cuidaria de você… Não imagina como me sinto péssimo por ter falhado tanto contigo. Vamos descobrir quem fez isso com você, Mel… Mas nós precisamos que você melhore, ok? – falei tentando sorrir. Adam tocou meu braço, indicando que meu tempo com ela havia chegado ao fim – Eu preciso ir agora, mas não estarei muito longe, ok? Amo você. Por favor, melhore logo.

Saí da UTI acompanhado de Adam e foi aí que eu caí no choro.

-Você não devia se culpar assim, ninguém poderia prever o que aconteceria – Adam falou enquanto eu chorava com as mãos no rosto – Não deveria se privar de sentir também. Ponha pra fora, não pode ajudar seus amigos com tanta coisa ruim dentro de você.

-Você deveria conversar com o Nathan – falei respirando fundo, tentando me recompor – Ela é importante pra ele também…

-Eu vou. Na hora certa eu vou – ele falou me olhando tranquilamente – Pronto pra voltar? Eles estão ansiosos por notícias – ele falou e eu concordei. Adam e eu nos livramos das roupas descartáveis que usamos para entrar lá, sequei meu rosto e então voltamos para a sala de espera.

Não tinha muito o que dizer, mas falei o que pude. Nick foi o primeiro a me abraçar, Nathan se manteve distante por um tempo, mas não tardou a deixar a sala. Todos estavam preocupados, mas talvez eles fossem os dois únicos que realmente entendiam o meu desespero.


Notas Finais


Espero que gostem! <3
Não esqueçam de comentar, adoro as reações de vocês ahahaha <3


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