História Dreaming - Just kiss me baby and tell me twice

Nick P.O.V

— Sete meses? Isso é serio?

Eu não posso medir o nível da minha revolta de tão perplexa que eu estava e processar a informação que eu tinha acabado de ouvir estava sendo no mínimo inconcebível.

— Se não tiver atrasos no processo, esse será o tempo mínimo previsto e um ano e meio no maximo — Não sei o que responder para o Lian.

Minha cabeça estava parecendo uma bomba relógio ao ouvir que ainda teria que continuar com essa farsa por sete meses ou até mesmp um ano e meio, como se já não bastasse ter que acordar cem o telefone tocando, fazendo de tudo para fugir da minha amiga, e vir para o escritório após o nosso infeliz incidente já que Lian tinha ligado avisando que tinha novidades.

— Vai ser tão torturante assim? — Me deu uma seria vontade de fuzilar o olhar sugestivo do advogado.

— Se não fosse uma situação desconcertante eu estaria radiante, querido, soltando foguetes para todos os quatro cantos do mundo gritando que eu me casei com o meu melhor amigo. — Bufei com as mãos na cabeça enquanto fitava o chão, como se nele estivesse a solução para os meus problemas bem diante dos meus olhos.

— Nick?

Olhei para ele e ele me olhou com os olhos franzidos.

— O  que?

— Seu celular esta tocando, não ouviu? — Ele franziu o olhar mais ainda. Abri a bolsa que estava no meu colo e atendi já retorcendo o rosto. Mais problemas. Que ótimo, constatei minhas suspeitas quando atendi.

— Eu já liguei mais de quatro vezes pra lá e ninguém resolve, só você mesmo.

— Pelo telefone não dá Michele?

— A sua chefe de RH disse que não. — Droga, pensei quando coloquei a mão na cabeça. Problemas demais nunca é o bastante.

— Já reservei um voo, sai hoje a tarde. — Sorri. — Sei que você não pode viver sem mim, eu sou demais eu sei.

— Você é convencida isso sim, Michele. — Nós duas sorrimos.

— O que houve? — Bruno perguntou quando eu me levantei.

— Eu preciso resolver algumas coisas em outra cidade.

— Como iremos fazer já que as suspeitas sobre nós já estão praticamente confirmadas. — De braços cruzados ele questiona.

— Então estamos fazendo um excelente trabalho, eu sempre soube que meu melhor forte era atuar, mas por hora senhores eu tenho um voo marcado para daqui a pouco. — Bufei pegando minhas coisas.

— O que é?

— Ah... meu maridinho curioso, vou desarmar mais uma bomba já que todas elas parecem querer detonar agora e só eu posso desarmar, eu mando noticias. —Joguei um beijo no ar para ele com ar cômico, a desgraça já estava feita, chorar agora não resolveria nada. Sai logo em seguida e peguei o meu carro no estacionamento.

Não sei se eu acho isso bom ou não.

O L.A.X estava como sempre, movimentado, e no avião eu coloquei os fones de ouvido esperando que mais esta bomba não matasse ninguém, principalmente eu. Michele mandava algumas mensagens enquanto não tínhamos levantado voo ainda.

Além das paredes da N.T localizada na movimentada  Times Square, alguns dos que trabalhavam comigo estávamos debatendo o que faríamos mediante a isso, tentei ao máximo me concentrar na N.T enquanto eu ouvia os empecilhos os quais eu já tinha sido brevemente informada só que agora com detalhes e explicações, não que a minha filial nova-iorquina estivesse indo de mau a pior, era mais uma questão interna, na realidade quem cuidava daqui era eu antes de ir para a Califórnia e fora justamente esse progresso que alavancou a viagem para Vegas que resultou na minha catástrofe atual.

Bruno P.O.V.

— Eu estou morrendo de dor de cabeça, Bruno, por favor. — O resmungo da Nick me faz sorrir.

— É serio, é sobre o divorcio, eu queria falar com você, onde você esta? — Insisti.

— Não poderia dizer por telefone mesmo? — Ouvi algumas vozes através do telefone e ela respondeu alguém. — Eu já vou, pensei que estava decidido que eu ficaria acorrentada a você por mais tempo, faltou alguma cosia?— Sorri com a sua ironia e resolvi entrar no jogo.

— Nada, faltou as algemas que você não levou e o GPS.  E esta, mas eu queria ver você. — Sorri sem jeito. — É a Michele que esta ai?

—Também,  eu vim pra cá pra resolver os conflitos , já que eu tive que dar um jeito aqui, antes que vire bagunça. — Pude ouvir ela sorrir.

— Quando você volta?

— Até tudo se resolver, não sei.

Ficamos em silencio um tempo apenas ouvindo a respiração um do outro.

— Bom, qualquer coisa é só me ligar ok?

— Eu sei, obrigada, boa noite Bruno.

— Boa noite Nick.

Soltei o ar com força depois de desligarmos.

Não demorou muito para que o Phill invadir a minha casa.

— Você é abusado não é mesmo?

— Eu já sou da família, formalidades não são necessárias. — ele sorriu e eu coloquei o telefone em um canto qualquer do meu quarto.

— O que você quer ?

— Você anda mais em Marte do que de costume, o que foi agora?

— Nada.— Chacoalhei os ombros na tentativa de dissipar aquele principio de conversa.

— Ah vamos lá, você anda pensativo todos esses dias, e quando um de nós questionamos, você  não diz, não somos mais amigos? — Revirei os olhos.  E la vem chantagem emocional.

— Claro que somo Phill, que besteira.

— Então o que? É pela Scarlet ter ido embora ou pelo que ela disse?

— Claro, claro que não, por ela eu só posso sentir pena, me difamando para poder se promover e colocando a culpa na Nick. — Eu disse estridente.

— E então o que? É pela Nick? A Scarlet esta certa?

Eu pensei em não dizer, afinal o combinado era esse, mas ele era meu melhor amigo e se eu escondesse isso das pessoas que eu gosto eu iria enlouquecer mais cedo ou mais tarde.

Preferi enlouquecer.

— Eu não sou idiota a ponto de não ver o quão você gosta dessa moça. — ergueu a sobrancelha sugestiva e eu neguei imediatamente.

— Phill por favor, claro que eu gosto, acontece que não é assim como você esta pensando.

— Então como? Por que você esta tão ligado no Ryan ultimamente andando pra cima e pra baixo?

Resolvi brincar um pouco para desconversar.

— Ciúmes agora? — bati em seu braço e ele sorriu.

— Um pouco. — Sorrimos com a sua confissão.

Eu tinha medo de admitir pra mim mesmo que ele estava certo, que loucura.

Como a insônia consumiu metade da minha noite eu estava cogitando a hipótese de ir para New York encontrar com ela. Pela manhã tratei de ligar para a Michele já que tinha o numero dela quando a Nick não me atendia.

Nick P.O.W.

— Eu não quero ser obrigada a servir de juiz de UFC aqui por causa de problemas internos, quando eu deixei a cidade eu deixei tudo na mais perfeita ordem , tanto que a razão pelo meu retorno é a falta de profissionalismo de vocês, e esse tipo de coisa é inadmissível para uma empresa progredir, seja ela de qual área for. — Eu colidia o bico da caneta dourada cintilante na mesa de reuniões enquanto desferia olhares a todos naquela sala  após mais um dia de discussões que não haviam levado a lugar algum.

Michele costumava dizer que eu era louca até um certo ponto. Mas quando se tratava de trabalho eu mudava completamente, como se eu tivesse uma dupla personalidade.

— Eu dou a vocês, mais um dia, ouçam bem, mais um dia, pra vocês encararem as coisas seriamente assim como elas são, se eu ouvir mais uma vez que vocês querem mesmo encher os meus ouvidos com “argumentos”. — Fiz as aspas com os dedos e apoiei as mãos na mesa.

— Que sejam com argumentos reais e plausíveis. — Deixei a sala ouvindo os burburinhos dos meus futuros ex funcionários, porque se isso não for resolvido do jeito mais civilizado eu vou ser obrigada a demitir por justa causa o meu diretor de operação e o meu CCO (Chief Communications Officer  que era responsável pelas relações da empresa com a imprensa.
 
— Não acredito que mesmo depois de tanto tempo aqueles dois não esquecem aquela bobagem. — Michele comenta enquanto andávamos na calçada.
— Eu sinceramente não ligo se isso não afetasse a minha empresa, mas isso afeta e me aborrece.
 

Eu estava exausta e tudo que eu queria era a minha cama quando chegasse no meu apartamento que não era tão longe de lá, dava até para ir a pé mesmo, e foi o que eu fiz enquanto tentava a todo custo esfriar a cabeça. O ar nova-iorquino era agradável aquele momento, um friozinho delicioso enquanto as pessoas pesavam por todos os lados e os carros tomavam conta das ruas e os telões por todas as partes anunciavam lojas e mais lojas e as musicas animavam as ruas.

— Nicole? Michele?

Mesmo com os óculos escuros diante dos olhos apoiados no nariz eu o vi diante de mim e eu confesso que eu senti minhas mãos soarem dentro do sobretudo branco que eu tinha sobe os meus ombros que guardava o vestido da versasse que eu tinha junto com uma boina também branca na cabeça.

— Bruno, o que você...?

— Eu disse que queria ver você, pra onde vocês esta indo?

—Pra casa, sai de uma reunião cansativa agora, quero mais é dormir. — Confessei quanto andávamos calmamente. Michele apenas observava, talvez pra sondar a gente.

— Quer dar uma volta comigo? . — franzi o cenho e ele ergueu as mãos .— Só uma conversa, você saiu tao apressada de L.A que nem conversamos direito.

— Ihhh estou vendo que eu vou só segurar vela, não, licença, esta ai um cargo que não é pra mim, eu vejo você no apartamento tá Nick?

—Esta certo, descansa Michele, você merece. — nós sorrimos e ela se afastou calmamente.

— Ok. — Me dei por vencida já me direcionando a ele.

— A Michele esta suspeitando do que estamos juntos. —  Comentei sorrindo . 

— Assim como o Phill, todos estâo suspeitando . — Ele sorriu. 

— Vamos confirmar o que já é suspeito, se não o tempo só vai parecer mais longo. — Eu ainda saboreava o sorvete delicioso que acabara de comprar e ele o dele, pensei bem, não seria má ideia, quanto mais rápido acabar com isso melhor.

—Você disse que sempre quis ser atriz, vamos ver se é boa mesmo. — Brincou enquanto caminhávamos em meio as arvores ao entardecer em um dos parques extensos da cidade.

— Bobo, mas sim, concordo, precisamos ver isso logo, estou louca pra acabar com isso. — Espremi minha frustração.

Ele apontou para a própria boca com um sorriso de criança no rosto. E eu constatei que tinha gasto chocolate no rosto.

— Nossa. — quanto mais eu tentava limpar, mais sujo parecia estar e isso arrancou risadas de nós dois.

— Espera, deixa que eu limpo. — Com o sorriso ainda em sua face ele traçava meu rosto gentilmente e cuidadosamente para limpar o meu deslize. Como ele já tinha terminado o seu, ele segurou minha bochecha com a palma de uma das mãos e com a outra ele limpava meu rosto, mas a cada segundo a sua aproximação era mais nítida até que a mesma foi rompida.

Era como se não tivesse como evitar que as energias dos nossos lábios se provocassem, e o beijo acabava criando vida própria pode-se dizer assim enquanto os nossos rostos mudavam de rotação desmedidamente e as nossas bocas convidavam-se para uma dança real. Até que alguns sons chamou a nossa atenção.

Hey pretty baby with the high heels on

You give me fever like I've never ever known

You're just a product of loveliness

I like the groove of your walk, your talk, your dress

I feel your fever from miles around

I'll pick you up in my car and we'll paint the town

Just kiss me baby and tell me twice

That you're the one for me

Ei beleza com o salto alto

Você me dá uma febre como eu nunca tive jamais conhecido

Você é apenas um produto de graciosidade

Eu gosto da levada do seu andar, seu falar, seu vestir

Eu sinto sua febre a milhas ao redor

Eu pegarei você em meu carro e nós vamos pintar a cidade

Apenas me beije querida e me diga duas vezes

Que você é única para mim

The Way You Make Me Feel