História Drinking to forget you - Drinking to forget you

Sentiu o corpo ceder e caiu no sofá da sala.

"Merda..." pensou ao olhar a tela pouco iluminada do celular.

*MSN : Maggi Hunters - 23:52*

~ Ei? Cadê você? N te acho aqui!

*MSN : EU - 23:52*

~ Fui pra casa.

Desligou o celular antes que alguém lhe procurasse novamente.

Reclinou levemente a cabeça para trás apoiando-a no sofá.

Uma por uma, as lágrimas que segurou durante todo o dia deixaram sua maquiagem borrada.

Ainda não podia acreditar que ela havia ido embora...

O pior é que não acreditava na falta que Ally faria...

Se levantou e foi para seu quarto. Encarou a figura que aparecia no espelho (Ela própria).

Parecia cansada... Mas não feia. Usava uma maquiagem um tanto chamativa, mas não exagerada. A blusa preta com decote em V de mangas e estampa "LIVE IN THE NOW" estava um pouco amarrotada. O shot azul claro curto lhe lembrava de como havia conhecido Ally.

Foi até a cozinha e pegou uma garrafa de vodca. Encheu um copo e entornou. Seus lábios se retrairam pelo gosto de vodca pura. E seguida, mais lágrimas.

Deixou seu corpo se encostar no balcão da cozinha e deslizar até o chão, com a garrafa na mão.

Sentiu, mais um vez, o corpo ceder e caiu para o lado apoiando a mão no chão.

Os cabelos ruivos estavam uma bagunça. O corte estava horrível e não tivera disposta para cortar fazia tempo.

O telefone fixo da sala tocou. Tocou. E tocou até cair na caixa eletrônica.

~ Holli? É a Ally... Eu nem sei se deveria estar te ligando. Bem... Maggi pediu pra eu falar com você. Tem que seguir em frente, Holli. Tem que conhecer pessoas novas... Tem que me esquecer. Holli? Está ai?~

E desligou.

Aquilo a atravessou como uma faca.

Se sentou novamente no chão da cozinha. Virou a garrafa de vodca de uma vez. Só parou de beber quando começou a tossir cuspindo um pouco da bebida.

Se levantou cambaleando, claramente bêbada. Não iria trabalhar no dia seguinte. Com certeza não.

A porta de entrada do apartamento se abriu. Kara entrou olhando para os cantos.

"Merdas..." Sussurrou ao se lembrar que a melhor amiga tinha uma cópia da chave do lugar.

Kara foi até ela correndo a segurando, antes que ela caísse.

- Oh meu Deus, Holli... - Disse ao ver a garrafa quase vazia no chão.

A levou para o banheiro, a ajudando a se despir.

- Desculpa... - Disse, quando a outra estava só de calcinha e sutiã embaixo do chuveiro ainda desligado.

- Mas que porra, Kara! - Holli gritou ao sentir a água gelada a atingir.

Estava muito fria... Mas era necessário. Despois de uns 30 segundos, Kara foi esquentando a água aos poucos, com medo de choque térmico.

Ligou a torneira da banheira, esperando que ela estivesse cheia.

- Kara...

- Sim?

- Ela vai voltar, não vai?

- Não... Eu sinto muito. Mas ela não vai voltar. Você tem que aprender a viver sem ela de novo... Eu sei que foram 2 anos você duas... Mas tem que aprender e... - Foi interrompida pela outra a puxando pra cima.

- Que bom que ela não está aqui hoje... Se não eu ia viver torturada por não fazer isso... - Disse selando os seus lábios em um beijo doce e suave.

- Holli! Não! Você está bêbada... Sabe que está fazendo isso por causa da vodca.

A outra não respondeu. Só deixou seu corpo atingir o chão devagar, se escorrando na parede e chorando.

- Venha...

Disse, levando Holli até a banheira.

*You're gone and I gotta stay high all my life to keep I miss you...*

Na manhã seguinte, Holli acordou com uma tremenda dor de cabeça.

Kara estava ao seu lado na cama. Descoberta e com as mesmas roupas que saiu de casa.

Se levantou e viu como estava vestida pelo espelho enorme. Usava uma camisa longa. Só.

Na semana que se seguiu, não conseguia parar de pensar na maldita mensagem de voz de Ally. Era dolorido...

Sua rotina se baseou em trabalhar 2 vezes por semana (o que já era costume) e beber todos as noites da semana. Depois, sempre acabava na cama com alguém. Ultimamente nem ligava quem...

Só queria fazer algo. Qualquer coisa. Estar sóbria a fazia pensar em Ally. E quando era Ally, ficava remoendo o maldito beijo em Kara.

Primeiro, ria como nunca quando bêbada.

Depois, passou a beber o bastante para dar PT e ir pra casa nos braços de Kara.

Se divertir não era uma opção... Era a única forma.

Ir para casa sozinha era a mesma coisa de se sentir vazia.

Mas... Mesmo se divertindo, bebendo, dormindo com pessoas diferentes a cada noite, ainda sentia vazia.

Não era uma opção se se rir vazia... Era algo inescapável...