História Driving All Night - Imagine Jackson - Capítulo Único - Driving All Night Like Ever

— As melhores pessoas na vida são livres, Min Hee. — terminei de passar o batom, sorrindo para minha prima e dei um beijo em sua bochecha, despedindo-me da mais nova — Vou indo, se cuide.

— Pode deixar, Unnie. — balançou a mão, e saí de casa rapidamente, vendo Jackson escorado no seu carro. Me aproximei, sua mão entrelaçou a minha calmamente e sorrimos. Senti seus lábios beijarem minha bochecha e passei a observar o chinês detalhadamente. Sua pele um pouco bronzeada, os olhos puxados, a boca carnuda e rosada, os cabelos tingidos de loiro escondidos por um boné. Ele estava sério, porém continuava imensamente lindo. Usava uma camisa de mangas 3/4 branca um pouco longa, calças pretas com rasgos pequenos nos joelhos e um tênis branco. 

— Está linda, (S/N), como sempre. — elogiou abrindo a porta, e entrei logo após.

— Obrigada. Digo o mesmo de você, Oppa. — ele assentiu sorrindo e entrou, ligando o carro e passou a dirigir pelas ruas agora tão movimentadas de Seoul. Durante o dia não tinha muitos veículos circulando pela cidade, já que grande parte da população preferia o metrô e os ônibus, já que a estrutura aqui é maravilhosa. Porém a noite, várias pessoas decidem aproveitar seus veículos, felizmente a segurança aqui é boa o suficiente para não ter riscos de algo grave acontecer. Bom, risco até tem, mas é bem baixo.

Conheci Jackson Wang no colégio, estávamos fazendo o segundo ano e nossa amizade a cada dia se fortalecia mais e mais. Ás vezes fazíamos algumas brincadeiras sobre o fato de que daríamos um casal perfeito, mas nunca tivemos nada. Fora que há alguns meses trás ele começou a namorar uma tal de SooYun. Conheci ela uns dias atrás, a garota é aquele tipo de pessoa que quando está perto do namorado é um anjo, mas é só ele sair pra ela espalhar seu veneno. Entretanto, se tem uma coisa que não posso negar é a tamanha beleza da coreana. Ela tinha 19 anos, era uma típica coreana invejada.

Sua pele era clara e sem nenhuma marca ou espinha, seus olhos puxados eram mais arredondados, a boca pequena e rosada. Cabelos castanhos longos e lisos, magra e usava roupas claras e fofas, literalmente, muito bonita. Isso me deixa um pouco frustada, afinal, não conseguia ser fofa como ela e era estrangeira. Sei que Wang não tem muito interesse em ocidentais, então acabo sempre ficando chateada por pensar nele o tempo todo.

Ele continua dirigindo focado na estrada, ligo o rádio um pouco entediada. Tocava When You're Gone da Avril Lavigne. Comecei a cantarolar e pude perceber ele me olhar de relance. Continuei cantando baixo, olhando pela janela. O tempo estava começando a ficar gélido, parecia que iria chover a qualquer momento. Senti os movimentos pararem, mas ele deixou o farol acesso. Desci do carro, observando o lugar onde ele tinha parado e percebi que era como uma ladeira, dava para ver Seoul inteira dali. Suspirei, me sentando na grama fresca e olhei para a cidade lá em baixo. Era, sem dúvidas, uma beleza artificial. Mas ainda sim linda. 

— Você vai esse ano? — sabia muito bem do que ele estava falando. A nossa faculdade tem o costume de reunir os alunos na noite de ano novo, para comemorarem juntos e poderem "se conhecer" melhor. O chinês se sentou ao meu lado, olhando na mesma direção que eu. A grande e bela N Seoul Tower.

— Ne. Vai levar a SooYun? — abracei minhas pernas e deitei a cabeça sobre os joelhos, ainda observando a paisagem.

— É, vou sim. Desculpe, eu sei que você não gosta de ir sozinha e...

— Vou com o Mark. — o cortei antes que terminasse de se desculpar. Mark era bonito - não que isso contasse muito, inteligente, fofo e engraçado. Talvez devesse o dar uma chance, afinal, Jackson é impossível e devo o esquecer. Sim, eu gosto do meu melhor amigo. E sim, estou na friendzone. Minha sorte é que ele não sabe. Apesar de tudo, odiaria perder a amizade de Wang.

— O quê? — focou seus olhos escuros em mim, dei de ombros.

— Ele me convidou e eu aceitei. — simplista, passamos mais um tempo ali em silêncio e voltamos para dentro do seu carro, ele voltou a dirigir. Afinal, é isso que fazemos. Dirigimos a noite toda, para depois chorar sozinha em meu quarto.