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História Drowning Lessons - Ludovico Markov, aquele que nunca aparece.


Escrita por: littlezackary

Notas do Autor


Oi Oi pessoal.
Adoro os comentários que vocês fazem.
Vou respondê-los amanhã, okay?

Capítulo 10 - Ludovico Markov, aquele que nunca aparece.


Eu havia reparado em uma coisa: Ludovico, um dos moradores do edifício, nunca aparecia.

Era algo curioso.

Estava sempre indisposto ou com dores. Angelina falou que era pela razão de que ele era russo, e que não lidava muito bem com tempo quente.

As quartas feiras era o dia em que todos se reuniam para jogar baralho.

Naquela quarta em especial, eu pude conhecê-lo.

Robusto, quase careca. Branco como a neve e olhos mais cristalinos que as águas das ilhas Malvinas.

Usava luvas, como um louco. Segundo Angelina, essa fora uma mania adquirida durante quase toda sua vida, ao que trabalhava como mordomo, para um grande empresário russo.

-Jam... Preciso checar as filmagens da noite passada.

- Aconteceu algo suspeito? – Ela falou vestindo o roupão de seda.

-Aconteceu. Mas não com eles, mas comigo.

Ela me olhou, preocupada.

-Quando chegamos daquela maldita festa, eu não me lembro de muita coisa. – Continuei falando baixo, pois o nosso apartamento estava sendo vigiado na base do outro lado da rua. – Mas eu simplesmente acordei no apartamento do tal de Gerard.

-Gerard, o do apartamento 20?

-Sim... Eu preciso saber como eu cheguei lá. Jamia, o apartamento daquele cara é bizarro. Cheio de quadros malucos, com uma decoração de capela de cemitério, só indo para ver.

-Então vamos checar as filmagens para entender o que aconteceu...

Ela abriu o notebook e acessou as pastas onde as filmagens eram armazenadas. Mandamos uma mensagem para a base do outro lado da rua, para que mandasse as filmagens de toda a noite passada. Em poucos minutos as mensagens vieram, só que criptografadas.

O pessoal da inteligência era assim:” somos agentes inteligentes então, sempre vamos dificultar o processo para vocês”

Levantei do sofá e fui até a janela, e como em um ato infantil, destaquei meu dedo do meio para eles, que logo mandaram outra mensagem, só que desta vez sem chaves de codificação.

“Que feio, o que a Morrison acharia disso?”

Então eu havia me dado conta de que eles também tinham câmeras escondidas no jardim, e que usariam isso contra mim de propósito. Para sempre.

-Okay, sorte sua que antes da Narcóticos tentei entrar para CSA e para o FBI, e tenho base de mensagens criptografadas. Agradeça-me com um bom pote de típico brigadeiro brasileiro, obrigada.

Revirei os olhos voltando ao sofá.

-Conseguiu?

-Quase. Você deveria comer algo. E pelo jeito não dormiu não foi, onde consegue tanta energia?

-Curiosidade, eu acho.

-Oh, está aqui! – Ela se animou, ao ver que as imagens começaram a se reproduzir no média player do notebook.

Lá estava eu, sentado no sofá com aquele terninho justo de festa. Jamia foi ao o banheiro, e logo eu tirei os sapatos e deitei. Fechei os olhos, com o braço apoiando a cabeça.

Passaram-se alguns minutos, e eu continuei daquela maneira.

-Acelera a imagem. – Pedi.

A verdade era que eu sou péssimo com coisas tecnológicas. Eu costumava brincar que, eu sou um agente de toque. Tenho que estar lá presente, tocar, cheirar e sentir, para tirar minhas conclusões.

De repente eu abri os olhos, e sentei. Mas não da forma preguiçosa que eu sempre acordava no meio da noite ou pela manhã. Eu estava ereto, como um ventríloquo.

Levantei, e fui até a porta.

-Corte para as nossas câmeras, a partir das três horas da manhã. Apartamento numero 20.

Na imagem eu entrava tranquilamente no apartamento de Way, sentava no sofá.

-Não sabia que Gerard gostava de deixar a porta aberta. – Jamia comentou por alto.

-Estranho, não acha?

-Mais estranho que você agindo desse jeito, não. Olha você levantou do sofá, está indo para o corredor... – Ela cortou a imagem, e logo foi para o primeiro quarto.

O quarto dele.

-Frank, o que você foi fazer naquele quarto?

-Acha mesmo que eu sei?!

-Olha só, você ficou paradão no pé da cama dele...

-Mas que merda é essa?!

Eu tentava entender porque eu estava ali. Não fazia sentido.

-Isso parece atividade paranormal em Tókio... – Jamia falou rindo. – Frank...

-Oi.

-Você não está possuído, não é?

-Acredita mesmo em demônios?

 -Depende... Você é sonâmbulo?

-Ham, não. Nem tenho tendências a isso.

-Frank, não se preocupe. Isso não foi nada além de uma crise de sonambulismo. Você mal dorme, talvez seja isso que esteja lhe afetando. Agora durma, mais tarde temos um baralho para jogar.

-Talvez finalmente conheçamos o tal Markov.

 

Era noite, e estava tudo escuro. Eu não sabia onde estava.

Havia cheiro de mato e um cheiro muito forte de rosas.

Eu estava nu?

Andei um pouco, e senti folhas secas debaixo de meus pés, úmidas mas secas. Eu estava saindo em meio as árvores, então vi Jamia.

Jamia e Gerard.

Estavam se tocando de forma erótica, enquanto ela segurava uma taça de vinho nas mãos.

Ele me viu, e olhou sedutor.

Eu fiquei nervoso, pois eu queria estar lá também. Fazer parte daquilo. Seus olhos infernais me chamavam, e eu não pude resistir.

Andei um pouco e Jamia me acolheu naquele abraço cheio de toques sensuais. Gerard passava sua mão direita nos seios dela, enquanto seu polegar da mão esquerda passeava pelos meus lábios, em meio aquela penumbra.

Ele se aproximou e me beijou.

Era como se aquela fosse a minha realidade. Era como se eu não fosse um policial investigador; como se não houvesse um assassino de mulheres;  como se não existisse o Green Palace. Era um mundo a parte; um mundo que eu gostava de estar.

E eu estava gostando?

Eu estava adorando beijá-lo.

Ali não era um tabu beijar um homem. Principalmente um homem como Gerard.

Ele tomou meu pescoço com seus lábios... Aquilo fez meu corpo incendiar...

Ele não tinha seios como o das mulheres; nem curvas para passear, mas a ideia de seu corpo no meu, me deixava em febre e fazia meu sangue circular descontroladamente.

-... Frank... – Sua voz era rouca e cheia de desejo.

-Frank... – Jamia murmurou...

-Oh Frank...

-Frank...

...

-Frank?

Jamia estava tão perto do meu rosto, que tomei um susto e saltei do sofá.

-O que foi?

-Sei lá, você estava gemendo meu nome... Oh! Não me diga que estava tendo sonho erótico comigo?

-Estava sim... – Levantei e fui até a janela tomar o ar da noite. – Mas não era só com você...

Ela me olhou ansiosa, esperando que eu falasse.

Mas claro que eu não iria contar para ela minha fantasia gay. Quer dizer, não fora uma fantasia.

Foi apenas um sonho.

-Não vou te contar quem é. Mas tem algo que eu quero te contar... – Fiz um gesto para que ela se sentasse. – Hoje, pela madrugada eu... – Comecei a ficar constrangido. – Eu e a Kelly, nós...

-Não... – Ela me olhou mais triste do que decepcionada. Seu olhar era de mágoa. – Não era você que não se envolvia com ninguém?!

-Jam eu...

-Você o que?! Viu uma loira, com a bunda maior e não resistiu?!

-Não eu...

-E eu achando que fui indiscreta; e você se envolve com a primeira vizinha gostosinha que encontra! – Saiu e bateu a porta com força enfurecida.

Eu realmente não esperava aquela reação de Jamia. Esperava piadinhas, chacotas.

Mas ciúmes?

Nunca imaginaria.

 

Salão de interação, Green Palace.

Muitas mãos sobre a mesa.

Anéis de ouro branco, pulseiras de ouro 24 kilates, colar de pérolas e todo luxo em grife que aquele edifício representava.

Cartas na mão. Cartas na manga.  E todo blefe que aquilo representava.

Sorrisos falsos, sussurros divertidos.

Álcool no sangue.

Os olhares de Gerard; Kelly.

A repulsa de Jamia.

Os charutos sobre a mesa ao lado; o Martine em minha mão.

O cigarro de anos 20 da senhora Green.

A nicotina...

Vícios da minha juventude, que morreram afogados junto a ela.

A mesa de fundo verde e aveludado; o lustre de cristais sobre nossa cabeça...

E Ludovico sentado logo a minha frente com suas luvas brancas e cabeça de centro brilhante pela calvície, olhos azuis avulsos e vorazes.

Como uma águia.

Seus gestos me remetiam à frieza. Algo fora do comum.

Uma alma de assassino de animais, decerto.

-Uh, minhas cartas são ótimas! – Kelly exclamou apertando aqueles malditos seios dentre seus braços.

Eu jurei a mim mesmo que, nunca, nunca mais chegaria perto daquele demônio aloirado.

Jamia revirou os olhos, enquanto Gerard parecia se deliciar com a situação.

Eu apenas assistia às jogadas ao lado de Jamia, abraçando-a.

  -Jam... – Gerard chamou.

Ela sorriu.

Jam...

 

-Pegue um charuto para mim, por favor?

Eu não entendia como ele conseguia ser tão galanteador. Até Angelina ficava encantada a cada palavra que ele soltava de sua boca.

Angelina, Kelly, Gerard e Ludovico jogavam par com o baralho.

O jogo insistia em, um par de cada lado, um em frente ao outro. O jogador tinha de observar as cartas tiradas pelo outro jogador ao seu lado, assim, o par que fizesse mais pontos sobre as cartas jogadas na mesa, ganhava.

Tão cheio de blefe quanto o Poker.

Tão ridiculamente entediante, quanto.

Enquanto todos estavam concentrados em suas jogadas, Jamia colocou o charuto na boca de Gerard, que o abocanhou me olhando.

Indecifrável.

Mas o que diabos ele estava fazendo?

-Acho que nossa torta já está pronta! – Angelina decretou, balançando as mãos para o ar.

-Deixe-me trazê-la até aqui, é bom que eu faço um drink... – Gerard se ofereceu.

Ótimo.  Além de pintor; poeta; escritor; artista circense,;era barmen.

Ótimo.

-Frank...

Ah não...

Maldição!

-Pode me ajudar?

Jamia me olhou, dizendo apenas em olhares para que eu fosse ajudá-lo.

-Tudo bem... – Falei me levantando.

Ele sorriu satisfeito.

Entramos na cozinha, e Gerard estava consideravelmente afogado em álcool.

Acho que com a quantidade de álcool que ele ingere por dia, seu fígado pedia arrego.

Talvez esse seja o motivo de seus lábios serem tão descascados e suas mãos descascarem.

-Quero que venha hoje a noite no meu apartamento... – Ele falou tirando a torta com as luvas de cozinha.

-Não tenho nada para fazer lá.

-Aproveite que sua esposa de mentira está com raiva... – Ele falou galanteador e maroto.

Eu realmente queria ter uma conversa franca com ele, saber como ele sabia daquelas coisas. Mas ele era intimidador demais para que fizesse isso. Logo eu, um dos mais corajosos.

-Venha, eu tenho um mundo a parte a lhe mostrar... – Ele se aproximou, me deixando sem saída entre a pia e seu corpo. Passou a mão no meu pescoço, e eu me lembrei do sonho.

-Eu gosto do meu mundo... – Falei nervoso, tentando escapar daquela situação.

-O meu mundo Frank Iero, é muito mais incrível, do que o que você se prendeu.

Foi ali que eu percebi que Gerard Way, me conhecia demais.

Até mais que eu mesmo.


Notas Finais


Novidade?
Novidade!
DL, está sendo exibida também no wattpad, então de vocês quiserem dá um apoio moral pra esse casal está aqui o link:

https://www.wattpad.com/365368509-drowning-lessons-o-homem-da-janela


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