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História Drowning Lessons - A arte de um Way


Escrita por: littlezackary

Notas do Autor


Não sei se falei aqui mas, to sem notebook... Então está bem mais difícil de escrever, eu ainda vou começar dois cursos... Ahhh quero nem pensar. Mas vcs acham q vou arregar? N vou mesmo!

Capítulo 11 - A arte de um Way


"Você acredita em  tudo que te falam?"

Ele me perguntou isso quando subimos as escadas, apressados.

Eu não conseguia aceitar a maneira como ele sempre me abordava. Era inquietante e tentador. Ele se destacava por onde passava, nunca fora despercebido por ninguém. E mesmo eu tendo mil e um problemas para resolver naquele dia, ele tomou minha atenção em especial.

Eu não conseguia dizer que não. 

Todos lá em baixo jogavam ardentemente, e eu apenas queria conhecê-lo mais. Gerard ainda era um mistério.

Ele andava, teatralmente, tocando as pontas dos dedos nas paredes, observando seus desenhos cor ouro com um fascínio de se admirar.

-Certa vez quando criança, não me lembro muito bem, meus pais foram à uma loja de construções para comprar parafusos novos para a estrutura do circo. E enquanto eles ficavam distraídos com a atendente eu me divertia com os papéis de parede que eles vendiam... -Gerard falou, reduzindo seus passos no corredor vazio.

Ele olhava para mim de baixo. Tocava o papel de parede e parecia sentir um prazer imenso com aquilo.

Independente de seu mistério, era fascinante a forma com a qual ele via arte e lirismo em tudo. Até seu tom de voz era poético.

Eu não conseguia me conter diante sua presença. Ele tinha um magnetismo fora do comum.

Gerard era como um vampiro: sempre muito atraente e persuasivo para abocanhar sua vitima.

-Toque. - Ele falou como se fosse uma ordem.

-O quê? - Eu ainda não havia entendido nada.

Ele pegou minha mão e me puxou para mais perto. Sua mão estava suada e gelada. Como se estivesse morto.

Então ele apalpou minha palma com cuidado e começou a passá-lá no papel de parede.

-Sinta... - Ele falou sugestivo.

Aquela, era definitivamente a coisa mais estranha, bizarra, discrepante que eu já havia feito até ali com Gerard Way.

-Gerard... Isso é estranho. - Falei tirando minha mão da sua com violência e me afastando.

-Frankie... Frankito... Sempre na defensiva... Você não se cansa de ser tão careta?

Suas palavras me deram um estampido: Jamia.

Eu deveria estar consolando e me redimindo com ela... Mas não. Me rendi às graças de um desconhecido, que poderia ser um assassino em série subversivo.

Talvez, Jam não me perdoaria nunca.

Ele deu de ombros e continuou sua andança engraçada e cheia de atuação.

Chegando perto de seu apartamento, ele girou a maçaneta e gesticulou com a mão para que eu entrasse.

-Entre, não tenha medo. Não   nada que te mate aqui... - Ele fora sarcástico na sua fala cheia de duplo sentido.

Eu deveria suspeitar?

Entrei hesitante. A sala já era conhecida por mim. Estava tudo quase escuro, mas como hábito de quase todos os moradores no verão, as janelas estavam abertas para a passagem de alguma corrente de ar que diminuísse o calor incômodo.

Ele tiro o paletó do seu terno, e desconectou as abotoaduras de sua camisa social, o deixando de um jeito que eu nunca vira antes: desleixado.

-Quer beber, fumar algo? - Ele perguntou tirando o cristal que tampava o recipiente que mantinha o que parecia uísque, e se servindo.

-Obrigado, não bebo.

Ele revirou os olhos, teatralmente. Se virou para mim como um jato.

Embora fosse instigante estar ali, eu me sentia imensamente desconfortável. Eu não conseguia mover um músculo sequer, e Gerard com aquele olhar misterioso piorava tudo.

-Sabe... - Ele falou sugestivo como se tivesse acabado de ter algum estampido de ideias. - Tenho algo que vai te ajudar muito...

Ele entrou no corredor, e eu pude escutar um barulho de vidros se tocando.

Esse som sempre me deu agonia.

Ele voltou com outro recipiente de cristal e um cálice de bronze.

Eu o achei belo. Um dos cálices mais belos que já havia visto.

Mais bonito que o do museu de arte da Geórgia, em que haviam roubado e eu participei da investigação.

E só mais um detalhe: a ladra era maluca.

Ele jogou o liquido no cálice, que vislumbrado mais de perto, exibia vários anjos lamentadores esculpidos no bronze. Essa visão me trouxe sentimentos ruins.

-Beba. - Ele sorriu de canto. Mas não acolhedor. Assustador. Sombrio. Cheio de facetas.

- O que é isso? 

Claro que eu não iria beber algo sem saber o que é .

-Apenas beba.

Claro que eu iria. Porque o estranho era Gerard.

Bebi. Ou acham que eu não atenderia à uma ordem daquele homem?!

Tinha um gosto geral de frutas vermelhas. Mas o sabor que mais se destacava era o de framboesa e cereja. E outro sabor, desconhecido até então por mim.

Tinha final açucarado, mas o gosto de álcool era nítido.

-Sente-se, vai precisar... - Ele riu sedutor.

Eu não entendia a razão do pedido, era só uma bebida, oras.

De repente, meu corpo começou a relaxar. Senti a necessidade de pender meu pescoço para trás. Abri as pernas, e Gerard se encostou na mesa de bebidas observando tudo com o rosto satisfeito. Eu comecei a ficar grogue. Meus dedos formigavam, meus olhos ficaram pesados.

-... Você... Me...

-Shiu... Apenas sinta as sensações Iero... - Ele falou suave e persuasivo.

-Eu vou te... Matar seu filho da p... - Tentei avançar, mas não pude. Fiquei tonto, a imagem de Gerard era dupla. Tentei me apoiar na mesinha de ouro do lado do sofá, mas acabei derrubando um vaso quase oval preto, que mesmo o tapete não pôde impedir seu estilhaçar por todo o chão.

-...Ah... - Ele falou com um dó superficial. - Ele foi tão caro...! - Fez um biquinho.

Quando eu pensava que a situação estava ruim, sim, ela piorou.

Eu comecei a sentir aquela sensação tão evitada por mim.

A excitação.

Eu pensava: como isso é possível?!

E Gerard apenas me olhava.

Os arrepios continuavam, e aquela sensação de prazer latejava na parte mais irrigada por sangue no meu corpo, e eu me contorcia no chão.

Eu tentava me agarrar em alguma coisa, mas não havia nada além do prazer.

Era como ter prazer sem fluidos.

-Você sabe... - Ele começou a andar triunfante - O prazer e o orgasmo, são sensações totalmente cerebrais.

-...Eu vou... Ohh... Te matar Gerard...!

-Pode gemer, não se acanhe. - Ele sorriu sem mostrar os dentes, de maneira sínica.

Meu Deus eu estava incendiado por aquelas sensações...! Além do prazer, havia a raiva e o impulso do ódio. Eu queria quebrar Gerard em mil pedacinhos...

-Ohhh - Eu fiz o ato involuntário de pender o pescoço para trás.

Gerard se agachou e ficou bem perto de mim.

-Você está quase não é? Olha só como você ta suadinho e molhadinho... - Ele fez chacota. - Tão Vermelhinho...

-Cala a boc... Ohh... Ohh...!

Eu explodi. 

Minha nossa aquilo era tão nojento e bizarro.

Eu fiquei todo sujo de líquido, e Gerard só conseguia rir.

-Admita Frankito, você estava precisando...! - Ele bebericou seu drink.

Eu tentava recuperar o fôlego antes de qualquer coisa.

-O banheiro é logo ali... 

O cinismo do Gerard era definitivamente a coisa mais irritante que ele poderia fazer até ali.


Depois de alguns minutos eu voltei a sala, com o fôlego recuperado e um pouco mais calmo.

Mas a vontade de arrancar a cabeça do Gerard fora, permanecia.

-O que era aquilo que me ofereceu?-Perguntei em tom afetado, enquanto ajustava o cinto do meu jeans.

-Esse será nosso segredo. E se depender de mim, nunca saberá o que é. O chame de:elixir dos Deuses...! - Way respondeu maleável e naquele tom arrastadamente elegante.

-Você é insuportável... - Falei cruzando os braços e observando o vaso quebrado no chão.

- Também gosto de estar com você...

Me torturar você quer dizer!

-Mas venha, vou te mostrar arte de verdade. - Gerard fez um sinal com uma mão e começou a andar.

Passamos pelo corredor quente e mal iluminado. Gerard mantinha sua mania de tocar as paredes com as pontas dos dedos enquanto andava, o que me deixava apavorado porque todo aquele ato dava-lhe um ar doentio.

Ele girou a maçaneta, e eu diria que o que vi era realmente excêntrico.

Folhas de ofício, grudadas com fitas adesivas nas paredes. Algumas com rubricas, outras trajadas de palavras de mau agouro, como "morte" e "sangue". Noutras haviam "as virgens loiras" "batom vermelho". Coisas até ali sem nenhum nexo para mim. Eu buscava uma evidência, mas apenas enxergava loucura.

Alguns quadros cobertos, outros expostos. Tais últimos, em sua maioria, eram de felinos, como gatos. Faces angelicais, que se contrastava com o ambiente escuro e aparentemente mal limpo e cheio de arranhões.

Todos seus quadros até ali expostos tinham arranhões, sejam eles no chão ou nas paredes.

-Você é tão barroco... Qual seu problema com arranhões? 

-Eles estão sempre nos meus sonhos... -Falou sombrio. 

Way era um homem perturbado?

-Bem... - Ele continuou. - Este é meu mais recente quadro... -Tirou o pano cinza, triunfante...

Era uma ruiva de costas, segurando um lençol branco que cobria-lhe apenas as nadegas. Ela olhava, tinhosa e lasciva de perfil com o rabo de olho.

-Essa é Judith, mas gosto de chamá-la de Vadia de Londres. 

Toquei no quadro, e Gerard usava texturas diferentes. O lençol era mais aveludado que a pele, e os cabelos alaranjados tinham uma textura nunca antes visto por mim.

-Ela é uma prostituta. A conheci num bordel fétido quando fui à uma semana de arte em Londres. Você já dormiu com alguma britânica?

-Absolutamente não...

Ah qual é, eu só dormi com uma garota na minha vida, e ela ainda estava morta naquele instante.

-Judith era excelente na cama. Era mais quente do que uma mexicana, que se entope de pimenta e tacos.

-Então, porque a presenteou de vadia londrina?

-Vadia de Londres... - Ele me corrigiu. - Dormimos durante sete noites, ela queria vir para América e eu não queria uma putinha nas minhas costas. Mas a beleza dela é inconfundível. 

-Mas porquê vadia?

-Não é isso que ela é, uma vadia?

-Vadia é sinônimo de preguiça e...

-Oh Frank, por Deus, não me venha com aula de vocabulário. Você sabe que coloquialmente esse termo se adere a essas safadinhas por ai... Vadias! Va-di-as!

Gerard era relamente maluco.

-Não acha seu estilo de arte meio... Pesado? - Indaguei, ignorando todo falatório anterior.

-Pesado... - Ele refletiu consigo. -Pesada, essa é a arte de um Way. Dilacerante, cheia de dor. Intenso e flamejante. Mas desde que você chegou, tudo isso se apagou...




Notas Finais


Gente interajam comigo la no tt :)
To online lá agora @thispoolofblond

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