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História Drowning Lessons - Suíte Bergamasque


Escrita por: littlezackary

Notas do Autor


É HOJEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE

Capítulo 23 - Suíte Bergamasque


Era uma noite comum, em um lugar comum. Todos comiam alegremente na mesa de centro na sala, a lareira estava acesa, e tinha muito gelo lá fora.

O inverno começara, e muitas coisas haviam se encaminhado visando o fato de que eu havia chegado no Green Palace no verão.

Eu não me importava em ter perdido meu aniversário de trinta e dois anos, e já está há seis meses em meio de suspeitos... Eu sempre fui muito altruísta, apesar de toda amargura que exerço ao meu redor, e acho que é isso que me motiva a ser quem eu sou e me arriscar no que faço.

Ser policial não é simplesmente uma profissão. É um dever sério, e que muitas pessoas não têm conhecimento disso. E eu fazia o bem dentro da minha função, por mim e por Kendall que morreu tão jovem e tão tragicamente.

Os cigarros e as bebidas estavam começando à me afetar. Eu tive algumas crises de asma e desidratação em pleno outono/inverno. E a maioria das vezes em que eu consumia esse tipo de coisa, era ao lado de Gerard. Bourbon e Malboro, às vezes misturados à aquelas bebidas estranhas que ele guardava em casa. Acho que ele seguia alguma coisa relacionado a Xamanismo, para ter tantas bebidas alucinógenas e extasiantes.

Depois que saiu da clínica, eu passei a ficar muito mais tempo com ele, e logo após aquele assassinato eu passei a duvidar se realmente Gerard era um assassino.

E sem contar que o cara que matou, fugiu um pouco da linha metódica e organizada do que seria um crime nas mãos de Way. Gerard não jogaria o corpo num estacionamento de um prédio condenado.

Acima de tudo, ele era egocêntrico e impecável. Nunca se colocaria em risco.

Mas eu também tinha que trabalhar com a possibilidade de um impostor. Sempre têm esses doentes que quando um Serial Killer aparece na cidade, eles querem imitar.

Isso me dá nos nervos.

-Okay pessoal, acho que vou deitar... -Alex falou embriagado.

-Mas já?-Jamia fez um biquinho, puxando o braço de Alex.

Os fatos seguintes foram um desastre.

Alex, de tão bêbado, desequilibrou-se com o puxão, e caiu por cima de Jamia. Os dois começaram a rir, com os rostos bem próximos.

E eu... Bem... Segurava dois candelabros em cada mão, cheios de velas.

Eles se olharam...

Descaradamente. Nitidamente eu estava sobrando ali.

-Vocês vão copular na minha frente mesmo?

Eu não costumava fazer aquele tipo de comentário, mas como eu não era o único alterado pelo vinho, ninguém iria se lembrar depois.

-Ham...-Alex pigarreou.-Vou dormir agora.

Ele se levantou, esticando a barra da blusa amarrotada.

Jam também se recompôs.

-Se quiser ir dormir também, Jamia, eu não me importo...!-Falei irônico, dando de ombros.

-Cala a boca Frank...-Ela falou se levantando.

Aqueles dois...

Fiquei sozinho na sala. O que não era uma novidade. Depois de algum tempo sozinho, você se acostuma com a solidão, e ela passa a não ser mais um incômodo.

Eu comecei a lembrar de uma cena que a minha mente projetou durante a leitura de um livro.

"Alguém espia nas trevas"

Não sei porquê eu lembrei da história daquele livro naquele momento, mas ele veio à calhar. Livros policiais, em especial este, se tornavam entediantes a partir do momento que eu decifrava o crime sem nem mesmo ter chegado ao final. O segredo dos romances policiais, são os detalhes óbvios e despercebidos.

Atenção é o segredo.

Era estranha a forma, e a facilidade com a qual eu me distraía. E mesmo estando sempre ocupado, o pensamento de que algo estava faltando na minha vida e rotina, constantemente causava interferência no que eu estava fazendo.

Mas quando se tratava de mim, eu era um mestre em ignorar.

E eu realmente pensava no que eu iria focar quando me aposentar. A única coisa que tinha era o meu trabalho, ele me distraía, dava-me experiências novas... Depois de Kendall... Só o trabalho fez sentido.

E eu poderia ser o corajoso o que fosse... Meu trabalho era meu fiel companheiro e o meu maior medo, era de envelhecer sozinho.

O celular vibrou com uma chamada. Eu pensei três vezes antes de decidir se deveria atender ou não. Toda vez que ele chegava perto, ligava, mandava mensagens, uma notificação mental sempre badalava na minha cabeça. Afaste-se. Mas parecia que eu ficava fora de mim e passava por cima dessas medidas de segurança.

O telefone chamou mais uma vez. Ele não desistiria tão fácil. Para alguns, a insistência é uma dádiva, mas no caso de Gerard era um fardo. Ele não descansava enquanto não conseguisse algo de você, seja isso um sim, ou um não.

Então o telefone vibrou diferente.

SMS

Não era todo mundo que mandava sms à essa altura e com tantos aplicativos à disposição. Mas Way era uma coisa velha ambulante.

E para deixar claro: eu não dei meu número pessoal. Aquele era um número falso, o número de telefone de Thomas.

G.W[00:17]:Boa noite vizinho. Sei que está acordado. Queria te convidar para uma bebida nessa noite fria, que tal?

Eu[00:17]:Não sei... Pensarei no seu caso...

G.W[00:18]:Venha, garanto que não irá se arrepender... Quero ter notícia sobre a procura do meu irmão... Você nunca mais falou sobre ele...

E eu não resistia...

Eu pensava: ah, não custa nada, todos estão dormindo e você está sem sono... Não há nada demais...

E sem nem mesmo respondê-lo, levantei-me e fui até a porta. E não sei bem a razão, mas toda vez que iria me encontrar com ele, não resistia, e sempre olhava o espelho perto da porta.

O corredor estava escuro e frio, havia um que assustador e morbido ali. Fui em passos leves, apesar do carpete, o chão parecia oco e fazia um pouco de barulho que aquela hora da noite seria estrondoso. Mas quando eu comecei a me sentir observado e desconfortável, acelerei e acabei correndo até a porta de Gerard. Bati, e ele abriu.

Estava com o cabelo bagunçado, e usava uma camisa de manga longa e gola alta preta de lã. Sua sala, sabe-se lá porque, estava enfeitada de velas acesas, com castiçais de bronze. A mesa de centro enfeitada com uma toalha tipica do mundo árabe, combinando com as almofadas de sentar ao chão.

Silenciosamente, fez um sinal para que eu entrasse.

-Então quer dizer que me atraiu para o seu harem?-mofei.

Ele sorriu sugestivo com a minha piadinha sem graça. Era de se admirar que ele não iria soltar uma gargalhada, afinal foi uma piada sem sal, vinda de um cara sem sal.

Entrei, meio intimidado. Sempre nos primeiros instantes que ficava perto dele, sentia-me desconfortável, mas depois de algumas trocas de palavras me sentia mais à vontade.

-O que faz à essa hora acordado?-Perguntei, me sentando na almofada larga no chão e apoiei os cotovelos na mesa de centro.

Lúcifer estava debaixo do sofá, e saiu para se roçar nas minhas costas, grunhido manhoso.Virei um pouco o pescoço e o cumprimentei.

-Olá coisa feia...!

Só Deus sabe o quanto eu odiava aquele gato...! Ele tinha pele de lagarto, e estava começando a engordar. Parecia um jacaré que acabara de comer um búfalo e iria explodir a qualquer momento.

-Estou, obviamente, sem sono.-Ele respondeu da cozinha.-Quer vinho?

Eu já havia bebido naquela noite, mas um pouco mais, para esquentar, não faria mal algum, e aceitei.

Ele voltou à sala, com duas taças e um vinho. Sentou-se ao meu lado na almofada árabe com detalhes cor de ouro. Abriu e serviu o vinho.

-Você deu andamento as investigações sobre meu irmão?-Bebericou o vinho.

-Ainda não. Estou ocupado em achar outro cara.

-O que machucou Jamia?

-Sim. Quando eu estiver perto de achá-lo, prometo que vou procurar seu irmão.

-Isso faria eu me sentir melhor.-Ele foi sincero e me fitou.

Olhos de azeite. Transparentes e mortais. Tão perigosos quanto uma curva na colina, o veneno na comida. Um agente da lei, sempre sente uma atração pelo perigo.

Olhos de azeite. Eu via a morte em seus olhos, eu via a maldade, eu só não queria aceitar. Porque eu também enxergava a tragédia e o trauma. Eu via as chamas eloquentes que assolaram sua infância.

Olhos de azeite. Olhos solitários. Olhos poéticos, que até ali eu não havia notado que toda vez que me fitavam eram repletos de paixão e admiração.

Então ele desviou seu olhar para sua taça. Pensativo. E estragou toda a minha análise trôpega pelo álcool sobre seus globos oculares. Decepcionado, decidi me concentrar em outra coisa.

Na mesa haviam diversos queijos, uvas, croissants, e três garrafas de uísque importado.

Ele chacoalhou a taça, cheirou e gargarejou o vinho, e logo após o ingeriu devidamente.

Eu apenas engolia e engolia. Bebia, me embriagava e me sentia cada vez mais vivo. Meu consciente me avisava: não era só vinho naquela taça, havia algo mais.

-Você já chegou aqui meio bêbado não foi?-Ele perguntou calmo, olhando para frente.

-É... Estava bebendo com Jamia e Alex...-Ri, lembrando dos momentos engraçados.

-É uma pena que eles estejam fazendo a festa particular deles agora...-Seu tom venenoso fora aguçado. Ele sempre elevava a voz uma oitava, quando era uma cobra peçonhenta e mal agourada.

-Como assim?-Indaguei confuso, falando enrolado.

-Meu quarto é ao lado de um dos quartos de seu apartamento. Enviei a mensagem imaginando que estaria entediado, depois que comecei a escutar uns gemidos, que com certeza não era você que estava provocando.

Ah não... Era de se esperar que era mais uma de suas armações para me infernizar. Ele brincava comigo. Eu era uma marionete em suas mãos.

-Eles estão copulando mesmo?-Perguntei mais para mim, que para ele.

-Como dois coelhos tarados.-Ele falou com malícia.

Gargalhei. Ele continuou parado.

-Gerard!-Falei constrangido.

-Minha nossa, você parece uma virgem...-Ele falou se levantando, indo em direção à cozinha no intuito de pegar um pão.

Revirei os olhos.

Os comentários de Gerard variavam entre o ofensivo e o pertubador. Sempre.

Ele tornou a se sentar ao meu lado, só que dessa vez bem mais perto.

-Não sei porque fica tão constrangido com meus comentarios...-falou me olhando, com o olhar meio... Fodido.

Fo-di-do.

Ele com certeza bebera antes de eu chegar e com certeza ficara mais bêbado com o vinho.

-Sexo é algo muito intimo. E eu não gosto de constrangir as pessoas com coisas íntimas.-Abaixei meu tom de voz consideravelmente.

-Quanto altruísmo...-Ele sussurrou. Bem perto.-Não se sente incomodado em estar perto de um cara como eu?-Falou baixinho, e me fitando. Aproximando-se. Lentamente.

-Um cara como você?

Eu comecei a ficar nervoso. Eu achava que ele iria confessar ali mesmo, iria me matar, iria avançar em mim... Sei lá...

-Um cara que prefere...-Ele foi se aproximando mais.

-Homens?-Falei trêmulo.

-Exato.

-Você é um colega...-Eu sentia sua respiração.

-Será?-Ele sorriu com lascívia.

Puta sorriso.

Sorriso maldito.

Ele se aproximou e tocou meu rosto com aquelas mãos quentes e grandes. Eram macias, e me transferiram um calor anormal. Sua respiração tinha cheiro de alcoól e era igualmente aquecida. Eu estava tenso e paralisado. Meus olhos ardiam, pois sequer eu conseguia piscá-los. Seu nariz tocou o meu. E então...

E então... Malditamente...

Aconteceu...

Ele me deu um selinho, e eu permaneci com os olhos arregalados e a boca fechada. Eu estava tonto e meio confuso pela bebida, mas fazia tanto tempo que eu não beijava alguém...

Seus lábios estavam quentes, e sua respiração parecia não seguir o ritmo correto. E eu estava apavorado... Meu coração batia à mil...

Então, eu me rendi quando ele se aproximou mais e apalpou minha cintura. Quando sua boca molhada e quente em meio aquele frio se movia contra a minha. Eu sedia. Pois estava inebriado, quase enfeitiçado.

Mas aquilo era estranho...

Ter a boca de um homem na minha, sua lingua tocando a minha e suas mãos quentes me tomando com posse.

Até então eu não havia entendido o tipo de força que ele exercia sobre mim.

Mas com aquele contato, eu havia entendido perfeitamente.

Ele exercia a força sexual, a força da atração. A natureza, até então desconhecida dentro de mim.

Mas a maior culpa daquel beijo era a bebida, e eu sei que sóbrio, eu nunca teria caído na armadilha de Gerard Way.

Eu já não tinha controle de minhas ações. Segurava forte seus ombros, e eu já não era mais eu...

O que eu estava fazendo meu Deus?!

Sua boca era molhada, seu hálito era bom, e eu por algum motivo não me policiava e não parava com aquele ato asqueroso. Movia a língua na dele, sabendo que aquele não era eu, e não conseguia parar.

Apenas quando as coisas estavam subindo para outro patamar e ele interrompeu com um pedido, eu me dei conta do feito.

-Vamos para o meu quarto...?-Ele falou ofegante, segurando meu rosto com as duas mãos.

-Eu... Não...-Fechei os olhos e os apertei, tendo a esperança de que quando eu os abrisse, tudo aquilo fosse um sonho-Eu tenho que ir para casa...

Levantei-me cambaleando e confuso. Eu estava me sentindo enojado.

Eu era um homem! Homens não beijam outros homens droga!

Merda...! Droga!

Até que ponto aquele maldito me levaria? Eu não deveria ter dado espaço à ele...!

-Frank, fique mais um pouco... Eu...

-Vá à merda Gerard!-Gritei.

Saí de seu apartamento batendo a porta, não me importanto com vizinhos ou o escambau. Mas isso me traria problemas no futuro, não por indiscrição e barulhos. O que eu não sabia, era que Jamia e Alex assistiram tudo através das câmeras.

Duas testemunhas, numa obstrução de um policial em uma investigação.

Um crime, que poderia custar minha carreira.


Notas Finais


Olhos de azeite... Olhos de azeite... Ahhhhh olhos de azeite...
N vão me dizer q n vão comentar ne? Plmmrdds rolou um beijooooo


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