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História Drugs, pictures and love - O almoço


Escrita por: P_infernal

Notas do Autor


Boa noite pessoas!!!
Por favor não me matem por minha ausência, mas final de período é aquela correria, milhões de trabalhos para entregar e as provas começam semana que vem, estou sobrevivendo à base de café.
Não postei nada nessas duas semanas porque não estou tendo tempo de parar e me dedicar a fic e eu não consigo escrever qualquer coisa e postar sem revisar só para dizer que postei. Espero que entendam.
Ontem fez quatro meses que comecei a postar essa estória aqui no Spirit e queria agradecer pelos favoritos e comentários, o apoio de de vocês é muito importante para mim.
"Essa nota já ficou muito grande autora! Podemos ir logo para o capítulo?".
Seu desejo é uma ordem!

Capítulo 16 - O almoço


Fanfic / Fanfiction Drugs, pictures and love - O almoço

POV Piper

Estou sentada à mesa de jantar ao lado de Alex na casa de Polly, ela e Pete estão na nossa frente. Há uma cadeira vazia em uma das pontas, mas o prato e os talheres estão postos. Fico encarando o assento desocupado.

- Ela deve chegar a qualquer momento. – Polly diz após perceber que eu estava em outro mundo.

- Não sabia que teria mais alguém, achei que fôssemos apenas nós. – Comenta Alex.

- Piper não disse que esse é um almoço de agradecimento para a pessoa que salvou a minha vida? – Pergunta Pete.

- Ela só me falou que era uma refeição com vocês. Se eu soubesse disso, teria vindo mais arrumada. – Fala olhando para as próprias roupas no corpo.

- Desculpa, pensei que tinha comentado. Não precisa se preocupar com a roupa, você fica linda de qualquer jeito.

- Para com isso, você vai me deixar com vergonha na frente deles... – Noto suas bochechas adquirindo uma tonalidade avermelhada.

- E qual o problema? Assim você fica ainda mais bonita... – Digo aproximando o meu rosto do dela. Quando nossos lábios estão quase se tocando somos interrompidas por um pigarreio de Polly.

- Sem pegação na mesa de jantar.

- Mas vocês podem? – Pergunto indignada.

- A casa é minha, eu faço as regras.

Nesse instante, a campainha toca e Pete se levanta para receber a visita. Mesmo ele já tendo ido, o barulho agudo continua ecoando em meus ouvidos, começo a ficar tonta e enjoada. Quando retorna, ele está acompanhado de Sylvie, que assim que me vê, pisca para mim.

Acordo em um pulo, colocando a mão sobre o peito e sinto meu coração bater descompassado e minha respiração acelerada. Antes mesmo de me recuperar do sonho, escuto minha campainha tocando. Levanto-me da cama, visto um short e dirijo-me até a porta.

Ao abri-la, tenho uma surpresa desagradável, vejo a figura de minha mãe parada na soleira. Começo a me beliscar no braço.

- Piper, o que está fazendo?

- Estou tentando acordar desse pesadelo.

- Não consegue deixar de ser infantil?

- Não, esse é o meu apartamento e posso ser e fazer o que quiser. A propósito, a que devo a sua queridíssima presença? – Pergunto irônica.

- Depois de pensar muito e reconsiderar o que disse no sábado passado, decidi vir te ajudar.

- Não pedi a sua ajuda, se era só isso, pode ir embora. – Digo fechando a porta, porém Carol é mais rápida e coloca o braço, me impedindo de terminar a ação.

- Minha filha, você está doente e por isso não está pensando direito, mas conheço alguém que pode te curar.

- Não preciso se curada, estou mais saudável do que nunca!

- Piper, você acha que beijar outras mulheres é normal? – Pergunta se exaltando.

- Para mim sim! É o que eu gosto!

- Sua situação é pior do que eu pensava... Venha, vou leva-la ao médico. – Diz pegando em meu pulso e me puxando para fora.

- Me larga! Eu não vou a lugar nenhum com você. – Me desvencilho de seu toque. – Não sou mais criança para você dizer o que fazer ou para onde ir!

- Quanto mais você demorar em iniciar o tratamento, mais difícil vai ser para te curar do lesbianismo.

- Primeiro, eu não sou lésbica, sou bissexual, isso significa que gosto tanto de mulheres tanto homens e segundo, gostar de alguém do mesmo sexo não é doença, é apenas uma questão de orientação sexual.

- Piper, você é uma mulher bonita, não precisa ficar com mulheres só por carência. Segundo o doutor, só é preciso encontrar o homem certo que se esquecerá de se relacionar com essas outras doentes... Já sei! Qual é o nome do seu ex-namorado? Barry?... Terry? Larry! Ele parece ser uma ótima pessoa. Porque não volta a ficar com ele?

- Porque eu já estou saindo com outra pessoa, que está me fazendo muito bem para falar a verdade. Agora a senhora pode ir embora da minha casa e da minha vida?

- Tudo bem, estou saindo de seu apartamento... – Diz levantando as mãos em sinal de rendição.  – Mas ainda vou conseguir te tratar e ver você entrar em um altar com um marido decente. – Termina de falar com um sorriso vitorioso no rosto.

Sem esperar ela se afastar da soleira, bato a porta com toda a minha força, gerando um barulho que provavelmente pôde ser ouvido em todos os andares. Encosto-me na mesma, deslizo meu corpo lentamente até o chão, passando os meus braços pelos joelhos e as lágrimas começam a rolar por meu rosto. Consigo sentir o gosto salgado das gotas em minha boca.

“Porque ela simplesmente não pode me apoiar?”; “Mesmo não gostando da minha opção, ela poderia no mínimo parar de tentar interferir na minha vida.”; “Carol acha que gostar de pessoas do mesmo sexo é doença... que pensamento ultrapassado...”.

Não sei há quanto tempo estou sentada chorando, até que decido tomar uma ducha com o objetivo de me acalmar e deixar as frustrações descerem pelo ralo junto da água.

Depois do banho, já estou um pouco melhor. Tomo meu café da manhã e opto por uma caminhada no parque, onde posso aproveitar para tirar algumas fotos, já que o curso começa na segunda-feira além de que isso me ajuda a relaxar.

Visto uma calça legging preta, uma blusa meia manga fina roxa e um tênis esportivo. Pego uma bolsa com minha máquina fotográfica profissional, chaves, carteira e resolvo não levar o celular para ficar mais concentrada nas fotos e conseguir, mesmo que só por algumas horas, me desconectar do mundo.  

Saio de meu prédio e vou andando rumo ao parque do sábado passado, já que nunca fotografei nada nele, será uma experiência nova. Durante o caminho vou pensando nos melhores lugares para tirar as fotos.

Chegando ao parque, começo minha caminhada pelos caminhos de terra. Logo nos primeiros metros, avisto um casal sentado em um banco próximo do lago, trocando beijos. Posiciono-me em um local onde consigo enquadrar os namorados e o reflexo deles na água. Ajusto o foco e tiro o retrato, não olho para saber se ficou bom, prefiro que seja uma surpresa.

Continuo o meu passeio aproveitando o sol, que é raro durante os meses de inverno, aprecio também as folhas verdes e as flores já desabrochadas, indicando que em breve chega o final da primavera e o começo do verão, minha estação preferida.

Um pouco mais à frente, há um coreto com algumas pessoas ao redor e um homem tocando violino no centro. Paro por algum tempo para admirar a suave melodia. Tiro uma foto da apresentação e reparo que diante dos pés do músico tem um chapéu. Pego minha carteira e me aproximo, depositando uma nota de cinco dólares. Em seguida, prossigo com meu percurso, fotografando mais algumas pessoas, animais e árvores.

Quando minha barriga começa a roncar, vou até um supermercado que fica perto dali, compro uma salada César e um suco de abacaxi com menta. Retorno ao parque e como agora o céu está com algumas nuvens que cobrem o sol, sento-me em um campo aberto para degustar de minha refeição com calma, ouvindo os pássaros cantando e vendo a movimentação das pessoas.

Após terminar o almoço, deito-me sobre a grama, meus olhos passam a ficar pesados, a cada instante fica mais difícil de mantê-los abertos.

Desperto naturalmente, ainda está de dia, mas já devem ser umas cinco horas da tarde. Faço o caminho de volta até a entrada principal, que é a mais cerca de meu apartamento. “Tenho que voltar aqui mais vezes, andei por horas e não consegui ver tudo.”.

Finalmente em casa, ligo meu computador e enquanto ele inicia, pego uma maçã na cozinha. Assim que retorno para o cômodo que funciona como meu escritório, pego minha câmera, abro um compartimento, retiro o cartão de memória,o encaixo em um adaptador e conecto na entrada USB, com o objetivo de passar as fotos que tirei hoje para a minha pasta de fotografias que tiro apenas por diversão.  Enquanto os arquivos vão sendo transferidos, aproveito para tomar um banho, estou cansada e toda suada.

Ao sair da ducha, visto uma roupa confortável e vejo que todas as fotos foram passadas. Abro a pasta ansiosa para saber qual foi o resultado do dia. As primeiras, a do casal e do coreto, estão excelentes, algumas outras ficaram tremidas, porém a grande maioria está boa.

Estava terminando de olhar, quando vejo uma que com certeza foi a melhor de todas, uma mulher de cabelos pretos e curtos usando um batom vermelho forte, sentada debaixo de uma árvore lendo um livro, descrevendo assim parece uma foto normal, mas ao seu redor vários animais como aves, esquilos, coelhos estão observando-a, atentos a seus movimentos. Uma cena no mínimo curiosa, ela parecia a Branca de Neve só que no parque em Nova York. Decido que vou revelar essa foto, emoldura-la e colocar em minha sala.

Finalizo de analisar as imagens e fico contente com o resultado. Só então olho pela a janela e vejo que está tudo escuro, confiro no relógio que são oito e vinte da noite. De repente me lembro de que não falei com Alex o dia todo. Resolvo então ligar para ela, que me atente prontamente no segundo toque.

Começamos a falar sobre o que fizemos hoje e percebo que ela ficou um pouco inquieta quando comentei que fiquei o dia inteiro fora e estou exausta. Ela fica tão fofa com ciúmes, ainda mais quando se atrapalha com as palavras.

Pergunto a Alex se está tudo confirmado para amanhã e ela responde que sim. Poderia ficar falando com ela para sempre, mas o cansaço fala mais alto e dou uma bocejada, logo em seguida encerro a chamada e vou dormir.

 

Acordo lentamente, demoro longos minutos para abrir os olhos, fico apenas deita na cama me espreguiçando. Por fim levanto-me e pego meu celular, levo um susto ao ver que já é meio dia e que tenho várias mensagens de Alex.

“Bom dia Pipes, desculpa caso tenha te acordado, mas ontem nos esquecemos de combinar como iremos para o almoço. Vamos de táxi ou de carro? Da minha casa ou da sua? Até mais tarde!”.

“Pipes, não sei se você recebeu a outra mensagem, mas faltam menos de duas horas para nos encontramos, quando ler, me responda, por favor.”.

“Pipes, agora estou realmente preocupada, está tudo bem? Aconteceu alguma coisa com você? Caso não me responda em quinze minutos vou até a seu apartamento.”.

Essa ultima tinha sido enviada há cinco minutos, trato de me desculpar pela demora e explicar que dormi demais, na verdade eu hibernei.

Menos de um minuto depois ela me responde:

“Tudo bem, o importante é que você está segura em casa. Como faremos para ir até a casa de sua amiga?”.

Digo que é melhor ela vir até o meu prédio daqui a quarenta minutos e caso queira podemos ir de carro.

“Combinado. Acho que é melhor você ir se arrumar se não, vamos nos atrasar.”.

Não envio mais nada, vou até a cozinha, abro a geladeira e vejo que não tem nada, por isso pego uma fatia de pão e geleia. “É, tenho que comprar mais coisas para ter um café da manhã mais variado...”. Penso.

Como o pão tão rápido que poderia ter entrado para o livro dos recordes. Vou correndo para o banheiro e tomo banho em menos de dez minutos. A minha sorte é que já tinha em mente o que vou vestir.

Termino de botar a roupa, um vestido vermelho que vai até o meio de minhas coxas com pintas de oncinha pretas, onde no meio são brancas e um sapato sem cadarço.

Faço minha maquiagem de sempre, apanho meu celular e pego minha bolsa preta com chaves e carteira. Ando em direção à porta e deixo meu apartamento.

A porta do elevador se abre na portaria e consigo ver Alex encostada no capô de seu carro, ela está tão linda com uma calça jeans colada, uma camisa cinza meia manga e um sapatenis vermelho. Assim que me vê, abre um sorriso que me faz derreter, chego mais perto dela.

- Pipes, você está maravilhosa! – Exclama e em seguida me dá um selinho. – Muito gata!

- Obrigada, Al. – Sinto minhas bochechas arderem. – Posso dizer o mesmo. Está me esperando há muito tempo?

- Não, cheguei à no máximo cinco minutos. Pronta? – Pergunta abrindo a porta do passageiro para mim.

- Claro. – Digo entrando no veículo, logo depois ela fecha a porta, dá a volta e em poucos instantes está do meu lado, atrás do volante.

- E agora, para onde vamos? – Questiona girando a chave.

- Segue reto e na terceira direita você vira.

Ela não responde, apenas segue minha instrução. Durante o trajeto não falamos de nada além das direções para chegar à casa de Polly.

- Chegamos!

- Muito bom, agora temos que procurar uma vaga. – Comenta olhando para os lados.

- Ali na frente tem uma.

- Uau, essa foi rápida. Aposto que são seus olhos treinados de fotógrafa, atenta a tudo.

- Na verdade essa é a vaga da Polly, mas como ela não tem carro, fica sempre livre.

Alex começa a rir e acompanho sua risada gostosa. Por fim, ela estaciona e saímos do veículo. Seguimos até a casa e quando paramos à porta percebo que a morena a meu lado está tensa.

- Não precisa ficar nervosa, eles são ótimas pessoas, vão te adorar. – Digo segurando em sua mão na tentativa de acalma-la. Ela respira fundo e eu toco a campainha. Em instantes é possível ouvir passos, a porta se abre e Pete aparece.

- Olá Piper. – Me abraça. – Essa deve ser a famosa Alex Vause, prazer em conhecê-la, sou Pete. – Diz estendendo o braço para um comprimento.

- O prazer é meu Pete. – Fala apertando a mão. – Agora me explique por que eu sou famosa.

- É porque a Piper vive...

- Só ignora, Al. – Comento interrompendo sua fala.

- Não vão entrar? – Convida-nos abrindo a passagem. – A outra visita já chegou e está na sala conversando com Polly.

Entramos na residência e nos dirigimos até a sala. Quando passo pela soleira, meu corpo fica estático e sinto meu coração parar por alguns segundos, meu maior medo se tornou realidade. Na minha frente, sentada no sofá da casa de minha melhor amiga, Sylvie. Ela olha no fundo dos meus olhos, mas não parece surpresa em me ver, pelo contrário, tem no rosto um sorriso debochado. Olho para Alex e ela também tem uma expressão de espanto na cara.

- Finalmente vocês chegaram. Agora podemos começar esse almoço! – Polly exclama animada, parecendo não notar a tensão. Ela me abraça e cumprimenta Alex. – Vamos indo para a mesa?

- Já estou indo, mas antes tenho que ir ao banheiro. Piper, será que pode me mostrar onde fica? – A morena pergunta tentando soar natural, porém consigo perceber nervosismo em sua voz. “Ferrou, me chamou de Piper...”.

- Sem problemas, só me seguir. – Começo a andar em direção ao toalete. Antes de sair do cômodo, dou uma última olhada em Sylvie, que parece se divertir com toda essa situação.

O caminho até o banheiro foi silencioso, quando chegamos, Alex me empurra para dentro e tranca a porta atrás dela.

- O que ela está fazendo aqui? – Indaga sussurrando para que mais ninguém além de mim escute.

- Pelo jeito foi Sylvie quem salvou o Pete.

- O quê? Como assim? Você sabia que teria mais alguém fora seus amigos nesse almoço?

- Esse almoço é um agradecimento por ela o ter levado para o hospital no dia do assalto. Eu sabia que teria mais uma pessoa e também que o nome dela era Sylvia. Até pensei que poderia ser Sylvie, mas achei que estava ficando paranoica e por isso nem comentei com você.

- Você tem noção da merda que nos meteu? Aquela mulher é maluca! Não vou conseguir ficar aqui e ter um almoço tranquilo com ela.

- Al, me desculpa eu deveria ter te contado... Só não queria te preocupar, realmente achei que fosse coisa da minha cabeça... Nunca pensaria que a mulher que me ameaçou com uma faca poderia fazer uma ação tão boa.

- Tudo bem, a confusão já está feita. Agora prometa que vai me contar tudo que estiver te perturbando, ok?

- Ok. – Me aproximo e uno nossos lábios em um beijo terno, como se estivesse selando um acordo.

- Vou dizer que apareceu um imprevisto e tenho que ir embora.

- Você não pode ficar pelo menos um pouco? Hoje vai ser um dia muito especial, Pete vai pedir a Polly em casamento. – Ela para e reflete sobre o pedido. – Por favor, eu estarei lá com você, daremos apoio uma à outra... e eu duvido que ela vá tentar fazer algo na frente dos dois.

- Me convenceu, mas não garanto que vou ficar até o final.

- Obrigada! Agora vamos nos juntar a eles, se não vão achar que estávamos fazendo outras coisas...

- E qual o problema?

- Você não tem jeito mesmo, né? – Pergunto abrindo a porta.

Em poucos minutos já estamos na mesa de jantar, a comida está posta e já estão todos sentados, mas ainda não começaram a comer, estavam nos esperando. Sylvie está sentada na ponta, próxima de Pete e nos encara com os olhos semicerrados.

- Desculpa a demora. – Digo me sentando de frente para Polly e Alex acomoda-se ao meu lado.

- Esqueceu onde fica o banheiro? Ou a tranca emperrou?  – Polly questiona ironicamente e depois bota um sorriso malicioso no rosto.

Antes mesmo de pensar em algo para responder, Pete pergunta:

- Sylvia, será que poderia me passar o frango?

E assim começa o almoço, por incrível que pareça, o ambiente está agradável, os assuntos fluem naturalmente. “Parece a calmaria antes da tempestade... espero estar errada.”.

Pouco tempo depois de pensar nisso, Sylvie se vira para nós.

- E então, como vocês se conheceram? – Pergunta cinicamente.

- Em um bar aqui na cidade. – Alex responde seca e  em seguida dá uma golada em sua bebida.

- Estão namorando há quanto tempo?

- Na verdade não houve um pedido oficial ainda. Mas posso dizer que nossa relação está cada dia melhor. – Dessa vez, respondi pegando na mão de Alex. Esse gesto não passou despercebido por Sylvie, que logo revidou.

- Minha namorada terminou comigo há alguns dias atrás... me trocou por outra qualquer...

Um clima horrível se instala na mesa e um silêncio se forma. Pete e Polly estão com expressões de que não estão entendendo o que está acontecendo.

- Não deveria ser ex-namorada já que terminaram? – Alex provoca enfatizando o “ex”.

- Não, por que sei que ainda vamos ficar juntas de novo... Nunca se sabe no dia de amanhã...

- Que tal trazer a sobremesa? – Polly questiona tentando amenizar a visível tensão no ar.

- Acho que já estou de saída, tenho um compromisso. – A morena ao me lado diz fazendo menção de levantar.

- Não, por favor, fique mais um pouco, agora que a conversa estava ficando boa. – Implora Sylvie.

- Só mais quinze minutos, a torta da minha namorada é a melhor dessa cidade, não vai se arrepender. – Insiste Pete.

- Tudo bem, mas depois realmente tenho que ir.

- Maravilha! – Exclama Polly. – Piper, pode me ajudar a trazer as travessas?

- Claro. – Respondo seguindo-a até o outro cômodo.

- Que merda está acontecendo naquela mesa? – Pergunta baixo para mim quando chegamos à cozinha.

- A Sylvia é a Sylvie, ex-namorada da Alex.

- Isso faz muito sentido... O que eu faço agora? Expulso ela daqui?

- Seria a melhor coisa a fazer, mas nada educado e do jeito que ela é louca vai acabar tentando fazer alguma coisa... Finge que não sabe de nada e em quinze minutos isso tudo acaba.

- Ok, vou tentar.

Retornamos para a sala e por um milagre, as duas não estão se implicando. Colocamos as tortas sobre a mesa e nos sentamos novamente.

- Antes de saborearmos essas deliciosas sobremesas, eu tenho um pedido a fazer. – Pete diz se ajoelhando. – Polly, amor da minha vida, você aceita se casar comigo?

- Pete, claro que eu aceito. – Responde emocionada, é possível ver os olhos marejados. De repente, um barulho alto invade o ambiente, Sylvie está de pé e a cadeira se encontra caída no chão.

- NÃO! Por que todo mundo pode ter um final feliz menos eu? Podia ser a gente Alex, mas você me trocou por essa puta de cabelo loiro oxigenado! – Ela então tira uma pistola de dentro de sua calça. – Eu vim aqui planejando atirar nela. – Diz apontando a arma para mim. Fico paralisada, sem reação. – Porém depois desse pedido de casamento, mudei de ideia... se eu não posso ter você para mim, então mais ninguém terá. – Agora ela muda o alvo, que passa a ser Alex. – Acho bom você não tentar fazer nada para me impedir. – Fala para mim com um olhar ameaçador, mantendo a mira na cabeça de Alex. – Vocês também estão avisados. – Comenta olhando para Pete e Polly. – Tem alguma última palavra, meu bem? – Pergunta carregando a arma, não consigo acreditar que isso está acontecendo.

- Vai se foder...

Sylvie posiciona o dedo sobre o gatilho, fecho os olhos, não sou capaz de ver o que está prestes a ocorrer.

Silêncio.

Um silêncio ensurdecedor.

Segundos que mais parecem horas.

POW.

 O som inconfundível de tiro.

 Em seguida, o barulho de um corpo caindo no chão.

Lágrimas começam a rolar por minhas bochechas, porém ainda estou com os olhos fechados, tenho medo de abri-los e ver o corpo de Alex atirado ao chão no meio de uma poça de sangue.

Sinto braços ao redor de meu corpo e permito-me chorar mais desesperadamente.

- Calma Pipes, eu estou aqui, vai ficar tudo bem. – A voz rouca de Alex ecoa em meus ouvidos. “Ótimo, agora serei assombrada por ela...”. Esse meu pensamento me faz começar a soluçar. Agora uma das mãos alisa meus cabelos. – Abra os olhos, deixe-me ver as suas lindas safiras. – Dessa vez, seu perfume invade minhas narinas, vou sentir saudade desse cheiro amadeirado...

- Pete, chame a polícia! – Grita Polly. Mas sua voz não vem de perto de mim, parece que está do outro lado do cômodo.

“Espera, se não é ela quem está me abraçando, então...”.

Abro meus olhos lentamente, minha primeira visão é o par de esmeraldas pelo qual me apaixonei.

- Al... é você mesmo?

- E quem mais seria?

Percorro meu olhar para tentar entender o que aconteceu ali, vejo Sylvie caída no chão, ela ainda segura a arma. Na parede um buraco de bala.

- O que aconteceu? Ela está morta? – Pergunto confusa.

- Pete acertou uma cadeira nela. Provavelmente não, apenas inconsciente.

- Eu fiquei com tanto medo de te perder...

- Pipes, essa situação toda me fez pensar em muitas coisas e acabei tomando uma decisão... Quer namorar comigo?

- Sim, mil vez sim! – Seguro seu rosto com minhas mãos e selo nossos lábios em um beijo apaixonado, só nos separamos por falta de ar.

- Eu te amo Pipes.

- Eu também te amo Al.

Ficamos abraçadas olhando o corpo de Sylvie enquanto esperávamos a polícia chegar.

- Se eu soubesse que tudo isso iria acontecer, nunca teria a teria chamado, a culpa é toda minha.  – Comenta Pete desolado.

- A culpa não é de ninguém! Você não tinha como saber que ela faria alguma coisa dessas. – Digo tentando consola-lo.

Em poucos minutos as autoridades chegam e contamos o que aconteceu. Eles recolheram a pistola para a perícia e a levaram para o hospital e depois quando ela se recuperar, irá para a cadeia.

Fomos para a delegacia registrar a ocorrência e em uma hora somos liberados para ir para casa. Alex me leva até meu apartamento.

- Você pode dormir aqui comigo essa noite? Não quero ficar sozinha.

- Posso, também não sei se conseguiria ficar só em casa.

Dito isso, ela entra na garagem de meu prédio e estaciona o carro. Durante o caminho até a porta, nenhuma palavra é dita.

- O que você acha de assistirmos um filme? – Pergunto quebrando o silêncio.

- Pode ser... – Percebo que ela está distante em pensamentos, não a culpo, ter uma arma apontada na cabeça é mais que uma experiência traumática. É uma cicatriz que ficará marcada para o resto de sua vida.

Coloco filme e ficamos deitadas no sofá. Acho que assim como eu, Alex não está efetivamente prestando atenção.

Quando a fome começa a bater, optamos por pedir uma pizza, já que a geladeira está vazia e não estamos com vontade de sair na rua para comer.

Após o jantar, Alex pede para tomar um banho, por isso pego uma toalha e uma muda de roupa. Enquanto ela está no banheiro da suíte, fico mexendo no meu celular, deitada em minha cama.

- Está melhor? – Pergunto assim que ela retorna para o quarto.

- Sim, sentir a água quente batendo no corpo sempre me relaxa.

- Que bom! Agora é a minha vez de ficar cheirosa. – Digo e em seguida dou um selinho em seus lábios.

Ao sair do banho, encontro-a já deitada em minha cama.

- Venha ser a minha conchinha. – Diz alisando o colchão.

Ando até Alex e deito de costas para ela. Ficamos caladas por alguns minutos, apenas sentindo a presença uma da outra.

- Eu coração você. – Fala Alex.

 Viro-me ficando de frente para ela.

- Eu coração você também.

Ela dá um sorriso sem mostrar os dentes e me beija. Um beijo sereno, delicado e apaixonado.

- É melhor irmos dormir, já está tarde. – Fala depois de separar nossos lábios.

- Tudo bem, boa noite Al.

- Boa Noite Pipes.

Volto a ficar de costas para ela e me aproximo mais de seu corpo. Alex passa o braço por minha cintura e me a segura firmemente.

E assim agarradinha com minha namorada, adormeço.


Notas Finais


Espero que tenham gostado!!!
Agora eu tenho uma notícia boa e outra ruim...
Vamos começar com a ruim, como ando enrolada e as provas estão chegando, não sei quando vou conseguir postar o próximo capítulo, provavelmente só no próximo final de semana. :(
A boa é que depois das provas, entro praticamente de férias, então terei mais tempo de escrever e possivelmente a frequência com que posto irá aumentar. :)
Torço para que vocês não desistam da fic por minha demora em enviar os capítulos...
Por hoje é só!
Até a próxima!!!


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